Formidável!
A transição de artistas do mundo erudito para o universo popular pode ser embaraçosa, quase ridícula ou mesmo desastrosa, mas pode ser… formidável!
Thomas Oliemans é cantor e pianista em ópera, Lieder, chansons e qualquer outra coisa com grandes palavras e ou notas, segundo ele mesmo. Já fez a Viagem de Inverno e viveu as agruras conflituosas do Amor do Poeta com o Paolo Giacometti o acompanhando ao piano. Ao lado do pianista Malcolm Martineau já cantou as canções de Fauré e Poulenc. Nos palcos de Óperas já caçou pássaros e andou às voltas com um esperto barbeiro e mais outras coisas nas obras de Mozart, viveu frias noites com a boemia parisiense e tantas aventuras pelas quais um cantor pode viver…
Aqui ele canta chansons acompanhado da ótima Amsterdam Sinfonietta. Como surgiu a ideia de um disco como este? Aqui as explicações dadas pelos próprios perpetradores:
Tenho chansons na minha cabeça desde que me lembro: no som arranhado do rádio de um carro ou de um toca-fitas, ouvindo do banco de trás durante horas a fio a caminho da Vendée ou Dordogne, ou suavemente vindo de um disco de gramofone do studio do meu pai logo abaixo do meu quarto, provavelmente uma compilação como Vive La France ou Jean Ferrat canta Aragão.
Quando comecei a aprender a tocar piano, adquiri o hábito de cantar junto e era obviamente chansons que eu pegava de ouvido e cantava. Julien Clerc com seu frangleis de This Melody, e Brel com seu La chanson des vieux amants. Os professores de francês da minha escola secundária me inscreveram no Concours de la Chanson, que eu prontamente (e quase por acidente) ganhei.
E assim o caminho se abriu para que eu me tornasse um cantor ou pianista profissional, ou pelo menos um músico. Isso me levou principalmente ao mundo do canto clássico, na ópera, Lied e no oratório, no qual senti que havia muito a descobrir para meu desenvolvimento posterior.
Mas a chanson nunca esteve distante. De fato, em quase todas as fases do meu desenvolvimento musical ela parecia crescer comigo. (…)
– Thomas Oliemans, voz e piano
A curiosidade artística corre nas veias da Amsterdam Sinfonietta e resultou em inúmeros projetos extraordinários. Sob o título de sucesso Breder Dan Klassiek [Além do Clássico], por exemplo, Amsterdam Sinfonietta apresenta música clássica em combinação com pop, clássico indiano, rap ou jazz, e já apareceu com artistas como Rufus Wainwright, Patrick Watson, De Dijk, Wende e Typhoon. Essencial para isso é a troca de ideias e um interesse genuíno pelos repertórios e mundos uns dos outros.
Amsterdam Sinfonietta tem uma forte ligação com o barítono Thomas Oliemans. Nos últimos anos ele tem cantado repertório clássico com a orquestra. E foi então que em uma noite ele cantou ao piano Que reste-t-il de nos amours, de Charles Trenet. Nasceu uma ideia: um projeto conjunto focado na canção francesa.
– Stephan Heber, artistic programmer – Amsterdam Sinfonietta
O texto original em inglês pode ser lido aqui.
PROGRAMME
César Franck
- Variations symphoniques, FWV 46 (Extract) 1:45
Hubert Giraud
- Sous le ciel de Paris 3:23
Charles Trenet
- Boum! 2:09
- La mer 3:48
Charles Aznavour
- For me Formidable & Formidable 5:14
Claude Debussy
- String Quartet in G Minor, Op. 10: III. Andantino 7:24
Michel Legrand
- Les Parapluies de Cherbourg: Je ne pourrai jamais vivre sans toi 5:22
- The Thomas Crown Affair: Les moulins de mon coeur 4:12
Barbara
- L’Île aux mimosas 4:23
- Dis, quand reviendras-tu? 4:06
Gilbert Becaud
- Et maintenant 5:05
Jacques Brel
- Mathilde 2:33
- Mon enfance 5:15
Gabriel Fauré
- Pelléas et Mélisande, Op. 80: I. Prélude 5:01
Jacques Brel
- Les prénoms de Paris 3:22
Joseph Kosma
- Les feuilles mortes 5:20
Thomas Oliemans
Amsterdam Sinfonietta
Candida Thompson
BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
FLAC | 279 MB
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MP3 | 320 KBPS | 160 MB
As gotas d’água que me fizeram ouvir o disco foram as canções Dis, quand reviendras-tu?, que eu adoro e você poderá ver aqui e aqui, com a cantora que a compôs, Barbara, e La mer, do Charles Trenet e que pode ser ouvida com outro grande transgressor de profissões, no caso o ator Kevin Klein, do filme French Kiss.
Veja aqui…
e aqui.
Espero que seja divertido para você como foi para mim e que você também conclua que o disco é..
Formidável!
René Denon