.: interlúdio (ou não) :. Shani Diluka: Route 66 (American Piano Music)

.: interlúdio (ou não) :. Shani Diluka: Route 66 (American Piano Music)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um belo disco difícil de definir: é jazz ou erudito? Bem, na verdade eu nem noto mais a diferença. Ouço ambos os gêneros indistintamente. A pianista Shani Diluka, nascida no Sri Lanka, chama seu recital de 18 peças de compositores e improvisadores norte-americanos de Route 66. Nas anotações que vêm junto ao CD, ela liga cada peça a uma passagem de On the Road, de Jack Kerouac, embora a calma que prevalece na maioria das canções dificilmente evoque a narrativa contundente do romance. Ela demonstra um colorido maior do que normalmente se ouve dos chamados especialistas em música contemporânea. Isso é bom, claro. Porém, na maioria das peças líricas, no entanto, a dinâmica suave retrocede e murcha quase a ponto de desaparecer, especialmente quando Diluka faz diminuendos. Mas o saldo final é altamente positivo. A pianista é excelente e o repertório fantástico.

Deixem eu contar uma história rapidinha para vocês. Certa vez, estava em Londres e fui assistir a um concerto sensacional onde um conhecido pianista interpretaria um Concerto de Mozart. Ele tocou maravilhosamente e foi muito aplaudido. Voltou três vezes ao palco. O pedido por um bis era óbvio. Então ele ergueu os braços e pediu silêncio. Disse que no dia anterior substituíra outro pianista que caíra doente. Tivera que ir até Praga para fazer o Concerto Nº 1 de Brahms. Estava no contrato. Na volta, o avião atrasara. Contou que estava cansadíssimo e que ia dar o bis tocando a peça que costumava tocar à noite, quando estava em casa e queria relaxar para dormir. E anunciou: “Vamos relaxar juntos. Vou tocar Peace Piece, de Bill Evans. Espero que vocês não durmam”. A ultra civilizada e culta plateia londrina, em vez de aplaudir, fez aquele som misto de aplausos e Uh, Uh! típicos dos concertos de jazz. Melhor cidade do mundo.

Shani Diluka: Route 66 (American Piano Music)

1 China Gates
Composed By – John Adams
4:40
2 My Wild Irish Rose
Arranged By – Keith Jarrett
5:05
3 Lullaby
Composed By – Percy Grainger
5:06
4 Pas De Deux
Composed By – Samuel Barber
3:59
5 Young Birches
Composed By – Amy Beach*
2:38
6 Waltz For Debby
Composed By – Bill Evans
2:10
7 Etude No. 9
Composed By – Philip Glass
2:17
8 For Felicia Montealegre
Composed By – Leonard Bernstein
1:59
9 In A Landscape
Composed By – John Cage
6:18
10 I Love Porgy
Arranged By – Keith Jarrett
Composed By – George Gershwin
5:10
11 Interlude
Composed By – Leonard Bernstein
1:36
12 Chandeliers
Composed By – Hyung-Ki Joo
6:26
13 Danza De La Mozo Donosa
Composed By – Alberto Ginastera
3:23
14 For Aaron Copland
Composed By – Leonard Bernstein
1:06
15 Piano Blues No. 1 “For Leo Smit”
Composed By – Aaron Copland
2:22
16 Peace Piece
Composed By – Bill Evans
7:05
17 Love Walked In
Arranged By – Percy Grainger
Composed By – George Gershwin
4:29
18 What Is This Thing Called Love
Arranged By – Raphaël Merlin
Composed By – Cole Porter

Piano – Shani Diluka
Vocals – Natalie Dessay (faixa 18)

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Diluka: às vezes delicada demais, mas com alto saldo positivo

PQP

Barber (1910-1981): Symphony Nº 1; The School for Scandal Overture / Beach (1867-1944): Gaelic Symphony

Eu vou contar uma coisa pra vocês. No último domingo à tarde, eu tinha que cumprir o dever cívico de acompanhar carinhosamente — mesmo que pela TV — o SC Internacional na busca de mais um título gaúcho. (Claro que fui bem sucedido). Bem, como os nossos narradores e comentaristas são péssimos, costumo assistir as partidas de futebol ouvindo música, coisa que, aliás, refarei hoje. E coloquei dois discos de Samuel Barber para ouvir: este e o da postagem abaixo, que revalidei do Carlinus. Na verdade, de Barber só conhecia aquele Adágio para Cordas que os americanos tocam pra gente cada vez que tomam no cu.

Qual não foi a minha surpresa por ter começado a gostar da música muito mais do que do jogo. OK, isso me acontece com grande frequência, mas ver Barber ganhando do Inter era demais. Só que aconteceu e eu, que nunca minto pra vocês, sou obrigado a confessar. A Sinfonia Nº 1 tem a estrutura da Sétima de Sibelius e é excelente. The School for Scandal e a segunda sinfonia são obras de um Richard Strauss que tomou Ritalina. Nestes dois CDs que posto hoje em dois posts consecutivos (ver abaixo), o momento mais fraco é de responsabilidade da Sra. Amy Marcy Cheney Beach, da qual já ouvi obras superiores a sua Sinfonia Gaélica.

Como destaque de ambos os discos, temos que citar as duas orquestras e seus regentes. O trabalho de Järvi e da Orquestra de Detroit, assim como o de Alsop e seus escoceses no CD do post abaixo são dignos de todos os elogios.

Gostei.

Barber (1910-1981): Symphony Nº 1; The School for Scandal Overture /
Beach (1867-1944): Gaelic Symphony

1. The School for Scandal, Op. 5: The School for Scandal, Op. 5: Overture 9:03

2. Symphony No. 1, Op. 9 21:48

3. Symphony in E minor, Op. 32, “Gaelic Symphony”: I. Allegro con fuoco 11:11
4. Symphony in E minor, Op. 32, “Gaelic Symphony”: II. Alla siciliana – Allegro vivace 7:48
5. Symphony in E minor, Op. 32, “Gaelic Symphony”: III. Lento con molto espressione 12:42
6. Symphony in E minor, Op. 32, “Gaelic Symphony”: IV. Allegro di molto 9:20

Detroit Symphony Orchestra
Neeme Järvi

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Não esperava muito, mas gostei do Barber!
Não esperava muito, mas gostei do Barber!

PQP