Chopin (1810 – 1849) • Field (1770 – 1827) • Debussy (1862 – 1918): Noturnos (e Prelúdios) • Melvyn Tan (piano) ֍

Chopin (1810 – 1849) • Field (1770 – 1827) • Debussy (1862 – 1918): Noturnos (e Prelúdios) • Melvyn Tan (piano) ֍

Noturnos

Melvyn Tan – 标记为

Arrumação dos CDs nas prateleiras faz parte do rol das inúteis coisas que fazemos para nosso próprio prazer. Organizar por ordem alfabética de nomes de compositores pode fazer Alkan morar próximo de Albinoni, o que me parece um disparate. Ordem cronológica dos compositores coloca ombro a ombro gentes como Bach, Handel e Scarlatti – para saber a sequência correta é preciso descobrir os horóscopos de cada um deles. Mas, onde colocar os discos com músicas de dois ou mais compositores? Bem, digam-me lá como fazem vocês… organizar pela cor das lombadas?

A alegria do Melvyn quando soube que o disco seria postado…

Estava eu em mais uma dessas arrumações quando dei com este despretensioso disco, alocado com os discos-encartes de banca. Quem é visto, é lembrado… e lá foi ele para o DVD player que por ora uso nessas situações. A proposta do disco é explorar o gênero musical noturno, no qual o maioral é Chopin, é claro, mas nem só de peças de Chopin ele é composto. Temos três peças do compositor irlandês John Field, intercaladas nas seis primeiras faixas, com três de Chopin. Quão interessante é essa parte do disco. Por mais charmosas e brilhantes que sejam as peças de Field, as obras de Chopin se sobressaem. O mais charmoso dos noturnos de Field, para mim, é o de número 6. Depois temos mais alguns noturnos de Chopin. E como é lindo Noturno em sol maior op. 37/ 2! (Quizz PQP Bach – em qual propaganda esse noturno foi usado?)

Não sei como a produção do disco não escolheu algumas peças de Fauré, outro compositor de noturnos, mas acho que aí entrou o dedo (seria melhor dizer ‘os dedos’?) do intérprete Melvyn Tan. Debussy tem uma conexão bem forte com a Chopin, apesar das imensas diferenças. De qualquer forma, fiquei assim conhecendo o Noturno para piano de Debussy, que compôs também noturnos para orquestra, e me deliciei com a sequência de Prelúdios escolhida para completar o disco.

Devo dizer que esse disco foi gravado no apagar das luzes do século passado e naqueles dias Melvyn era mais conhecido como intérprete de pianoforte, membro ativo do uso de instrumentos de época. Tenho escutado o disco agora várias vezes, sempre com bastante gosto, especialmente a parte inicial. Tanto que vou dar uma busca nas gravações dos intérpretes de John Field, tais como o também irlandês John O’Conor ou Benjamin Frith…

JOHN FIELD (1782 – 1837)

  1. Noturno No.4 em lá maior

FRÉDÉRIC CHOPIN (1810–1849)

  1. Noturno em fá maior, Op. 15/1

JOHN FIELD

  1. Noturno No. 5 em si bemol maior

FRÉDÉRIC CHOPIN

  1. Noturno em sol menor, Op. 15/3

JOHN FIELD

  1. Noturno No. 6 em fá maior

FRÉDÉRIC CHOPIN

  1. Noturno em sol menor, Op. 37/1
  2. Noturno em sol maior, Op.37/2
  3. Noturno em mi menor, Op. 72/1
  4. Noturno em mi maior, Op. 62/2
  5. Noturno em si maior, Op. 9/3

CLAUDE DEBUSSY (1862 – 1918)

  1. Noturno
  2. Prelúdio: La Fille Au Cheveux De Lin
  3. Prelúdio: Brouillards
  4. Prelúdio: Feuilles Mortes
  5. Prelúdio: Les Sons Et Les Parfums Tournent Dans L’air Du Soir
  6. Prelúdio: La Terrasse Des Audiences Du Clair De Lune
  7. Prelúdio: Ondine

Melvyn Tan (Piano)

Gravado em outubro de 1998

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MP3 | 320 KBPS | 108 MB

Melvyn Tan é um pianista clássico britânico, nascido em Singapura em 13 de outubro de 1956.

Aproveite!

René Denon

Veja na postagem a seguir uma gravação (posterior) de Melvyn Tan interpretando os Prelúdios de Debussy.

Debussy (1862 – 1918): Préludes – Steven Osborne – Michel Beroff – Ivan Ilic – Pierre-Laurent Aimard – Melvyn Tan – Yukio Yokoyama ֍ #DEBUSSY160

John Field (1782-1837) – Noturnos para piano – John O’Conor

John Field (1782-1837) – Noturnos para piano – John O’Conor

410VHTXwnvLVocês achavam que não voltariam tão cedo a ouvir O’Conor, não é?

Pois se enganaram – ou, como diriam os saudosos sbornianos de “Tangos & Tragédias”, “essa história não se ESTÂNNCA por aqui”.

Ei-lo aqui tocando a série de Noturnos de seu compatriota Field, notável como precursor do gênero que Chopin celebrizaria. Já publicamos anteriormente uma gravação das mesmas obras num piano Broadwood, então sugerimos compará-la com o que Field tem a dizer com seu Steinway de Hamburgo.

Ainda sobre O’Conor, quem ainda não tem urticária à menção de seu nome tem a recomendação de assistir ao documentário a seguir, o “Campo de Recrutas Beethoven”, que acompanha a rotina de um curso de imersão em Positano, na costa amalfitana, e as masterclasses com jovens pianistas. Não há legendas, e o espesso sotaque irlandês de O’Conor fica às vezes pouco inteligível, especialmente nos mui frequentes momentos de entusiasmo, mas acho que serão cinquenta e poucos minutos bastante agradáveis para quem apreciou suas Sonatas de Beethoven:

JOHN FIELD – THE NOCTURNES – JOHN O’CONOR

John FIELD (1782-1837)

Noturnos para piano

01 – Noturno em Mi bemol maior
02 – Noturno em Dó menor
03 – Noturno em Lá maior
04 – Noturno em Si bemol maior
05 – Noturno em Fá maior
06 – Noturno em Lá maior
07 – Noturno em Mi bemol maior
08 – Noturno em Mi menor
09 – Noturno em Mi bemol maior
10 – Noturno em Sol maior
11 – Noturno em Ré menor
12 – Noturno em Dó maior
13 – Noturno em Dó maior
14 – Noturno em Fá maior
15 – Midi em Mi maior

John O’Conor, piano

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A carinha de jujuba do simpático O'Conor não volta tão cedo, prometo!
A carinha de jujuba do simpático O’Conor não volta tão cedo, prometo!

Vassily Genrikhovich

The Art of the Nocturne, CD 1 de 4 – John Field (1872-1837) – Os Noturnos para piano

The Art of the Nocturne, CD 1 de 4 – John Field (1872-1837) – Os Noturnos para piano

Nocturnes BoxO notável rol de compositores divulgados aqui no PQP Bach ganha mais um integrante.

O irlandês John Field foi muito famoso em seu tempo e tremendamente respeitado por seus colegas. Estudou com Clementi na Inglaterra, fez turnês por toda a Europa e acabou na Rússia, onde fez fama e fortuna. Gastou muito do que tinha – inclusive a saúde – vivendo como um sátiro priápico, e por um triz não morreu na penúria.

Nas décadas que se seguiram à sua morte, e talvez por ter feito sua carreira no que era então um país periférico no mapa-múndi musical (Glinka, na época, era só uma criança), a obra de Field foi sendo esquecida. Hoje, ele praticamente só é lembrado como o primeiro compositor de Noturnos para piano e, nessa condição, como o precursor das obras-primas de Chopin no gênero.

A reputação do dublinense entre os colegas pianistas era tamanha que Franz Liszt escreveu o seguinte no prefácio de uma edição póstuma dos Noturnos de Field:

“Ninguém obteve tais vagas harmonias eólicas, estes meios-suspiros flutuando pelo ar, lamentando suavemente, e dissolvidos em deliciosa melancolia”

Os ouvidos modernos, repletos que estão de Chopin, talvez não encontrem ecos para o entusiasmo de Liszt – que era, aliás, um contumaz rasgador de seda. Quem escuta Field pela primeira vez tem a impressão de que ele se contenta em repetir incessantemente escalas muito ornamentadas sobre um modesto acompanhamento. Por outro lado, quem toma o cuidado de não esperar de Field a audácia harmônica e a invenção melódica do gênio polonês acaba encontrando peças muito agradáveis, que bebem demais da fonte de Hummel – a referência inescapável dos pianistas da época – e parecem olhar, sem preocupação alguma, para o futuro.

Esta bonita caixa da Brilliant Classics, que postaremos ao longo das próximas semanas, é enriquecida por boas interpretações de Bart van Oort e pelo timbre incomum de pianos antigos – aqui, um Broadwood de 1823, semelhante àquele com que o fabricante presenteou Beethoven alguns anos antes.

John FIELD (1782-1837)

OS NOTURNOS PARA PIANO

01 – Noturno em Mi bemol maior, H. 24
02 – Noturno em Dó menor, H. 25
03 – Noturno em Lá bemol maior, H. 26
04 – Noturno em Lá maior, H. 36
05 – Noturno em Si bemol maior, H.37
06 – Noturno em Fá maior, H. 40
07 – Noturno em Dó maior, H. 45
08 – Noturno em Lá maior, H. 14e
09 – Noturno em Mi bemol maior, H. 30
10 – Noturno em Mi menor, H. 46b
11 – Noturno em Mi bemol maior, H. 56a
12 – Noturno em Sol maior, H. 58d
13 – Noturno em Ré menor, H. 59
14 – Noturno em Fá maior, H. 62a
15 – Noturno em Mi maior, H. 54f

Bart van Oort, piano Broadwood (1823)

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Um irlandês ruivo? Mas que surpresa!
Um irlandês ruivo? Mas que surpresa!

Vassily Genrikhovich