Obs: quando postei este CD pela primeira vez, em 2008, Carter estava vivo.
Se não podemos garantir a imortalidade da obra de Elliott Carter, podemos afirmar que ele não morre. No dia 11 de dezembro, Carter completará 100 anos. Como cada dia dele é uma nova aventura, decidi postar este CD ainda em vida do compositor. Basta de postagens póstumas! Este decano dos compositores foi aluno de Walter Piston e de Gustav Holst e, em Paris, de Nadia Boulanger. Influenciado por Stravinsky e Hindemith, tornou-se inicialmente neoclássico. A partir dos anos cinquenta, abraçou uma moderada atonalidade cuja complexa rítmica o levou a inventar o termo modulação métrica, a fim de poder descrever com exatidão as frequentes mudanças de andamento de suas obras. Carter vem de outro tempo. MESMO.
A declaração que vem no libreto do CD é típica da Segunda Escola de Viena: Decidi escrever apenas o que me interessava, o que demonstrava os conceitos e sentimentos que tenho em mim, sem nenhuma consideração a um suposto público.
Suposto público? Bem, ao menos ele decidiu mostrar-nos o que faz e o curioso é que seus conceitos particulares na verdade querem dizer que ele manda a crítica às favas e são semelhantes aos de alguns de seus colegas, como Edgar Varèse. Música complicada e densa, gosto bastante de seu Concerto para Orquestra, onde quatro grupos orquestrais de mesma importância interrompem ou ao outro. Parece mais um jogo, principalmente após ouvirmos o dramático Concerto para Piano, um verdadeiro conflito entre piano e orquestra. Nesta peça, há sete músicos que cercam o solista e que devem fazer a intermediação entre este e a orquestra. É um concerto de grande intensidade e complexidade.
As Three Occasions formam uma peça menor.
Um filé para quem gosta de música moderna. Uma tortura para a maioria. Eu gosto bastante.
Elliott Carter (1908-2012): Orchestral Works (SWR Symph Orch, Gielen, Oppens)
Concerto For Piano And Orchestra (1964-1965)
1 I. 10:01
2 II. 12:30
3 Concerto For Orchestra (1969) 22:23
Three Occasions For Orchestra (1986-1989)
4 A Celebration Of 100 x 150 Notes 3:32
5 Remembrance 6:31
6 Anniversary 6:57
Conductor – Michael Gielen
Orchestra – SWR Symphony Orchestra*
Piano – Ursula Oppens (tracks: 1, 2)

PQP

O americano Elliott Carter é o decano dos compositores. Também é o compositor que mais viveu. Ganhou de Schütz, Haydn, Stravinsky, Sibelius e, penso, de qualquer outro. Ainda estreia várias peças todos os anos e o 11 de dezembro de 2008 será comemorado em várias cidades. Este é o segundo CD de Carter que publico no PQP. Infelizmente, não tenho outros, pois sou um admirador recente deste compositor de absurda complexidade. A estreia desta Sinfonia ocorreu em 17 de fevereiro de 1977 e é a música mais inadequada para um aniversário, mais parecendo uma longa descida ao inferno. Mas… o que fazer? É o que tenho. Imaginem que Carter foi aluno de Nadia Boulanger em Paris, no ano de 1930… Após a fase neoclássica regulamentar, ele passou a escrever música atonal, de notável complexidade rítmica. Compõe música orquestral e de câmara, assim como obras para instrumentos solo e vocal. Ao completar 99 anos, estreou sua única ópera, chamada What Next? (post de 2008, claro).