Vários compositores: Piano Rarities · Vol. 1 Transcriptions

Vários compositores: Piano Rarities · Vol. 1 Transcriptions

Um disco gentil e agradável. Nada demais, mas também nada indigno. Chama a atenção, é claro, as transcrições para piano do lied An Sylvia, de Schubert, e do Adagietto da Quinta Sinfonia de Mahler. Cyprien Katsaris é um virtuose daqueles que fazem uma brilhatura e sorriem. Ele ama transcrições, tanto que já gravou a integral das Sinfonias de Beethoven transcritas por Liszt. Mas sua maior aventura foi ter gravado uma rara versão para piano de A Canção da Terra, de Gustav Mahler com Brigitte Fassbaender e Thomas Moser. Em registros mais sérios, está gravando todos os Concertos para Piano de Mozart. Olha, com o espírito que ambos têm, Mozart e Katsaris, acho que deve ser uma boa ouvir. É um sujeito peculiar esse pianista.

Vários compositores: Piano Rarities · Vol. 1 Transcriptions

1 Fritz Kreisler (1875-1962) · Praeludium and Allegro in the style of Pugnani
2 Robert Schumann (1810-1856) · MondNacht, op. 39 no. 5
3 Franz Schubert (1797-1828) · Gesang (An Sylvia), op. 106 no. 4, D. 891
4 Richard Wagner (1813-1883) · Der Engel (no. 1 from Wesendonck-Lieder)
5 Richard Strauss (1864-1949) · Zueignung, op. 10 no. 1
6 Gustav Mahler (1860-1911) · Adagietto (from Symphony no. 5)
7 Federico Mompou (1893-1987) · Damunt de tu només les flors
8 Francisco Táregga (1852-1909) · Recuerdos de la Alhambra
9 Agustín Barrios Mangoré (1885-1944) · Chôro Da Saudade
10 Georges Bizet (1838-1875) · Adieux de l’Hôtesse arabe
11 Gabriel Fauré (1845-1924) · Nell, op. 18 no. 1
12 Léo Delibes (1836-1891) · Valse (from Coppélia ou la Fille aux yeux d’émail)
13 Stanislaw Moniuszko (1819-1872) · Gwiazdka
14 Sergei Rachmaninov (1873-1943) · Vocalise
15 Reinhold Glière (1875-1956) · Valse (from The Bronze Horseman)

Cyprien Katsaris, piano

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Cyprien Katsaris: a cara deste CD
Cyprien Katsaris: a cara deste CD

PQP

Agustín Barrios Mangoré (1885-1944) interpretado por Turíbio Santos – Link Revalidado

Postagem original de CVL em 6 de março de 2009, revalidado por Carlinus em 12 de agosto de 2012, com links restaurados por Vassily em 28 de novembro de 2015, atendendo a pedido de um leitor-ouvinte. Ah, e o codinome “Nitsuga”, que tão indígena soou aos contemporâneos, nada mais é que “Agustín” ao contrário!

Agustín Pío Barrios, que se apresentava como Agustín Barríos Mangoré (ou ainda Nitsuga Mangoré), foi o Villa-Lobos do Paraguai, inclusive na invenção de mitos de convivência com os índios. A diferença é que ele tinha sangue guarani nas artérias e falava bem o segundo idioma de seu país – o sobrenome artístico que adotou e as roupas típicas que usava em concertos completavam o universo simbólico que encarnava.

Barrios, que entrou na universidade aos 13 anos, andava muito pelo Brasil. Foi amigo de meu pai (me viu pirralho) e de João Pernambuco, entre outros. O melhor de seu repertório – que abrange formas barrocas, inspiração sacra ou folclórica e virtuosismo romântico – está aqui neste CD-tributo produzido por Turíbio Santos, músico que dispensa palavras. Não poderia faltar o monumento sonoro que é A catedral.

Vale a pena dar uma lida na vida de Barrios no verbete da Wikipédia em espanhol. Foi lá onde fiquei sabendo que o pseudônimo de Nitsuga Mangoré foi usado pela primeira vez num concerto em Salvador-BA, em 1932; que Barrios tentou tocar nos EUA (grande sonho dele) mas não o pôde porque foi negado o visto para sua mulher; e que ele foi o primeiro intérprete a gravar uma obra para violão em disco (78 rpm).

Também matei minha curiosidade de saber porque Barrios havia morrido em El Salvador: após ter um enfarte no México, o presidente salvadorenho o convidou a se recuperar em San Salvador e deu-lhe depois um posto de professor no conservatório principal do país. Anos depois, o violonista veio a falecer de outro ataque cardíaco.

Enfim, isso é só uma amostra da figura mítica que foi Agustín Barrios.

***

Deu no Valor Econômico de hoje: Café do Rato Preto vendido por 228 milhões de dólares para grupo norteamericano. Vou ver se crio uma fundação de preservação de memória da música clássica brasileira com esse dinheiro todo (eu poderia ter faturado o dobro antes da crise).

***

Turíbio Santos interpreta Agustín Barrios

1 Estudo de Concerto em Lá Maior
2 Junto a tú corazón
3 Dança Paraguaia
4 Las Abejas
5 Chôro de saudade
6 Estudo em Si Menor
7 Aconquija
8 Luz Mala
9 Oración
10 Página D´Álbum
11 Prelúdio em Sol Maior
12 Valsa op 8 nº 4
13 A Catedral

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CVL (revalidado pelo Carlinus e, depois, por Vassily)

Concerto nº1 para Violão – Dilermando Reis – obras de Radamés Gnattali (1906-1988), Oscar Lorenzo Fernandez (1897-1948), César Guerra Peixe (1914-1993), Leopoldo Hakel Tavares da Costa (1896-1969) e Agustín Barrios Mangoré (1885-1944); [Acervo PQPBach] [link atualizado 2017]

SHOW DE BOLA !!!

Queridos, queridos!

Hoje vou voltar à música brasileira (tá, tem uma paraguaia no fim, mas de ótima qualidade) com este instrumento que se adaptou tão bem em terras ibero-americanas, ganhando inúmeras formas de execução e se adaptando tão perfeitamente aos ritmos locais.

O mais provável é que o instrumento tenha se desenvolvido da viola portuguesa, parente não muito distante da alaúde, esta última trazida ao continente europeu pelos árabes. Os árabes, sempre os árabes… Viva os árabes! Tem tanto rastro da cultura deles na nossa até os dias de hoje…

Mas não vamos nos delongar muito sobre a história (que não deixa de ser fascinante) do violão e falemos do violonista. Eis que temos aqui, hoje, nada mais, nada menos que Dilermando Reis, que muito ouvinte castiço de clássicos torce o nariz quando se fala dele, mas que divulgou este instrumento como poucos e para quem Radamés Gnattali escreveu e dedicou o presente Concerto nº1 – belíssimo, por sinal – sinal do reconhecimento e da admiração do compositor pelo violonista.

Como o concerto só preenchera um lado do LP,  Dilermando não deixou por menos: fez uma seleção (e que seleção!) de obras brasileiras para violão erudito de Hekel Tavares, Lorenzo Fernandez e Guerra-Peixe, mais uma do paraguaio Augustín Barrios Mangoré, um dos papas do instrumento. Disso resultou um álbum de grande expressividade e de uma qualidade fenomenal.

Eu, se fosse você, não perdia a oportunidade de ouví-lo!

Ouça! Ouça! Deleite-se!

Dilermando Reis
Concerto nº1 e outras peças

Radamés Gnattali (Porto Alegre, RS, 1906 – Rio de Janeiro, RJ, 1988)
01. Concerto para Violão nº1, I. primeiro movimento
02. Concerto para Violão nº1, II. segundo movimento
03. Concerto para Violão nº1, III. terceiro movimento
Oscar Lorenzo Fernandez (Rio de Janeiro, RJ, 1897 – 1948)
04. Pequena Modinha
César Guerra Peixe (Petrópolis, RJ, 1914 – Rio de Janeiro, RJ, 1993)
05. Ponteado
Leopoldo Hakel Tavares da Costa (Satuba, AL, 1896 – Rio de Janeiro, RJ, 1969)
06. Ponteio
Agustín Barrios Mangoré (San Jua Bautista de las Misiones, Paraguai, 1885 – 1944)
07. La Catedral

Dilermando Reis, violão

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MP3  (81Mb)
FLAC  (148Mb)

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Bisnaga