Franz Ignaz Beck (1734-1809): Sinfonias (Ward / Northern Chamber Orchestra)

Franz Ignaz Beck (1734-1809): Sinfonias (Ward / Northern  Chamber Orchestra)

Não adianta. Nem todos são Beethoven, Mozart ou meu pai. Mas alguns podem chegar a um bom patamar como este Beck. Suas obras são muito boas, muito agradáveis, mas sem aquela faísca que um gênio colocaria em determinado momento para virar o jogo. Ele representa a Escola de Mannheim e foi, em vida, um equivocado. Imaginem que ele fugiu da Alemanha, chegou a Veneza e Nápoles, terminando por fixar-se em Marselha por ter participado de um duelo em que pensou ter matado seu oponente. Mas não matou. Seu inimigo talvez esteja vivo até hoje… A vida é assim mesmo. Ele compôs um apreciado Stabat Mater (não Matar, como eu tinha escrito em ato falho), muitas sinfonias e aberturas. O CD é bom, muito bom até. Mas não é Mozart, nem Haydn, nem… vocês sabem.

Franz Ignaz Beck (1734-1809): Sinfonias (Ward / Northern Chamber Orchestra)

Sinfonia in B flat major
I. Allegro 03:59
II. Largo 07:28
III. Allegro 01:57

Sinfonia in D major
I. Allegro 04:25
II. Andante 03:49
III. Minuetto 02:34
IV. Presto 02:24

Sinfonia in G major
I. Allegro molto 03:34
II. Andante moderato 05:54
III. Presto 05:52

Sinfonia in D major, Op. 10. No. 2
I. Allegro 02:17
II. Andante 02:12
III. Presto 02:55

Sinfonia in E major, Op. 13, No. 1
I. Allegro 02:39
II. Andante 02:36
III. Allegro 04:08

Performed by: Northern Chamber Orchestra
Conducted by: Nicholas Ward

Total Playing Time: 49:43

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Beck tomando um ventinho Minuano em visita ao RS.

PQP

Karol Szymanowski (1882-1937): Violin Concertos Nos. 1 & 2 / Nocturne and Tarantella (Kulka / Lasocki / Stryja)

Karol Szymanowski (1882-1937): Violin Concertos Nos. 1 & 2 / Nocturne and Tarantella (Kulka / Lasocki / Stryja)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Karol Szymanowski nasceu na Ucrânia em uma rica família cheia de artistas. Após a Revolução Russa, a família regressou à sua Polônia natal, onde Szymanowski encontrou inspiração na música folclórica. Seu lírico Concerto para Violino Nº 1 foi dedicado ao seu grande amigo, o violinista Pavel Kochański, e é notável por sua clareza de textura. Inspirado na visita de Kochański à Polônia em 1932, o Concerto para Violino Nº 2 foi escrito no final da vida criativa de Szymanowski. Os dois músicos trabalharam juntos na partitura, que mostra influências da música do povo montanhês da Polônia. O intenso e virtuoso Nocturne & Tarantella baseia-se no impressionismo de Debussy e do início de Stravinsky, mas também na cultura e no folclore do Oriente.

São gravações excepcionalmente claras destas três obras concertantes de Szymanowski, não apenas os dois Concertos para Violino, mas uma versão orquestrada do Noturno & Tarantela. A turma 100% polaca dá um show, oferecendo leituras puras e claras com entonação impecável e uso cuidadoso do vibrato. Ter um maestro e uma orquestra polonesas como acompanhantes contribui para o sentimento idiomático de cada um, com os sons orquestrais mágicos lindamente evocados, particularmente no Nº 1, a mais radical das duas obras. Kulka toca o relativamente breve Noturno e Tarantela com a mesma empatia. A Tarantella é virtuosística e extravagante, trazendo um clímax concertístico para um disco excelente.

Karol Szymanowski (1882-1937): Violin Concertos Nos. 1 & 2 / Nocturne and Tarantella (Kulka / Lasocki / Stryja)

Violin Concerto No. 1, Op. 35
1 Vivace assai – 06:12
2 Tempo comodo – Andantino – 05:59
3 Vivace scherzando – 01:29
4 Poco meno – Allegretto – 06:53
5 Vivace (Tempo I) 05:36

Violin Concerto No. 2, Op. 61 (*)
6 Moderato – Molto tranquillo – 06:12
7 Andantino sostenuto – 06:34
8 Allegramente – Molto energico – 04:01
9 Andantino – Molto tranquillo 05:25

Nocturne and Tarantella, Op. 28
10 Nocturne: Lento assai 05:49
11 Tarantella: Presto appassionato 06:02
(Fitelberg, Grzegorz – Arranger)

Conductor(s): Stryja, Karol
Orchestra(s): Polish State Philharmonic Orchestra, Katowice
Violins(s): Kulka, Konstanty Andrzej; Lasocki, Roman (*)

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Szyma declarou-se estarrecido com PL do Aborto

PQP

Dietrich Buxtehude (1637-1707): Membra Jesu Nostri — Ciclo de 7 Cantatas (Gardiner)

Ignoro quem foi o autor desta façanha. Além do bitrate rasante, todos os CDs com esta gravação de Gardiner têm também uma obra de Schütz, compositor que amo, chamada O Bone Jesu, Fili Mariae. Quem botou este CD na rede esquartejou a coisa, retirando esta peça que abria o disco e que deve ser interessante. E, por falar em esquartejamento, Membra Jesu Nostri é um ciclo de sete pequenas cantatas compostas em 1680. A letra, Salve mundi salutare – também conhecida como Rhythmica oratio – é um poema atribuído às vezes a São Bernardo de Claraval (1153), outras vezes a Arnulf de Louvain (1250), ambos da ordem cisterciense. Cada uma das sete partes em que se divide a obra é dedicada a uma parte do corpo crucificado de Jesus: pés, joelhos, mãos, costas, peito, coração e cabeça. É música sacra da melhor qualidade. Buxtehude, tenho a dizer que era imenso compositor, organista admiradíssimo por meu pai – que viajou algumas vezes para encontrá-lo e vê-lo tocar – e que seria mais conhecido, não fora a presença sufocante de papai em nossa cultura. Entre nós, os mais jovens da família, era conhecido como tio Bux.

Dietrich Buxtehude (1637-1707): Membra Jesu Nostri — Ciclo de 7 Cantatas (Gardiner)

O Bone Jesu, Fili Mariae (SWV 471) 7:42

Membra Jesu Nostri (BuxWV 75)
I. Ad Pedes 10:00
II. Ad Genua 7:14
III. Ad Manus 9:52
IV. Ad Latus 8:23
V. Ad Pectus 11:23
VI. Ad Cor 9:29
VII. Ad Faciem 8:03

Sir John Eliot Gardiner, regência;
Monteverdi Choir;
English Baroque Soloists.

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Opa, esse aí é Tiradentes que existiu e foi esquartejado! (Pintura de Pedro Américo — 1843-1905)

PQP

.: interlúdio :. Louis Armstrong: Louis Armstrong plays W. C. Handy

.: interlúdio :. Louis Armstrong: Louis Armstrong plays W. C. Handy

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Louis Armstrong Plays W.C. Handy é um lançamento de estúdio de 1954 de Louis Armstrong and His All Stars, descrito pela Allmusic como “o melhor disco de Louis Armstrong da década de 1950” e “música essencial para todas as coleções sérias de jazz”. Este encontro de dois dos maiores de Nova Orleans é indiscutivelmente insuperável. Handy ainda estava vivo para ouvir o que Armstrong fez com seu trabalho – que foi, simplesmente, borrifá-lo de magia. (O encarte cita Handy dizendo, durante as sessões de gravação, que as performances de Louis trouxeram lágrimas aos seus olhos cegos.) Apenas a primeira faixa, St. Louis Blues, já faz valer a pena ouvir o CD. WC Handy (1873-1958) foi o sujeito que popularizou o blues, adaptando uma tradição musical puramente regional da virada do século XX e dando-lhe uma boa dose de atenção e respeito. O blues de Handy é consideravelmente mais polido e elaborado do que o clássico estilo delta e tem boas letras. Armstrong canta todas as músicas com total convicção e bom humor. Ele está acompanhado em várias faixas por Velma Middleton, cujo tom brando e alcance limitado pareceriam um erro de escolha, mas ela mais do que compensa isso com um ótimo timing e, mais importante, uma química fantástica com Armstrong. Eles se separam e seguem em frente, fazendo festa sem comprometer o resultado.

Louis Armstrong: Louis Armstrong Plays W. C. Handy

A1 St. Louis Blues
Vocals – Louis Armstrong, Velma Middleton
Written-By – Handy*

A2 Yellow Dog Blues
Vocals – Louis Armstrong
Written-By – Handy*

A3 Loveless Love
Vocals – Louis Armstrong, Velma Middleton
Written-By – Handy*

A4 Aunt Hagar’s Blues
Vocals – Louis Armstrong
Written-By – Brymn*, Handy*

A5 Louis Armstrong Monologue

A6 Long Gone (From The Bowlin’ Green)
Vocals – Louis Armstrong, Velma Middleton
Written-By – C. Smith*, Handy*

B1 The Memphis Blues (Or Mister Crump)
Vocals – Louis Armstrong
Written-By – Norton*, Handy*

B2 Beale Street Blues
Vocals – Louis Armstrong
Written-By – Handy*

B3 Ole Miss Blues
Vocals – Louis Armstrong
Written-By – Handy*

B4 Chantez Les Bas (Sing ‘Em Low)
Vocals – Louis Armstrong
Written-By – Handy*

B5 Hesitating Blues
Vocals – Louis Armstrong, Velma Middleton
Written-By – Handy*

B6 Atlanta Blues (Make Me One Pallet On Your Floor)
Vocals – Louis Armstrong
Written-By – Elman*, Handy*

Bass – Arvell Shaw
Clarinet – Barney Bigard
Drums – Barrett Deems
Piano – Billy Kyle
Trombone – Trummy Young
Trumpet – Louis Armstrong
Vocals – Louis Armstrong (tracks: A1 to B2, B4 to B6), Velma Middleton (tracks: A1, A3, A5, B5)

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Velma Middleton e Louis Armstrong

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Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 5 (Bernstein / NYP)

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 5 (Bernstein / NYP)

Esta é uma gravação de 1963 quando Bernstein ainda não tinha desenvolvido o “seu próprio Mahler”. É uma versão vendida bem baratinho pela Sony, meio que com vergonha daquilo de Lenny fez depois na DG. Foi tão, mas tão barato que comprei mesmo sabendo da decepção. Claro, é de alto nível, mas vários maestros fizeram depois versões muito superiores. Abbado, por exemplo. O excelente filme Tar fala muito nesta música que foi composta entre 1901 e 1902, principalmente durante os meses de verão na casa de férias de Mahler em Maiernigg. Entre suas características mais distintivas estão o solo de trompete que abre a obra com um motivo rítmico semelhante à abertura da Sinfonia nº 5 de Ludwig van Beethoven, os solos de trompa no terceiro movimento e o Adagietto tão frequentemente executado. A sinfonia é geralmente considerada a sinfonia mais convencional do compositor, mas mesmo assim ela tem várias peculiaridades. Ela “quase” tem uma estrutura de quatro movimentos, já que os dois primeiros podem ser facilmente vistos como um só. A sinfonia também termina com um rondó, no estilo clássico. Algumas surpresas são a marcha fúnebre que abre a peça e o Adagietto para harpa e cordas que contrasta com a orquestração complexa dos outros movimentos.

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 5 (Bernstein / NYP)

Symphony No. 5 In C-Sharp Minor
1 I. Trauermarsch 12:30
2 II. Stürmisch bewegt, mit größter Vehemenz 14:20
3 III. Scherzo. Kräftig, nicht zu schnell 17:44
4 IV. Adagietto. Sehr langsam 11:00
5 V. Rondo-Finale. Allegro 13:47

Conductor – Leonard Bernstein
French Horn – James Chambers
Orchestrated By – New York Philharmonic

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Esta é a edícula onde Mahler se isolava para compor em Maiernigg. Foi construída e é mantida por PQP Bach

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Philip Glass (1937): Kronos Quartet performs Philip Glass

Philip Glass (1937): Kronos Quartet performs Philip Glass

Na verdade, acho que Glass teve um bom começo como compositor e depois foi superado por vários outros minimalistas. E olha que só ponho na conta os norte-americanos! Neste momento de decadência artística, teve que encarar a realidade e atirou-se a uma série de projetos cinematográficos, operísticos, teatrais e de merchandising pessoal — principalmente o último — , sem nunca retornar à qualidade que tinha no início de sua carreira. Mas há quem goste. E quando gostam são agressivos e escabelados na defesa de um telhado de vidro.

Aqui ele se arrisca. Os Quartetos de Cordas são um gênero importante. Basta falar no que fizeram Bartók e Shostakovich na primeira e segunda metades do século XX. Mas Glass fracassa constrangedoramente.

De uma forma estranha, quartetos de cordas sempre funcionaram assim por compositores. Eu realmente não sei por que, mas é quase impossível ficar longe dele. É a maneira compositores do passado ter pensado e que não é menos verdadeiro para mim .

Philip Glass

KRONOS QUARTET performs PHILIP GLASS

STRING QUARTET No. 5 (1991)
1) I (1:11)
2) II (3:00)
3) III (5:28)
4) IV (4:38)
5) V (7:36)

STRING QUARTET No. 4 (Buczak) (1990)
6) I (7:54)
7) II (6:18)
8) III (8:38)

STRING QUARTET No. 2 (Company) (1983)
9) I (2:09)
10) II (1:34)
11) III (1:28)
12) IV (2:04)

STRING QUARTET No. 3 (Mishima) (1985)
13) 1957-Award Montage (3:27)
14) November 25-Ichigaya (1:19)
15) 1934-Grandmother and Kimitake (2:41)
16) 1962-Body Building (1:40)
17) Blood Oath (3:11)
18) Mishima/Closing (2:56)

KRONOS QUARTET
David Harrington, violin
John Sherba, violin
Hank Dutt, viola
Joan Jeanrenaud, cello

1995 Nonesuch Records
1 CD 9 79356-2

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PQP

Kevin Volans (1949): Hunting: Gathering (Kronos)

Kevin Volans (1949): Hunting: Gathering (Kronos)

Kevin Volans nasceu em Pietermaritzburg, na África do Sul. Sua formação musical foi orientada na direção do classicismo europeu. Mais tarde, abraçou a vanguarda europeia. Inevitavelmente, porém, a África emergiu luminosa de suas composições. “A luz, as texturas, as cores e a paisagem africanas, além dos sons dos pássaros e os insetos são totalmente diferentes da Europa. É um ambiente mais ambiental do que cultural”, explica. “Você pode alternar as culturas como quiser, mas não posso negar o fundo ambiental de meu continente.”

Hunting: Gathering foi a segunda encomenda que lhe fez o Kronos Quartet. A primeira tinha sido a adaptação de White Man Sleeps para quarteto de cordas. A peça estreou em dezembro de 1987. É muito bonita. Gostei muito.

Kevin Volans (1949): Hunting: Gathering

Hunting: Gathering (1987)
Quarteto de Cordas Nº 2
1. (8:57)
2. (9:15)
3. (2:48)

KRONOS QUARTET
David Harrington, violin
John Sherba, violin
Hank Dutt, viola
Joan Jeanrenaud, cello

Elektra Nonesuch
1 CD DDD 7559-79253-2

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Kevin Volans

PQP

Astor Piazzolla (1921-1992): Five Tango Sensations com Piazzolla e o Kronos Quartet

Os mais antigos aqui no PQP sabem da enorme admiração que tenho pelo trabalho do Kronos Quartet. Sinônimo de qualidade + ousadia, o Kronos realizou este disco com, nada mais nada menos, o próprio Piazzolla ao bandoneón.

Que relevância tem o tango atualmente? Muita, certamente. Talvez seja a música mais viva em nosso continente. Na Argentina a nova geração – ouvintes e músicos — estão envolvidos com o tango, enquanto que no Brasil, apesar das muito honrosas exceções, os jovens preferem o bate-estaca americano. Criativo e de alta intensidade emocional, tango é muito mais do que seus próprios clichês. E Astor Piazzolla foi o responsável por sua renovação e retomada.

Piazzolla trouxe ao tango influências tão diversas como a do jazz, a da música erudita e a da ópera italiana, tudo misturado no gênero Nuevo Tango. Piazzolla foi proibido, saiu da Argentina, foi vaiado e combatido, teve sua vida ameaçada em razão de seu desprezo pelo convencional, desafiou e despertou paixões. Mas foi enorme como Borges para a literatura.

Five Tango Sensations é sua segunda colaboração com o Kronos Quartet. A primeira, vou procurar por aí.

ASTOR PIAZZOLLA (1921-1992)
Five Tango Sensations

1) Asleep (5:23)
2) Loving (6:10)
3) Anxiety (4:51)
4) Despertar (6:03)
5) Fear (4:00)

KRONOS QUARTET:
DAVID HARRINGTON, violin
JOHN SHERBA, violin
HANK DUTT, viola
JOAN JEANRENAUD, cello

ASTOR PIAZZOLLA, bandoneón

1991 Elektra Entertainment
1 CD DDD
9 79254-2

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PQP

Gavin Bryars (1943): After the Requiem (Gavin Bryars Ensemble + Bill Frisell + Balanescu Quartet + Saxophone Quartet)

Gavin Bryars (1943): After the Requiem (Gavin Bryars Ensemble + Bill Frisell + Balanescu Quartet + Saxophone Quartet)

Belíssimo CD do compositor erudito e baixista inglês Gavin Bryars. Ele utiliza instrumentos de cordas — como duas violas e um violoncelo — mais a guitarra de Bill Frisell e seu baixo para criar sonoridades únicas. A peça que mais gosto neste CD — Alegrasco — flerta com o jazz ao ser escrita para quatro saxofones, clarinete, cordas e guitarra. As peças Alaric I or II e a citada Alegrasco são estupendas. Ele segue estritamente a receita de Steve Reich para o futuro da música erudita:

Todos os músicos do passado, começando na Idade Média, estavam interessados na música popular. A música de Béla Bartók se fez inteiramente com fontes de música tradicional húngara. E Igor Stravinsky, ainda que gostasse de nos enganar, utilizou toda a sorte de fontes russas para seus primeros balés. A grande obra-prima Ópera dos Três Vinténs, de Kurt Weill, utiliza o estilo de cabaret da República de Weimar. Arnold Schoenberg e seus seguidores criaram um muro artificial, que nunca existiu antes. Minha geração atirou o muro abaixo e agora estamos novamente numa situação normal. Por exemplo, se Brian Eno ou David Bowie recorrem a mim e se músicos populares reutilizam minha música, como The Orb ou DJ Spooky, é uma coisa boa. Este é um procedimento histórico habitual, normal, natural.

Steve Reich

Ou seja, ele dialoga com vários estilos e sonoridades. Usa improvisação, minimalismo, música experimental e neoclassicismo. Gavin Bryars, nascido em 1943, estudou filosofia e só depois música. Seu próximo CD a ser postado por mim chama-se, sintomaticamente, Farewell to Philosophy.

Grande CD de um compositor pouco divulgado.

Gavin Bryars (1943): After the Requiem (Gavin Bryars Ensemble + Bill Frisell + Balanescu Quartet + Saxophone Quartet)

1 After The Requiem
Cello – Tony Hinnigan
Electric Guitar – Bill Frisell
Viola – Alexander Balanescu, Kate Musker
15:48

2 The Old Tower Of Löbenicht
Bass – Gavin Bryars
Bass Clarinet – Roger Heaton
Electric Guitar – Bill Frisell
Percussion – Martin Allen, Simon Limbrick
Tenor Horn, Piano – Dave Smith (3)
Violin – Alexander Balanescu
16:00

3 Alaric I Or II
Alto Saxophone – Ray Warleigh
Baritone Saxophone – Julian Argüelles
Soprano Saxophone – Evan Parker, Stan Sulzmann
15:15

4 Allegrasco
Bass – Gavin Bryars
Clarinet – Roger Heaton
Electric Guitar – Bill Frisell
Percussion – Martin Allen, Simon Limbrick
Piano – Dave Smith (3)
Violin – Alexander Balanescu
19:46

Gavin Bryars Ensemble
Bill Frisell
members of the Balanescu Quartet,
saxophone quartet: Evan Parker, Stan Sulzmann, Ray Warleigh, Julian Argüelles

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Apoie os bons artistas, compre suas músicas.
Apesar de raramente respondidos, os comentários dos leitores e ouvintes são apreciadíssimos. São nosso combustível.
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Bryars veio até a gráfica expressa do PQP Bach tirar umas cópias.

PQP

Lutosławski / Penderecki / Mayuzumi / Cage: Quartetos de Cordas (LaSalle Quartet)

Lutosławski / Penderecki / Mayuzumi / Cage: Quartetos de Cordas (LaSalle Quartet)

Em primeiro lugar, dirijo-me aos neófitos: trata-se de música do século XX, o que pressupõe que o ouvinte conhece e gosta de música atonal, de dissonâncias, de ambientes tensos, e não procura linha melódica… Os devotos exclusivos de Mozart ou Haydn, em termos de quartetos de cordas, correm o risco de se assustarem… Por outro lado, os aventureiros correm o risco de se apaixonarem por este disco magnífico, magistral, com obras de grande intensidade e de interesse constante, que revela música profunda e soberba, no topo da sua arte, com o extraordinário Quarteto LaSalle, cuja discografia é infelizmente muito pequena.

Aqui temos um belíssimo quarteto de cordas de Lutoslawski de 1964, em dois movimentos; um de Penderecki de 1960, muito curto (menos de 7 minutos), num único movimento, muito denso, muito vivo, espetacular; um Prelúdio para quarteto de cordas de Toshiro Mayuzumi de 1961 (11 minutos), em um único movimento, e finalmente um quarteto de John Cage, de 1950, em 4 movimentos. São 4 obras, compostas ao longo de cerca de quinze anos, que dão um excelente panorama do que havia de bom naquela época, em vários estilos, com o Quarteto de Cage se destacando mais pela tendência de tocar sem vibrato e de fazer os instrumentos soarem como violas. É sem dúvida o menos denso, o menos tenso e, portanto, talvez o menos cativante, tendo Cage horror a efeitos dramáticos. O disco, no entanto, não contém fraquezas e tem o mérito de nos fazer mergulhar num estado de espírito refinado e numa atenção muito atenta com o som, o silêncio e os timbres das cordas. Quanto à interpretação, os Lasalle são de uma perfeição indescritível, pois sabem dar às pontuações toda a sua densidade, dando sentido aos mínimos detalhes. Estão claramente em osmose com a música, como estiveram com a de Ligeti, Webern ou Berg, que encontramos em outras gravações… Além disso, e para esse tipo de música isso não é um detalhe, a qualidade do som, embora com cerca de quarenta anos, são exemplares, com notável equilíbrio, especialmente nos quartetos de Lutoslawski, Penderecki e Mayuzumi (dezembro de 1967).

Lutosławski / Penderecki / Mayuzumi / Cage: Quartetos de Cordas (LaSalle Quartet)

Witold Lutosławski*– String Quartet (1964)
– 1. Introductory Movement 8:29
– 2. Main Movement 15:08

Krzysztof Penderecki– Quartetto Per Archi (1960) 6:56

Toshirō Mayuzumi*– Prelude For String Quartet (1961) 11:03

John Cage– String Quartet In Four Parts (1950)
– 1. Quietly Flowing Along 4:16
– 2. Slowly Rocking 4:55
– 3. Nearly Stationary 10:36
– 4. Quodlibet 1:33

LaSalle Quartet

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A persistência da memória (1931), de Salvador Dali.

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J. S. Bach (1685-1750): Alio Modo – Obras para Órgão e Cravo transcritas para “consort of viols” (Fretwork)

J. S. Bach (1685-1750): Alio Modo – Obras para Órgão e Cravo transcritas para “consort of viols” (Fretwork)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Alio modo é uma expressão latina que significa apenas de outro modo. Sim, e é de outro modo que ouvimos essas excelentes peças para órgão e teclado de Bach. Este CD é uma joia do Fretwork. Eles têm produzido gravações excelentes há quase 30 anos, e esta está entre as melhores  — apesar de não ser um CD para neófitos, creio. Como disse antes, o repertório aqui apresentado é um programa de transcrições de algumas obras para teclado de Bach, algumas para órgão e outras para cravo. As transcrições para três, quatro e cinco violas foram feitas por Richard Boothby e funcionam muito bem. O próprio Bach era um reciclador e transcritor inveterado, então a transcrição faz parte da linguagem do próprio compositor, mesmo que um conjunto de violas não seja algo para o qual o próprio Bach teria composto. As peças de órgão, especialmente, dão a mim uma sensação de extrema naturalidade e coerência. A versão da Passacaglia é belíssima, para se ouvir de joelhos. A execução é, como sempre, brilhante. Os Fretwork são um conjunto de técnica soberba e têm um magnífico som. Eles trazem significado real a cada peça deste programa bastante variado.

J. S. Bach (1685-1750): Alio Modo – Obras para Órgão transcritas para “consort of viols” (Fretwork)

1 Pièce D’Orgue In G Major BWV 572 5:44
2 Wenn Wir In Höchsten Nöten Sein BWV 641 1:54
3 Prelude & Fugue XVI In G Minor BWV 885 4:45
4 Passacaglia In C Minor BWV 582 11:15
5 Kyrie, Gott Vater In Ewigkeit 0:55
6 Christe, Aller Welt Trost 1:32
7 Kyrie, Gott Heiliger Geist BWV 671 4:41
8 Die Sind Die Heiligen Zehen Gebot BWV 678 4:01
9 Dies Sind Die Heiligen (Alio Modo) BWV 679 1:54
10 Prelude & Fugue XXII In A Minor BWV 867 5:03
11 Aus Tiefer Not Schrei Ich Zu Dir BWV 686 4:38
12 Fugue In E Flat Major, “St. Anne” BWV 552.2 6:34
13 Vor Deinen Thron Tret Ich Hiermit BWV 668 4:31
14 Prelude & Fugue XI In F Major BWV 880 5:36
15 Wir Gläuben All An Einen Gott BWV 680 2:42
16 Fugue IV I D Minor BWV 849 3:27
17 The Musical Offering : Ricercar BWV 1079 6:52
18 Canon Triplex BWV 1076 1:09

Fretwork:
Richard Boothby, Richard Campbell, Wendy Gillespie, Julia Hodgson, William Hunt, Susanna Pell

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O grupo sueco ABBA, é claro

PQP

Gavin Bryars (1943): Farewell To Philosophy (1997)

Gavin Bryars (1943): Farewell To Philosophy (1997)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Mais um disco genial de Gavin Bryars. Um tranquilo Concerto para Violoncelo de feições neoclássicas, o tal Farewell to Philosophy, algo bastaste sintomático quando vindo de um filósofo que abandonou tudo pela música (e parece ter sido um triste abandono); uma “Música” — ao estilo daquilo que Bartók chamava de “Música” — para instrumentos de percussão que para mim é o grande momento do disco e que leva o bem humorado título de One Last Bar Then Joe Can Sing, realmente algo que achei espetacular; e By the Vaar um ultra jazzístico noturno erudito para orquestra de cordas e baixo acústico. Note-se que o baixista não é qualquer um, mas o sempre bem-vindo Charlie Haden. Temos, neste último trabalho, uma das mais belas aproximações entre o jazz e a música erudita, gêneros cada dia mais próximos. CD absolutamente imperdível para quem se interessa pelo trabalho dos compositores eruditos do século XXI, cada vez mais estimulantes e acessíveis aos ouvintes normais.

Gavin Bryars: Farewell To Philosophy

Cello Concerto
1. [Movement 1]
2. Più mosso
3. [Movement 3]
4. [Movement 4]
5. The Philosopher
6. Poco meno mosso
7. Farewell (a tempo)

Julian Lloyd Webber, Cello
English Chamber Orchestra
James Judd

One Last Bar Then Joe Can Sing
8. Lento
9. Più mosso
10. Coda

Nexus percussion ensemble

By the Vaar (solo bass Charlie Haden)
11. [Movement 1]
12. [Movement 2]
13. Epilogue

Charlie Haden, Bass
English Chamber Orchestra
James Judd

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Johannes Brahms (1833-1897): Quartetos de Cordas (completo) e Quinteto para Piano (Emerson / Fleisher)

Johannes Brahms (1833-1897): Quartetos de Cordas (completo) e Quinteto para Piano (Emerson / Fleisher)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Dizer o quê? Não era um dos grandes admiradores dos quartetos de Brahms, mas este CD duplo mudou tudo. Este é um daqueles CDs perfeitos e meu único esforço seria o de desfilar os mais severos elogios. O Emerson comemora seus 30 anos de existência com Brahms e convida o grande Leon Fleisher para fazer o Quinteto Op. 34. Uma notável interpretação que me mostrou qualidades que nunca antes tinha suspeitado nos Quartetos de Cordas de um de meus três B`s (que são quatro). É notável como Brahms é beethoveniano no primeiro quarteto e como vai desprendendo-se rapidamente do mestre para adquirir sua voz. Para ouvir de joelhos.

Johannes Brahms (1833-1897): Quartetos de Cordas (completo) e Quinteto para Piano (Emerson / Fleisher)

1. String Quartet No.1 in C minor, Op.51 No.1 – 1. Allegro 10:27
2. String Quartet No.1 in C minor, Op.51 No.1 – 2. Romanze (Poco adagio) 6:29
3. String Quartet No.1 in C minor, Op.51 No.1 – 3. Allegretto molto moderato e comodo – Un poco più animato 8:20
4. String Quartet No.1 in C minor, Op.51 No.1 – 4. Allegro 5:35

5. String Quartet No.2 in A minor, Op.51 No.2 – 1. Allegro non troppo 12:19
6. String Quartet No.2 in A minor, Op.51 No.2 – 2. Andante moderato 8:54
7. String Quartet No.2 in A minor, Op.51 No.2 – 3. Quasi minuetto, moderato – Allegretto vivace 4:48
8. String Quartet No.2 in A minor, Op.51 No.2 – 4. Finale (Allegro non assai – Più vivace) 6:39

Disc 2

1. String Quartet No.3 in B flat, Op.67 – 1. Vivace 9:29
2. String Quartet No.3 in B flat, Op.67 – 2. Andante 6:54
3. String Quartet No.3 in B flat, Op.67 – 3. Agitato (Allegretto non troppo) 7:42
4. String Quartet No.3 in B flat, Op.67 – 4. Poco allegretto con variazioni – Doppio movimento 9:29

5. Piano Quintet in F minor, Op.34 – 1. Allegro non troppo 16:31
6. Piano Quintet in F minor, Op.34 – 2. Andante, un poco adagio 8:59
7. Piano Quintet in F minor, Op.34 – 3. Scherzo (Allegro) 8:01
8. Piano Quintet in F minor, Op.34 – 4. Finale (poco sostenuto – Allegro non troppo) 11:05

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Emerson String Quartet
Leon Fleisher, piano

PQP

Giovanni Battista Pergolesi (1710-1736): Stabat Mater / Concerto para Violino / Salve Regina

Giovanni Battista Pergolesi (1710-1736): Stabat Mater / Concerto para Violino / Salve Regina

IM-PER-DÍ-VEL !!!!

Uma gravação absolutamente perfeita desta obra tão cara ao barroco italiano foi um dos modos que Abbado encontrou de, sem procurar, despedir-se de nós. Caracterizar o que será ouvido é bem simples: é arrebatador, é virtuosismo a serviço da música, não de egos. Não é nada rotineiro este registro da Orchestra Mozart, milagre bolonhês criado por Abbado em seus últimos anos. Destaque para as cantoras, o equilíbrio e o senso de estilo de tudo o que se ouve. Abbado era um monstro.

Giovanni Battista Pergolesi (1710-1736):
Stabat Mater / Concerto para Violino / Salva Regina

1. Stabat Mater – 1. Stabat Mater 4:14
2. Stabat Mater – 2. Cujus Animam 2:20
3. Stabat Mater – 3. O Quam Tristis 2:14
4. Stabat Mater – 4. Quae Moerabat 2:10
5. Stabat Mater – 5. Quis Est Homo 2:31
6. Stabat Mater – 6. Vidit Suum 3:35
7. Eia Mater – 7. Eia Mater 2:15
8. Stabat Mater – 8. Fac Ut Ardeat 2:20
9. Sancta Mater – 9. Sancta Mater 5:32
10. Stabat Mater – 10. Fac Ut Portem 3:52
11. Inflammatus – 11. Inflammatus 2:12
12. Stabat Mater – 12. Quando Corpus – Amen 5:00

13. Concerto For Violin In B Flat Major – Allegro 5:11
14. Concerto For Violin In B Flat Major – Largo 3:37
15. Concerto For Violin In B Flat Major – Allegro 3:41

16. Salve Regina In C Minor – 1. Salve, Regina 3:58
17. Salve Regina In C Minor – 2. Ad Te Clamamus 3:54
18. Salve Regina In C Minor – 3. Eia Ergo 1:30
19. Salve Regina In C Minor – 4. Et Jesum Benedictum 2:16
20. Salve Regina In C Minor – 5. O Clemens, O Pia 2:17

Rachel Harnisch, soprano
Sara Mingardo, contralto
Julia Kleiter, soprano
Giuliano Carmignola, violino

Orchestra Mozart
Claudio Abbado

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Acima, o saudoso Claudio Abbado rege o Stabat Mater de Pergolesi ao vivo
Acima, o saudoso Claudio Abbado rege o Stabat Mater de Pergolesi ao vivo

PQP (fev/2014)

P.S. do Pleyel em 2024: todos esses adjetivos de PQP são justíssimos, este álbum lançado em 2009 é um dos grandes momentos das discografias de Abbado e de Pergolesi

Franz Schubert (1797-1828): Os Trios Completos (Trio Wanderer)

Franz Schubert (1797-1828): Os Trios Completos (Trio Wanderer)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Esta é uma gravação absolutamente notável do Trio Wanderer, na época desta gravação (ano 2000) um grupo de três jovens franceses que começavam a repetir a competência e o sucesso dos veteranos do Beaux Arts. Outro destaque extraordinário é a qualidade do som do CD áudio original. Pelos intérpretes e pela qualidade da música, vale o investimento. Além de gênio absoluto, poucos compositores deixam os musicólogos mais felizes. Sua obra é a maior confusão. Schubert deixou uma montanha de manuscritos incompletos por razões ignoradas. Começava trabalhos e deixava-os pela metade; finalizava trabalhos e não apresentava em publicava. Por exemplo, a Sinfonia Nº 8 é a Inacabada, mas a Nº 9 está completa. Nestes belíssimos trios, há o detalhe de Schubert ter escrito primeiro o Nº 2 e depois o Nº 1; além disto, há dois movimentos avulsos que fariam parte de futuros trios nunca compostos. Um deles, o Noturno que está no primeiro CD, é música de primeiríssima linha que devia estar esperando companhia musical adequada… A interpretação do Wanderer é antológica, com destaque para o famoso Andante con Moto do Trio Nº 2. E para todo o resto…

A não perder!

Franz Schubert (1797-1828): Os Trios Completos (Trio Wanderer)

Piano Trio No. 1 Op. 99 D.898 In B Flat Major
1-1 Allegro Moderato 15:02
1-2 Andante Un Poco Mosso 9:47
1-3 Scherzo (Allegro) 6:36
1-4 Rondo (Allegro Vivace) 8:57

1-5 Notturno In E Flat Major D.897 8:53

Piano Trio No. 2 Op. 100 D.929 In E Flat Major
2-1 Allegro 12:14
2-2 Andante Con Moto 9:42
2-3 Scherzando (Allegro Moderato) 6:44
2-4 Allegro Moderato 13:20

2-5 Sonatensatz In B Flat Major D.28 (Allegro) 7:22

Trio Wanderer:
Cello – Raphaël Pidoux
Piano – Vincent Coq
Violin – Jean-Marc Phillips-Varjabédian

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Schubert com sua mesa até que mais ou menos arrumadinha.

PQP

 

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sinfonia Nº 9 “Coral”, Op. 125 (Concertgebouw / Haitink)

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sinfonia Nº 9 “Coral”, Op. 125 (Concertgebouw / Haitink)

Haitink gravou 4 vezes a Nona de Beethoven. Cada uma tem seus prós e contras. O “contra” deste CD é o som um pouco distante, os prós são o resto. Bem, mais ou menos. Pois, atenção: é uma versão contida, dentro do padrão e sem grandes voos. Trata-se de uma gravação ao vivo, de um dia em que Haitink resolveu fazer tudo certinho. Então, quando quero “ouvir com gosto” uma Nona, pego Böhm ou outro daqueles sensacionais — quase sempre pego Böhm, Wand, Fricsay ou Barenboim, os melhores. Mas quando quero mostrar a Nona, trago essa, pois é uma espécie de gravação padrão, sem polêmicas.

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sinfonia Nº 9 “Coral”, Op. 125 (Concertgebouw / Haitink) (1:09:52)

1 I – Allegro Ma Non Troppo, Un Poco Maestoso 16:14
2 II – Molto Vivace 11:12
3 III – Adagio Molto e Cantabile 17:07
4 IV – Presto 25:07

Bass Vocals – Robert Holl
Choir – Groot Omroepkoor
Chorus Master – Robin Gritton
Conductor – Bernard Haitink
Contralto Vocals – Carolyn Watkinson
Orchestra – Concertgebouworkest
Soprano Vocals – Lucia Popp
Tenor Vocals – Peter Schreier

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PQP

.: interlúdio :. Duke Ellington: The OKeh Ellington

.: interlúdio :. Duke Ellington: The OKeh Ellington

Embora geralmente não sejam tão celebradas quanto suas gravações para a RCA Victor do mesmo período, as apresentações de Duke Ellington para a OKeh (posteriormente adquirida pela Columbia) estão entre as melhores do período, apresentando solos distintos de trompetistas como o trompetista Bubber Miley (e mais tarde seu substituto Cootie Williams), o trombonista Tricky Sam Nanton (que, como Miley, era um especialista em mudos wah-wah), o clarinetista Barney Bigard e o sax alto Johnny Hodges , entre outros. Essas 50 faixas (que ignoram as tomadas alternativas de Ellington) contêm muitos clássicos, incluindo seu tema original East St. Louis Toodle-oo, Black and Tan Fantasy, The Mooche, Mood Indigo e seus primeiros solos ao piano. Este é um dos melhores registros dos primeiros Ellington disponíveis.

Duke Ellington: The OKeh Ellington

1-1 The Washingtonians– East St. Louis Toodle-oo
Written-By – B. Miley*, D. Ellington*
3:03
1-2 The Washingtonians– Hop Head
Written-By – D. Ellington*
2:55
1-3 The Washingtonians– Down In Our Alley Blues
Written By – J. Kapp
Written-By – D. Ellington*, O. Hardwick*
3:01
1-4 Duke Ellington & His Orchestra*– What Can A Poor Fellow Do?
Written-By – B. Meyers*, E. Schoebel*
3:08
1-5 Duke Ellington & His Orchestra*– Black And Tan Fantasy
Written-By – B. Miley*, D. Ellington*
3:23
1-6 Duke Ellington & His Orchestra*– Chicago Stomp Down
Vocals – Adelaide Hall
Written-By – H. Creamer*, J. Johnson*
2:46
1-7 The Washingtonians– Sweet Mama (Papa’s Getting Mad)
Written By – G. Little, P. Frost
Written-By – F. Rose*
2:52
1-8 The Washingtonians– Stack O’Lee Blues
Written By – L. Colwell, R. Lopez
2:49
1-9 The Washingtonians– Bugle Call Rag
Written-By – B. Meyers*, E. Schoebel*, J. Pettis*
2:37
1-10 Duke Ellington & His Orchestra*– Take It Easy
Written-By – D. Ellington*
3:12
1-11 Duke Ellington & His Orchestra*– Jubilee Stomp
Written-By – D. Ellington*
2:42
1-12 Duke Ellington & His Orchestra*– Harlem Twist (East St. Louis Toodle-oo)
Written-By – B. MIley*, D. Ellington*
3:15
1-13 The Harlem Footwarmers– Diga Diga Doo
Vocals – Irving Mills
Written-By – D. Fields*, J. McHugh*
2:51
1-14 The Harlem Footwarmers– Doin’ The New Low Down
Vocals – Irving Mills
Written-By – D. Fields*, J. McHugh*
3:05
1-15 Duke Ellington– Black Beauty
Written-By – D. Ellington*
3:00
1-16 Duke Ellington– Swampy River
Written-By – D. Ellington*
2:48
1-17 Duke Ellington & His Orchestra*– The Mooche
Written-By – D. Ellington*, I. Mills*
3:11
1-18 Duke Ellington & His Orchestra*– Move Over
Written-By – D. Ellington*
3:03
1-19 Duke Ellington & His Orchestra*– Hot And Bothered
Written-By – D. Ellington*
3:15
1-20 Duke Ellington & His Orchestra*– The Blues With A Feelin’
Written-By – D. Ellington*
3:13
1-21 Duke Ellington & His Orchestra*– Goin’ To Town
Written-By – B. Miley*, D. Ellington*
2:55
1-22 Duke Ellington & His Orchestra*– Misty Mornin’
Written-By – A. Whetsol*, D. Ellington*
3:20
1-23 Joe Turner & His Memphis Men*– I Must Have That Man
Written-By – D. Fields*, J. McHugh*
3:19
1-24 Joe Turner & His Memphis Men*– Freeze And Melt
Written-By – D. Fields*, J. McHugh*
2:51
1-25 Joe Turner & His Memphis Men*– Mississippi Moan
Written-By – D. Ellington*
3:24

2-1 Sonny Greer & His Memphis Men*– That Rhythm Man
Written-By – A. Razaf*, T. Waller*, H. Brooks*
2:41
2-2 Sonny Greer & His Memphis Men*– Beggar’s Blues
Written By – J. Hodge
Written-By – A. Bigard*
3:16
2-3 Sonny Greer & His Memphis Men*– Saturday Night Function
Written-By – A. Bigard*, D. Ellington*
3:22
2-4 The Harlem Footwarmers– Jungle Jamboree
Written-By – A. Razaf*, T. Waller*, H. Brooks*
3:02
2-5 The Harlem Footwarmers– Snake Hip Dance
Written-By – A. Razaf*, T. Waller*, H. Brooks*
2:48
2-6 The Harlem Footwarmers– Lazy Duke
Written-By – D. Ellington*
3:06
2-7 The Harlem Footwarmers– Blues Of The Vagabond
Written-By – D. Ellington*
3:13
2-8 The Harlem Footwarmers– Syncopated Shuffle
Written-By – D. Ellington*
2:45
2-9 Mills’ Ten Blackberries– The Mooche
Written-By – D. Ellington*, I. Mills*
3:20
2-10 Mills’ Ten Blackberries– Ragamuffin Romeo
Written-By – H. DeCosta*, M. Wayne*
3:15
2-11 Mills’ Ten Blackberries– East St. Louis Toodle-oo
Written-By – B. Miley*, D. Ellington*
3:13
2-12 Mills’ Ten Blackberries– Sweet Mama
Written-By – H. DeCosta*, M. Wayne*
3:00
2-13 Mills’ Ten Blackberries– Hot And Bothered
Written-By – D. Ellington*
2:52
2-14 Mills’ Ten Blackberries– Double Check Stomp
Written-By – A. Bigard*, I. Mills*
3:20
2-15 Mills’ Ten Blackberries– Black And Tan Fantasy
Written-By – B. Miley*, D. Ellington*
3:07
2-16 The Harlem Footwarmers– Big House Blues
Written-By – D. Ellington*, I. Mills*
3:01
2-17 The Harlem Footwarmers– Rocky Mountain Blues
Written-By – D. Ellington*, I. Mills*
3:08
2-18 The Harlem Footwarmers– Ring Dem Bells
Vocals – Cootie Williams
Written-By – D. Ellington*, I. Mills*
2:47
2-19 Frank Brown & His Tooters*– Three Little Words
Vocals – Irving Mills
Written-By – B. Kalmar*, H. Ruby*
3:12
2-20 The Harlem Footwarmers– Old Man Blues
Written-By – D. Ellington*, I. Mills*
3:05
2-21 The Harlem Footwarmers– Sweet Chariot
Vocals – Cootie Williams
Written-By – D. Ellington*, I. Mills*
2:47
2-22 The Harlem Footwarmers– Mood Indigo
Written-By – A. Bigard*, D. Ellington*, I. Mills*
3:06
2-23 The New York Syncopators– I Can’t Realize You Love Me
Vocals – Sid Garry
Written-By – B. DeSylva*, W. Donaldson*
3:23
2-24 The New York Syncopators– I’m So In Love With You
Vocals – Sid Garry
Written-By – D. Ellington*, I. Mills*
2:56
2-25 The Harlem Footwarmers– Rockin’ In Rhythm
Written-By – D. Ellington*, H. Carney*, I. Mills*
3:14

Banjo – Fred Guy
Baritone Saxophone, Clarinet, Alto Saxophone – Harry Carney
Clarinet, Soprano Saxophone, Alto Saxophone – Johnny Hodges (tracks: 1-13, 1-14, 1-17 to 2-25)
Clarinet, Tenor Saxophone – Barney Bigard (tracks: From 1-7), Prince Robinson (tracks: 1-1 to 1-3), Rudy Jackson (tracks: 1-1 to 1-6)
Double Bass [String Bass] – Wellman Braud (tracks: From 1-4)
Drums – Sonny Greer
Guitar – Lonnie Johnson (2) (tracks: 1-17 to 1-19, 1-22)
Piano, Arranged By, Leader – Duke Ellington
Soprano Saxophone, Alto Saxophone, Baritone Saxophone – Otto Hardwick (tracks: 1-1 to 1-12)
Trombone – Joe “Tricky Sam” Nanton*
Trumpet – Arthur Whetsol* (tracks: 1-13, 1-14, 1-17 to 2-5, 2-7 to 2-25), Bubber Miley (tracks: 1-1 to 1-3, 1-7 to 1-14, 1-17 to 1-23), Cootie Williams (tracks: 1-23 to 1-25, 2-6 to 2-15, 2-18 to 2-25), Freddie Jenkins* (tracks: 1-20 to 2-3, 2-6 to 2-15, 2-18 to 2-25), Jabbo Smith (tracks: 1-4 to 1-6), Louis Metcalf (tracks: 1-1 to 1-12)
Tuba – Henry Edwards (tracks: 1-1 to 1-3)
Valve Trombone – Juan Tizol (tracks: 2-7 to 2-11, 2-18 to 2-25)
Vocals – Baby Cox (tracks: 1-17, 1-19)

Recording dates:
1-1 to 1-3: March 22, 1927.
1-4 to 1-6: November 3, 1927.
1-7 to 1-9: January 9, 1928.
1-10 to 1-12: January 19, 1928.
1-13, 1-14: July 10, 1928.
1-15, 1-16: October 1, 1928.
1-17 to 1-19: October 1, 1928.
1-20 to 1-22: November 22, 1928.
1-23 to 1-25: April 4, 1929.
2-01 to 2-03: May 28, 1929.
2-04, 2-05: August 2, 1929.
2-06 to 2-08: November 20, 1929.
2-09 to 2-11: April 3, 1930.
2-12 to 2-15: June 12, 1930.
2-16, 2-17: October 14, 1930.
2-18, 2-20 to 2-22: October 30, 1930.
2-19: October 30, 1930.
2-23 to 2-25: November 8, 1930.

Original 78s from the collections of Robert Altschuler, Michael Brooks, and the Institute of Jazz Studies, Newark, New Jersey.

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Sir Duke anos depois, já em 1946.

PQP

Matthew Locke (ca. 1621-1677): Consort of Fower Parts (Fretwork)

Matthew Locke (ca. 1621-1677): Consort of Fower Parts (Fretwork)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um belo disco de música elisabetana com o Fretwork! Com justiça, Haydn é considerado o progenitor do quarteto de cordas como gênero e conjunto padrão, bem como o primeiro compositor a desenvolver as vozes “internas” (2º violino e viola) como parceiros independentes na música. Mozart foi quem trouxe novos níveis de complexidade à forma do quarteto. Contudo, cem ou mais anos antes, compositores ingleses em grande parte esquecidos compunham música da maior sutileza e graça para o quarteto de cordas. Não o quarteto com as 16 cordas de dois violinos, viola e violoncelo, mas o quarteto de 24 cordas de violas da gamba aguda, tenor e duas violas baixo. Entre os melhores compositores de gamba estava Matthew Locke, ainda lembrado na Inglaterra por sua música para teatro, hinos e voluntaries. Este CD de Consort in Fower (4) Parts, de Locke, é uma das glórias da música inglesa. Sentidas, imponentes e melancólicas, as suítes consorte de Locke são o equivalente musical das Meditações de John Donne ou dos sonetos de Shakespeare. Se a sua experiência com a música renascentista se limitou às branles de Susato e algumas canções de alaúde, você ficará surpreso com a sofisticação da harmonia e do contraponto de Locke. Há também momentos de entusiasmo e bravura, mas o clima geral da música é mais filosófico do que vigoroso. O Fretwork possui esse repertório de gamba apenas igualado por gente muito grande. Existem pelo menos três gravações do Consort of Fower Parts, incluindo uma de Jordi Savall com o Hesperion XX. Savall é o maior virtuoso da viola da gamba do mundo moderno — você pode tê-lo ouvido tocar no filme Tous Les Matins du Monde — mas a performance do FRETWORK supera a do Hesperion XX em expressividade e beleza de timbre. Garanto!

O Fretwork

Matthew Locke (ca. 1621-1677): Consort of Fower Parts (Fretwork)

Suite No. 1 (9:48)
1 Fantasie
2 Courante
3 Ayre
4 Sarabande

Suite No. 2 (7:45)
5 Fantasie
6 Courante
7 Ayre
8 Sarabande

Duo No. 1 For 2 Bass Viols (8:19)
9 Fantasie
10 Fantasie
11 Courante
12 Fantasie
13 Fantasie
14 Sarabande

Suite No. 3 (8:09)
15 Fantasie
16 Courante
17 Ayre
18 Sarabande

Suite No 4 (7:28)
19 Fantasie
20 Courante
21 Ayre
22 Sarabande

Duo No. 2 For 2 Bass Viols (8:25)
23 Fantasie
24 Fantasie
25 Courante
26 Fantasie
27 Fantasie
28 Sarabande

Suite No. 5 (8:37)
29 Fantasie
30 Courante
31 Ayre
32 Sarabande

Suite No. 6 (8:39)
33 Fantasie
34 Courante
35 Ayre
36 Sarabande

Fretwork

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Mattew Locke escreveu seu nome nas paredes da Catedral de Exeter

PQP

J. S. Bach (1685-1750): A Arte da Fuga (Münchinger / Orq de Câmara de Stuttgart)

J. S. Bach (1685-1750): A Arte da Fuga (Münchinger / Orq de Câmara de Stuttgart)

Uma Arte da Fuga à antiga, com instrumentos modernos e o grande Karl Münchinger à frente da Orquestra de Câmara de Stuttgart. Uma gravação fatalmente fora de moda, demodê para mais de metro, porém aceitável. Não consigo lembrar de uma época em que tantas gravações diferentes de A Arte da Fuga de Bach estivessem disponíveis. Tenho defendido o direito dos intérpretes de escolherem que tipo de abordagem instrumental adotar neste trabalho musicalmente profundo e científico. Podemos estar razoavelmente certos de que o próprio Bach pretendia que fosse uma obra para teclado solo e isso foi demonstrado de forma competente e convincente, por exemplo, por Gustav Leonhardt e Davitt Moroney, ambos tocando cravo solo, e por Herbert Tachezi que preferiu o órgão. Mas há uma vantagem nas versões para vários instrumentos, pois ao ouvinte mais inexperiente é permitido distinguir mais facilmente todos os fios da textura de Bach. E dá-lhe complexidade!

J.S. Bach (1685-1750): A Arte da Fuga (Münchinger / Orq de Câmara de Stuttgart)

1. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.1 Contrapunctus I Karl Münchinger 4:17
2. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.2 Contrapunctus II Karl Münchinger 2:44
3. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.3 Contrapunctus III Karl Münchinger 4:13
4. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.4 Contrapunctus IV Karl Münchinger 3:20
5. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.5 Contrapunctus V Karl Münchinger 4:55
6. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.6 Contrapunctus VI Karl Münchinger 3:30
7. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.7 Contrapunctus VII Karl Münchinger 2:54
8. The Art Of Fugue, Bwv 1080 – – – No.8 Contrapunctus VIII Karl Münchinger 6:08
9. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.9 Contrapunctus IX Karl Münchinger 2:36
10. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.10 Contrapunctus X Karl Münchinger 4:46
11. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.11 Contrapunctus XI Karl Münchinger 7:07
12. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.15 Fuga per canonem Karl Münchinger 2:45
13. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.17 Fuga per canonem Karl Münchinger 2:39
14. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.16 Fuga per canonem Karl Münchinger 4:01
15. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.14a Fuga per canonem Karl Münchinger 4:45
16. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.13a Karl Münchinger 2:28
17. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.13b Karl Münchinger 2:27
18. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.19a Karl Münchinger 2:32
19. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.19b Karl Münchinger 2:38
20. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.12a Karl Münchinger 3:17
21. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.12b Karl Münchinger 3:05
22. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.18. Chorale: “Wenn wir in höchsten Nöten sein” Karl Münchinger 14:23

Karl Münchinger
Orquestra de Câmara de Stuttgart

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A Lição de Música – Johannes Vermeer
Year c. 1662–1665

PQP

Boris Tchaikovsky (1925-1996): Concerto para Violino / Dmitri Shostakovich (1906-1975): Concerto Nº 1 para Violino (Viktor Tretiakov)

Boris Tchaikovsky (1925-1996): Concerto para Violino / Dmitri Shostakovich (1906-1975): Concerto Nº 1 para Violino (Viktor Tretiakov)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Este é o volume 1 da coleção cuja capa está ao lado. Viktor Tretiakov (1946) é um daqueles gênios violinistas russos da estirpe de Jascha Heifetz, David Oistrakh, Leonid Kogan e Oleg Kagan. O Concerto de Boris (diz-se Barís) Tchaikovsky é colocado como aperitivo do Shostakovitch Nº 1. Boris não tem o caráter único de Shosta, mas é certamente uma peça que deveria ser executada com mais frequência. Ele é muito bom compositor, sem relação com o famoso Tchaikovsky. Aparentemente compôs muita música, era bem visto na União Soviética e teve a coragem de recusar ceder à pressão do governo para denunciar alguns colegas músicos. É um concerto um tanto sombrio, mas que impressiona pela alta qualidade, valorizada pelo grande Tretiakov.

Por ter ouvido tantas gravações do Concerto Nº 1 para Violino e Orquestra de Shostakovich, estou em boa posição para julgá-la. Acredito que esta apresentação ao vivo por Tretiakov é inigualável. O coração desta peça é a Passacaglia do terceiro movimento (depois da introdução orquestral e antes da cadência). Além de ser potente e comovente, como é Shostakovich em grande parte, é das músicas mais belas que o compositor escreveu, e alcança aquela união misteriosa e milagrosa do trágico e do sublime tão bem… Essas qualidades são tão bem expressas aqui por Tretiakov, em parte devido à sua habilidade de criar um som quase vocal com seu instrumento. Ouve-se um verdadeiro arco narrativo, uma história. É uma performance surpreendente e de cair o queixo. As outras gravações do Nº 1 que valem muito a pena ouvir são, na ordem, Oistrakh / Mravinsky, Kogan / Svetlanov, Oistrakh / Mitropoulos e Kogan / Kondrashin.

Boris Tchaikovsky (1925-1996): Concerto para Violino / Dmitri Shostakovich (1906-1975): Concerto Nº 1 para Violino (Viktor Tretiakov)

Violin Concerto
Composed By – Boris Tchaikovsky
1-1 Andante 14:33
1-2 Allegro 21:46

Violin Concerto No: 1 In A Minor, Op. 99
Composed By – Dmitri Shostakovich
1-3 Nocturne: Moderato 10:31
1-4 Scherzo: Allegro 6:19
1-5 Passacaglia: Andante Cadenza 14:06
1-6 Burlesque: Allegro Con Brio 5:02

Viktor Tretiakov, violin

Arnold Katz (tracks 1 to 2)
Russian State Symphony Orchestra (tracks 1 to 2)

Vladimir Fedoseyev (tracks 3 to 5)
Grand Symphony Orchestra (tracks: CD 1 (3 to 5)

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Tretiakov tocando com sua esposa, a violinista Natalia Likhopoi.

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J. S. Bach (1685-1750): A Oferenda Musical (Münchinger / Orq de Câmara de Stuttgart)

J. S. Bach (1685-1750): A Oferenda Musical (Münchinger / Orq de Câmara de Stuttgart)

Minha mulher perguntou se isso era um arranjo ou se apenas era uma gravação antiquada e romântica de Bach. Respondi: segunda opção. Mas eu não ousaria falar mal deste disco. E ele é bom. Numa época em que eu tinha condições de comprar apenas um ou dois discos por mês, adquiri esta Oferenda. Não sei como o vinil não furou. Devo ter ouvido esta gravação centenas de vezes e a Oferenda tornou-se uma de minhas obras prediletas. É até hoje. Não me importa que a orquestra pareça ser movida a energia atômica, tal sua potência; aqui, o que me importa são as lembranças de um adolescente que estava tendo seus primeiros contatos com Bach. CD sensacional. Sem discussões! :¬)))

J.S. Bach (1685-1750): A Oferenda Musical (Münchinger / Orq de Câmara de Stuttgart)

4. Musical Offering, BWV 1079 – Ricercar a 3 Karl Münchinger 7:25
5. Musical Offering, BWV 1079 – Canon perpetuus a 2 Karl Münchinger 1:34
6. Musical Offering, BWV 1079 – Canon a 2 violini in unisono Karl Münchinger 0:47
7. Musical Offering, BWV 1079 – Canon a 2 per motum contrarium Karl Münchinger 0:50
8. Musical Offering, BWV 1079 – Canon a 2 per augmentationem, contrario motu Karl Münchinger 2:19
9. Musical Offering, BWV 1079 – Canon a 2 Karl Münchinger 0:46
10. Musical Offering, BWV 1079 – Canon a 2 Karl Münchinger 1:56
11. Musical Offering, BWV 1079 – Canon a 2 per tonos Karl Münchinger 2:24
12. Musical Offering, BWV 1079 – Canon perpetuus contrario motu Karl Münchinger 1:20
13. Musical Offering, BWV 1079 – Canon a 4 Karl Münchinger 5:10
14. Musical Offering, BWV 1079 – Fuga canonica Karl Münchinger 1:56
15. Musical Offering, BWV 1079 – Sonata a 3 – I Largo Karl Münchinger 4:55
16. Musical Offering, BWV 1079 – Sonata a 3 – II Allegro Karl Münchinger 6:16
17. Musical Offering, BWV 1079 – Sonata a 3 – III Andante Karl Münchinger 2:55
18. Musical Offering, BWV 1079 – Sonata a 3 – IV Allegro Karl Münchinger 3:13
19. Musical Offering, BWV 1079 – Ricercar a 6 Karl Münchinger 9:12

Karl Münchinger
Orquestra de Câmara de Stuttgart

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As the Old Sing, So Pipe the Young, by Jan Steen, c. 1688-70, via Mauritshuis Museum, The Hague

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Johannes Brahms (1833-1897): Piano Quartet, Op. 25 (Orq. Schoenberg) / Variations And Fugue On A Theme By Handel, Op. 24 (Orq. Rubbra) (LSO, Neeme Järvi)

Johannes Brahms (1833-1897): Piano Quartet, Op. 25 (Orq. Schoenberg) / Variations And Fugue On A Theme By Handel, Op. 24 (Orq. Rubbra) (LSO, Neeme Järvi)

A orquestração de Arnold Schoenberg do Quarteto para Piano Nº 1 de Johannes Brahms estreou em 1937. Numa série de palestras de 1947 intituladas “Brahms, o Progressista”, Arnold Schoenberg relata um exemplo de Brahms lidando com um de seus fãs. “Os contemporâneos encontraram várias maneiras de irritá-lo”, escreve Schoenberg sobre Brahms. “Um músico ou um amante da música pode tentar demonstrar sua grande compreensão, bom julgamento musical e conhecimento de Brahms ousando dizer havia observado que a Primeira Sonata para Piano era muito semelhante à Sonata ‘Hammerklavier’ de Beethoven. Não admira que Brahms, com sua maneira direta, tivesse respondido: ‘Todo idiota percebe isso!’”

Você não precisa conhecer nenhum dos compositores ou suas obras para entender por que Brahms ficava irritado com tal comentário. Ele passou grande parte de sua vida tendo seu lugar na história da música alemã ocupado por outros. Sua Primeira Sinfonia foi chamada de “Décima de Beethoven”. Para os detratores de Wagner, Brahms representava tudo o que havia de bom na música alemã e para os fãs de Wagner, tudo o que havia de ruim nela. É fácil apontar os pontos em comum entre Brahms e as gerações que o precederam; Encontrar o que faz dele uma força única na música alemã exige um pouco mais de esforço, e esse foi o objetivo das palestras de Schoenberg e, em certo sentido, da sua orquestração de uma das obras-primas de câmara de Brahms.

O Quarteto de Brahms estreou em Hamburgo em 1861; Schoenberg orquestrou a obra em 1937, e ela foi estreada pela Filarmônica de Los Angeles sob a batuta do então Diretor Musical Otto Klemperer em um dos Concertos de Sábado à Noite da Orquestra. Schoenberg explicou a lógica por trás de sua orquestração em uma carta a Alfred Frankenstein, o crítico musical do San Francisco Chronicle, quase um ano após a estreia:

“1. Gosto da peça;
2. Raramente é tocada;
3. É sempre muito mal tocado, porque quanto melhor o pianista, mais alto ele toca e não se ouve nada nas cordas. Queria uma vez ouvir tudo e consegui.”

Schoenberg gostou da peça como um grande exemplo de “desenvolvimento de variação”, uma inovação de Brahms que ele discutiu em suas palestras sobre “Brahms, o Progressista”. A ideia é realmente muito simples: Brahms submeteria seu material temático a variações e transformações assim que as introduzisse, em vez de esperar até a seção de desenvolvimento de um movimento em forma de sonata. Isso lhe permitiu criar estruturas maiores a partir desses materiais em constante desenvolvimento.

Johannes Brahms (1833-1897): Piano Quartet, Op. 25 (Orch. Schoenberg) / Variations And Fugue On A Theme By Handel, Op. 24 (Orch. Rubbra) (LSO, Neeme Järvi)

Piano Quartet In G Minor Op. 25
Orchestrated By – Arnold Schoenberg
(45:41)
1 I Allegro 15:10
2 II Intermezzo: Allegro Ma Non Troppo 9:11
3 III Andante Con Moto 11:54
4 IV Rondo Alla Zingarese: Presto 9:25

Variations And Fugue On A Theme By Handel Op. 24
Orchestrated By – Edmund Rubbra
(25:35)
5 Aria 0:55
6 Variations I 0:52
7 II Animato 0:45
8 III L’istesso Tempo 0:42
9 IV 0:45
10 V 0:57
11 VI 0:51
12 VII Con Vivacità 0:30
13 VIII 0:33
14 IX Poco Sostenuto 0:50
15 X Energico (Vivace) 0:36
16 XI Con Moto 0:55
17 XII 0:51
18 XIII Largamente, Ma Non Troppo 1:03
19 XIV Impetuoso 0:37
20 XV 0:35
21 XVI 0:30
22 XVII Più Mosso 0:31
23 XVIII 1:04
24 XIX Leggiero Vivace 0:50
25 XX 0:53
26 XXL 1:03
27 XXII 0:45
28 XXIII Vivace 0:37
29 XXIV 0:40
30 XXV 0:46
31 Finale 5:40

Composed By – Johannes Brahms
Conductor – Neeme Järvi
Orchestra – London Symphony Orchestra

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Leonard Bernstein (1918-1990): Sinfonia Nº 1 “Jeremiah” / Concerto for Orchestra “Jubilee Games” (Judd)

Leonard Bernstein (1918-1990): Sinfonia Nº 1 “Jeremiah” / Concerto for Orchestra “Jubilee Games” (Judd)

Como eu estava sendo ameaçado fisicamente por não revalidar este link, aqui vai ele. A Sinfonia Nº 1 de Bernstein, baseada no profeta Jeremias, fala, segundo o próprio Bernstein, a respeito da crise de sua fé, simbolizada pela destruição do Templo de Jerusalém. Jeremiah é conhecido pela alcunha de “O Profeta Chorão”. O Concerto para Orquestra foi composto em 1986 e bastante ampliado em 1989. É muito curiosa esta abordagem ao modelo de “Concerto para Orquestra”, criado por Bartók. Como já publicamos antes os Concertos para Orquestra de Bartók e Lutoslawski — duas obras-primas! –, finalizamos por ora a série dedicada aos Concertos para Orquestra. Gostei bastante do disco, tanto que o ouvi 3 vezes de enfiada. Apenas estranhei a Lamentação de Jeremias ser cantada por uma mulher. Mas, enfim, o que interessa é o texto, né? E talvez seja uma mulher falando do Jerê, não examinei o texto…

Leonard Bernstein (1918-1990): Sinfonia Nº 1 “Jeremiah” / Concerto for Orchestra “Jubilee Games” (Judd)

Symphony No. 1 ‘Jeremiah’ (25:06)
1 Prophecy 7:43
2 Profanation 6:29
3 Lamentation 10:54

Concerto For Orchestra ‘Jubilee Games’ (29:58)
4 I Free-Style Events: Allegro Con Brio, Giocoso 7:27
5 II Mixed Doubles: Theme 1:26
6 Variation 1 1:01
7 Variation 2 0:26
8 Variation 3 0:39
9 Variation 4 1:17
10 Variation 5 0:33
11 Variation 6 2:18
12 Variation 7 1:15
13 Coda 1:45
14 III Diaspora Dances: Vivace 5:37
15 IV Benediction: Moderato, Invocando 6:13

Baritone Vocals – Nathan Gunn (tracks: 15)
Conductor – James Judd
Mezzo-soprano Vocals – Helen Medlyn (tracks: 3)
Orchestra – New Zealand Symphony Orchestra

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O Jeremiah de Michelangelo (detalhe do teto da Capela Sistina)

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W. A. Mozart(1756-1791): Quintetos K. 515 & 516 (Talich)

W. A. Mozart(1756-1791): Quintetos K. 515 & 516 (Talich)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Para esta postagem, fiz questão de fotografar e recortar a capa do meu CD. Observem bem o número de prêmios que o Talich recebeu por esta gravação. A gente nem consegue ver direito o quadro reproduzido na capa. Parece que os tchecos acertaram mesmo! Desnecessário dizer que esta é uma gravação maravilhosa dos grandes Quintetos de Cordas K. 515 e K. 516 de Mozart, interpretada pelo Quarteto Talich com Karel Řehák no violoncelo a mais. Aqui, podemos ouvir muita e sólida cultura musical. É um CD de 1990 com excelente som. Comprei-o lá pelos anos 90. Havia algum tempo que me contentava com a excelente versão do Alban Berg Quartet (1986), mas sempre achei que esta era muito suave para obter explorar a profundidade dessas duas grandes obras. Há maior drama e intensidade nos Talichs, um maior senso de urgência que me agrada. O som é próximo, claro e muito envolvente. Pode-se ouvir todos os instrumentos individualmente e eles estão muito bem equilibrados como grupo. São performances poderosas dessas grandes obras e tenho o prazer de recomendá-las.

W. A. Mozart: Quintetos K. 515 & 516 (Talich)

Quintette À Cordes En Sol Mineur K. 516 (34:01)
1 Allegro 10:27
2 Menuetto 5:05
3 Adagio Ma Non Troppo 8:34
4 Adagio. Allegro 9:43

Quintette À Cordes En Ut Majeur K. 515 (36:10)
5 Allegro 13:16
6 Menuetto Allegretto 5:17
7 Andante 9:53
8 Allegro 7:34

Cello – Evžen Rattay, Karel Řehák
Ensemble – Le Quatuor Talich*
Viola – Jan Talich
Violin – Jan Kvapil, Petr Messiereur

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O Quarteto Talich durante um inquérito interno.

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F. J. Haydn (1732-1809): Symphonie Nr. 45 “do Adeus” • Symphonie Nr. 46 • Symphonie Nr. 47 “Palíndromo” (English Chamber Orchestra, Daniel Barenboim)

A capa ao lado quase corresponde ao CD postado…

A Sinfonia n.º 45 de Joseph Haydn, também intitulada de “Sinfonia do Adeus”, é música de protesto, um elegante protesto que pretendia convencer o príncipe Nikolaus a não obrigar a orquestra a permanecer mais tempo no Palácio de Esterházy, em 1772, uma estadia que já se prolongava por longos meses e mantinha afastados os músicos das suas famílias. Haydn consentiu em traduzir em música essa insatisfação. No decorrer do último andamento, os músicos terminam sucessivamente as suas partes e retiram-se do palco. No final, não resta ninguém no palco.

Muitas das sinfonias de Haydn contêm “surpresas mais surpreendentes” do que aquela conhecida por “Sinfonia Surpresa”. A surpresa na Sinfonia º 46 aqui vem no movimento final. A abertura é um tema forte que é rapidamente retomado e desenvolvido, com destaque para as trompas. A música avança apenas para parar repentinamente, interrompida por uma passagem final do minueto. As trompas então explodem novamente com o tema principal, mas logo desapareceram e a música quase para. Então as cordas levam o movimento e a sinfonia a um encerramento rápido e abrupto. Embora não se saiba se ele estava familiarizado com esta sinfonia, Ludwig van Beethoven faria mais tarde a mesma coisa no final de sua Quinta Sinfonia, interrompendo o tema com uma reprise do material do movimento anterior antes de retornar.

Por que a Sinfona Nº 47 é chamada de “O Palíndromo”? O “Minuetto al Roverso” é a razão: a segunda parte do Minueto é igual à primeira, mas ao contrário.

F. J. Haydn (1732-1809): Symphonie Nr. 45 • Symphonie Nr. 46 • Symphonie Nr. 47 (English Chamber Orchestra, Daniel Barenboim)

Symphonie Nr. 45 F Sharp Minor (Hob. I: 45) “Sinfonia do Adeus”
Allegro Assai 5:36
Adagio 7:32
Menuet 4:02
Finale. Presto Adagio 7:46

Symphonie Nr. 46 H-Dur (Hob. I: 46)
1. Vivace 5:43
2. Poco Adagio 4:00
3. Menuet. Allegretto 3:02
4. Finale. Presto E Scherzando 4:30

Symphonie Nr. 47 G-Dur (Hob. I: 47) “O Palíndromo”
1. (Allegro) 5:52
2. Un Poco Adagio, Cantabile 8:11
3. Menuet Al Roverso 2:27
4. Finale. Presto Assai 4:38

English Chamber Orchestra
Daniel Barenboim

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Sim, o pessoal queria sair deste palácio.

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