Wilhelm Friedemann Bach (1710-1784): Sinfonias / Suite In G Minor / Concerto For Harpsichord In D Major (Talfelmusik / Lamon)

Wilhelm Friedemann Bach (1710-1784): Sinfonias / Suite In G Minor / Concerto For Harpsichord In D Major (Talfelmusik / Lamon)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Alguns de vocês devem ter notado que eu — o PQP Bach, pessoalmente — estou fazendo frequentes visitas aos bachinhos, ou seja aos filhos de deus. Este disco tem excelente — notável mesmo! — repertório, mas na primeira audição me pareceu que faltou à Lamon e à Tafelmusik algo de verve. Não pensava, evidentemente, em vibratos e nem de violinistas se rasgando, mas sim em felicidade e entusiasmo. Achei que a excelente Jeanne Lamon (1949-2021) tivesse abordado WF com algum excesso de respeito, sem amor verdadeiro. Já na segunda audição, achei que era um dos melhores discos de WF que já tinha ouvido. E assim ele permanecerá, ao menos para mim. WF era o filho preferido de JS e, na minha opinião, — grande coisa! — era o segundo mais talentoso, logo após CPE. Mas ambos foram GENIAIS.

Wilhelm Friedemann Bach (1710-1784): Sinfonias / Suite In G Minor / Concerto For Harpsichord In D Major (Talfelmusik / Lamon)

Sinfonia In D Major, F. 64
1 1. Allegro E Maestoso 3:55
2 2. Andante 3:15
3 3. Vivace 3:24

Sinfonia In D Minor, F. 65
4 Adagio & Fugue

Suite In G Minor, BWV 1070 (Attrib.: W. F. Bach)
5 1. Ouverture – Larghetto 4:35
6 2. Torneo 1:58
7 3. Aria – Adagio 5:22
8 4. Menuetto Alternativo – Trio 4:48
9 5. Capriccio 3:31

Concerto For Harpsichord, Strings And Basso Continuo In D Major, F. 41
10 1. Allegro 5:50
11 2. Andante 5:34
12 3. Vivace 4:28

Sinfonia In F Major For Strings, F. 67
13 1. Vivace 4:22
14 2. Andante 4:48
15 3. Allegro 3:18
16 4. Menuetto 1 & 2 2:30

Bassoon – Michael McCraw
Cello – Christina Mahler, Sergei Istomin
Concert Flute – Christopher Krueger, Elissa Poole
Directed By – Jeanne Lamon
Double Bass – Alison Mackay
Harpsichord – Charlotte Nediger
Horn – Derek Conrod, Teresa Wasiak
Oboe – John Abberger, Washington McClain
Orchestra – Tafelmusik Baroque Orchestra
Viola – Elly Winer, Ivars Taurins, Patrick G. Jordan
Violin – Christopher Verrette, David Greenberg, Kevin Mallon, Linda Melsted, Rona Goldensher, Stephen Marvin, Thomas Georgi
Violin [Leader] – Jeanne Lamon

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Wilhelm Friedemann bebeu e viveu muito. Era um sujeito alegre que teve vida complicada e que jamais aceitaria votar num representante das trevas e da morte como Jair Bolsonaro.

PQP

The Neapolitans: Pergolesi, Durante, Leo (Wallfisch, Kraemer)

The Neapolitans: Pergolesi, Durante, Leo (Wallfisch, Kraemer)

Um bom disco que não é de enlouquecer, a não ser o muito surpreendente Allegro – Affettuoso de Durante (faixa 12). Simplificando, se você gosta da música de violino do século XVIII, encontrará uma hora de prazer ouvindo este programa habilmente interpretado com peças raramente ouvidas de compositores napolitanos. Elizabeth Wallfisch e seus colegas têm performances excelentes – com ritmos sensatos, articulados, que vão direto ao ponto. Por exemplo, o Concerto nº 5 para cordas de Francesco Durante é um trabalho de seis minutos ferozmente agitado e vivaz que é ao mesmo tempo aventureiro e emocionante. Considerando a abundância de gravações que apresentam obras dos mestres mais conhecidos do século XVIII, este lançamento é uma alternativa bem-vinda, que acentua claramente as virtudes da música que muitas vezes é preterida ou relegada a um status de segunda linha. O som não poderia ser melhor – ouvimos a solista e o grupo em um ambiente natural que nos permite observar cada detalhe.

Concerto In B Flat For Violin And Strings
Composed By – Giovanni Battista Pergolesi
(11:46)
1 Allegro 4:35
2 Largo 3:22
3 Allegro 3:49

Concerto No 2 In G Minor
Composed By – Francesco Durante
(10:38)
4 Affettuoso – Presto 4:30
5 Largo Affettuoso 3:37
6 Allegro Affettuoso 2:31

7 Sonata In A Major
Composed By – Giovanni Battista Pergolesi
2:03

Concerto In D Major For Four Violins And Strings
Composed By – Leonardo Leo
(11:11)
8 Maestoso 2:43
9 Fuga 2:19
10 (Larghetto) 3:08
11 Allegro 3:01

Concerto No 8 In A Major ‘La Pazzia’
Composed By – Francesco Durante
(9:23)
12 Allegro – Affettuoso 6:15
13 Affettuoso 1:17
14 Allegro 1:51

Sinfonia In F Major
Composed By – Giovanni Battista Pergolesi
(6:39)
15 Maestoso Sostenuto 2:04
16 Andante Grazioso 3:02
17 Allegro 1:33

Concerto No 5 For String Orchestra In A Major
Composed By – Francesco Durante
(6:00)
18 Presto 2:26
19 Largo 2:16
20 Allegro 1:18

Bass – Judith Evans
Cello – Catherine Finnis, Richard Tunnicliffe
Directed By – Nicholas Kraemer
Ensemble – The Raglan Baroque Players*
Lute – Elizabeth Kenny
Viola – Annette Isserlis, Judith Tarling
Violin – Alison Bury, Catherine Weiss, Elizabeth Wallfisch, Hetty Wayne, Jean Paterson, Rachel Isserlis, Susan Carpenter-Jacobs*

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

A reação de Elizabeth Wallfisch quando lhe disseram que o Orçamento Secreto nada tinha a ver com corrupção.

PQP

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788): Sonatas para Teclado, Vol. 1 (Driver)

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788): Sonatas para Teclado, Vol. 1 (Driver)

Um bom disco de um pianista inspirado. Danny Driver, que vi uma vez ao vivo apresentando-se no Wigmore Hall, é excelente! Já Carl Philipp Emanuel Bach, segundo filho de Johann Sebastian, foi reverenciado e criticado por seus contemporâneos por suas ousadias em relação aos modos convencionais de expressão musical. Ele aperfeiçoou um estilo de composição altamente original e intensamente pessoal conhecido como empfindsamer Stil (literalmente, o estilo sensível). É estranho, a música dramática de CPE Bach rompe claramente, mas também se baseia no estilo do início do século XVIII aperfeiçoado por seu pai. Suas composições marcam um dos primeiros e uma das mais inspiradas alterações da estética barroca. CPE Bach compôs mais de trezentas obras para teclado durante sua vida. Todas as obras desta gravação foram compostas durante a década de 1740, enquanto ele estava a serviço do rei Frederico II da Prússia.

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788): Sonatas para Teclado, Vol. 1 (Driver)

Sonata In G Minor H47 Wq65/17 (1746) (15:26)
1 Allegro 5:59
2 Adagio 4:32
3 Allegro Assai 4:55

Sonata In A Major H29 Wq48/6 (1742) (19:20)
4 Allegro 7:22
5 Adagio 4:29
6 Allegro 7:27

Sonata in B flat major H25 Wq48/2 (12:56)
7 Vivace 5:51
8 Adagio 4:01
9 Allegro Assai 3:02

Sonata In C Minor H27 Wq48/4 (14:01)
10 Allegro 6:48
11 Adagio 4:26
12 Presto 2:45

Sonata In E Flat Major H50 Wq52/1 (16:16)
13 Poco Allegro 8:15
14 Adagio Assai 4:55
15 Presto 3:05

Danny Driver, piano

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Danny Driver rindo dos bozolóides lá embaixo.

PQP

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Cantatas BWV 170, 54 e 169 (Bowman / King)

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Cantatas BWV 170, 54 e 169 (Bowman / King)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

É sempre complicado elogiar um disco cujo comando é do inglês Robert King. Não, não ignoramos que, em 2007, King foi condenado por quatorze acusações de agressão sexual a cinco meninos, três com menos de dezesseis anos, entre 1982 e 1995. King recebeu uma sentença de prisão de 3 anos e 9 meses e foi colocado no registro de criminosos sexuais por toda a vida. Durante o caso, King negou o abuso, descrevendo os meninos como “mentirosos”. Após o cumprimento da sentença, King não foi proibido de trabalhar com crianças. Em 2013, comentando após ter recebido críticas por ter participado de um concerto beneficente, King afirmou que “aceitei a sentença e paguei minha dívida com a sociedade”. Bem, este disco é de 1988, quando King estava… Sei lá. Só que é muito bom! Aqui temos as Cantatas de Bach BWV 170 (“ Vergnügte Ruh’ .), BWV 54 (“ Wiederstehe doch der Sünde “), e BWV 169 (“Gott soll allein mein Herze haben “). Ou seja, três das quatro cantatas para contralto solo que Bach escreveu estão incluídas aqui. Apenas a BWV 35 , Geist und Seele wird verwirret está faltando. O show é do contratenor James Bowman. Ele e King fazem uma grande dupla, acompanhados maravilhosamente pelo King`s Consort. O grupo ainda existe e é liderado por Robert King himself.

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Cantatas BWV 170, 54 e 169 (Bowman / King)

Cantata: Vergnügte Ruh’, Beliebte Seelenlust, BWV170 (22:04)
1 Aria: Cantata: Vergnügte Ruh’, Beliebte Seelenlust 6:30
2 Recitativo: Die Welt, Das Sündenhaus 1:13
3 Aria: Wie Jammern Mich Doch Die Verkehrten Herzen 6:39
4 Recitativo: Wer Sollte Sich Demnach 1:14
5 Aria: Mir Ekelt Mehr Zu Leben

Cantata: Widerstehe Doch Der Sünde, BWV54 (12:26)
6 Aria: Widerstehe Doch Der Sünde 8:18
7 Recitativo: Die Art Verruchter Sünden 0:57
8 Aria: Wer Sünde Tut, Der Ist Vomteufel 3:04

Cantata: Gott Soll Allein Mein Herze Haben, BWV169 (24:15)
9 Sinfonia 8:30
10 Arioso And Recitativo: Gott Soll Allein Mein Herze Haben 2:27
11 Aria: Gott Soll Allein Mein Herze Haben 6:17
12 Recitativo: Was Ist Die Liebe Gottes? 0:39
13 Aria: Stirb In Mir 4:46
14 Recitativo: Doch Meint Es Auch Dabei 0:22
15 Chorale: De Süsses Liebe, Schenk Und Deine Gunst 1:03

Bass Vocals – Charles Pott (tracks: 15)
Cello – Jane Coe
Countertenor Vocals – James Bowman (2)
Directed By, Organ, Harpsichord – Robert King (9)
Double Bass – Peter Buckoke
Ensemble – The King’s Consort
Oboe Da Caccia – Gail Hennessy (tracks: 9 to 15)
Oboe d’Amore – Catherine Latham (tracks: 9 to 15), Valerie Darke (tracks: 1 to 5, 9 to 15)
Organ – James O’Donnell (2) (tracks: 1 to 5, 9 to 15)
Soprano Vocals – Gillian Fisher (tracks: 15)
Tenor Vocals – John Mark Ainsley (tracks: 15)
Viola – Alan George (tracks: 6 to 8), Jan Schlapp
Violin – Catherine Mackintosh, Miles Golding

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

PQP

Adriano Banchieri (1568-1634): Gemelli Armonico & Metamorfosi Musicale (Ensemble Hypothesis)

Adriano Banchieri (1568-1634): Gemelli Armonico & Metamorfosi Musicale (Ensemble Hypothesis)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Adriano Banchieri é DIVERTIDO! Ele foi um compositor, organista, teórico e poeta italiano do Renascimento tardio e princípios do Barroco. Fundou a Accademia dei Floridi em Bolonha. Aliás, nasceu e morreu em Bolonha. Em 1587 tomou os hábitos da ordem beneditina e fez os seus votos em 1590, mudando o nome para Adriano. Um dos seus mestres no mosteiro foi Gioseffo Guami, que moldou o seu estilo. Sabe-se que conheceu Claudio Monteverdi e fez com ele trabalhos de teoria musical. Em sua obra, Banchieri procurou converter o madrigal para fins dramáticos. Especificamente, foi um dos criadores do gênero chamado “comédia madrigal” que, sem chegar a ser representada em cena, narrava uma história mediante o canto sequencial de uma coleção de madrigais. Muitas destas coleções foram compostas para divertir as reuniões dos círculos sociais de Bolonha. A comédia madrigal era considerada uma das percursoras da ópera, mas a maioria dos estudiosos considera-a uma coisa separada, consequência do interesse geral na Itália da época em criar formas músico-dramáticas. Banchieri foi ainda importante compositor de canzonettas, alternativa ligeira e popular aos madrigais nos finais do século XVI.

Adriano Banchieri (1568-1634): Gemelli Armonico & Metamorfosi Musicale (Ensemble Hypothesis)

1 Prologue: Su Rallegrate I Cuori 1:33
2 Primo Trattenimento: Passo A Mezzo Con Il Liuto 0:42
3 Part I: Primo Discorso: Non Piu Parol (Mich, Stef) 1:34
4 Part I: Primo Discorso: Sinfonia: Viri Sancti – In Convertendo Dominus – Vox Dilecti Mei – Sinfonia: Adversum Me 7:34
5 Part I: Secondo Discorso: Flavia Gentile, Adio! (Liv, Fla) 2:05
6 Part I: Terzo 1:57
7 Part I: Quarto Discorso: Ninetta, Bella Nitetta (Stef, Nin) 2:03
8 Secondo Trattenimento: Villotta Alla Contadinesca Nel Chitarrino 1:18
9 Hora Tertia: Sinfonia: Domine Audivi – Pastires Ad Pastores Inquirebant – Haec Loquutus Sum Vobis – Ibant Apostoli – Sinfonia: Domine, Dominus 9:08
10 Part II: Primo Discorso: Ahime, Come Faro? (Flo) 2:15
11 Part II: Secondo Discorso: Ascolta Pedrolin (Stef, Ped) 2:10
12 Part II: Terzo Discorso: Bondi, Sposo Dolcissimo (Stef, Ped, Mich) 1:28
13 Hora Sexta: Sinfonia: Equitatui Meo – Bonum Mihi Domie – Misericordias Domini – Qui Vult Venire Post Me 7:49
14 Part II: Quarto Discorso: Tic Toc! Signora Laura (Zan, Lau) 2:24
15 Hora Nona: Sinfonia: Exaude Domine Orationem – Sancta Cecilia Virgo – O, Vere Digan Ostia – O Quam Pulchra Es 7:14
16 Il Metamorfosi Musicale: Liquide Perle Amor Dagli Occhi Sparse 2:45
17 Part II: Quinto Discorso: Liquide Per L’amor Ranocchie Sparse (Stef, Ped) 3:11
18 Part II: Sesto Discorso: Deh, Laura, Che Farai (Lau) 2:46
19 Vesperae: Sinfonia: Beati Omnes – Deus Canticum Novum – Isti Sunt Triumphatores Qui Vivente – Estote Fortes In Bello 6:36
20 Terzo Trattinimento: Non E Esercizio In Terra (Mascherrata di Soldati) 1:07
21 Part III: Primo Discorso: Ahime! Chi Miro? (Lau, Flo) 2:58
22 Part III: Secondo Discorso: Fate Festa E Allegrezza! (Flo, Liv, Ped) 1:45
23 Bizzarria 1:13

Music Director – Leopoldo D’Agostino
Countertenor Vocals, Baritone Vocals – Bertrand Dazin
Ensemble – Ensemble Hypothesis
Organ, Spinet – Carole Parer
Percussion – Donato Sansone
Theorbo, Lute, Chitarrone – Ugo Nastrucci
Viola da Gamba – Cinzia Zotti
Violoncello – Gioele Gusberti

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Adriano Banchieri fotografado durante visita à sede bolonhesa do PQP Bach no ano de 1599, localizada na sala VIP da Torre dos Asinelli. Eu disse Asinelli, nada a ver com presidente asno que ora nos desgoverna.

PQP

.: interlúdio :. Keith Jarrett: Bordeaux Concert (Live)

.: interlúdio :. Keith Jarrett: Bordeaux Concert (Live)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Em 1975, a verdadeira odisseia musical chamada The Köln Concert tornou-se o mais improvável produto de vendas multimilionárias. No Köln, Keith Jarrett revelou como uma relação privada, não planejada, desplugada e não comercial — entre apenas ele e um piano tradicional — poderia hipnotizar ouvintes em todo o mundo. Jarrett também tocou bastante música clássica e em grupos de jazz com grandes estrelas. Gravou dezenas de discos com mil artistas diferentes. Mas seguiu valorizando corajosamente sua arte sem esconderijos da improvisação em piano solo, como testemunhado por álbuns ao vivo, incluindo o Carnegie Hall Concert de 2006, o Rio de 2011 e, claro, aquela obra de 1975. Em 2018, dois golpes sucessivos interromperam essa alquimia espontânea — assim como as outras –, o que torna esta performance a final solo de Jarrett. Ela foi gravada em julho de 2016. Depois, Jarrett sofreu dois grandes AVCs em fevereiro e maio de 2018. Após o segundo, ficou paralisado e passou quase dois anos em uma clínica de reabilitação. Embora ele tenha recuperado a capacidade limitada de andar com bengala e possa tocar piano com a mão direita, permanece parcialmente paralisado do lado esquerdo e não deve se apresentar novamente. “Não sei como deve ser meu futuro. Não me sinto agora como um pianista”, disse Jarrett ao The New York Times em outubro de 2020. Neste disco, tudo começa com longos fragmentos de improvisação livre, cheio de agudos brilhantes e acordes melancólicos, enquanto Jarrett sente o instrumento e a sala. Quando um gospel de balanço lento surge na Parte III, seus assobios e ganidos irrompem, e quando os loops minimalistas frenéticos da Parte V param, o público entra em erupção. No final, tudo, desde as baladas improvisadas mais suaves até os blues mais exuberantemente pesados, é sensacional. E é notável a variação entre as partes. O público viu surgir uma música única que morava apenas na cabeça de Jarrett, naquele espaço, naquela tarde. Uma pena esses AVCs de merda.

.: interlúdio :. Keith Jarrett: Bordeaux Concert (Live)

1. Keith Jarrett – Part I (Live)
2. Keith Jarrett – Part II (Live)
3. Keith Jarrett – Part III (Live)
4. Keith Jarrett – Part IV (Live)
5. Keith Jarrett – Part V (Live)
6. Keith Jarrett – Part VI (Live)
7. Keith Jarrett – Part VII (Live)
8. Keith Jarrett – Part VIII (Live)
9. Keith Jarrett – Part IX (Live)
10. Keith Jarrett – Part X (Live)
11. Keith Jarrett – Part XI (Live)
12. Keith Jarrett – Part XII (Live)
13. Keith Jarrett – Part XIII (Live)

Keith Jarrett, piano

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

O gênio extirpando música de sua cabeça. O jazz é algo livre, que morre se vê um Ustra ser elogiado por uma besta repugnante

PQP

W. F. Bach (1710-1784): Sonatas e Trios para Flauta (Hazelzet, Moonen, etc.)

W. F. Bach (1710-1784): Sonatas e Trios para Flauta (Hazelzet, Moonen, etc.)

Excelente CD! Apresenta as obras para flauta do mano bachinho Wilhelm Friedemann, sejam Sonatas para flauta solo ou em Trio. Trata-se de música de grande beleza, encanto melódico e invenção e brilho instrumental. Embora a produção do filho mais velho de Johann Sebastian seja relativamente pequena, o significado de seu estilo, como sucessor lógico e verdadeiro de seu pai, é grande. Seu estilo, ainda baseado nos princípios barrocos, é livre, aventureiro e voltado para o futuro. Serve de ponte entre o Barroco e o Período Clássico. O grupo instrumetal holandês é sensacional.

W. F. Bach (1710-1784): Sonatas e Trios para Flauta (Hazelzet, Moonen, etc.)

Sonata In E Minor For Flute, Harpsichord And Cello, Fk. 52
1 I. Allegro Ma Non Tanto 5:39
2 II. Siciliano 2:53
3 III. Vivace 3:12

4 Trio In A Minor For Two Flutes And Piano, Fk. 49 (Allegro) 5:02

Sonata In F Major For Flute And Piano
5 I. Largo 3:03
6 II. Allegretto 5:05
7 III. Allegro Assai E Scherzando 3:14

Trio In D Major For Two Flutes, Harpsichord And Cello, Fk. 48
8 I. Andante 2:03
9 II. Allegro 2:33
10 III. Vivace 4:02

Sonata In F Major For Flute And Piano, Fk. 51
11 I. Allegro Non Troppo 5:13
12 II. Andantino 1:29
13 III. Vivace 5:03

Trio In D Major For Two Flutes, Piano And Cello, Fk. 47
14 I. Allegro Ma Non Troppo 3:32
15 II. Largo 7:04
16 III. Vivace 4:14

Wilbert Hazelzet (transverse flute)
Marion Moonen (transverse flute)
Jaap ter Linden (cello)
Jacques Ogg (harpsichord, pianoforte)

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

A cara alegre do filho predileto. Esse não era um cidadão de bem, desses que defendem preconceitos, avalizam opressão, manutenção de desigualdades, aprovam orçamento secreto, etc.

PQP

C.P.E. Bach (1714-1788): Essai sur l’art véritable de jouer les instruments à clavier (Ensaio sobre a verdadeira arte de tocar instrumentos de teclado) (Holtz)

C.P.E. Bach (1714-1788): Essai sur l’art véritable de jouer les instruments à clavier (Ensaio sobre a verdadeira arte de tocar instrumentos de teclado) (Holtz)

Um disco muito bom e interessante, tocado com extrema perícia pelo brasileiro Cristiano Holtz, que iniciou os seus estudos de cravo aos doze anos de idade, no Brasil, com Pedro Persone. Aos quinze, a convite de Jacques Ogg, foi viver nos Países Baixos, com quem prosseguiu os seus estudos musicais. Permaneceu neste país durante dez anos estudando com vários outros professores, entre os quais Anneke Uittenbosch e Meno van Delft. Desde muito novo, a sua maior influência foi Gustav Leonhardt, que o aceitou excepcionalmente como seu último estudante oficial. Igualmente marcante na sua formação foram os estudos privados com Pierre Hantaï, Marco Mencoboni e Miklós Spányi. Este CD tem generosos 78 minutos e mostra novamente a grande arte de CPE Bach. Mas acho que Cristiano poderia ter mais fantasia e ser mais ousado, sei lá. Isto cai bem em CPE.

C.P.E. Bach (1714-1788): Essai sur l’art véritable de jouer les instruments à clavier (Ensaio sobre a verdadeira arte de tocar instrumentos de teclado) (Holtz)

1 Keyboard Sonata in C Major, Wq. 63/1: I. Allegretto tranquillamente 2:26
2 Keyboard Sonata in C Major, Wq. 63/1: II. Andante mà innocentemente 1:58
3 Keyboard Sonata in C Major, Wq. 63/1: III. Tempo di minuetto con tenerezza 2:32

4 Keyboard Sonata in D Minor, Wq. 63/2: I. Allegro con spirito 2:23
5 Keyboard Sonata in D Minor, Wq. 63/2: II. Adagio sostenuto 3:15
6 Keyboard Sonata in D Minor, Wq. 63/2: III. Presto 2:27

7 Keyboard Sonata in A Major, Wq. 63/3: I. Poco allegro ma cantabile 4:08
8 Keyboard Sonata in A Major, Wq. 63/3: II. Andante lusingando 1:47
9 Keyboard Sonata in A Major, Wq. 63/3: III. Allegro 4:55

10 Keyboard Sonata in B Minor, Wq. 63/4: I. Allegro grazioso 4:00
11 Keyboard Sonata in B Minor, Wq. 63/4: II. Largo maestoso 4:38
12 Keyboard Sonata in B Minor, Wq. 63/4: III. Allegro siciliano scherzando 2:54

13 Keyboard Sonata in E-Flat Major, Wq. 63/5: I. Allegro di molto 1:35
14 Keyboard Sonata in E-Flat Major, Wq. 63/5: II. Adagio assai mesto e sostenuto 5:44
15 Keyboard Sonata in E-Flat Major, Wq. 63/5: III. Allegretto, arioso ed amoroso 4:32

16 Keyboard Sonata in F Minor, Wq. 63/6: I. Allegro di molto 3:19
17 Keyboard Sonata in F Minor, Wq. 63/6: II. Adagio affetuoso e sostenuto 5:14
18 Keyboard Sonata in F Minor, Wq. 63/6: III. Fantasia (Allegro moderato – Largo – Allegro moderato) 6:39

19 Keyboard Sonatina in G Major (In 2 Sonaten), Wq. 63/7 2:20

20 Keyboard Sonatina in E Major (In 2 Sonaten), Wq. 63/8 2:50

21 Keyboard Sonatina in D Major (In 2 Sonaten), Wq. 63/9 2:20

22 Keyboard Sonatina in B-Flat Major (In 2 Sonaten), Wq. 63/10 2:02

23 Keyboard Sonatina in F Major (In 2 Sonaten), Wq. 63/11 2:57

24 Keyboard Sonatina in D Minor (In 2 Sonaten), Wq. 63/12 0:59

Cristiano Holtz, cravo, clavicórdio

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Pelas fotos, adivinha-se um homem sério, que não aprecia brincadeiras… Mas não creio que ele votaria num idiota que faz arminha e diz-se imbroxável.

PQP

Antonio Vivaldi (1678-1741): Concertos para muitos instrumentos (Beyer)

Antonio Vivaldi (1678-1741): Concertos para muitos instrumentos (Beyer)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um disco cheio de recantos aprazíveis e interessantes. Uma viagem maravilhosa onde somos conduzidos pelas mãos da esplêndida Amandine Beyer. Há desde coisas marciais até extremas delicadezas. Um baita CD. Os concertos con molti stromenti de Vivaldi são verdadeiros precursores da sinfonia em sua amplitude, sonoridade e audácia. Nestas peças, o ‘Padre Ruivo’ divertia-se a inventar combinações de timbres literalmente inéditas. No famoso concerto Il Mondo al rovescio (O mundo de cabeça para baixo), ele convidou flautas, oboés e cravos para se unirem a violino e violoncelo em um turbilhão colorido. Esta gravação de Amandine Beyer e Gli Incogniti oferece a oportunidade de descobrir essas composições incrivelmente modernas.

Antonio Vivaldi (1678-1741): Concertos para muitos instrumentos (Beyer)

1. Concerto in D Major, RV 562 “Per la Solennità di S. Lorenzo”: I. Andante – Allegro (05:04)
2. Concerto in D Major, RV 562 “Per la Solennità di S. Lorenzo”: II. Grave (02:51)
3. Concerto in D Major, RV 562 “Per la Solennità di S. Lorenzo”: III. Allegro (06:21)

4. Flute Concerto in E Minor, RV 432: I. Allegro (02:40)
5. Flute Concerto in E Minor, RV 432: II. Grave sopra il Libro (02:08)

6. Concerto in C Major, RV 556 “Per la Solennità di S. Lorenzo”: I. Largo – Allegro molto (04:55)
7. Concerto in C Major, RV 556 “Per la Solennità di S. Lorenzo”: II. Largo e cantabile (02:51)
8. Concerto in C Major, RV 556 “Per la Solennità di S. Lorenzo”: III. [Allegro] (04:03)

9. Concerto in F Major, RV 571: I. Allegro (04:03)
10. Concerto in F Major, RV 571: II. Largo (02:24)
11. Concerto in F Major, RV 571: III. [Allegro] (03:42)

12. Concerto for Violin and Oboe in G Minor, RV 576: I. [Allegro] (03:53)
13. Concerto for Violin and Oboe in G Minor, RV 576: II. Larghetto (02:06)
14. Concerto for Violin and Oboe in G Minor, RV 576: III. Allegro (03:32)

15. Violin Concerto in A Major, RV 344: I. Allegro (04:25)
16. Violin Concerto in A Major, RV 344: II. Largo (01:50)
17. Violin Concerto in A Major, RV 344: III. [Allegro] (04:11)

18. Concerto for 2 Oboes in A Minor, RV 536: I. [Allegro] (02:29)
19. Concerto for 2 Oboes in A Minor, RV 536: II. Largo (01:52)
20. Concerto for 2 Oboes in A Minor, RV 536: III. Allegro (01:34)

21. Concerto in F Major, RV 572 “Il Proteo o sià Il Mondo al rovescio”: I. Allegro (03:51)
22. Concerto in F Major, RV 572 “Il Proteo o sià Il Mondo al rovescio”: II. Largo (02:28)
23. Concerto in F Major, RV 572 “Il Proteo o sià Il Mondo al rovescio”: III. [Allegro] (03:08)

Amandine Beyer & Gli incogniti

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Quem não ama a talentosa magrelinha Beyer, aqui duplicada pra vocês? Imaginem se alguém talentosa e inteligente como ela votaria numa besta como Bolsonaro?

PQP

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788): Rondos & Fantasias (Christine Schornsheim)

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788): Rondos & Fantasias (Christine Schornsheim)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um CD lindo, com várias faixas impressionantes e uma interpretação idem! Ouça esta maravilha para entrar em contato com o que há de moderno na família Bach. Sim, A Arte da Fuga de papai já é pura modernidade, mas aqui você tem contato com a improvisação do mano CPE. Às vezes, parece que estamos ouvindo Ligeti ou Cage. Embora Christine Schornsheim tenha excelentes registros de J.S. Bach, ela realmente se solta com seu filho Carl Philipp Emanuel. Seu teclado de eleição é um ‘Tangentenklavier’ de 1801 que pretende fundir o melhor que o clavicórdio, o cravo e o pianoforte têm para oferecer em termos de timbre e dinâmica. Pode não ser um instrumento do qual o compositor tivesse conhecimento, mas se presta perfeitamente ao idioma imaginativo de CPE e de Christine Schornsheim. Ela dá forma dramática e colorida aos arpejos e apimenta o capricho melódico de CPE. Efeitos de pedal discretos, mas perceptíveis, sublinham as cadências imprevisíveis e as pepitas dissonantes, já que a música vagueia por tantos humores quanto mudanças de tom. Uma entrevista com Schornsheim revela que ela é tão inteligente, perspicaz e espirituosa longe do teclado quanto frente a ele. Em suma, um CD absolutamente delicioso.

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788): Rondos & Fantasias (Christine Schornsheim)

1 Fantasia I Es-Dur Wq 58/6 5:42
2 Rondo III B-Dur Wq 58/5 5:12
3 Rondo II c-Moll Wq 59/4 4:36
4 Rondo I C-Dur Wq 56/1 6:53
5 Rondo III a-Moll Wq 56/5 7:54
6 Rondo II E-Dur Wq 58/3 4:57
7 Fantasia II C-Dur Wq 59/6 7:26
8 Rondo II G-Dur Wq 57/3 4:38
9 Rondo III F-Dur Wq 57/5 5:06
10 Rondo II d-Moll Wq 61/4 3:53
11 Fantasia I F-Dur Wq 59/5 4:06
12 Rondo I E-Dur Wq 57/1 7:47
13 Fantasia II C-Dur Wq 61/6 5:05

Christine Schornsheim: Tangentenklavier

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Este é um Tangentenklavier. (Você não vai votar no Bolsonaro, certo? Ninguém do PQP votará no lixo)

PQP

W. A. Mozart (1756-1791): Concertos para Piano Nº 12, K. 414, e Nº 24, K. 491 (Pollini)

W. A. Mozart (1756-1791): Concertos para Piano Nº 12, K. 414, e Nº 24, K. 491 (Pollini)

A lendária habilidade de Pollini (ainda fabulosa), suas intuições musicais infalíveis e seu bom gosto são aqui provocados pela música maravilhosa que ele toca. Cada pequena estrutura, cada linha melódica, cada detalhe harmônico, recebe uma luz simples e adequada, seu peso próprio. O resultado é maravilhoso, não só por haver uma parceria de superclasse — envolvendo Pollini como solista e maestro e a excelente orquestra da Filarmônica de Viena –, mas principalmente por Pollini recuperar o gosto pelo detalhe e pelo cantabile, além da alegria de improvisar enquanto ilumina rigorosamente uma música. Temos aqui é um bom K. 414 e um ótimo K.491. O fato de serem apresentações ao vivo torna o esforço ainda mais impressionante. À medida que Pollini se aproxima do fim de uma carreira lendária, este disco é um testemunho de um homem cuja técnica já foi verdadeiramente impressionante e que agora tem classe de sobra.

W. A. Mozart (1756-1791): Concertos Nº 12 e 24 (Pollini)

Concerto For Piano And Orchestra No. 12 In A Major, K. 414 (24:42)
1. Allegro 10:05
2. Andante 8:09
3. Rondeau: Allegretto 6:20

Concerto For Piano And Orchestra No. 24 In C Minor, K. 491 (20:23)
1. Allegro 12:31
2. Larghetto 8:11
3. Allegretto 9:40

Maurizio Pollini, piano
Wiener Philharmoniker

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Maurizio Pollini: não adianta criticá-lo. Sou fã e e fã não discute, apenas ama.

PQP

Brahms / Shostakovich / Krenek: Obras transcritas para Violino, Sax Alto e Piano (Klavis)

Brahms / Shostakovich / Krenek: Obras transcritas para Violino, Sax Alto e Piano (Klavis)

Um bom disco, principalmente pelo extraordinário Brahms. O Trio Klavis (Jenny Lippl, violino / Miha Ferk, sax alto / Sabina Hasanova, piano) apresenta três transcrições de obras escritas para quase os mesmos instrumentos, pero no mucho. Em seus arranjos para trio de piano com sax alto, os músicos alcançam uma surpreendente unidade tonal nas obras de Johannes Brahms (originalmente com trompa), Dmitri Shostakovich (originalmente com violoncelo) e Ernst Krenek (originalmente com clarinete). Instrumentos de teclado, sopro e cordas unem forças para criar uma verdadeira unidade, dedicando-se com tremenda verve às linguagens tonais do Romantismo ao Modernismo nas obras extremamente diversas. Não me apaixonei, mas o Brahms… Ahhhh!!!

Brahms
1 Andante-Poco più animato – Trio Klavis; Jenny Lippl; Miha Ferk; Sabina Hasanova
2 Scherzo. Allegro-Molto meno Allegro – Trio Klavis
3 Adagio mesto – Trio Klavis
4 Finale. Allegro con brio – Trio Klavis

Shostakovich
5 Trio No. 1 for violin, cello and piano in C minor, Op. 8 – Trio Klavis; Jenny Lippl; Miha Ferk; Sabina Hasanova

Krenek
6 Allegretto moderato – Trio Klavis; Jenny Lippl; Miha Ferk; Sabina Hasanova
7 Allegro agitato – Trio Klavis

Trio Klavis

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Este é o Trio Klavis em visita à PQP Bach Austrian Rainforest.

PQP

J. S. Bach (1685-1750): As 6 Suítes para Violoncelo (Steylaerts)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Este é um dos grandes monumentos artísticos criados pela humanidade e, para nossa sorte, ele recebe mais e mais (e boas) leituras. Aqui, a primeira coisa que me impressionou foi a capa do CD… Depois, encantei-me ao ouvi-lo. Bach compôs suas seis Suítes para Violoncelo Solo por volta de 1720, durante o período em que viveu em Köthen (1717-23). O príncipe Leopold Anhalt-Köthen era um entusiástico patrono das artes e lá Bach concentrou-se em escrever música instrumental para fins profanos. As Suítes para Violoncelo foram as primeiras obras significativas para o instrumento. Na verdade, até então, nenhum outro compositor havia escrito uma música tão rica e complexa para o violoncelo. Nem depois… De difícil execução, há nelas sempre várias vozes explícitas e implícitas, não somente a melodia, mas também a harmonia e o contraponto. Prenhe de razão, o grande violoncelista János Starker dizia da importância do papel do ouvinte: “São obras para dois intérpretes, o executante e o ouvinte, que deve completar mentalmente a polifonia sugerida por Bach”. Neste CD, o belga Karel Steylaerts dá-nos uma interpretação sempre clara e sensível, com grande senso de estilo. É ouvir e ouvir.

J. S. Bach (1685-1750): As 6 Suítes para Violoncelo (Steylaerts)

01. Suite No. I, BWV 1007: I. Prélude
02. Suite No. I, BWV 1007: II. Allemande
03. Suite No. I, BWV 1007: III. Courante
04. Suite No. I, BWV 1007: IV. Sarabande
05. Suite No. I, BWV 1007: V. Menuet I-II
06. Suite No. I, BWV 1007: VI. Gigue

07. Suite No. II, BWV 1008: I. Prélude
08. Suite No. II, BWV 1008: II. Allemande
09. Suite No. II, BWV 1008: III. Courante
10. Suite No. II, BWV 1008: IV. Sarabande
11. Suite No. II, BWV 1008: V. Menuet
12. Suite No. II, BWV 1008: VI. Gigue

13. Suite No. III, BWV 1009: I. Prélude
14. Suite No. III, BWV 1009: II. Allemande
15. Suite No. III, BWV 1009: III. Courante
16. Suite No. III, BWV 1009: IV. Sarabande
17. Suite No. III, BWV 1009: V. Bourrée
18. Suite No. III, BWV 1009: VI. Gigue

19. Suite No. IV, BWV 1010: I. Prélude
20. Suite No. IV, BWV 1010: II. Allemande
21. Suite No. IV, BWV 1010: III. Courante
22. Suite No. IV, BWV 1010: IV. Sarabande
23. Suite No. IV, BWV 1010: V. Bourrée
24. Suite No. IV, BWV 1010: VI. Gigue

25. Suite No. V, BWV 1011: I. Prélude
26. Suite No. V, BWV 1011: II. Allemande
27. Suite No. V, BWV 1011: III. Courante
28. Suite No. V, BWV 1011: IV. Sarabande
29. Suite No. V, BWV 1011: V. Gavotte
30. Suite No. V, BWV 1011: VI. Gigue

31. Suite No. VI, BWV 1012: I. Prélude
32. Suite No. VI, BWV 1012: II. Allemande
33. Suite No. VI, BWV 1012: III. Courante
34. Suite No. VI, BWV 1012: IV. Sarabande
35. Suite No. VI, BWV 1012: V. Gavotte
36. Suite No. VI, BWV 1012: VI. Gigue

Karel Steylaerts, violoncelo

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Karel Steylaerts tem todo o jeito de ser um cara legal, desses de tomar chope junto com a gente no PQP Bier Palace.

PQP

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788): Die Israeliten in der Wüste (Spering)

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788): Die Israeliten in der Wüste (Spering)

O oratório foi um gênero importante na Europa a partir de meados do século XVII, mas assumiu formas muito diferentes em vários países. Na Itália e na Áustria, muitos oratórios eram sobre assuntos do Antigo Testamento ou sobre a vida de santos ou mártires. Eles eram geralmente realizados durante a Quaresma, quando as casas de ópera estavam fechadas, e muitas vezes terminavam com uma referência à Paixão de Cristo. Os oratórios tornaram-se cada vez mais dramáticos, e poderíamos chamá-los de óperas sagradas, ou “dramas sagrados” — termo que Handel usava para seus oratórios. O número de contribuições de CPE Bach para o gênero é limitado. Ele compôs três oratórios. O primeiro é de 1736 e foi perdido. Seu segundo oratório, Die Israelten in der Wüste, foi apresentado em 1769, apenas um ano depois que o compositor assumiu suas funções em Hamburgo. É seu único oratório sobre um assunto do Antigo Testamento. Embora este oratório certamente não seja desprovido de drama, não é dramático em nenhum sentido operístico. Os solistas nesta gravação enfrentam seus desafios de forma impressionante. Anja Maria Petersen e Sarah Maria Sun cantam suas árias brilhantemente e suas vozes combinam maravilhosamente bem no dueto ‘Umsonst sind uns’re Zähren’ que é um dos aspectos mais bonitos desta performance ao vivo. Christoph Spering escreve em suas notas no livreto que “Ignorei deliberadamente as condições associadas à música da igreja em Hamburgo nos dias de Carl Philipp Emanuel Bach, mas preferi usar um conjunto de tamanho médio que nos permite trazer mais cor a todas as possibilidades expressivas do trabalho.” Isso parece referir-se em primeiro lugar ao tamanho da orquestra, mas também pode ser aplicado às forças corais. Um excelente disco!

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788): Die Israeliten in der Wüste (Spering)

1 Die Zunge klebt am dürren Gaum (Chor) – Chorus Musicus Köln / Das Neue Orchester
2 Ist dies Abrahm’s Gott (Rez.)
3 Will er, dass sein Volk verderbe (Arie)
4 Verehrt des Ew’gen Willen (Rez.)
5 Bis hierher hat er euch gebracht (Arie)
6 Warum verließen wir Ägyptens blühendes Land (Rez.)
7 O bringet uns zu jenen Mauern (Arie)
8 Für euch fleht Moses stets (Rez.)
9 Symphonie
10 Welch ein Geschrei (Rez.)
11 Du bist der Ursprung unsrer Not (Chor)
12 Undankbar Volk (Rez.)
13 Umsonst sind unsre Zähren (Duett)
14 Gott, meiner Väter Gott (Acc.)
15 Gott, sieh dein Volk im Staube liegen (Arie)
16 O Wunder (Chor)
17 Veridenet hat ihr ihn (Rez.)
18 Gott Israels (Terzett mit Chor)
19 Wie nah war uns der Tod! (Rez.)
20 Vor des Mittags heißen Strahlen (Arie)
21 O Freunde, Kinder (Acc.)
22 Beneidenswert, die ihren Sohn ihn nennt (Rez.)
23 Oh selig, wem der Herr gewähret (Arie)
24 Hofft auf den Ew’gen (Rez.)
25 Verheissner Gottes (Chor)
26 Was der alten Väter Schar (Choral)
27 Oh Heil der Welt (Rez.)
28 Lass Dein Wort (Chor)

Anja Petersen (soprano) — Erste Israeltin
Sarah Maria Sun (soprano) – Zweite Israeltin
Daniel Johannsen (tenor) – Aaron
Johannes Weisser (baixo) – Moses
Chorus Musicus Köln,
Das Neue Orchester
Christoph Spering
rec. ao vivo, 2014, Nikolaikirche, Leipzig, Alemanha.

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Christoph Spering: esse sempre gostou de balançar a juba na frente da orquestra. Agora ela está branca, mas segue.

PQP

Franz Schubert (1797-1828): Winterreise (Mammel / Schoonderwoerd)

Franz Schubert (1797-1828): Winterreise (Mammel / Schoonderwoerd)

Uma Winterreise apenas aceitável. Os melhores intérpretes — incluindo, entre os tenores, Peter Schreier, Ian Bostridge e Christoph Prégardien — tornam a viagem íntima através da paisagem coberta de neve uma experiência catártica. Hans Jörg Mammel, cuja carreira tem sido em grande parte na música antiga, tem grande sensibilidade, mas nunca prende ou assombra a imaginação. Sua voz leve e monocromática às vezes fica crua e “uivante” e sua expressão varia do queixoso ao levemente indignado. Na melhor das hipóteses, pode-se dizer que Mammel dá uma performance de tocante inocência. Mas para este esplêndido ciclo de experiências complexas e perturbadoras, isso não é suficiente.

Winterreise (Viagem de Inverno) é um ciclo de 24 lieder composto em 1827 por Franz Schubert sobre poemas de Wilhelm Müller. Foi o segundo dos três ciclos de canções escritos pelo compositor (sendo o primeiro Die schöne Müllerin — A Bela Moleira — e o terceiro Schwanengesang — O Canto do Cisne). Segundo o próprio Schubert, Winterreise era o seu preferido. Foi escrito originalmente para tenor, mas é frequentemente transposto para outras vozes, Fischer-Dieskau que o diga.

Winterreise
1 Gute Nacht 5:35
2 Die Wetterfahne 1:33
3 Gefrorne Tränen 2:17
4 Erstarrung 2:36
5 Der Lindenbaum 4:34
6 Wasserflut 4:25
7 Auf Dem Flusse 3:10
8 Rückblick 2:10
9 Irrlicht 2:41
10 Rast 3:21
11 Frühlingstraum 3:35
12 Einsamkeit 2:44
13 Die Post 2:23
14 Der Greise Kopf 2:36
15 Die Krähe 1:42
16 Letzte Hoffnung 2:01
17 Im Dorfe 3:20
18 Der Stürmische Morgen 0:52
19 Täuschung 1:18
20 Der Wegweiser 4:00
21 Das Wirtshaus 4:13
22 Mut 1:23
23 Die Nebensonnen 2:48
24 Der Leiermann 3:14

Fortepiano [Johann Fritz, Ca 1810] – Arthur Schoonderwoerd
Tenor Vocals – Hans Jörg Mammel

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Nem imagino de quem seja esta gravura, mas sei que você não votará em Bolsonaro depois de amanhã. Nenhuma pessoa culta deve fazê-lo.

PQP

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 7 (Abbado / Filarmônica de Berlim)

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 7 (Abbado / Filarmônica de Berlim)

A Sétima de Mahler é uma preferência absoluta deste que vos escreve. Suas 2 lindas canções da noite com aquele maravilhoso scherzo no meio, cercados por dois enormes e bonitos movimentos, tudo me fascina. Ela é chamada de Canção da Noite e foi escrita entre 1904 e 1905. Trata-se da sinfonia do compositor que mais tempo demorou a ser gravada em disco (1953) e a menos popular. Vá entender, sempre achei todos os temas muito bonitos e grudentos. Os dois Nachtmusiken foram compostos antes dos três andamentos restantes. Enquanto Mahler trabalhava ainda na sua Sexta Sinfonia, criou os dois noturnos. Era a primeira vez em que trabalhava simultaneamente em duas grandes obras. Encontrou um ano mais tarde a inspiração para os três andamentos restantes, que escreveu em apenas quatro semanas. A sinfonia foi estreada em Praga em 19 de setembro de 1908, dirigida pelo próprio Mahler e executada pela Orquestra Filarmónica Checa. Entre os assistentes estava Otto Klemperer, por recomendação do próprio Mahler. Ele usa seus efeitos orquestrais mais extravagantes na Sétima. Começa o primeiro movimento com um solo de trompa tenor, um instrumento muito raramente incluído em uma orquestra. Em completo contraste, Mahler inclui um bandolim no quarto movimento, que é usado para representar um passeio íntimo pela noite vienense. No terceiro movimento, dá aos violoncelos e contrabaixos uma marcação de fffff , instruindo-os a “puxar a corda com tanta força que ela atinja a madeira”… E por aí vai, mas a música é muito boa, gente!

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 7 (Abbado / Filarmônica de Berlim)

Symphony No. 7
1. Langsam (Adagio) – Allegro Risoluto, Ma Non Troppo 21:35
2. Nachtmusik. Allegro Moderato 15:54
3. Scherzo. Schattenhaft – Trio 8:53
4. Nachtmusik. Andante Amoroso 12:58
5. Rondo-Finale. Tempo I (Allegro Ordinario) 17:45
6. Applause / Beifall 1:02

Berliner Philharmoniker
Claudio Abbado

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Mahler lançando um olhar de desprezo aos bolsonaristas.

PQP

G. P. Telemann (1681-1767): As 12 Fantasias para Flauta Doce (Recorder) (Peter Holtslag)

G. P. Telemann (1681-1767): As 12 Fantasias para Flauta Doce (Recorder) (Peter Holtslag)

As 12 Fantasias de Telemann aqui gravadas foram escritas para flauta ou violino, mas sobrevivem muito bem à transcrição para outros instrumentos. A textura desacompanhada pode sugerir um parentesco com as obras desacompanhadas de Bach para violino e violoncelo, e pela tradição de peças virtuosas que as precederam, mas Telemann muda tudo. Aqui, as peças de são curtas e simples — geralmente cerca de cinco a sete minutos de duração, divididas em seções mais curtas. O flautista Peter Holtslag diz que elas foram concebidas como peças de ensino. As seções individuais têm indicações de andamento italianas, que parecem indicar estruturas semelhantes a sonatas, mas alguns minutos de audição confirmam que essas são verdadeiras fantasias, pois tanto as sequências de movimento quanto as estruturas de movimentos individuais são completamente imprevisíveis e muito divertidas. Essas pequenas obras estão cheias de invenção. Holtslag parece extremamente sóbrio na capa do álbum em seu terno preto, mas ele está em perfeita sintonia com o senso de humor de Telemann. Esse humor é de dois tipos. Ouça a seção Vivace da primeira parte da Fantasia No. 2, onde um grupo de frases termina com um efeito de eco excepcionalmente prolongado. Holtslag traz isso com uma piscadela. Mas ele também tem um ouvido afiado para a forma inteligente pela qual Telemann sugere as estruturas barrocas tradicionais. Ouça a “fuga” que é o Allegro central da Fantasia nº 5 (faixa 12), por exemplo. Onde Bach teria desafiado o músico com longos trechos no processo de criação de uma fuga em um único instrumento, Telemann preenche as entradas com gestos mínimos que encantam justamente por serem tão esparsos.

G. P. Telemann (1681-1767): The Twelve Fantasies for Recorder (Peter Holtslag)

1 Fantasia No. 1 in C Major, TWV 40-2: I. Vivace 2:49
2 Fantasia No. 1 in C Major, TWV 40-2: II. Allegro 1:07

3 Fantasia No. 2 in C Minor, TWV 40-3: I. Grave – Vivace 2:20
4 Fantasia No. 2 in C Minor, TWV 40-3: II. Adagio 1:21
5 Fantasia No. 2 in C Minor, TWV 40-3: III. Allegro 1:38

6 Fantasia No. 3 in D Minor, TWV 40-4: I. Largo – Vivace 2:36
7 Fantasia No. 3 in D Minor, TWV 40-4: II. Allegro 1:33

8 Fantasia No. 4 in E-Flat Major, TWV 40-5: I. Andante 1:29
9 Fantasia No. 4 in E-Flat Major, TWV 40-5: II. Allegro 1:26
10 Fantasia No. 4 in E-Flat Major, TWV 40-5: III. Presto 1:11

11 Fantasia No. 5 in E-Flat Major, TWV 40-6: I. Presto – Largo – Presto 1:15
12 Fantasia No. 5 in E-Flat Major, TWV 40-6: II. Allegro 1:30
13 Fantasia No. 5 in E-Flat Major, TWV 40-6: III. Allegro 1:56

14 Fantasia No. 6 in F Minor, TWV 40-7: I. Dolce 3:42
15 Fantasia No. 6 in F Minor, TWV 40-7: II. Allegro 1:12
16 Fantasia No. 6 in F Minor, TWV 40-7: III. Spirituoso 0:57

17 Fantasia No. 7 in F Major, TWV 40-8: I. Alla Francese 5:20
18 Fantasia No. 7 in F Major, TWV 40-8: II. Presto 0:47

19 Fantasia No. 8 in G Minor, TWV 40-9: I. Largo 2:17
20 Fantasia No. 8 in G Minor, TWV 40-9: II. Spirituoso 1:04
21 Fantasia No. 8 in G Minor, TWV 40-9: III. Allegro 1:15

22 Fantasia No. 9 in G Major, TWV 40-10: I. Affetuoso 3:28
23 Fantasia No. 9 in G Major, TWV 40-10: II. Allegro 1:07
24 Fantasia No. 9 in G Major, TWV 40-10: III. Grave – Vivace 1:58

25 Fantasia No. 10 in A Minor, TWV 40-11: I. A Tempo Giusto 3:02
26 Fantasia No. 10 in A Minor, TWV 40-11: II. Presto 1:05
27 Fantasia No. 10 in A Minor, TWV 40-11: III. Moderato 1:15

28 Fantasia No. 11 in B-Flat Major, TWV 40-12: I. Allegro 1:06
29 Fantasia No. 11 in B-Flat Major, TWV 40-12: II. Adagio – Vivace 1:45
30 Fantasia No. 11 in B-Flat Major, TWV 40-12: III. Allegro 1:16

31 Fantasia No. 12 in C Minor, TWV 12-13: I. Grave – Allegro 3:00
32 Fantasia No. 12 in C Minor, TWV 12-13: II. Presto 2:43

Flauta doce: Peter Holtslag

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

A cara tranquila de quem não coleciona armas, apenas flautas.

PQP

.: interlúdio :. Chick Corea: The Continents – Concerto for Jazz Quintet & Chamber Orchestra

.: interlúdio :. Chick Corea: The Continents – Concerto for Jazz Quintet & Chamber Orchestra

Fala Chick Corea: “Fazer música para uma combinação de músicos de orquestra e músicos de jazz tem infinitas possibilidades. A valorização das habilidades que cada um tem pelo outro cria uma atmosfera carregada de alto interesse, comunicação criativa e novas ideias. Este foi o cenário para a composição e gravação de The Continents para mim, um sonho tornado realidade. O processo de fazer a gravação foi mágico. O moral dos músicos e da equipe de gravação estava tão alto que terminamos de gravar os seis movimentos do concerto um dia e meio antes do previsto. Depois de se despedir dos músicos da orquestra, o Quinteto fez uma jam improvisada apenas por diversão. Claro, o gravador estava ligado. Eu então tive a noite seguinte para gravar alguns trechos de solo de piano que achei que se encaixariam nas seções de cadência do concerto. Depois de gravá-los, senti que ainda havia algo incompleto na gravação do The Continents. Então eu decidi tentar chegar ao que era improvisando no piano sozinho. Senti que o material básico estava de alguma forma faltando, algo estava faltando. Naquela última noite, enquanto esperava Bernie arrumar as coisas e ligar o gravador, toquei piano, começando minha exploração para encontrar o que estava faltando. Como você vai ouvir, depois de tocar várias pequenas peças, perguntei a Bernie se ele estava pronto para gravar, ao que Bernie respondeu que estava gravando o tempo todo, mas não queria me interromper. Então continuamos gravando a partir daí até que eu senti que tinha terminado. Depois de ouvir a jam do Quinteto e os solilóquios de piano, agora sinto que a gravação de The Continents está completa (pelo menos por enquanto). A música pode ter suas falhas técnicas, pois a perfeição nunca foi o objetivo, mas estou satisfeito que a música tenha sido feita no espírito e no prazer jazzístico, que foi a intenção inicial da composição depois de ser convidado a escrever um concerto para piano no espírito de Mozart. pelo Wiener Mozartjahr”.

Chick Corea: The Continents – Concerto for Jazz Quintet & Chamber Orchestra

1-1 Africa 8:22
1-2 Europe 20:28
1-3 Australia 6:26
1-4 America 12:32
1-5 Asia 11:09
1-6 Antarctica 12:45
2-1 Lotus Blossom 14:30
2-2 Blue Bossa 6:19
2-3 What’s This? 5:14
2-4 Just Friends 9:15
2-5 Solo Continum 31 1:05
2-6 Solo Continum 42 2:05
2-7 Solo Continum 53 1:15
2-8 Solo Continum 64 2:45
2-9 Solo Continum 75 7:24
2-10 Solo Continum 86 2:52
2-11 Solo Continum 97 1:27
2-12 Solo Continum 108 2:56
2-13 Solo Continum 119 3:10
2-14 Solo Continum 1310 3:46
2-15 Solo Continum 1411 3:29

Bass Guitar – Hans Glawischnig
Clarinet, Flute, Soprano Saxophone, Bass – Tim Garland
Concertmaster – Fred Sherry
Conductor – Steven Mercurio
Drums – Marcus Gilmore
Piano [Solo] – Chick Corea (faixas: 2-5 to 2-15)
Piano, Liner Notes, Producer, Executive-Producer – Chick Corea
Trombone – Steve Davis (7)
Written-By – Strayhorn* (faixas: 2-1), Chick Corea (faixas: 1-1 to 1-6, 2-3, 2-5 to 2-15), Klenner* (faixas: 2-4), Dorham* (faixas: 2-2)

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Um inteligente amante do jazz e da cultura jamais votará em Bolsonaro. Chico Correia está em nossa trincheira, mesmo que in memoriam!

PQP

Béla Bartók (1881-1945): O Mandarim Miraculoso / Música para Cordas, Percussão e Celesta / 4 Peças Orquestrais (Gardner)

Béla Bartók (1881-1945): O Mandarim Miraculoso / Música para Cordas, Percussão e Celesta / 4 Peças Orquestrais (Gardner)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

A orquestra mais antiga da Austrália, a Sinfônica de Melbourne, fundada em 1906, traz alta energia e finesse a essas apresentações de Bartók sob a direção do inglês Edward Gardner. A Música para Cordas, Percussão e Celesta abre misteriosamente com o cromático Andante tranquillo. O Allegro é decididamente demoníaco, o Adagio kubrickiano é delicioso e o Allegro cheio de espírito e urgência. O trabalho solo de teclado e percussão é vigoroso – aliás, na obra, a celesta fica em muito menos em evidência do que o título da obra sugere (o piano é muito mais proeminente). A Suíte do mardarim Miraculoso está espetacular, brilhando seus estranhos coloridos orquestrais e Quatro Peças Orquestrais, muito menos vistosas, mesmo assim valem a pena serem ouvidas. Um disco magnífico! Recomendo muito!

Suite from The Miraculous Mandarin, pantomime in one act, Op. 19 BB 82 (19:00)
1 Allegro – Meno mosso – Tempo 1 – Energico – Vivo – 2:37
2 Moderato – Rubato – Più mosso – Comodo – Più lento – Comodo – Lento – Più mosso – Vivace 3:43
3 Sostenuto – Più mosso – Meno mosso – Più mosso – Allegretto – Sostenuto – Più mosso – Ancora più mosso – Allegretto – Tranquillo – Più tranquillo – Più mosso – Vivace 3:21
4 Sostenuto – Più mosso – Meno mosso – Più mosso – Vivo – Agitato – Molto agitato – Agitato (tempo giusto) – Maestoso (subito) 2:30
5 Lento – Più mosso – (A tempo più lento) – Più vivo – Molto sostenuto – Allegretto 3:50
6 Adagio – Tempo di Valse – Allegro – Più allegro (stretto) – Sempre vivace – Marcatissimo – Sempre vivace 3:13

Music for Strings, Percussion, and Celesta, BB 114 (25:40)
7 I. Andante tranquillo 8:23
8 II. Allegro – Vivo – Meno vivo – Un poco largamente – Più mosso – Vivace – Allegro molto – Un poco allargando 7:37
9 III. Adagio – Adagio molto – Più andante – Più lento – Più andante – Più mosso – Allegretto – Meno mosso – Adagio – Adagio molto – Tempo 1 7:49
10 IV. Allegro molto – Un poco meno mosso – Ancora meno mosso – Più mosso – Un poco meno mosso – Tempo 1 – Un poco meno mosso – Tempo 1 – Vivacissimo – Presto strepitoso – Molto moderato – Adagio – Allegro – Calmo – Vivacissimo, stretto – Tempo 1 – Meno 7:20

Four Orchestral Pieces, Op. 12 BB 64 (25:00)
11 I. Preludio. Moderato – Più andante – Più mosso, molto appassionato – Tempo 1 – Tranquillo – Tempo 1 – Sostenuto – Tempo 1 (Tranquillo) 7:14
12 II. Scherzo. Allegro – Meno mosso – Tempo 1 (vivo) – Più mosso – (Meno mosso) – Tempo 1 – Meno mosso – Ancora meno mosso, con calore – (Meno mosso) – Più mosso – Allegro – (Meno mosso) – (Più mosso) – Tempo 1 – Più vivo 6:23
13 III. Intermezzo. Moderato – Più sostenuto – Largamente – Andante – Tranquillo – Più sostenuto (Molto tranquillo) – Agitato – Andante – Più andante – Tempo 1 – Più lento 4:40
14 IV. Marcia funebre. Maestoso – Più andante – Maestoso – Appassionato – Tranquillo – Più andante – Più sostenuto

Composed By – Béla Bartók
Conductor – Edward Gardner
Orchestra – Melbourne Symphony Orchestra

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Bartók viajando de volta para o Brasil a fim de NÃO votar no inominável Boçalnato

PQP

J. S. Bach (1685-1750): A Oferenda Musical (Moroney, See, Holloway, ter Linden, Cook)

J. S. Bach (1685-1750): A Oferenda Musical (Moroney, See, Holloway, ter Linden, Cook)

O Ranulfus, que posta aqui conosco, não gosta muito da Oferenda Musical. Para mim é surpreendente, pois amo o desequilíbrio da peça, que alterna severas e eruditas fugas com uma alegre Trio Sonata em quatro movimentos. Mas tenho todo o respeito pelo gosto alheio. Gosto das discordâncias cordiais.

A coleção tem sua origem num encontro entre Bach e Frederico II em 7 de maio de 1747. O encontro, que se deu na residência do rei em Potsdam, foi consequência do filho de Bach, Carl Philipp Emanuel Bach, estar ali trabalhando como músico da corte. Frederico queria mostrar a Bach uma novidade. O pianoforte foi inventado uns poucos anos antes e o rei tinha esse instrumento experimental, alegadamente o primeiro que Bach viu. Bach, que era bem conhecido por seu talento na arte da improvisação, recebeu o Thema Regium (Tema do Rei), para improvisar uma fuga. Deu no que deu.

A proposta de Frederico, na realidade, era para humilhar o velho Bach, pois o tema fornecido fora construído de tal forma que imaginava-se impossível aplicar a ele as regras da polifonia. Inicialmente Frederico ordenou que Bach improvisasse sobre o tema uma fuga a três vozes, o que, para espanto do Rei e admiração de todos os presentes, Bach fez de imediato. Insatisfeito o Rei mandou que ele, desta feita, improvisasse uma fuga a seis vozes, uma tarefa considerada impossível por todos, inclusive os os músicos do Rei, os melhores e os mais competentes da época. Bach, que então contava com 62 anos, e que mal chegara de viagem e fora convocado ao palácio sem ter tido tempo de descansar, se desculpou alegando exaustão da viagem, e em 15 dias mandou para o Rei sua resposta ao desafio na forma da Oferenda Musical.

Bach aparentemente entendeu o objetivo escuso por trás da proposta do Rei. Em alemão Opfer não significa apenas Oferenda, mas também pode significar uma oferta de uma vítima em sacrifício. Schoemberg levanta a hipótese de que o tema, criado para humilhar Bach publicamente pela sua complexidade, teria sido composto pelo próprio filho de Bach, Johann Christian, uma vez que Frederico não possuía o conhecimento musical necessário para elaborar uma peça dessa natureza. Duas semanas após o encontro, Bach publicou o conjunto de obras que conhecemos como A Oferenda Musical, baseadas neste tema. Bach escreveu na obra: Regis Iussu Cantio Et Reliqua Canonica Arte Resoluta (tema fornecido pelo rei com acréscimos, resolvido no estilo canônico, cuja primeiras letras do texto latino formam a palavra Ricercar, um nome usado no passado para a fuga.

Musikalisches Opfer / L’Offrande Musicale BWV 1079

1 Ricercar A 3
2 Canon Perpetuus Super Thema Regium
3 Ricercar A 6
4 Canon A 2 Quaerendo Invenietis (Canon Contrarium Stricte Reversum)
5 Canon
6 Sonata For Flute & Violin: Largo
7 Sonata For Flute & Violin: Allegro Moderato
8 Sonata For Flute & Violin: Andante Larghetto
9 Sonata For Flute & Violin: Allegro
10 Canon Perpetuus
11 Canon Cancrizans
12 Violino In Unisono
13 Per Motum Contrarium
14 Canon 4 A 2 Per Augmentationem, Contrario Motu
15 Canon Per Ascendenteque Modulationis Ascendat Gloria Regis
16 Fuga Canonica In Epidiapente

Flute – Janet See
Harpsichord – Davitt Moroney, Martha Cook
Violin – John Holloway
Violoncello – Jaap ter Linden

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

PQP

Keiser: Concerto em ré maior / Telemann: Le Messie / Zelenka: Lamentatio pour Samedi Saint

Keiser: Concerto em ré maior / Telemann: Le Messie / Zelenka: Lamentatio pour Samedi Saint

Um disco bonzinho do qual não encontrei maiores referências. Telemann é um velho conhecido nosso, Zelenka é um compositor e músico tcheco do período barroco que rodou bastante por Dresden, Viena e Varsóvia. Sua música é admirada neste blog por mais de um integrante e ele é o campeão deste CD, trazendo a obra mais interessante dele. Bach tinha Zelenka em alta estima e os dois compositores se conheciam, como ficou evidenciado por uma carta de 13 de janeiro de 1775 do mano CPE. Keiser é o mais obscuro do trio.  Escreveu mais de cem óperas. mas seu trabalho foi totalmente esquecido por muitas décadas. Seu concerto é bom e elegante. Fiquei com preguiça de copiar as faixas e peço desculpas pelo ocorrido.

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Você acertou. nenhum deles votaria numa besta quadrada como Bolsonaro.

PQP

.: interlúdio :. Tom Waits: Rain Dogs

.: interlúdio :. Tom Waits: Rain Dogs

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Em mim, poucos álbuns tiveram um impacto tão forte na primeira audição como Rain Dogs. Embora essa primeira audição tenha ocorrido há 30 anos, suas canções permanecem poderosas até hoje. Se você nunca ouviu este disco antes, sugiro fortemente que o faça, mesmo que seja apenas uma vez. É um álbum longo — 19 faixas num vinil — primitivo, exótico, inteligente, abrasivo, bonito e estranho. O disco é doce o suficiente para não desanimar todo mundo, mas Waits o manteve dissonante o suficiente para ser interessante também. Seus sons mais distintos são bastante incomuns: a voz rouca característica de Tom Waits, a guitarra de Marc Ribot, os metais distorcidos de alguns dos melhores instrumentistas do jazz do underground de Nova York, a percussão estranha e, talvez o mais bizarro, o toque frequente da marimba – um instrumento quase nunca ouvido na música popular… A variedade de Rain Dogs é inacreditável. O disco contém números de cabaré, músicas country, gospel, polcas, baladas e temas de jazz. Waits é teatral e carnavalesco, mas traz também damas de olhos tristes e uma garota com lágrima tatuada – “uma para cada ano que ele está longe, ela disse”. Waits pode ser extremamente engraçado – eu amo a formação hilária e grotesca de parentes seniores mesquinhos na Cemetery Polka – mas ele também pode controlar seus impulsos e escrever músicas dolorosamente bonitas, como Hang Down Your Head e a obra-prima que é Anywhere I Lay My Head.

Tom Waits: Rain Dogs

1 Singapore 2:46
2 Clap Hands 3:47
3 Cemetery Polka 1:51
4 Jockey Full Of Bourbon 2:45
5 Tango Till They’re Sore 2:49
6 Big Black Mariah 2:44
7 Diamonds & Gold 2:31
8 Hang Down Your Head 2:32
9 Time 3:55
10 Rain Dogs 2:56
11 Midtown (Instrumental) 1:00
12 9th & Hennepin 1:58
13 Gun Street Girl 4:37
14 Union Square 2:24
15 Blind Love 4:18
16 Walking Spanish 3:05
17 Downtown Train 3:53
18 Bride Of Rain Dog (Instrumental) 1:07
19 Anywhere I Lay My Head 2:48

Performer
Tom Waits – vocals (1–10, 12–17, 19), guitar (2, 4, 6, 8–10, 15–17), organ (3, 19), piano (5, 12), harmonium (8, 18), banjo (13)

Musicians
Michael Blair – percussion (1–4, 7, 8, 12, 13, 17), marimba (2, 7, 10, 12), drums (8, 14, 18), congas (4), bowed saw (12), parade drum (19)
Stephen Hodges – drums (1, 2, 4, 6, 10, 11, 15, 16), parade drum (3)
Larry Taylor – double bass (1, 3, 4, 6, 8–10, 15), bass (7, 11, 14, 16)
Marc Ribot – guitar (1–4, 7, 8, 10)
“Hollywood” Paul Litteral – trumpet (1, 11, 19)
Bobby Previte – percussion (2), marimba (2)
William Schimmel – accordion (3, 9, 10)
Bob Funk – trombone (1, 3, 5, 10, 11, 19)
Ralph Carney – baritone saxophone (4, 14), saxophone (11, 18), clarinet (12)
Greg Cohen – double bass (5, 12, 13)
Chris Spedding – guitar (1)
Tony Garnier – double bass (2)
Keith Richards – guitar (6, 14, 15), backing vocals (15)
Robert Musso – banjo (7)
Arno Hecht – tenor saxophone (11, 19)
Crispin Cioe – saxophone (11, 19)
Robert Quine – guitar (15, 17)
Ross Levinson – violin (15)
John Lurie – alto saxophone (16)
G.E. Smith – guitar (17)
Mickey Curry – drums (17)
Tony Levin – bass (17)
Robbie Kilgore – organ (17)

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Tom Waits quando jovem. Também já fui…

PQP

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Quarteto No. 15 Op. 132 / Quarteto No. 16 Op. 135 (Ehnes)

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Quarteto No. 15 Op. 132 / Quarteto No. 16 Op. 135 (Ehnes)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um tremendo disco capitaneado pelo violinista dos violinistas! Certa vez, eu perguntei no Facebook e no Twitter: “Qual é o melhor Quarteto de Beethoven e por que é o Op. 132?”. Deu uma baita briga, muita gente concordou e, no mínimo, todos reconheceram que o 132 é um quarteto que está no top 3. Pessoalmente, é uma das principais músicas de minha vida. O Molto Adagio é dilacerante, uma das peças mais lindas já escritas e que guarda enorme relação com uma doença que o compositor sofreu durante a escrita do quarteto. O Allegro Appassionato era dançado improvisadamente  por minha filha quando era tinha menos de 5 anos — hoje ela está com quase 28… O 135 também é lindo. Enfim, este é um CD para não deixar de ouvir.

O Ehnes Quartet… Vocês acham que James Ehnes chamaria amadores? Putz, os caras são PERFEITOS, IMPECÁVEIS!

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Quarteto No. 15 Op. 132 / Quarteto No. 16 Op. 135 (Ehnes)

String Quartet No. 15 In A Minor, Op. 132
1 I. Assai Sostenuto 9:32
2 II. Allegro Ma Non Tanto 8:48
3 III. Heiliger Danksgesang (Molto Adagio) 17:28
4 IV, Alla Marcia, Assai Vivace 2:05
5 V. Allegro Appassionato 6:33

String Quartet No. 16 In F Major, Op. 135
6 I. Allegretto 6:24
7 II. Vivace 3:19
8 III. Lento Assai E Cantante Tranquilo 6:52
9 IV. Grave, Ma Non Troppo Tratto. Allegro 7:04

Ehnes Quartet
Cello – Edward Arron
Viola – Richard O’Neill
Violin – Amy Schwartz Moretti, James Ehnes

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

O ar decidido de quem sabe que você defende a cultura e a arte e que, portanto, jamais votará em Bolsonaro.

PQP

Steve Reich (1937): Different Trains / Electric Counterpoint (Kronos Quartet, Pat Metheny)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Different Trains (1988) é uma importante obra de Steve Reich. Alguns pensam ser sua obra-prima. Há tantas… Mas ainda fico com Music for 18 musicians e outras. Different Trains foi escrita para quarteto de cordas, vozes e sons, ambos “sampleados”, registrados em estações de trens. Os trens sempre fizeram parte da vida do compositor e o segundo movimento sugere judeus — Reich é judeu — sendo levados para campos de extermínio.

Different Trains foi inspirada pelas memórias pessoais de Reich. Desde criança ele viajava de trem da casa de sua mãe para a de seu pai. Estes eram divorciados e o pequeno Steve era obrigado a viajar frequentemente de trem entre Nova Iorque e Los Angeles — imaginem o tempo que levava uma viagem dessas — enquanto outros judeus eram levados a outros lugares no Velho Mundo por muito mais tempo. Ou não. O ma-ra-vi-lho-so Kronos Quartet acompanha as gravações feitas nas estações que incluem nomes de cidade, sons de trens, sirenes, etc. Como a Music for 18 musicians, aqui também o movimento é perpétuo e a aparente simplicidade esconde detalhes e mais detalhes. Merece audição atenta. Os sons falados que “cantam” foram retirados de gravações autênticas realizadas nas próprias estações de trem, inclusive os da nazista, excetuando-se os anos correspondentes à música. Ouçam porque vale a pena.

Electric Counterpoint (1987) é uma obra para uma guitarra — a de Pat Metheny, neste caso — tocando 10 temas pré-gravados, que são ouvidos um sobre o outro. Cada nota é absolutamente clara e o conjunto se altera gradualmente. O trabalho de Metheny faz muito pela peça. É excelente música, mas acho que o aspecto sociológico de Different Trains meio que abocanha o CD para si…. Imerecido, pois Electric Counterpoint é DEMAIS.

Steve Reich (1937) – Different Trains / Electric Counterpoint

1. Different Trains – America-Before the War (movement 1)
2. Different Trains – Europe-During the War (movement 2)
3. Different Trains – After the War (movement 3)
4. Electric Counterpoint – Fast (movement 1)
5. Electric Counterpoint – Slow (movement 2)
6. Electric Counterpoint – Fast (movement 3)

Kronos Quartet
Pat Metheny

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

O trem-sonho de Bolsonaro chegando em Auschwitz.

PQP

J. S. Bach (1685-1750): As 6 Trio Sonatas, BWV 525-530, em Pedal Cembalo (Palm)

J. S. Bach (1685-1750): As 6 Trio Sonatas, BWV 525-530, em Pedal Cembalo (Palm)

Normalmente tocadas ao órgão, estas Trio Sonatas recebem outra (e muito boa) abordagem neste CD. Um cravo de pedal, ou seja, um cravo com pedaleira tipo órgão, teria sido encontrado na casa da maioria dos organistas alemães durante o período barroco. A prática do órgão nas igrejas era difícil; algum colaborador disposto tinha que ser encontrado e pago para bombear o órgão, e a igreja podia ser muito fria no inverno. Além disso, vários organistas atuais confirmaram que a prática no pedal-cravo é infinitamente mais exigente em termos de exatidão e precisão do que no órgão. Bach escreveu suas 6 Trio Sonatas para melhorar a técnica de pedal de seu filho Wilhelm Friedemann. O manuscrito de Passacaglia e Fuga de Bach, que segundo Albert Schweizer desapareceu em meados de 1800, aparentemente tinha como título Cembalo e pedale, indicando claramente o desempenho no pedal-cravo. Pesquisas recentes estabeleceram que para seus concertos semanais no Kaffee Haus de Zimmermann, Bach tinha um cravo manual duplo montado em um cravo de pedal feito por Zacharias Hildebrandt, que foi construtor de cravo e construtor de órgão sob a direção do amigo e colega de Bach Gottfried Silbermann. A interpretação do injustamente obscuro Stefan Palm para essas peças é segura e muito musical. Recomendo.

J. S. Bach (1685-1750): As 6 Trio Sonatas, BWV 525-530, em Pedal Cembalo (Palm)

Sonata No. 1 In E-Flat Major
A1 I-[Moderato] 2:55
A2 II-Adagio 4:25
A3 III-Allegro 3:38

Sonata No. 2 In C Minor
A4 I-Vivace 4:32
A5 II-Largo 4:00
A6 III-Allegro 4:31

Sonata No. 3 In D Minor
B1 I-Andante 5:51
B2 II-Adagio E Dolce 4:03
B3 III-Vivace 4:09

Sonata No. 4 In E Minor
B4 I-Adagio; Vivace 2:50
B5 II-Andante 5:21
B6 III-Un Poco Allegro 2:30

Sonata No. 5 In C Major
C1 I-Allegro 4:20
C2 II-Largo 5:27
C3 III-Allegro 3:42

Sonata No. 6 In G Major
C4 I-Vivace 3:28
C5 II-Lento 4:10
C6 III-Allegro 3:35

Stefan Palm, pedal cembalo

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Um cravo de pedal. Quem se interessa por cultura não vota em Bolsonaro.

PQP