Produção independente do Voz Ativa Madrigal, gravado no ano de 2000, este CD é composto por músicas sacras de diversos períodos da história da música, desde o Barroco até o Contemporâneo.
Um dos objetivos deste disco foi o registro de peças da música brasileira, incluindo composições do período colonial de André da Silva Gomes e Manoel Dias de Oliveira. Destaque especial para Heitor Villa-Lobos de quem o grupo foi o primeiro a receber autorização para registro de Ave Maria. Também inclui uma peça escrita especialmente para compor o repertório deste trabalho, de Robson Cavalcante. Este é o primeiro registro do PROMUSA – Projeto de Música Sacra, concebido e levado a efeito pelo Voz Ativa Madrigal. (http://www.vozativamadrigal.com.br/vam05/discos.htm#PRONOBIS)
Giuseppe Antonio Pitoni (1675-1743) 01. Christus factus est
Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) 02. Ave verum corpus 03. Laudate Dominum
André da Silva Gomes (Lisboa, 1752 – São Paulo, SP, 1844) 04. O vos omnes
Franz Schubert (1797-1828) 05. Chor der engel
Anton Bruckner (Austria, 1824-1896) 06. Ave Maria 07. Tota pulchra es Maria
Heitor Villa-Lobos (1887-1959) 08. Ave Maria 09. Ave verum
Gyorgy Deak-Bardos (1905-1991) 10. Eli! Eli!
Manoel Dias de Oliveira (São José del Rey [Tiradentes], 1735-1813) 11. Surrexit Dominus (Moteto para procissão de Domingo de Páscoa)
Robson Barata Cavalcante (1962 – ) 12. Ave Maris Stella
Pro Nobis – 2000 Voz Ativa Madrigal Maestro Ricardo Barbosa
Este CD pertence ao acervo do musicólogo Prof. Paulo Castagna. Não tem preço !!! .
Ofertórios de André da Silva Gomes Compostos em 1810 e 1811
O ofertório é um dos segmentos da Missa. Nos primórdios da Era Cristã marcava o momento no qual eram admitidos no culto os simpatizantes da nova fé que ainda não haviam sido batizados. É, pois, um momento de abertura, um convite para que novas platéias conheçam as palavras e os ensinamentos do Cristo. Santo Agostinho, em suas Confissões (séc. V), narra que testemunhou um canto baseado nos salmos ocorrido neste momento da cerimônia. Este episódio é aceito tradicionalmente como a referência mais antiga a um canto de ofertório. Diferente de outros segmentos da Missa, como o Credo e Gloria, o texto do Ofertório varia conforme a data litúrgica. Ora suas evocações exprimem o júbilo proporcionado pela onipresença do Criador, como no Ascendit Deus, ora evocam sentimentos de profunda contrição, e até alguma melancolia, caso do Meditabor. (extraído do encarte)
Ofertórios de André da Silva Gomes 01. Ad te levavi 02. Deus tu convertens 03. Benedixiste Domine 04. Confortamini 05. Laetentur coeli 06. Exaltabo 07. Scapulis suis 08. Meditabor 09. Justitiae Domine 10. Laudate Dominum 11. Confitebor tibi… In toto 12. Improperium 13. Ascendit Deus 14. Mihi autem nimis
Ofertórios de André da Silva Gomes – 1999 Madrigal UMESP – Universidade Metodista de São Paulo Regente: Fábio Henrique Silva Órgão: Paulo Augusto Soares . BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
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Música em São Paulo e Lisboa no Século XVIII Américantiga Coro e Orquestra de Câmara & Conceito Barroco
Com instrumentos de época. On period instruments.
Seguindo o mesmo princípio dos dois primeiros volumes desta Série, este disco procura contribuir para a compreensão do fenômeno da circulação cultural, sobretudo na área do estilo cultural, que ocorre entre Itália, Portugal e Brasil durante todo o século XVIII e indo ao XIX. (Ricardo Bernardes, no encarte). Mais, veja no encarte em anexo. Imperdível!!
André da Silva Gomes (Lisboa, 1752 – São Paulo, SP, 1844) 01. Missa em Sol maior a 5 vozes, cordas e trompas – 1. Kyrie eleison I
02. Missa em Sol maior a 5 vozes, cordas e trompas – 2. Christie eleison
03. Missa em Sol maior a 5 vozes, cordas e trompas – 3. Kyrie eleison II
04. Missa em Sol maior a 5 vozes, cordas e trompas – 4. Gloria in excelsis
05. Missa em Sol maior a 5 vozes, cordas e trompas – 5. Et in terra pax
06. Missa em Sol maior a 5 vozes, cordas e trompas – 6. Laudamus te
07. Missa em Sol maior a 5 vozes, cordas e trompas – 7. Gratias agimus tibi
08. Missa em Sol maior a 5 vozes, cordas e trompas – 8. Domine Deus
09. Missa em Sol maior a 5 vozes, cordas e trompas – 9. Qui tollis
10. Missa em Sol maior a 5 vozes, cordas e trompas – 10. Quoniam
11. Missa em Sol maior a 5 vozes, cordas e trompas – 11. Cum Sancto Spiritu
Frei Jesuino do Monte Carmelo (Santos, 1764 – Itú, SP, 1819) 12. Hino Pange lingua a 4 vozes e baixo contínuo
José Joaquim dos Santos (Portugal, c.1747-1801) 13. Te Deum Laudamus (1779) a 8 vozes e baixo contínuo – 1. Te Deum laudamus
14. Te Deum Laudamus (1779) a 8 vozes e baixo contínuo – 2. Tu devicto mortis
15. Te Deum Laudamus (1779) a 8 vozes e baixo contínuo – 3. Te ergo quaesumus
16. Te Deum Laudamus (1779) a 8 vozes e baixo contínuo – 4. Aeterna fac
17. Sinfonia em Ré maior (1794) cordas, oboé e tropas – 1. Allegro spirituoso
18. Sinfonia em Ré maior (1794) cordas, oboé e tropas – 2. Andante con moto
19. Sinfonia em Ré maior (1794) cordas, oboé e tropas – 3. Presto
Música em São Paulo e Lisboa no Século XVIII – 2004 Relações musicais nos séculos XVII, XVIII e XIX – Vol. III Américantiga Coro e Orquestra de Câmara & Conceito Barroco Regente: Ricardo Bernardes Gravação realizada no Mosteiro de São Bento, S. Paulo, em 2004 . BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
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Música Brasileira e Portuguesa do Século XVIII Americantiga Coro e Orquestra de Câmara
Com instrumentos de época. On period instruments.
Existem pessoas que desde cedo mostram o seu talento. Ricardo Bernardes é um caso típico. Nascido em 1976, natural de Curitiba, PR, regente e musicólogo, mestre em Musicologia pela Universidade de São Paulo (USP) está concluindo o doutorado em Musicologia na University of Texas at Austin e na Universidade Nova de Lisboa e é o foco desta postagem, pois ainda jovem e já realizou muita coisa.
Em 1995, com apenas 19 anos, criou o Americantiga Coro e Orquestra de Câmara, grupo especializado em interpretar o repertório musical brasileiro, português e hispano-americano dos séculos XVI ao início do XIX. Este grupo formado por jovens cantores e instrumentistas realiza concertos no Brasil e no exterior, possui uma trilogia em CD’s: Música Brasileira e Portuguesa do Século XVIII, lançado em 1998, Compositores Brasileiros, Portugueses e Italianos do Século XVIII, de 2002 e Música em São Paulo e Lisboa no Século XVIII, de 2004.
Ainda em 1995 realizou seu primeiro trabalho na área de musicologia escrevendo junto com Harry Crowl a reorquestração do Te Deum Laudamus do compositor pernambucano Luís Álvares Pinto, para versão gravada em CD pela Camerata Antiqua de Curitiba. Em 1999, acompanhou o trabalho de Willian Christie, diretor do grupo Les Arts Florissants durante a produção e montagem da ópera Les Indes Galants, na Ópera de Paris – Palais Garnier. Em 2000 assume a regência da Orquestra de Câmara São Paulo, em que atuará por um ano sob a direção artística de Luís Fernando Malheiro. Em 2001, participa de curso de interpretação musical de época com ênfase na produção napolitana dos séculos XVII e XVIII, ministrado por Antonio Florio e Capella della Pietà dei Turchinni, na Fundação Royaumont na França. Especializa-se na Universidade de Bari, Itália nos anos de 2001 e 2002, sob a orientação de um dos maiores musicólogos europeus, Dinko Fabris, em edição musical do repertório italiano dos séculos XVII e XVIII. Em junho de 2002, inaugura a I Temporada Américantiga de Concertos no Mosteiro de São Bento na cidade de São Paulo, realizando três programas de concertos diferentes como diretor musical do Américantiga Coro e Orquestra de Câmara.
Como musicólogo e pesquisador da FUNARTE, em 2002, coordenou a pesquisa em vários acervos musicais para a Coleção Música no Brasil – séculos XVIII e XIX , em convênios com instituições e bibliotecas do Brasil e Europa e a participação de vários pesquisadores brasileiros e realizou a digitalização das partituras das óperas Salvador Rosa e Colombo do compositor brasileiro Antônio Carlos Gomes.
Ricardo Bernardes volta a Buenos Aires nesta semana, quando irá reger e gravar com instrumentos de época, a Missa em Ré Maior do Pe. João de Deus de Castro Lobo.
O CD da presente postagem mereceu de Irineu Franco Perpétuo a seguinte apresentação no encarte: “Dentre os grupos que têm se dedicado à música colonial brasileira, o Americantiga se destaca por aplicar a este repertório, com clarividência e critério, as conquistas e descobertas interpretativas e musicológicas da assim chamada escola de “música de época”. Mais do que a qualidade rara e excepcional das jovens vozes, o Americantiga conquista pela maneira criteriosa e séria pela qual estas são postas a serviço de um repertório ainda carente de ser descoberto e, principalmente, compreendido. Todas as escolhas de interpretação estão baseadas em pesquisa musicológica de extrema erudição e acuidade, com as vaidades pessoais cedendo lugar ao rigor e precisão“.
Ainda no encarte, Harry Crowl complementa: “As obras apresentadas neste CD são o resultado de anos de pesquisa levadas a cabo em Minas, com o apoio da Universidade Federal de Ouro Preto, assim como no Rio de Janeiro e em Lisboa. Primeiramente, realizadas por mim e, em seguida também por Ricardo Bernardes, regente e diretor artístico do conjunto, que realizou incansáveis viagens ao Rio com a intenção de levantar obras inéditas do Pe. José Maurício Nunes Garcia. Temos aqui a satisfação de ver algumas das primeiras gravações mundiais de obras compostas tanto no Brasil quanto em Portugal“.
Duarte Lobo (Évora, 1565-Lisboa, 1615) 01. Pater Peccavi
Anônimo (Portugal, Séc. XVII?) 02. Pueri Hebreorum
Ignacio Parreiras Neves (Vila Rica, atual Ouro Preto, 1736-1790) 03. Oratória ao Menino Deus na Noite de Natal – 1. Coro
04. Oratória ao Menino Deus na Noite de Natal – 2. Aria a duo (soprano e contralto)
05. Oratória ao Menino Deus na Noite de Natal – 3. Aria a 3 (soprano, contralto e baixo)
06. Oratória ao Menino Deus na Noite de Natal – 4. Coro
André da Silva Gomes (Lisboa, 1752 – São Paulo, SP, 1844) 07. Veni Sancte Spiritus
João de Souza Carvalho (Estremoz, Portugal, 1745-Alentejo, 1798) 08. Stellae in Caelis Obscurantur
Francisco de Paula Miranda (S. João del Rey, séc. XVIII-XIX) 09. Laudate Dominum
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ) 10. Domine Jesu
11. Te Christe Solum Novimus (1800)
12. Te Deum (1799?)
Música Brasileira e Portuguesa do Século XVIII – 1998
Relações musicais nos séculos XVII, XVIII e XIX – Vol. I
Americantiga Coro e Orquestra de Câmara
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Orquestra Cordas de São Paulo Coro Vozes de São Paulo
A GRAVAÇÃO
Quando em fins do século XVI, Domingos Luis, o “Carvoeiro”, transladou, para as proximidades do riacho Guarepe, a capelinha de Nossa Senhora da Luz, que outrora se erguia no Piranga, não poderia imaginar o futuro papel que a construção, pequena e modesta, representaria dentro da vida paulistana.
Ninguém poderia sonhar qualquer outro destino para a ermida em que se transformou o pequenino templo e os dois cômodos vizinhos, após a morte do “Carvoeiro”.
Quando Frei Antonio de Santana Galvão, em 1774, sob o Govêrno de D. Luis Antonio de Souza Botelho e Mourão, Morgado de Mateus, iniciou no mesmo local a edificação do Recolhimento da Luz e da Igreja de Nossa Senhora da Luz, imaginou fazê-lo tão somente numa ostensiva demonstração de fé. Esse ato de fé assumiria um simbolismo muito significativo no projeto da torre, somente concluída depois da morte de Frei Galvão, ocorrida em 1822.
Mas, para o Govêrno do Estado de São Paulo, na administração do Dr. Roberto Costa de Abreu Sodré, o velho Recolhimento da Luz assume, antes de mais nada, um profundo sentido de fé na gente paulista e na nossa Cultura, cujas raízes nos sobem do período Colonial.
Através do Museu de Arte Sacra de São Paulo [recentemente visitado pelo CVL e Avicenna], preserva-se um dos mais preciosos veios de nossa Arte Religiosa e colonial, ela própria uma rica manifestação de brasilidade.
A idéia de localizar no Recolhimento da Luz o conjunto de obras de arte religiosa de início mandadas recolher por D. Duarte Leopoldo e Silva e guardadas no edifício da Cúria Metropolitana – onde não tinha condições de exibição ao público – partiu de entendimento havido entre o Coodernador da Reforma Administrativa de São Paulo, Luis Arrobas Martins, Secretário da Fazenda, e D. Agnelo Rossi, Cardeal-Arcebispo de São Paulo, entendimento esse logo prestigiado pelas autoridades competentes do Estado e da Igreja, entre os quais seria de justiça mencionar o Dr. Orlando G. Zancaner, Secretário de Cultura, Esportes e Turismo, que determinou ao Conselho Estadual de Cultura desse todo o seu apoio à reforma da ala antiga do Recolhimento para que nela se instalasse o Museu de Arte Sacra de São Paulo. O Conselho Estadual de Cultura não só conduziu a reforma e a instalação com o também mandou fazer o presente disco, comemorativo da inauguração, com a Missa do Padre André da Silva Gomes, que a compôs em São Paulo em 1781. É a primeira gravação que se fez dessa Missa, da maior importância para a História de nossa cultura, executada publicamente, também pela primeira vez, na própria cerimônia inaugural do Museu, na Igreja Nossa Senhora da Conceição da Luz, no dia 28 de maio de 1970.
O AUTOR
André da Silva Gomes, quarto mestre de capela da Sé de São Paulo, nasceu em Lisboa em dezembro de 1752, como consta do assento de batismo realizado na Freguesia de Santa Engrácia daquela cidade, sendo filho legítimo de Francisco da Silva Gomes e Inácia Rosa.
A documentação portuguesa não nos forneceu nenhuma trilha acerca do local ou país onde André tivesse desenvolvido seus estudos iniciais. Chega ao Brasil bastante jovem, com 20 anos de idade, e as condições de sua formação cultural e musical permanecem inteiramente ignoradas. O certo é que seu progresso técnico, após a chegada a São Paulo com o terceiro bispo, Dom Manuel da Ressurreição, em princípios de 1774, é flagrante ao compararmos as suas primeiras composições com a presente obra, de aproximadamente 1785-90. O período áureo da produção musical em São Paulo colônia coincide com as atividades de André da Silva Gomes na Sé. Seu brilhantismo e nível artístico absorvem, sem concorrência – o que apresenta um quadro sui generis – os serviços musicais mais importante da Capital como os da Sé, Câmara, Irmandades do Santíssimo Sacramento e do Carmo. Sua obra, porém, realiza-se sobre pobre contexto técnico-musical historicamente acumulado, ausente categorias numerosas de músicos profissionais, cantores e instrumentistas. Cantores adultos são formados e utilizados no culto somente com André e são geralmente sacerdotes e seminaristas. Antes dele, seu antecessor no cargo, Antonio Manso da Mota, proveniente da Bahia, já dedicara seus momentos à edificação de um substrato até então modesto lecionando meninos, “aprendizes da Solfa”, intuindo que em São Paulo, ausente do meio o elemento músico, jamais se superariam as limitações que obstaculizavam a expansão e o desenvolvimento da arte musical. Antonio Manso provinha de Portugal e em São Paulo desenvolve o ensino mantendo agregados e adotando inúmeras crianças que inicia na arte musical, sendo por eles assessorado, secundado e substituído. Sua vida e trabalho em São Paulo prolongam-se de 1774 a 1823, datando deste ultimo ano sua composição mais recente por nós descoberta dentre mais de centenas do acervo da antiga Sé. Incompatibilizara-se sua estilística com um meio impregnado das inovações do bel-canto e da facilidade rossiniana. Mas é certo que obras suas continuam a ser executadas e recopiadas sem solução de continuidade até adentrado o século XX.
André da Silva Gomes faleceu ao 18 de junho de 1844, com 92 anos, após vinte e um anos de vida reclusa.
A OBRA
A descoberta, a restauração e edição desta obra é um trabalho que complementará a nossa tese de doutorado “A Música na Matriz e Sé de São Paulo Colonial”, onde é abordada a história musical naquele templo até a época da independência política do Brasil, processo que culminou com o desempenho, no mestrado de capela, de André da Silva Gomes.
O protótipo usado para a restauração desta Missa, composta de Kyrie e Gloria, de aproximadamente 1785, é um manuscrito original autógrafo da qual não foi encontrada nenhuma cópia, contemporânea ou posterior. Os solos nela contidos parecem ter sidos executados, à época, com mais freqüência do que o restante da obra, dada a figuração externa das partes.
Ressaltemos nela o cultivo do estilo contrapontístico (Kyrie II, fuga a 8 vozes; Cum Sancto Spiritu: fugato), o rigor da escritura alternada de dois coros (Gloria e Domine Deus) e o tratamento instrumental concebido não apenas como mero reforço tímbrico e de mantenimento das partes vocais; a riqueza harmônica, inclusive na exploração de retardos e antecipações atrevidos (Et in terra). O contínuo caminha de forma barroca – cifrado abundante – mesmo que em momentos esteja o baixo de Alberti para conferir à escritura uma natureza galante acompanhando o cantabile. A presença dos trompetes é valorizada discreta e eficientemente na textura, conferindo à peça um barroco brilhantismo. A riqueza melódica e até exuberante (Laudamus, Qui tollis, Quoniam) e, a par da contrapontística, confere à obra grande variedade, secundada pela variação tonal das unidades. A alternância de caráter (Christe entre os dois Kyrie, Gratias, largo, seguido pelo Domine Deus, caminhante, vivo, entusiástico, por sua vez seguido pelo lânguido e “troppo afectuozo” Qui tollis), integra-se também na exploração tímbrica das vozes onde os baixos têm destacado desempenho. Aquela alternância esta presente da mesma forma em certas seções em que a dinâmica e articulação são manuseadas com muita imaginação e efeito.
Não podemos fundamentar documentalmente nenhum eventual intercambio de André com compositores e obras brasileiras da época; sua estilística mesmo, não parece haver sofrido deles influência. Se tentarmos sua integração em grupos e/ou tendências estilísticas, trata-se de realizar análises exaustivas, a que vimos procedendo, sem o que arrisca-se de superficialidade. Entrementes, ao público definição e consagração.(Régis Duprat, 1970, extraído do corpo do LP original)
Palhinha: ouça Missa a Oito Vozes & Instrumentos – 10. Qui Tollis – Troppo Affettuoso enquanto aprecia a Madonna, retratada pelos grandes mestres da pintura.
Missa a Oito Vozes & Instrumentos (c. 1785)
André da Silva Gomes (Lisboa, 1752 – São Paulo, SP, 1844) Missa a Oito Vozes & Instrumentos – 1. Kyrie I – Moderato
Missa a Oito Vozes & Instrumentos – 2. Christe – Andante
Missa a Oito Vozes & Instrumentos – 3. Kyrie II – Fuga A 8
Missa a Oito Vozes & Instrumentos – 4. Gloria I – Allegro
Missa a Oito Vozes & Instrumentos – 5. Et In Terra – Un Poco Largo
Missa a Oito Vozes & Instrumentos – 6. Gloria II – Allegro
Missa a Oito Vozes & Instrumentos – 7. Laudamus – Amoroso
Missa a Oito Vozes & Instrumentos – 8. Gratias – Largo
Missa a Oito Vozes & Instrumentos – 9. Domine Deus – Allegro
Missa a Oito Vozes & Instrumentos – 10. Qui Tollis – Troppo Affettuoso
Missa a Oito Vozes & Instrumentos – 11. Quoniam – Larghetto
Missa a Oito Vozes & Instrumentos – 12. Cum Sancto Spiritu – Fugato
Orquestra Cordas de São Paulo & Coro Vozes de São Paulo – 1970
Regente: Júlio Medaglia
Preparação dos coros: Alexandre Pascoal
Esther Fuerte Wajman e Edmar Ferretti – sopranos
Marilena Tavares de Oliveira – contralto
Elias Moreira da Silva – tenor
Tarcísio do Nacimento – baixo
Gravações originais realizadas em sistema analógico no ano de 1970, reeditadas digitalmente em 2000.
Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridade.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafectos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário-geral do coral.
As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa…
Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana, que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade.
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade.
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial!
Mário de Andrade
14º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga de Juiz de Fora 2003
Com instrumentos de época. On period instruments.
A instauração de bispado em São Paulo e a fundação e construção da Sé no lugar da antiga matriz impulsionaram a atividade musical, com Alvará do Rei, de 6 de maio de 1746, criando ali os cargos de mestre-de-capela, organista e moços do coro. André da Silva Gomes, quarto mestre-de-capela da Sé de São Paulo, nasceu em Lisboa no mes de dezembro de 1752, como consta do assento de seu batismo realizado na freguesia de Santa Engrácia, daquela cidade, sendo filho legítimo de Francisco da Silva Gomes e Inácia Rosa. A documentação portuguesa não nos ofereceu nenhuma trilha para estabelecermos o local ou instituição em que Silva Gomes pudesse ter desenvolvido seus estudos musicais, já que seu nome não consta da documentação que restou do Seminário Patriarcal de Lisboa, onde lecionou o compositor José Joaquim dos Santos com quem Silva Gomes afirma, em seu Tratado da Arte Explicada de Contraponto, ter estudado.
André da Silva Gomes veio para Sao Paulo, em março de 1774, com o terceiro bispo da cidade, Dom Manuel da Ressurreição, que o trouxe como mestre-de-capela em sua comitiva. Teve como antecessores no cargo, Matias Álvares Torres, Antonio de Oliveira e Antonio Manso da Mota e, como eles, sua função era compor, ensaiar e executar a sua música nos ofícios da Sé e ensinar a juventude. De fato, Silva Gomes aplica-se ao ensino mantendo agregados que inicia na arte musical, sendo por eles assessorado, secundado e depois sucedido. Sua vida e trabalho em São Paulo prolongam-se de 1774 a 1823, sendo dessa última data sua composição mais recente, por nós reconhecida, a Missa de Natal, em sol maior, para ser executada na igreja da Freguesia de Cotia, constante do acervo de obras da antiga Sé, e por nos editada e executada inúmeras vezes a partir de 1978.
O período áureo da produção musical em São Paulo colonial coincide com as atividades de André da Silva Gomes na Sé. Seu brilhantismo e nível artístico absorvem, sem concorrência o que apresenta um quadro sui-generis os serviços musicais mais importantes da capital, como as da Sé, as festas oficiais da Câmara, e as das irmandade do Santíssimo Sacramento, de São Francisco e do Carmo. A “Missa a 8 vozes e instrumentos“, em Mi-bemol, integra, sob o nº 031, o Catálogo de obras de André da Silva Gomes, de aproximadamente 1785, e é composta de Kyrie e Gloria. É um manuscrito original autógrafo, com os frontispícios assinados pelo autor, e do qual não encontramos nem uma cópia, nem no todo nem nas partes, contemporânea ou posterior. O documento integra o arquivo da Cúria Metropolitana de Sao Paulo e suas partes solistas, desgastadas, parecem ter sido executadas, na época, com mais frequência do que o restante da obra.
Restauramos e editamos essa Missa em 1966, pela Universidade de Brasília e foi gravada e executada pela primeira vez no selo Festa, em 1970, produzido por Irineu Garcia. Composta de Kyrie e Gloria, com duração aproximada de 45 minutos e requerendo a participação de cantores solistas, essa Missa é solidamente estruturada, com escritura clara e economia de meios, riqueza de vocabulário e resultados sonoros incisivos. Nos seus 12 segmentos o autor explora uma fórmula cadencial de nove tonalidades e cultiva o estilo contrapontístico (Kyrie II: fuga a 8; Cum Sancto Spiritu: fugado), a escritura alternada de dois coros e o tratamento instrumental não concebido como mero reforço tímbrico das partes vocais; a riqueza harmônica que lhe é peculiar atinge no Et in terra, complexa elaboração nas notas de passagem, antecipações e retardos, e no cruzamento das vogais fechadas e abertas entre os dois coros, com resultados tímbricos fortemente expressivos.
O contínuo caminha de forma barroca, com cifrado abundante, ainda que não ausente da peça, o baixo de Alberti nos momentos em que o cantabile requer uma escritura mais ligeira. A presença dos trompetes confere à peça um barroco brilhantismo, especialmente no Gloria. A versatilidade melódica é até exuberante (Laudamus, Qui tollis e Quoniam) e, a par da contrapontística empresta à obra grande variedade, secundada pela diversificação tonal das unidades que a compõem. A alternância e contraste de caráter (Christe entre os dois Kyrie; Gratias, largo, seguido pelo Domine Deus, caminhante, vivo, triunfante, seguido pelo lânguido e “troppo afectuozo” Qui tollis), integra-se também na exploração tímbrica das vozes onde os baixos têm destacado temperamento. Aquela alternância está presente da mesma forma em certas seções em que dinâmica e articulação são manuseadas com imaginação, criatividade e efeito. Esta missa, de feitura irreprochável, é, seguramente, uma das obras mais monumentais escritas no período colonial brasileiro.
(Régis Duprat, julho de 2003 – extraído do encarte)
Johann Sebastian Bach (1685-1750) Cantata BWV-97 – In Allen Meinen Taten (Em Todas As Minhas Ações) 1. Coro Cantata BWV-97 – In Allen Meinen Taten (Em Todas As Minhas Ações) 2. Aria Cantata BWV-97 – In Allen Meinen Taten (Em Todas As Minhas Ações) 3. Recitativo Cantata BWV-97 – In Allen Meinen Taten (Em Todas As Minhas Ações) 4. Aria Cantata BWV-97 – In Allen Meinen Taten (Em Todas As Minhas Ações) 5. Recitativo Cantata BWV-97 – In Allen Meinen Taten (Em Todas As Minhas Ações) 6. Aria Cantata BWV-97 – In Allen Meinen Taten (Em Todas As Minhas Ações) 7. Duetto Cantata BWV-97 – In Allen Meinen Taten (Em Todas As Minhas Ações) 8. Aria Cantata BWV-97 – In Allen Meinen Taten (Em Todas As Minhas Ações) 9. Choral
Georg Freidrich Händel (1685 – 1759) Concerto Grosso Op.3 N.4 – 1. Ouverture Concerto Grosso Op.3 N.4 – 2. Andante Concerto Grosso Op.3 N.4 – 3. Allegro Concerto Grosso Op.3 N.4 – 4. Allegro
André da Silva Gomes (Lisboa, 1752 – São Paulo, SP, 1844) Missa a 8 Vozes e Intrumentos – 1.Kyrie
Missa a 8 Vozes e Intrumentos – 2. Christie
Missa a 8 Vozes e Intrumentos – 3. Kyrie
Missa a 8 Vozes e Intrumentos – 4. Gloria
Missa a 8 Vozes e Intrumentos – 5. Et In Terra
Missa a 8 Vozes e Intrumentos – 6. Gloria
Missa a 8 Vozes e Intrumentos – 7. Laudamus
Missa a 8 Vozes e Intrumentos – 8. Gratias
Missa a 8 Vozes e Intrumentos – 9. Domine Deus
Missa a 8 Vozes e Intrumentos – 10. Qui Tollis
Missa a 8 Vozes e Intrumentos – 11. Quoniam
Missa a 8 Vozes e Intrumentos – 12. Cum Sanctu Spiritu
14º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga de Juiz de Fora – 2003
Orquestra Barroca
Regente: Luis Otávio Santos
13º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga de Juiz de Fora 2002
Com instrumentos de época. On period instruments.
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13º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga de Juiz de Fora – 2002
Orquestra Barroca
Maestro Luis Otávio Santos . BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
XLD RIP | FLAC 394,2 MB | HQ Scans 10,9 MB |
Fundado em 1995 por Ricardo Bernardes, o Americantiga é um conjunto especializado em música brasileira, hispano-americana, portuguesa e italiana dos séculos XVIII e princípios do XIX. Com diferentes formações e enfoques interpretativos, o trabalho tem procurado a execução historicamente informada com o uso de instrumentos de época. Nos últimos anos tem realizado concertos nos Estados Unidos, Brasil, Paraguai, Argentina e Bolívia. Muitos desses concertos foram organizados por embaixadas e consulados brasileiros com o objetivo de difundir esta importante e pouco conhecida produção musical. Em sua discografia já se encontram quatro CDs e um DVD a ser lançado brevemente. O Americantiga tem sido elogiado pela crítica e público como um dos mais sólidos e ativos conjuntos de música antiga no terreno do repertório Luso-Brasileiro. A presente gravação foi realizada contando com excelentes músicos argentinos, no Palácio Pereda, sede da Embaixada do Brasil em Buenos Aires. (texto extraído do encarte)
André da Silva Gomes (Lisboa, 1752 – São Paulo, SP, 1844) 01. Stabat Mater Para 4 Vozes, Flauta, Cordas e Continuo – 1: Stabat Mater
02. Stabat Mater Para 4 Vozes, Flauta, Cordas e Continuo – 2: Eia Mater
03. Stabat Mater Para 4 Vozes, Flauta, Cordas e Continuo – 3: Quando Corpus
04. Stabat Mater Para 4 Vozes, Flauta, Cordas e Continuo – 4: Amen
José Rodriguez Dominguez de Meirelez (séc. XIX, Pitanguí, MG) 05. Oh Lingua Benedicta Para Soprano Solo, Cordas e Continuo
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ) 06. Tota Pulchra Es Maria Para 4 Vozes, Flauta, Cordas e Continuo
José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (Vila do Príncipe, 1746- Rio de Janeiro, 1805) 07. Ego Enim (Verso Das Matinas De Quinta-Feira) Para Contralto Solo, Cordas e Continuo
Jerônimo de Souza “Queiroz” (Late 18c – 1826) 08. O Patriarca Pauperum Para Tenor Solo, 2 Flautas, Trompas, Cordas e Continuo
Frei Jesuino do Monte Carmelo (Santos, 1764 – Itú, SP, 1819) 09. Ladainha Em Sol Menor Para 4 Vozes e Continuo
10. Pange Lingua, Para 4 Vozes, Cordas e Continuo
Antonio Leal Moreira (1758-1819) 11. Te Deum 1778 Para 4 Vozes, Trompas, Cordas e Continuo – 1: Te Dominum
12. Te Deum 1778 Para 4 Vozes, Trompas, Cordas e Continuo – 2: Te Gloriosus
13. Te Deum 1778 Para 4 Vozes, Trompas, Cordas e Continuo – 3: Tu Devicto
14. Te Deum 1778 Para 4 Vozes, Trompas, Cordas e Continuo – 4: Te Ergo Quaesumus
15. Te Deum 1778 Para 4 Vozes, Trompas, Cordas e Continuo – 5: Aeterna Fac
16. Te Deum 1778 Para 4 Vozes, Trompas, Cordas e Continuo – 6: In Te Domine
Brasil XVIII – XIX – Música em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais em Fins do Século XVIII – 2009
Americantiga Ensemble
Conductor: Ricardo Bernardes
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MP3 320 kbps – 124,1 MB – 58 min powered by iTunes 12.5.1
Nossos agradecimentos por nos terem enviado este CD.
Música Sacra Paulista – vol 1 André da Silva Gomes 1980
Stabat Mater
A partitura do Stabat Mater foi restaurada entre 1970 e 1974 a partir de um protótipo manuscrito de Manoel José Gomes, de 1831, (foto abaixo), depositada no Arquivo Carlos Gomes, de Campinas. Não dispomos de nenhuma referência documental para datar a sua composição. Aqui, igualmente, o estudo de dezenas de manuscritos do autor e ánalise de inúmeros pormenores do processo composicional conduzem-nos a situar a época de sua composição entre 1785 e 1800, isto é, o último quartel do século XVIII.
O texto latino do Stabat Mater é tratado pelo autor com ligeiras variantes encontradas em edições do século XVIII. Compreende vinte estrofes com versos septissílabos cuja autoria é atribuída a Jacopone da Todi (1230-1306) e muito tardiamente incorporadas aos livros litúrgicos, integrando o Missal Romano como uma Sequentia, apenas em 1727. André da Silva Gomes musicou as estrofes de 1 a 10, saltando as de 11 a 14 retornando às de número 15 a 20. Além de pequenas variantes nas estrofes 4, 17 e 18, o autor adota uma variante completa na de número 19. Mantivemos o texto original da partitura conservando as variantes não só por fidelidade à obra e não ao texto poético medieval como também porque sua correção afetaria seriamente a prosódia dos trechos em questão, sobretudo as estrofes 17 e 19.
Moteto da Imaculada Conceição
O Moteto da Imaculada Conceição é uma obra composta provavelmente na década de 1780 e partimos, para sua restauração, de um manuscrito do autor, depositado no Arquivo da Cúria Metropolitana de São Paulo; o instrumental usado é modesto: violinos, trompetes e orgãos. Aliás, o franco destaque vocal, ainda quando está presente o acompanhamento instrumental, é uma tradição dos mestres europeus que cultivaram o moteto clássico até o século XVI. A riqueza tímbrica e harmônica aliada à maestria do autor no domínio da escritura, no tratamento das texturas, no uso versátil do âmbito geral das tessituras, dos graves dos baixos aos agudos dos sopranos, minimizam flagrantemente a ausência de uma orquestra superdimensionada, condição importante para o romântico século XIX que ia despontar.
O título da obra no original é: Moteto per violini/ Trombe, e quatro voce / col due Soprani di / Concerto / Per Festo deglimaculata Concezione / di Maria Ssma / Di Andrea da Silva Gomes.
A obra é tripartida: um Moderato, um Allegro e um Cantabile, para finalizar com um retorno ao Allegro intermediário. A escritura do Moderato é coral-harmônica, com parcos solos. O Allegro está construído sobretudo em escritura fugada e imitativa polifônica e o Cantabile é um dueto para dois sopranos, justificando o titulo geral. (Texto de Régis Duprat, encontrado no LP, 1980)
André da Silva Gomes (Lisboa, 1752 – São Paulo, SP, 1844) 01. Stabat Mater: 1.Maestoso
02. Stabat Mater: 2.Presto
03. Moteto da Imaculada Conceição: 1.Moderato
04. Moteto da Imaculada Conceição: 2.Allegro
05. Moteto da Imaculada Conceição: 3.Cantabille
06. Moteto da Imaculada Conceição: 4.Allegro
Música Sacra Paulista – vol. 1 – 1980
Madrigal e Orquestra São Paulo Pró Música
Regência: Maestro Jonas Christensen
LP digitalizado por Avicenna
Brasilessentia Grupo Vocal e Orquestra Regente: Vitor Gabriel
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Missa em Si bemol, a 5 vozes e orquestra, c. 1800 (Cat.Temat. Regis Duprat, nº 40) – Transcrição musicológica: Vitor Gabriel
Chegaram até nós 18 missas compostas por André da Silva Gomes, sete das quais, em cópias posteriores, são de difícil datação.
A Missa a 5 vozes, transcrita por Vitor Gabriel, é uma copia de Manoel José Gomes, datada de 1831. Manoel José Gomes, pai de Antônio Carlos Gomes, nosso maior compositor lírico do século XIX, é autor de inúmeras cópias de compositores do período colonial brasileiro. Os manuscritos dessa Missa integram o acervo de manuscritos musicais do Museu da Inconfidência de Ouro Preto (Catálogo Duprat-Baltazar, n° 269, de Manuscritos do Museu da Inconfidência de Ouro Preto, e Catálogo Duprat, n° 40, das obras de André da Silva Gomes). Assim consta de seu título: Missa a 5 vozes dois violinos Trompas/i Basso; pelo Sr. Te. Coronel Andre/da Silva Gomes/De/Manoel José Gomes. (extraído do encarte).
Noturnos de Natal, 1774 (Cat.Temat. Regis Duprat, nº 20) – Transcrição musicológica: Rogério Duprat
No conjunto da obra de André da Silva Gomes os Noturnos de Natal aqui apresentados são obra de juventude; escreveu-os com cerca de 22 anos, recém investido nas funções de mestre-de-capela da Sé de São Paulo. O título original diz: Noturno/In festo Nativitatis Domini/Di Andrea da Sª Gomes.
As Matinas, ou Noturnos de Natal, assim chamados porque eram executados na madrugada do dia de Natal, contém oito Responsórios, todos tripartidos em Allegro, Fugato e Andante. (extraído do encarte).
André da Silva Gomes (Lisboa, 1752 – São Paulo, SP, 1844) 01. Missa a 5 vozes (c. 1800) 01. Kyrie eleison
02. Missa a 5 vozes (c. 1800) 02. Christe eleison
03. Missa a 5 vozes (c. 1800) 03. Kyrie eleison
04. Missa a 5 vozes (c. 1800) 04. Glória in excelsis/Et in terra pax
05. Missa a 5 vozes (c. 1800) 05. Laudamus
06. Missa a 5 vozes (c. 1800) 06. Gratias
07. Missa a 5 vozes (c. 1800) 07. Domine Deus
08. Missa a 5 vozes (c. 1800) 08. Qui tollis
09. Missa a 5 vozes (c. 1800) 09. Quoniam
10. Missa a 5 vozes (c. 1800) 10. Cum Sancto Spiritu
11. Noturnos de Natal (1774) 1º Responsório
12. Noturnos de Natal (1774) 2º Responsório
13. Noturnos de Natal (1774) 3º Responsório
14. Noturnos de Natal (1774) 4º Responsório
15. Noturnos de Natal (1774) 5º Responsório
16. Noturnos de Natal (1774) 6º Responsório
17. Noturnos de Natal (1774) 7º Responsório
18. Noturnos de Natal (1774) 8º Responsório
Música do Brasil Colonial – 2004
Brasilessentia Grupo Vocal e Orquestra
Regente: Vitor Gabriel .
Música na Catedral de São Paulo Brasilessentia Grupo Vocal Vitor Gabriel, regente
Orquestra de Câmara da UNESP Ayrton Pinto, diretor artístico
As obras aqui gravadas representam uma mostra das mais de 450 composições referentes à Série Manuscritos Musicais dos Séculos XVIII-XIX da Seção de Música do Arquivo da Cúria Metropolitana de São Paulo (ACMSP), que pertenceram ao antigo arquivo musical da Catedral, selecionadas e transcritas pela equipe responsável por sua organização e catalogação.
O acervo musical preservado no Arquivo da Cúria Metropolitana começou a ser constituido na Catedral de São Paulo em 1774, quando da chegada do compositor português André da Silva Gomes (1752- 1844), para exercer a função de mestre de capela. Até as primeiras décadas do séc. XIX, predominaram no arquivo as cópias do próprio A. S. Gomes e, em menor número, as dos músicos Floriano da Costa e Silva e Antonio Joaquim de Araújo, surgindo, como copistas predominantes, em meados deste século, os mestres de capela Antonio José de Almeida e Joaquim da Cunha Carvalho. A maioria das obras copiadas até essa fase filia-se, esteticamente, à música religiosa europeia da segunda metade do séc. XVIII e de inícios do séc. XIX, relacionada, sobretudo, ao repertório musical da Sé Patriarcal de Lisboa naquele periodo.
O jornal Correio Paulistano informava, em 01/10/1861, que o repertório da Catedral carecia de renovação e que lá ainda se ouviam músicas do tempo de D. José I (1750-1777) e de D. João VI (1792-1821), como as de André da Silva Gomes, Marcos Portugal (1762-1830) e José Maurício Nunes Garcia (1767-1830), considerando a única música progressista da cidade, naquele momento, a militar … Na segunda metade do séc. XIX, entretanto, o arquivo da Catedral foi ampliado, pela incorporação de uma grande quantidade de cópias feitas por músicos locais (a maioria delas por João Nepomuceno de Souza) ou então trazidas de outras regiões brasileiras e do exterior, a maioria ligada ao estilo operístico italiano do séc. XIX. Em 25/01/1864, na festa do padroeiro da cidade, os moços do coro da Catedral, membros da Sociedade Musical Paulistana e o organista Hermenegildo José de Jesus, regidos por Antonio José de Almeida e pelo então mestre de capela Joaquim da Cunha Carvalho, executaram obras sacras recém trazidas de Roma pelo Cônego Joaquim do Monte Carmelo.
É muito provável que, na transição do século XIX para o XX, grande parte desse arquivo ainda estivesse na Catedral de São Paulo. Parte dos manuscritos relacionados ao arquivo pode ter permanecido com músicos particulares. Cópias realizadas por músicos que atuaram nessa igreja, como André da Silva Gomes, Romualdo Freire Vasconcelos, Antonio José de Almeida, Floriano da Costa e Silva, por exemplo, foram preservadas no Arquivo Veríssimo Glória (músico que trabalhou em São Paulo no inicio do séc. XX), atualmente de propriedade do musicólogo Regis Duprat. Provavelmente pela perda de interesse da maior parte do repertório sacro dos séculos XVIII e XIX, decorrente da tendência de depuração do “funesto influxo que sobre a arte sacra exerce a arte profana e teatral“, regulamentada no Motu Proprio (1903) do Papa Pio X, as obras remanescentes do arquivo musical foram retiradas da Catedral em inícios do século XX. Recolhido na Cúria Metropolitana, então na Praça Clóvis Bevilacqua, lá permaneceu até sua transferência para o atual espaço no bairro do Ipiranga, inaugurado em 30/ 11/1984.
Furio Fransceschini (1880-1976), mestre de capela desde 1908, não conheceu integralmente o arquivo musical, nem na Catedral nem na Cúria. Entretanto, no concerto que organizou em homenagem ao centenario da morte de José Maurício Nunes Garcia em 16/12/1930, na Igreja de Santa Ifigênia (onde então funcionava a Sé, pois fora demolida a antiga Catedral), Franceschini incluiu no programa o hino Ave maris stella de André da Silva Gomes, para 4 vozes e órgão, cujo manuscrito autógrafo localizou no Arquivo da Cúria, em uma caixa com 17 composições, organizada entre 1929-30. Esta e outra caixa com 14 peças resultaram da iniciativa de Francisco de Salles Collet e Silva, primeiro diretor do Arquivo (1918-1934), de organizar o antigo arquivo musical da Catedral, dedicando-se apenas a algumas obras, provavelmente às que ainda encontrassem função nas concepções de música sacra estabelecidas no século XX.
Se Collet e Silva chegou a planejar uma organização para o acervo musical do Arquivo da Cúria, infelizmente não chegou a empreendê-la em sua totalidade: até a década de 60, receberam número de catálogo mais alguns manuscritos e cerca de 30 volumes de música litúrgica, impressos nos sécs. XIX e XX. Clóvis de Oliveira, que em 1946 escreveu a primeira monografia sobre André da Silva Gomes (publicada em 1954), não conhecia nenhum outro manuscrito com música desse mestre de capela no Arquivo da Cúria, além do citado Ave maris stella.
Foi somente no final da década de 50 que o musicólogo Francisco Curt Lange tomou conhecimento do importante material ali existente. Interessado no desenvolvimento das pesquisas em acervos musicais paulistas, Curt Lange estimulou Regis Duprat a iniciar em 1959, seus estudos no Arquivo da Cúria Metropolitana de São Paulo. Duprat começou sua pesquisa pioneira no Arquivo da Cúria em 1960, publicando um catálogo de obras, de André da Silva Gomes em seu livro Música na Sé de S.P. Colonial (São Paulo: Paulus, 1995).
Transferido para o Ipiranga em 1984, juntamente com a documentação referente ao Bispado de São Paulo, os manuscritos musicais ali chegaram sem qualquer organização, enquanto os livros litúrgicos se dispersaram da cota original. Por iniciativa do Chefe do Arquivo, Jair Mongelli Jr., entre 1987-88, os manuscritos foram empacotados em 16 volumes, sem ordem definida, assim permanecendo até maio de 1996, quando iniciamos sua organização. Nessa época, constituimos a Equipe de Organização e Catalogação da Seção de Música do ACMSP – formada pelos pesquisadores Paulo Castagna (coordenador), Fabio del’ Antonio Taveira, Fernando Pereira Binder, Ivan Chaves Nunes e pelo Maestro Vitor Gabriel – equipe que também trabalhou para a realização desta gravação. (Paulo Castagna e Vitor Gabriel, extraído do encarte, 1998)
Sigismund Ritter von Neukomm (1778-1858)
Libera me (para a Absolvição e Inumação na Missa dos Mortos) 01. 1. Libera me
02. 2. Tremens factus
03. 3. Quando caeli – Dies illa
04. 4. Requiem
05. 5. Libera me
06. 6. Kyrie
07. 7. Requiescat Pietro Terziani (Roma, 1765-1831) 08. Mihi autem nimis (Ofertório da Missa de Santo André Apóstolo) José Alves (Portugal, sec. XVIII)
Dixit Dominus (Salmo 109) 09. 1. Dixit Dominus
10. 2. Donec ponam
11. 3. Juravit Dominus
12. 4. Tu es sacerdos
13. 5. Gloria Patri
14. 6. Sicut erat José Gomes Veloso (Portugal, séc. XVIII)
Iste sanctus (Anfífona de Magnificat das Primeiras Vésperas de um Mártir, fora do Tempo Pascal) 15. 1. Dixit Dominus
16. 2. Et a verbis impiorum
17. 3. Fundatus enim José Joaquim dos Santos (Portugal, c.1747-1801)
Lauda Sion (Sequência da Missa da Festa do Corpo de Deus) 18. 1. Lauda Sion Salvatorem
19. 2. Sub diversis speciebus
20. 3. Amen André da Silva Gomes (Lisboa, 1752 – São Paulo, SP, 1844)
Confitebor Tibi Domine (Salmo 110) 21. 1. Confitebor Tibi Domine
22. 2. Sanctum et terribile
23. 3. Intellectus bonus
24. 4. Gloria Patri
25. 5. Sicut erat André da Silva Gomes (Lisboa, 1752 – São Paulo, SP, 1844) 26. O vos omnes (Moteto para o depósito da Imagem do Senhor dos Passos) Anônimo (Séc. XVIII)
Procissão do Enterro (Para Sexta-feira Santa) 27. 1. Heu! Heu!
28. 2. Pupilli facti sumus
29. 3. Cecidit corona
30. 4. Spiritus cordis
31. 5. Æstimatus sum
32. 6. Sepulto Domino
33. 7. In pace factus est
34. 8. In pace in idipsum
35. 9. Caro mea Antônio José de Almeida (S. Paulo, 1816-1876) 36. Música para Verônica, na Procissão do Enterro de Sexta-feira Santa – O vos omnes Antônio José de Almeida (S. Paulo, 1816-1876)
Ladainha de Nossa Senhora 37. 1. Kyrie eleison
38. 2. Pater de cælis
39. 3. Sancta Maria
40. 4. Sancta Virgo
41. 5. Mater divinæ
42. 6. Mater castissima
43. 7. Mater intemerata
44. 8. Regina angelorum
45. 9. Regina prophetarum
46. 10 Agnus Dei Manuel José Gomes (SP, 1792-1868)
Ária para o Pregador 47. 1. Veni Creator Spiritus
48. 2. Amen
Música na Catedral de São Paulo – 1998
Brasilessentia Grupo Vocal, Vitor Gabriel, regente
Orquestra de Câmara da UNESP, Ayrton Pinto, diretor artístico . BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
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André da Silva Gomes – (1752 – 1844) Brasilessentia Grupo Vocal e Orquestra Vitor Gabriel, regente Elisa Freixo, órgão
Com o apoio do Centro de Estudos e Pesquisa da Música Brasileira, da Sociedade Brasileira de Musicologia e do Selo Paulus, comemora-se, com este lançamento, o sesquicentenário da morte do compositor luso-brasileiro André da Silva Gomes (1752- 1844), mestre-de-capela da Sé de São Paulo durante 50 anos, a partir de 1774.
É tradição medieval da Europa católica o nomear mestre-de-capela para dirigir e compor a música nas igrejas catedrais ou matrizes, ao qual se atribuía ensinar a “solfa”, no linguajar da época, mantendo escola pública de música para a edificação da juventude. Essa tradição transferiu-se da Península Ibérica para a América e logo no primeiro século da colonização as povoações com maior densidade populacional já contavam com um mestre-de-capela nas igrejas principais. Esse profissional exercia suas funções por provisão do bispo ou da autoridade eclesiástica maior, geralmente por tempo de um ano, renovável a critério da mesma autoridade. No Brasil, a documentação referente à musica nos oferece indicações antigas sobre essa atividade, porém até hoje não se descobriram manuscritos musicais anteriores ao século XVIII.
A Matriz de São Paulo tornou-se Sé em 1745 com a criação do Bispado. Até aquela data subordinava-se ao Bispado do Rio de Janeiro que nomeava seus mestres-de-capela, mas as provisões incidiam sempre sobre músicos de São Paulo. Em 1774, com o terceiro bispo da cidade, Dom Manuel da Ressurreição, chega a São Paulo o mestre-de-capela André da Silva Gomes. Nascido em Lisboa, em 1752, e provido no cargo “pela ciência da música, no canto de órgão e contraponto”, como diz um documento da época. Confiou-se-lhe o cargo para que reorganizasse o coro e o serviço musical da Sé, dando-Ihe um nível compatível com o das outras catedrais do reino.
Suas composições multiplicam-se a partir de 1774. Por 50 anos exerceu as funções de mestre-de-capela em São Paulo, tanto na Sé como em diversas irmandades da cidade e nas festas reais patrocinadas pelo Senado da Câmara, especialmente nas festas do Corpus Christi, do Anjo Custódio do Reino, da Visitação de Santa Isabel e de São Sebastião. Dirigiu ainda a corporação musical do I Regimento de Infantaria de Milícias da capital, onde ascendeu a patente de Tenente-Coronel. Dele restaram-nos cerca de 130 obras musicais religiosas, muitas das quais já executadas em concertos, tanto no Brasil como no Exterior, e gravadas após restauração e transcrição moderna.
Quarto mestre-de-capela da Sé, André da Silva Gomes foi, também, Mestre Régio de Gramática Latina e integrou, como representante da Instrução Pública, o Governo Provisório estabelecido em São Paulo a 23 de julho de 1821 em consequência de um movimento liberal que instaurou em Portugal o sistema constitucional. Desse governo tambem fizeram parte os irmãos Andrada e Silva. Enquanto viveu, André da Silva Gomes foi a personalidade musical mais destacada em São Paulo, ombreando-se com seus contemporâneos no Brasil, como o padre José Maurício Nunes Garcia, Lobo de Mesquita, Luis Álvares Pinto, Francisco Gomes da Rocha, Marcos Coelho Neto e tantos outros.
Por ocasião da proclamação da independência do Brasil, Dom Pedro I, adentrando a cidade de Sao Paulo com sua comitiva dirigiu-se à Sé onde foi cantado um Te Deum composto e regido por André da Silva Gomes. De suas composições hoje conhecidas e que localizamos em 1960, as primeiras datam de 1774, ano de sua chegada a São Paulo, e as últimas são de 1823. Dentre elas citamos 18 Missas, 38 Salmos, 14 ofertórios, 10 Matinas, 8 Motetos, 3 Te Deum, 10 Hinos,4 Sequências e 22 obras para a Semana Santa. Formou muitos discípulos, criou inúmeros filhos adotivos, aos quais tambem ensinou a arte da música, e escreveu uma Arte Explicada do Contraponto, tratado de 150 páginas manuscritas, recentemente localizado em São Paulo pelo pianista e compositor Amaral Vieira. André da Silva Gomes faleceu com 92 anos a 17 de junho de 1844 comemorando-se, neste ano de 1994, o sesquicentenário de sua morte.
(Régis Duprat, 1994, extraído do encarte)
André da Silva Gomes (Lisboa, 1752 – São Paulo, SP, 1844) 01. Hino Crudelis Herodes
02. Antífona Pueri Hebraeroum
03. Ofertório Scapulis suis
04. Ofertório Confortamini
05. Ofertório Ad te livavi
06. 5 Motetos para Comunhão – 1. Ecce panis
07. 5 Motetos para Comunhão – 2. Sit laus plena
08. 5 Motetos para Comunhão – 3. Dies enim
09. 5 Motetos para Comunhão – 4. Quod in coema
10. 5 Motetos para Comunhão – 5. Bone Pastor
11. Salmo Laudate pueri (Salmo 112)
12. Salmo Beati omnes (Salmo 127)
13. Sequência Victimae Paschali Laudes
14. Sequência Veni Sancte Spiritus
15. Missa em Dó – 1. Kyrie eleison, Christe eleison, Kyrire Eleison
16. Missa em Dó – 2. Gloria (Et in terra pax (IV), Laudamos te (V), Gratias agimus tibi (VI), Domine Deus (VII), Qui tollis (VIII), Quoniam (IX), Cum Sancto Spiritu (X)
André da Silva Gomes – 1994
Brasilessentia Grupo Vocal e Orquestra
Vitor Gabriel, regente
Elisa Freixo, órgão . BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
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Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional de Brasília Maestro Cláudio Santoro
André da Silva Gomes Missa a Cinco Vozes
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Para comemorar meus 70 anos de vida muito agradavelmente vividos que completo hoje, 15/03/15, nada melhor do que Cláudio Santoro regendo a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional de Brasília, rebatizado como Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro. E em especial dedicatória aos médicos que me deram mais 3 anos de vida, há 4 anos! Quá, quá, quá! Enganei-os !!!!!!
Durante estes alegres 70 anos construi uma casa, plantei dezenas de árvores, gerei filhos, tenho netos, me sinto amado pela Mulher Amada, publiquei cerca de 400 postagens e agora estou ouvindo a ‘Missa a cinco vozes’ com meus amigos! Aleluia! Aleluia, oh yeahh!
André da Silva Gomes (Lisboa, 1752 – São Paulo, SP, 1844) Missa a cinco vozes, para solistas, coro e orquestra 1. Kyrie I
Missa a cinco vozes, para solistas, coro e orquestra 2. Christe
Missa a cinco vozes, para solistas, coro e orquestra 3. Kyrie II
Missa a cinco vozes, para solistas, coro e orquestra 4. Gloria
Missa a cinco vozes, para solistas, coro e orquestra 5. Et in terra
Missa a cinco vozes, para solistas, coro e orquestra 6. Laudamus
Missa a cinco vozes, para solistas, coro e orquestra 7. Gratias
Missa a cinco vozes, para solistas, coro e orquestra 8. Domine Deus
Missa a cinco vozes, para solistas, coro e orquestra 9. Qui tollis
Missa a cinco vozes, para solistas, coro e orquestra 10. Quoniam
Missa a cinco vozes, para solistas, coro e orquestra 11. Cum Sancto Spiritu
Música Sacra Paulista – vol. 3 – 1983
Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional de Brasília
Cláudio Santoro – regente
Gravado no Memorial JK, em Brasília, no dia 21 de junho de 1983, em comemoração ao 23º aniversário da cidade.
LP digitalizado por Avicenna
Brazilian Adventures Missa Pastoril para a noite de Natal (Pe. José Maurício Nunes Garcia)
Missa a 8 Vozes & Instrumentos (André da Silva Gomes)
REPOSTAGEM
Será útil aqui dizer algo sobre o termo barroco. A palavra é de origem portuguesa, significando uma pérola mal formada. Foi usado pela primeira vez, pejorativamente, no século XVIII para descrever a música de Rameau!
Somente no século XIX é que os historiadores usaram o termo barroco para descrever um período estilístico, mais ou menos entre 1600 a 1750.
No Brasil houve uma floração tardia da música e da arquitetura barroca, especialmente em Minas Gerais (FC Lange cunhou o termo barroco mineiro), onde as técnicas-continuo musicais barrocas, baixo cifrado, estrutura, abordagem a textos combinados com uma realização arquitetônica e artística, e misturou-os com uma nova linguagem clássica que estava sendo ansiosamente importado da Europa. Por algum tempo, a frase barroco brasileiro foi confusamente intercambiada com o termo música colonial brasileira.
(Jeffrey Skidmore, extraído e traduzido do encarte)
Brazilian Adventures
Anonymous 01. Matais De Incêndios – 1. Matais De Incêndios
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ) 02. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 01. Kyrie 03. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 02. Gloria 04. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 03. Laudamus Te 05. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 04. Gratias Agimus 06. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 05. Qui Tollis 07. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 06. Qui Sedes 08. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 07. Cum Sancto Spiritu
José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (Vila do Príncipe, hoje Serro, MG, 1746- Rio de Janeiro, 1805) 09. Tercio – 2. Padre Nosso 10. Tercio – 3. Ave Maria 11. Tercio – 4. Gloria
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ) 12. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 08. Credo 13. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 09. Et Incarnatus 14. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 10. Crucifixus 15. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 11. Et Resurrexit
Pe. Theodoro Cyro de Souza (Caldas da Rainha, Portugal, 1761 – Salvador, Brasil, ?) 16. Ascendit Deus
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ) 17. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 12. Sanctus 18. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 13. Hosanna I 19. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 14. Benedictu 20. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 15. Hosanna II 21. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 16. Agnus Dei
Anonymous 22. Matais De Incêndios – 2. Para Abrasar Corações
André da Silva Gomes (Lisboa, 1752 – São Paulo, SP, 1844) 23. Missa A 8 Vozes & Instrumentos – 01. Kyrie I 24. Missa A 8 Vozes & Instrumentos – 02. Christe 25. Missa A 8 Vozes & Instrumentos – 03. Kyrie II
Luis Álvares Pinto (Recife, 1719 – 1789) 26. 5 Divertimentos Harmônicos – #1 Beata Virgo 27. Lição de Solfejo #25 28. 5 Divertimentos Harmônicos – #5 Oh! Pulchra Es
André da Silva Gomes (Lisboa, 1752 – São Paulo, SP, 1844) 29. Missa A 8 Vozes & Instrumentos – 04. Gloria I 30. Missa A 8 Vozes & Instrumentos – 05. Et In Terra Pax 31. Missa A 8 Vozes & Instrumentos – 06. Gloria II 32. Missa A 8 Vozes & Instrumentos – 07. Laudamus Te 33. Missa A 8 Vozes & Instrumentos – 08. Gratias Agimus 34. Missa A 8 Vozes & Instrumentos – 09. Domine Deus 35. Missa A 8 Vozes & Instrumentos – 10. Qui Tollis 36. Missa A 8 Vozes & Instrumentos – 11. Quoniam Tu Solus Sanctus 37. Missa A 8 Vozes & Instrumentos – 12. Cum Sancto Spiritu
(Curiosamente, o 1º movimento do Tercio de Lobo de Mesquita – Diffusa est gratia – não foi incluído)
Obras de compositores brasileiros do período colonial
O Grupo Coral do Instituto Cultural Ítalo-Brasileiro foi fundado em 1962. Sob a direção de Walter Lourenção, apresentou-se em teatros, rádios, televisões, escolas, universidades e igrejas da Capital e do Interior, sempre com repertório renovado, visando divulgar obras de autores brasileiros e italianos, sem deixar, entretanto, de fazer incursões na literatura madrigalística, coral e folclórica de outras nacionalidades.
Em 1964 o Grupo venceu, em sua categoria, o “Concurso de Canto Coral”, instituído pela Prefeitura Municipal de São Paulo, para todos os coros do Estado.
Em 1965 recebeu da A.P.C.T. a Medalha de Prata para o melhor conjunto vocal do ano. Participou, ainda, da trilha sonora do filme “A hora e a vez de Augusto Matraga”.
No ano de 1966 colaborou intensamente com a “Orquestra de Câmara de São Paulo”, sob a direção de Olivier Toni, para as primeiras apresentações de obras de autores do “período colonial brasileiro”, especialmente “Missa em Fá”, de Emerico Lobo de Mesquita, bem como a “Cantata de 78”, de Bach. No mesmo ano colaborou ativamente com o movimento “Juventude de São Paulo”, com apresentações em São Paulo, na Cidade Universitária, além de Campinas e Salto. Juntamente com o “Coral Juvenil do Liceu Pasteur” colaborou, em fins de 1966, com a “Orquestra Filarmônica de São Paulo”, para a realização da “Disparada”, na “Temporada 66”, do Canal 9, sob a regência de Simon Blech.
Para gravar, foram escolhidas algumas peças representativas da música nacional, como os dois coros à “capela” de André da Silva Gomes (1781), primeiro “mestre de capela” da Sé de São Paulo, “Adjura nos Deus” e “Imutemur”, obras que voltaram à luz, graças às pesquisas de Régis Duprat. Comparece outro mestre do “barroco” mineiro, José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (17..-1805), com duas obras: “Oratório de Nossa Senhora”, peça devida à descoberta e restauração de F Curt Lange, e “Quatro Tractus para Sábado da Semana Santa”, quatro vozes, violoncelo obrigado e acompanhamento de órgão, do ano de 1783, proveniente de cópia antiga por Roberto Velasco, que pertencia ao arquivo do compositor Francisco Gomes da Rocha, na antiga capital Vila Rica, descoberta e restaurada por F. Curt Lange, em 1964. (extraido da contra-capa do LP)
Obras de Compositores Brasileiros do Período Colonial André da Silva Gomes (Lisboa, 1752 – São Paulo, SP, 1844) 1. Coro à capela – Adjura nos Deus 2. Coro à capela – Imutemur José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (Vila do Príncipe, hoje Serro, MG, 1746- Rio de Janeiro, 1805) 3. Quatro Tratus para o Sábado da Semana Santa – 1. Cantemus Domino 4. Quatro Tratus para o Sábado da Semana Santa – 2. Vinea facta est 5. Quatro Tratus para o Sábado da Semana Santa – 3. Attende coelum 6. Quatro Tratus para o Sábado da Semana Santa – 4. Sicut 7. Ofertório de Nossa Senhora
Obras de Compositores Brasileiros do Período Colonial e Contemporâneos – 1967
Grupo Coral do Instituto Cultural Ítalo-Brasileiro. Maestro Walter Lourenção (todas as faixas)
Orquestra de Câmara de São Paulo. Maestro Olivier Toni (faixa 7)
Violoncelo: Maria Cecília Lombardi; Contra-baixo: Marco Antonio Bruccoli; Órgão: Paulo Herculano (faixas 3 a 6) . BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
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REPOSTAGEM .
Este CD oferece uma mostra da música religiosa produzida ou praticada no Brasil, do inícios do séc. XVIII a inícios do séc. XIX, nas capitanias de Pernambuco, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Reunimos para isso, algumas composições recuperadas desde os trabalhos pioneiros do musicólogo Francisco Curt Lange (1903 – 1997) na década de 1940, até as mais recentes pesquisas.
A produção musical católica floresceu em todos os grandes centros urbanos da América Latina a partir de fins do séc. XVI, observando duas características básicas: 1) a assimilação das técnicas européias de composição e execução musical; 2) adaptação das mesmas às condições particulares de cada região do Novo Mundo. As pesquisas sobre esse fenômeno, intensificadas a partir da década de 1980, têm revelado, portanto, não somente música escrita e executada nessas regiões no período colonial, como também música que, em vários aspectos, exibe particularidades nem sempre encontradas na produção religiosa européia.
A música colonial latino-americana foi essencialmente vocal e religiosa, sendo raras, no período, as obras profanas ou as composições exclusivamente instrumentais, fenômeno decorrente do estabelecimento da religião católica como forma de agregação social. Foi somente no séc. XIX, depois dos movimentos de independência e das revoluções industriais, sociais e urbanas, que iniciou-se o franco desenvolvimento da música profana, instrumental e mesmo doméstica na região.
O Brasil, no período colonial (1500-1822), exibiu um desenvolvimento musical bastante tardio, em relação a outras regiões do continente. Embora existam raros exemplos relativos à primeira metade do séc. XVIII, foi a partir da década de 1770, com o avanço do processo de urbanização, que intensificou-se a produção musical religiosa na América Portuguesa.
Como parte decisiva de nosso trabalho no Projeto História da Música Brasileira, este CD tem a preocupação de apresentar não somente obras inéditas, mas de aumentar a difusão do repertório cultural da Colônia. Paulo Castagna, extraído do encarte, 1999.
Anônimo (Séc. XVIII) 01. Asperges Me/ Domine, Hyssopo 1. Asperges Me/ Domine, Hyssopo (Alegro)
02. Asperges Me/ Domine, Hyssopo 2. Misere Mei, Deus (Moderato)
03. Asperges Me/ Domine, Hyssopo 3. Gloria Patri (Andante)
04. Asperges Me/ Domine, Hyssopo 4. Sicut Erat (Allegro)
05. Asperges Me/ Domine, Hyssopo 5. Hosana Filio David
06. Asperges Me/ Domine, Hyssopo 6. Collegerunt Pontifices
07. Asperges Me/ Domine, Hyssopo 7. Sancuts
08. Asperges Me/ Domine, Hyssopo 8. Pueri Hebraerum (Antífona)
Ignacio Parreiras Neves (Vila Rica, atual Ouro Preto, 1736-1790) 09. Antífona De N. Senhora 1. Salve Regina (Largo)
10. Antífona De N. Senhora 2. Eia Ergo (Andantino)
11. Antífona De N. Senhora 3. Virgo Maria (Adagio)
Manoel Dias de Oliveira (São José del Rey [Tiradentes], 1735-1813) 12. Encomendação De Almas 1. Alerta, Mortais (Andante/Poco Allegro)
13. Encomendação De Almas 2. Senhor Deus (Moderato)
José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (Vila do Príncipe, 1746- Rio de Janeiro, 1805) 14. Ego Enem Accepi A Domino
Francisco Gomes da Rocha (1746-1808, Vila Rica, MG) 15. Novena de Nossa Senhora do Pilar 1. Veni Sancte Spiritus (Andantino)
16. Novena de Nossa Senhora do Pilar 2. Domine Ad Adjuvandum (Allegro)
17. Novena de Nossa Senhora do Pilar 3. Gloria Patri (Andante)
18. Novena de Nossa Senhora do Pilar 4. Sicut Era (Allegro)
19. Novena de Nossa Senhora do Pilar 5. In Honorem Sacratissimae virginis Mariae (Invitatorio – Allegro Comodo)
20. Novena de Nossa Senhora do Pilar 6. Quem Terra, Pontus, Sidera (Hino – Andante)
21. Novena de Nossa Senhora do Pilar 7. Virgo Prudentissima (Antífona – Allegretto)
José Alves (Portugal, sec. XVIII) 22. Donec Ponan (Andante)
André da Silva Gomes (Lisboa, 1752 – São Paulo, SP, 1844) 23. Veni Sancte Spiritus (Allegro Brilhante)
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ) 24. Tota Pulchra Es Maria (Andante Amoroso/Largo)
25. Dies Sanctificatus (Moderato)
26. Justus Cum Ceciderit (Moderato)
Anônimo (Francisco Martins?c.1620-1680) 27. Pueri Hebraeorum
Anônimo (início do séc. XVIII) 28. Ex Tractatu Sancti Augustini
Manoel Dias de Oliveira (São José del Rey [Tiradentes], 1735-1813) 29. Moteto “Bajulans”
30. Surrexit Dominus (Allegre)
Luis Álvares Pinto (Recife, 1719 – 1789) 31. Divertimentos Harmônicos 1. Beata Virgo
32. Divertimentos Harmônicos 2. Benedicta Tu In Mulieribus
33. Divertimentos Harmônicos 3. Quae Est Ista
34. Divertimentos Harmônicos 4. Eficieris Gravida
35. Divertimentos Harmônicos 5. Oh! Pulchra Es
Anônimo (início do séc. XVIII) 36. Matais De Incêndios
História da Música Brasileira – Período Colonial I – 1999
Orquestra e Coro Vox Brasiliensis
Regente: Ricardo Kanji .