Johannes Brahms (1833-1897) – Piano Concertos – Alfred Brendel, Hans Schmidt-Isserstedt, Haitink, Concertgebow Orchestra

Garimpando em um sebo em minha cidade deparei com essa gravação do Segundo Concerto de Brahms com o pianista Alfred Brendel acompanhado pelo maestro holandês Bernard Haitink frente a imensa Orquestra do Concertgebow, de Amsterdam. Não conhecia essa gravação até então. Pesquisando em sites especializados, fiquei sabendo que Brendel gravara anteriormente o Primeiro Concerto com a mesma orquestra porém o maestro era Hans Schmidt-Isserstedt, que morreria ainda no mesmo ano da gravação. E para completar a série, a Philips chamou Bernard Haitink para gravarem o Segundo Concerto.

Enfim, depois de fuçar o sebo por quase uma hora, saí de lá muito satisfeito com a aquisição. E fiz questão de mostrar para os colegas do PQPBach, e pasmem, nem mesmo nosso Vassily, uma verdadeira enciclopédia da música erudita, com um acervo magnífico, nem mesmo Vassily conhecia essa gravação. Afinal, quase que instantaneamente associamos Brendel a Claudio Abbado quando nos referimos a esses concertos. E Haitink / Brendel em Amsterdam, bah, isso é muito bom. Lembro que quando os dois gravaram os concertos de Beethoven,  quase na mesma época, a orquestra escolhida foi a Sinfônica de Londres.

Bem, estas são pequenas curiosidades, que achei interessante expor para os senhores. Mas o mais importante de tudo são estas gravações. Consegui localizar em meu acervo o Primeiro Concerto, com o maestro Hans Schmidt-Isserstedt, e ouvindo o Primeiro Movimento já entendi a dimensão da coisa. Quase cinquenta anos após seu lançamento estes registros permanecem com a mesma qualidade, envelheceram muito bem. A Orquestra do Concertgebow com sua exuberante sonoridade me faz apreciá-la ainda mais. Espero que apreciem.

Klavierkonzert No.1 in D moll, op.15
1. Maestoso – Poco Più Moderato
2. Adagio
3. Rondo (Allegro Non Troppo – Più Animato – Tempo I)

Alfred Brendel – Piano
Concertgebouw Orchestra, Amsterdam
Hans Schmidt-Isserstedt – Conductor

Klavierkonzert No.2 B-dur op. 83
1. Allegro non troppo
02. Allegro appassionato
03. 3. Andante – Piú adagio
04. 4. Allegretto grazioso – Un poco piú presto

Alfred Brendel – Piano
Concertgebouw Orchestra, Amsterdam
Bernard Haitink – Conductor

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Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) – Piano Concertos – CDs 1,2 e 3 de 11 – Lili Kraus, Vienne Festival Orchestra

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LINKS ATUALIZADOS !!

Provavelmente meu primeiro contato com os concertos para piano de Mozart foi exatamente com Lili Kraus, com um velho LP que apareceu em casa, creio que trazido por meu irmão mais velho. Eu deveria ter entre doze e quinze anos, e estava começando a definir meu gosto musical. Não lembro quais eram os concertos, só sei que gostei muito, como não poderia deixar de ser.
O nome de Lili Kraus é quase que sempre associado a Mozart. Assim como Rubinstein – Chopin, Gould – Bach, Lili Krauss é referência quando falamos no genial compositor austríaco.
Vou trazer então para os senhores nas próximas postagens a integral dos concertos para piano de Mozart interpretados por esta gigante dos teclados, nascida na Hungria em 1903, terra de onde vieram grandes intérpretes do século XX, como Ferenc Fricsay e Géza Anda, e faleceu em 1986, nos Estados Unidos.  Felizmente, ao contrário dos outros dois citados, Lili viveu bastante para aproveitar a fama e mostrar ás novas gerações todo o seu talento.

CD 1

Concerto For Piano And Orchestra No. 1 In F Major K 37
1. I Allegro
2. II Andante
3. III [Allegro]

Concerto For Piano And Orchestra No. 2 in B-flat major K 39
4. I Allegro Spiritoso
5. II Andante
6. III Molto Allegro

Concerto For Piano And Orchestra No. 3 In D Major K 40
7.I Allegro Maestoso
8 1.II Andante
9.III Presto

Concerto For Piano And Orchestra No. 4 In G Major K 41
10. I Allegro
11. II Andante
12. III Molto Allegro

CD 2

Concerto For Piano And Orchestra No. 5 In D Major K 175
1 I Allegro
2 II Andante Ma Un Poco Adagio
3 III Allegro

Concerto For Piano And Orchestra No. 6 In B-flat Major K 238
4 I Allegro Aperto
5 II Andante Un Poco Adagio
6 III Rondeau. Allegro

Concerto For Piano And Orchestra No. 8 In C Major K 246
I Allegro Aperto
II Andante
III Rondeau. Tempo di Menuetto

CD 3

1 Concerto For Piano And Orchestra No. 9 In E-flat Major “Jeunehomme” K 271
1 I Allegro
2 Andantino
3 III Rondeau. Presto

4 Concerto For Piano And Orchestra No. 11 In F Major K 413 (387a)
5 I Allegro
6 II Larghetto
7 III Tempo di Menuetto

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Lili Kraus – Piano
Vienne Festival Orchestra
Stephen Simon – Piano

Lili Kraus (1903-1986)
Lili Kraus (1903-1986)

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Sonatas para Flauta – Hugo Reyne, Pierre Hantaï e Emmanuelle Guigues

Impecáveis registros do selo Mirare das Sonatas para flauta e continuo, de Bach, nas mãos mais que competentes de Hugo Reyne, que eu particularmente não conhecia, vim a esse CD devido ao fato de que o cravista é Pierre Hantaï, um dos maiores intérpretes desse instrumento na atualidade. E o resultado é delicioso, do começo ao fim. Reyne é um flautista muito talentoso, não abusa do virtuosismo. O texto abaixo foi livremente traduzido do booklet, escrito pelo próprio Reyne:
“Há algo de anormal em quase todas as sonatas para flautas de Bach”, escreveu Frans Brüggen na nota do livreto para sua gravação dessas peças em 1976. É verdade que as sonatas de flauta não constituem uma corpus dentro da produção do compositor. Não temos as ‘Seis sonatas de flauta’ como temos, por exemplo, as ‘Seis sonatas para violino e cravo’ ou as ‘Seis suítes para violoncelo desacompanhado”. Cada uma de suas peças para flauta corresponde a um período criativo diferente, e Bach não se deu ao trabalho de montá-los num único manuscrito com vista à publicação, por exemplo. Foram os primeiros editores dessas sonatas no Século XIX que as dividiram em dois grupos de três: aqueles com cravo obbligato (BWV 1030-2) e com contínuo (BWV 1033-5).”

Originalmente Bach compôs estas obras para Flauta Transversal, porém Hugo Reyne as gravou com diversos tipos de Flauta Doce, fazendo as devidas adaptações, como explica:

“As sonatas gravadas aqui foram originalmente escritos para flauta transversal. Isto era prática comum na época e transpus estas obras compostas para flauta transversal para que pudessem ser tocada na Flauta Doce. Telemann e Quantz nos mostraram o caminho, transpondo uma terça para cima (a flauta transversal estando em D e a flauta doce em F). Bach também praticou esta transposição, mas na direção oposta, notadamente em certas cantatas inicialmente concebidas para Flauta Doce então adaptado-as para flauta transversal. No caso presente, transpusemos um semitom (BWV 1035), um terça (BWV 1034) e uma quarta (BWV 1033).”

Além do acompanhamento do cravo, as obras também tem o acompanhamento de uma Viola da Gamba, nesta gravação nas mãos de Emmanuelle Guigues.

Pierre Hantaï gravaria novamente estas obras alguns anos mais tarde, mas com seu irmão, Marc Hantaï, mas isso é assunto para outra postagem. Gosto muito destes registros, espero que os senhores também a apreciem.

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Sonatas para Flauta – Hugo Reyne, Pierre Hantaï e Emmanuelle Guigues

1. Sonata for Flute and Basso continuo in G minor BWV 1034 I. Adagio ma non tanto
2. Sonata for Flute and Basso continuo in G minor BWV 1034 II. Allegro
3. Sonata for Flute and Basso continuo in G minor BWV 1034 III. Andante
4. Sonata for Flute and Basso continuo in G minor BWV 1034 IV. Allegro
5. Sonata for Flute and Basso continuo in F major BWV 1033 I. Andante – Presto
6. Sonata for Flute and Basso continuo in F major BWV 1033 II. Allegro
7.Sonata for Flute and Basso continuo in F major BWV 1033 III. Adagio
8. Sonata for Flute and Basso continuo in F major BWV 1033 IV. Menuet 1 & 2
9. Sonata for Flute and Basso continuo in D minor BWV 997 I. Prelude
10.Sonata for Flute and Basso continuo in D minor BWV 997 II. Fuga
11. Sonata for Flute and Basso continuo in D minor BWV 997 III. Sarabande
12. Sonata for Flute and Basso continuo in D minor BWV 997 IV. Gigue
13. Sonata for Flute and Basso continuo in F major BWV 1035 I. Adagio ma non tanto
14. Sonata for Flute and Basso continuo in F major BWV 1035 II. Allegro
15. Sonata for Flute and Basso continuo in F major BWV 1035 III. Siciliano
16. Sonata for Flute and Basso continuo in F major BWV 1035 IV. Allegro assai
17. Sonata for Tenor Flute and Harpsichord in G minor BWV 1030b I. Andante
18. Sonata for Tenor Flute and Harpsichord in G minor BWV 1030b II. Largo e dolce (Siciliano)
19. Sonata for Tenor Flute and Harpsichord in G minor BWV 1030b III. Presto (Fuga-Giga)

Hugo Reyne – Flute
Pierre Hantaï – Harpsichord
Emanuelle Guiges – Viole

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FDP

Piotr Illich Tchaikovsky (1840-1893) – Violin Concerto, in D Major, op. 35, Jean Sibelius (1865-1957) – Violin Concerto in D Minor, op. 47 – Stern, Ormandy, Philadelphia Orchestra

Curioso que eu nunca tenha postado aqui no PQPBach uma das gravações que mais ouvi do Concerto de Tchaikovsky, com o grande Isaac Stern ao lado de Eugene Ormandy, na Filadélfia, é claro. Já não tenho mais o LP há muitos anos, perdi ou vendi em algum momento, e apenas recentemente tive acesso a versão digital, ou seja, já fazia muito tempo que não o ouvia. Essa gravação foi realizada em 1959, jurássica, como diria o colega René Denon, mas imperdível, como diria nosso mentor PQPBach. Isaac Stern realizou diversos registros com o grande maestro hungaro radicado nos Estados Unidos, em sua querida Filadélfia, e esse Tchaikovsky foi um dos grandes momentos da dupla. Poucas vezes ouvi este concerto tocado com tanta paixão e emoção, e não por acaso, a Columbia, e posteriormente a Sony, já lançaram esta gravação tantas vezes desde então. Não sei dizer quando foi que ouvi esta gravação pela primeira vez, provavelmente ainda na adolescência, mas continua sendo uma de minhas preferidas.

Como não poderia deixar de ser, o Concerto de Sibelius, que completa o CD, também é um primor de técnica e execução, e o som da Orquestra da Filadélfia contribui com o clima, mesmo tendo sido gravado em 1976, ainda com Ormandy, que dirigiu essa orquestra por mais de quarenta anos. Stern nesta época já era um músico consagrado, com uma considerável discografia, e referência para outros jovens violinistas. Talvez a idade já esteja pesando e o som de seu violino não soe mais tão intenso e apaixonado, mas é indiscutível a qualidade de sua execução. Não por acaso os clientes da amazon deram 5 estrelas para este CD.

Espero que apreciem.

01 – Concerto for Violin and Orchestra in D Major, Op. 35- I. Allegro moderato
02 – Concerto for Violin and Orchestra in D Major, Op. 35- II. Canzonetta. Andante
03 – Concerto for Violin and Orchestra in D Major, Op. 35- III. Finale. Allegro vivacissimo
04 – Concerto in D minor for Violin and Orchestra, Op. 47- I. Allegro moderato
05 – Concerto in D minor for Violin and Orchestra, Op. 47- II. Adagio di molto
06 – Concerto in D minor for Violin and Orchestra, Op. 47- III. Allegro, ma non tanto

Isaac Stern – Violin
Philadelphia Orchestra
Eugene Ormandy – Conductor

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Pyotr Ilyich Tchaikovsky (1840-1893): Sinfonias 4, 5 e 6 (Mravinsky)

Para muitos, um paradigma a ser quebrado, uma das maiores gravações da história da indústria fonográfica, um “must have”, enfim, Tchaikovsky sob a batuta de Mravinsky. Alguns dizem que um dos motivos que tornaram possíveis este desempenho é que Mravinsky mergulhou fundo na alma russa presente nestas obras e a arrancou com sangue, suor e lágrimas. Exageros a parte, temos aqui um Tchaikovsky em sua essência, para satisfazer o mano PQP, que só admite este autor quando interpretado pelo grande maestro russo.

Abaixo, o texto do editorial da Amazon.com :

These recordings by Evgeny Mravinsky and his Leningrad Philharmonic, taped in the autumn of 1960 while they were on tour in London, are among the absolute classics of the catalog. They are readings of hair-raising intensity–the finale of the Fourth is marked allegro con fuoco, and if you want to know what con fuoco means, all you have to do is listen for a moment. No one else has ever had the nerve, or the ability, to play the music this way. The treatment is very Russian: the extremes are more extreme, the passions more feverish, the melancholy darker, the climaxes louder. In that department, the development section of the first movement of the Pathètique has to be heard to be believed. The sound is remarkably good for the time, a little edgy in the loudest pages but wonderfully present, just like the performances themselves. –Ted Libbey

Piotr Ilyich Tchaikovsky – Symphonies nº 4, f-moll, op. 36, Nº5, e-moll, op. 64 e nº6, h-moll, op. 74, “Pathétique”

1 – Symphonie Nr.4 f-moll op.36 – I. Andante sostenuto – Moderato con anima – Moderato assai, quasi andante – Allegro vivo
2 – Symphonie Nr.4 f-moll op.36 – II. Andantino in modo di canzone
3 – Symphonie Nr.4 f-moll op.36 – III. Scherzo. Pizzicato ostinato. Allegro
4 – Symphonie Nr.4 f-moll op.36 – IV. Finale. Allegro con fuoco

5 – Symphonie Nr.5 e-moll op.64 – I. Andante – Allegro con anima
6 – Symphonie Nr.5 e-moll op.64 – II. Andante cantabile, con alcuna licenza – Moderato con anima – Andante mosso – Allegro non troppo
7 – Tchaikovsky Symphonie Nr.5 e-moll op.64 – III. Valse. Allegro moderato
8 – Tchaikovsky Symphonie Nr.5 e-moll op.64 – IV. Finale. Andante maestoso – Allegro vivace – Molto vivace-Moderato assai e molto maestoso

9 – Tchaikovsky Symphonie Nr.6 h-moll op.74 ‘Pathetique’ – I. Adagio – Allegro non troppo
10 – Tchaikovsky Symphonie Nr.6 h-moll op.74 ‘Pathetique’ – II. Allegro con grazia
11- Tchaikovsky Symphonie Nr.6 h-moll op.74 ‘Pathetique’ – III. Allegro molto vivace
12 – Tchaikovsky Symphonie Nr.6 h-moll op.74 ‘Pathetique’ – IV. Finale. Adagio lamentoso

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FDP

Antonin Dvorák – Cello Concerto, op. 104, Édouard Lalo (1823-1892) – Cello Concerto in D Minor – Johannes Moser, PKF – Prague Philharmonia

Existem certas obras que nos calam fundo, e para mim, o Concerto para Violoncelo de Dvorák é uma destas. Uma legítima obra prima, muito inspirada e apaixonada. Exige do intérprete uma total entrega, e as emoções sempre a flor da pele. Dvorák o compôs durante o período em que morou nos Estados Unidos, entre Novembro de 1894 e Fevereiro de 1895 e com certeza está entre uma das mais belas obras compostas para o instrumento, fazendo parte obrigatória do repertório de qualquer intérprete.

Esta gravação que ora vos trago é bem recente, foi gravada em 2015, pelo jovem violoncelista Johannes Moser, que infelizmente apareceu pouco aqui no PQPBach, apesar de sua já relativamente extensa discografia. Retirei estas informações abaixo do site do próprio músico:
“Nascido em uma família de músicos em 1979, Johannes começou a estudar violoncelo aos oito anos de idade e tornou-se aluno do professor David Geringas em 1997. Foi o vencedor do Concurso Tchaikovsky de 2002, além de receber o Prêmio Especial de sua interpretação das Variações Rococó. Em 2014 foi agraciado com o prestigiado prémio Brahms.
Leitor voraz de tudo, de Kafka a Collins, e um ávido praticante de atividades ao ar livre, Johannes Moser é um aficionado alpinista e ciclista de montanha no pouco tempo livre que tem.”

O Concerto de Lalo não tem o mesmo impacto, mas é igualmente belo e muito inspirado.

A ótima PFK – Prague Philharmonia é dirigida por outro jovem músico, o tcheco Jakub Hrůša, que vem se destacando nos palcos europeus nos últimos anos.

Espero que apreciem.

Antonín Dvořák (1841-1904)
Cello Concerto in B minor, Op. 104
1 Allegro
2 Adagio ma non troppo
3 Finale. Allegro moderato

Édouard Lalo (1823-1892)
Cello Concerto in D minor
4 Prélude. Lento – Allegro maestoso
5 Intermezzo. Andantino con moto
6 Introduction. Andante – Allegro vivace

Johannes Moser, Cello
PKF – Prague Philharmonia
Jan Fišer, Concertmaster
Conducted by Jakub Hrůša

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Franz Schubert (1797-1828) – Quarteto de Cordas “A Morte e a Donzela” – Orlando Quartet

Foi muito emocionante ouvir novamente esta gravação do Quarteto ‘A Morte e a Donzela’ de Schubert, uma das obras mais importantes do compositor com o competentíssimo conjunto “Orlando Quartet”. Esse LP foi minha trilha sonora durante determinada época de minha vida, serviu como suporte para aguentar certas rasteiras que levei na minha juventude, amores não correspondidos, etc.

Curiosamente, nunca havia tido contato com essa gravação em CD, até que o colega René Denon gentilmente me repassou em formato digital, e é ela que trago para os senhores. E não temo em afirmar que ela continua me trazendo as mesmas sensações, e uma série de lembranças também me vem a cabeça, lembrando aquela fase de minha vida tão confusa. Mas vamos ao que viemos:

Der Tod und das Mädchen” é o título que Schubert deu ao seu Quarteto nº 14, e é uma de suas obras de câmara mais interpretadas. Foi composta em 1824, quando o compositor já estava sabendo que havia contraído sífilis, doença que o levaria a morte alguns anos mais tarde. O tema de seu segundo m0vimento, um ‘Andante com Moto’ já havia sido utilizado por Schubert em um Lied escrito em 1817.  Mesmo tendo sido composta em 1824, ela só foi publicada em 1831, três anos após a morte do compositor. 

Uma análise mais detalhada da obra pode ser encontrada em português na Wikipédia.

String Quartet No. 14 In D Minor «Death And The Maiden»
1. Allegro 12:04
2. Andante Con Moto 14:45
3. Scherzo (Allegro Molto) 4:05
4. Presto – Prestissimo 9:20

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Dennis Russell Davies Performs Philip Glass

Dennis Russell Davies Performs Philip Glass

Não sei qual o motivo pelo qual estou postando este CD, já que não sou muito fã de Philip Glass, desde a primeira vez em que ouvi e assisti “Koyaanisqatsi” (creio que saí na metade do filme), mas eu era muito jovem, e o que sabem os jovens ali nos seus dezessete ou dezoito anos?

Mas enfim, o que me chamou a atenção neste CD que ora vos trago foi o belíssimo Segundo Movimento do “Concerto Tirol”. Vi um vídeo no Youtube e me encantei com esse movimento. Quando ouço essa parte me vem a cabeça uma sucessão de lembranças exatamente daquela época da minha vida, meus dezessete ou dezoito anos, mas curiosamente as imagens são por exemplo, da rua em eu morava em um dia de verão, vazia, sem movimento, ou do rio que passava nos fundos de minha casa. Esboços de imagens, eu diria. Ou a casa da esquina, um requintando palacete abandonado à própria sorte, cujos proprietários apareciam só de vez em quando, descendentes de uma família de muitas posses, e aquela era apenas mais uma de suas casas.

Mas este Segundo Movimento realmente me encantou e impressionou, e sabem como é, né? Assim como na juventude achamos que sabemos de tudo mas na verdade não sabemos de nada, na meia idade temos uma compreensão de que até podemos saber muito, mas ainda temos muito mais para aprender. Nunca estamos satisfeitos, precisamos alimentar nosso cérebro o tempo todo. Então, por algum motivo inexplicável, elegi este belíssimo Segundo Movimento como a trilha sonora deste momento de minha vida.

Denis Russel Davies é um fiel batalhador pela divulgação da obra de Glass, tem muitos CDs gravados com suas obras. Neste que ora vos trago, gravado em 2004, curiosamente é o solista e o regente da ótima Stuttgart Chamber Orchestra. Vale e muito a audição desse CD. Entendo ser uma ótima introdução para a obra do compositor.

Dennis Russell Davies Performs Philip Glass

01. Tirol Concerto – Movement I
02. Tirol Concerto – Movement II
03. Tirol Concerto – Movement III
04. Passages – Offering
05. Passages – Channels And Winds
06. Passages – Meetings Along the Edge

Stuttgart Chamber Orchestra
Dennis Russel Davies – Piano & Conductor

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FDP

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Variações Goldberg – Murray Perahia

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Variações Goldberg – Murray Perahia

Poucas obras causam tanta discussão e comoção entre os membros do PQPBach como as Variações Goldberg. Cada um de nós tem seu intérprete favorito, portanto não existe um consenso. Depois do furação Angela Hewitt, que é, digamos assim, ‘Hors concours’, quem domina esse páreo neste início de século XXI, as discussões continuam, e nunca irão parar.

Murray Perahia encarou este desafio com brilhantismo lá no início do século XXI, ou final do século XX, como queiram, mais especificamente entre os dias 9 e 14 de julho de 2000. O que os senhores faziam na época? Eu, particularmente, era aluno do Curso de Graduação em História, em uma universidade do sul do país, já casado e feliz, apesar das correrias e tropeços que a vida nos traz. Mas Mr. Perahia trancou-se em um estúdio na Suíça durante seis dias e nos trouxe essa gravação tão especial e admirada. Um crítico do New York Times escreveu:

Many listeners still hold Glenn Gould´s 1955 recording as ‘The Goldberg’ gold standard. With this CD, Perahia has raised the bar … Perahia´s ‘Goldberg’ are a spetacular achievement.” 

Quem sou eu para duvidar do parecer de um crítico de um jornal tão famoso … ? Certo, vinte e um anos se passaram, envelhecemos, e com a idade, a vem naturalmente a maturidade. E creio que essa seja a palavra para definir esta gravação de Murray Perahia: maturidade. Aquele jovem dos anos setenta, que encarou o desafio de gravar os concertos de Mozart, sendo ele também o próprio regente, aquele jovem virou um senhor que passou por uma traumatizante experiência de saúde, que o impediu de fazer o que mais gostava, e o que melhor sabia fazer, tocar piano. Isso nos leva a questão da superação. Perahia conseguiu superar as adversidades e ressurgiu das cinzas qual uma Fênix, nos brindando com uma belíssima leitura de uma das mais instigantes e desafiadoras obras já compostas. e ele não gravou apenas as Variações Goldberg. Mas isso é assunto para outra postagem.

Goldberg Variations, BWV 988 (1:13:28)

Aria 3:58
Variation 1 1:51
Variation 2 1:36
Variation 3. Canon On The Unison 1:57
Variation 4 1:07
Variation 5 1:25
Variation 6. Canon On The Second 1:25
Variation 7 1:47
Variation 8 1:52
Variation 9. Canon On The Third 2:12
Variation 10. Fughetta 1:33
Variation 11 1:47
Variation 12. Canon On The Fourth 2:17
Variation 13 4:59
Variation 14 2:06
Variation 15. Canon On The Fifth 4:19
Variation 16. Overture 2:44
Variation 17 1:41
Variation 18. Canon On The Sixth 1:24
Variation 19 1:29
Variation 20 1:52
Variation 21. Canon On The Seventh 2:45
Variation 22 1:29
Variation 23 1:56
Variation 24. Canon On The Octave 2:32
Variation 25 7:24
Variation 26 1:58
Variation 27. Canon On The Ninth 1:39
Variation 28 2:11
Variation 29 2:10
Variation 30. Quodlibet 1:44
Aria Da Capo 2:20

Murray Perahia, piano

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LINK ALTERNATIVO

Perahia deve saber que quem aprecia o mundo artístico não vota em Bolsonaro

FDP

Claude Debussy (1862-1918): La Mer, Prelude à l’après-midi d’un Faune, Jeux – Boulez, New Philharmonia Orchestra #DEBUSSY160

51qd4kO8axL._SL500_AA300_Este foi um dos primeiros cds que postei, lá nos primórdios do PQPBach, e lá se passaram ao menos uns oito anos e meio. Sempre foi o minha gravação favorita, tanto do “Prelude a l’Apres Midi d’un Faune” quanto de “La Mer”. Comprei esse LP nos tempos em que vagava solitário pelas ruas de São Paulo, ainda no começo dos anos 90. A vida era um tanto quanto difícil, morava longe da família, dos amigos, e esse belíssimo disco ajudou a combater a solidão. Criei uma certa cumplicidade com ele e consequentemente com a magnífica música de Debussy.

Mas a vida dá voltas, e agora, vinte e poucos anos depois, eis-me aqui, oferecendo essa verdadeira jóia da indústria fonográfica aos senhores. Podem apreciar sem moderação. É música de primeira, interpretada por um dos maiores especialistas em Debussy dos últimos tempos.

Claude Debussy (1862-1918): La Mer, Prelude à l’après-midi d’un Faune, Jeux
1-3. La Mer
1 De l’aube à midi sur la mer (Très lent)
2 Jeux de vagues (Allegro)
3 Dialogue du vent et de la mer (Animé et tumultueux)
4 Prelude à l’après-midi d’un faune
5 4Jeux

New Philharmonia Orchestra
Pierre Boulez – Conductor

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Debussy revolucionário, charge de 1912

FDP Bach (2015)

Joaquin Rodrigo – Concierto de Aranjuez, Mario Castelnuovo-Tedesco – Concerto in D for Guitar & Orchestra – Williams, Ormandy, Philadelphia Orchestra

John+Williams+Guitarist+Two+Favourite+Guitar+Concertos+504788

NOVOS LINKS !! POSTAGEM ORIGINAL DE 2016. ESTE CD NÃO PODE FICAR INDISPONÍVEL !!! ABSOLUTAMENTE IM-PER-DÍ-VEL !!!

Para reparar um mal entendido de uma postagem anterior, resolvi trazer o meu concerto para violão favorito, na minha versão favorita, que já ouço há pelo menos uns 45 anos. Chamei este Concierto de Aranjuez de famigerado, mas no sentido positivo do termo. Eu já o escutei tantas vezes que conheço cada nota, cada pausa, cada suspiro do solista e do maestro. Ele supre todas as minhas necessidades sentimentais, aquelas que evocam tempos passados, me lembra o jardim da velha casa, a chuva caindo e molhando a grama daquele jardim, do por de sol, enfim, é uma explosão de sentimentos quando ouço este concerto. Ainda mais esta gravação do John Williams ainda jovem, mas já um fenômeno do instrumento. Os braços abertos do Ormandy vestindo um traje de um verde de gosto duvidoso  e regendo sua amada Orquestra de Filadélfia me inspirava e procurava imitar seus gestos. Foi o meu primeiro contato com a música clássica, imaginava estar regendo uma orquestra, mexia os braços como se fosse o maestro, ou então pegava meu velho violão e simulava que estava tocando …
Ainda tenho o velho LP, e ainda me emociono quando ouço o seu adágio, que considero uma das mais belas páginas já escritas na história da música. Este adágio me traz lembranças de minha infância, quando minha mãe botava este LP para tocar na velha radiola e mesmo depois de ter terminado o disco ela ainda ficava cantarolando pela casa. Lembranças boas de um tempo que não volta mais. Pelo menos ficam guardadas na memória.

O Concerto de Castelnuovo-Tedesco também é de primeirissima qualidade, pena que seja pouco gravado, como comentei em postagem anterior.

Joaquin Rodrigo (1901-1999):
01. Concierto de Aranjuez for Guitar and Orchestra I.  Allegro con spirito
02. Concierto de Aranjuez for Guitar and Orchestra II. Adagio
03. Concierto de Aranjuez for Guitar and Orchestra III.  Allegro gentile
Mario Castelnuovo-Tedesco (1895-1968):
04. Concerto in D Major for Guitar and Orchestra, Op. 99 I. Allegretto
05. Concerto in D Major for Guitar and Orchestra, Op. 99 II. Andantino alla romanza
06. Concerto in D Major for Guitar and Orchestra, Op. 99 III. Ritmico e cavalleresco

John Williams – Guitar
Members of The Philadelphia Orchestra
Eugene Ormandy – Conductor

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1957
John Williams – Retrato do Artista quando jovem

Claude Debussy (1862-1918) – Prélude a l’àpres-midi d’un faune, La Mer, Jeux, Khamma (Orquestre de La Suisse Romande, Ansermet) #DEBUSSY160

51uz4GxHy+L._SS500_SS280Ernest Ansermet foi um regente suíço e um dos grandes regentes do repertório clássico francês, principalmente Debussy.

Este CD que ora vos trago faz parte da Coleção DECCA Legends, e não está aqui por acaso. Trata-se de uma das melhores gravações já realizadas deste repertório, principalmente em minha opinião do ‘Prélude à l’après-midi d’un faune’. Ainda tenho por favorita a versão de Boulez, mais etérea, idílica, eu diria, mas Ansermet dá mais vida a obra, tira aquela áurea espectral que permeia a leitura de Boulez, e nos oferece uma possibilidade diferente. Fica à vosso critério escolher a favorita. Não por acaso a revista Gramophone destacou exatamente a capacidade de Ansermet de nos mostrar o que está por debaixo daquelas brumas boulezianas. Claro que estou ciente que a gravação de Ansermet é anterior a de Boulez, mas um antecipa o outro, em minha opinião.
De qualquer forma, este é um CD antológico que merece toda a sua atenção.

Claude Debussy (1862-1918):
01. Prélude à l’après-midi d’un faune
02-04. La Mer (I. De l’aube à midi sur la mer, II. Jeux de vagues, III. Dialogue du vent et de la mer)
05. Jeux
06. Khamma (Légende dansée)

L´Orchestre de La Suisse Romande
Ernest Ansermet – Conductor

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Ernest Ansermet em pose clichê.

FDP (2016)

Claude Debussy (1862-1918) – Solo Piano Music – Angela Hewitt #DEBUSSY160

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160 anos de Debussy

Claude-Achille Debussy (Saint-Germain-en-Laye, 22 de Agosto de 1862 — Paris, 25 de Março de 1918)

Este CD foi lançado em 2012, mas merece ser ouvido com todo carinho e dedicação necessários. Sendo uma das grandes pianistas da atualidade, Hewitt encara estas obras tão delicadas com sobriedade, uma técnica apurada e uma maturidade musical exemplar. Os clientes da amazon são unânimes em dar cinco estrelas para esse CD.

E como é o mês dele, Claude Debussy, vamos então lhes apresentar outro grande CD do selo Hyperion, em outro grande momento de Angela Hewitt.

Claude Debussy (1862-1918) – Solo Piano Music – Angela Hewitt

01. Children’s Corner – 1. Doctor Gradus ad Parnassum
02. Children’s Corner – 2. Jimbo’s Lullaby
03. Children’s Corner – 3. Serenade for the Doll
04. Children’s Corner – 4. The snow is dancing
05. Children’s Corner – 5. The Little Shepherd
06. Children’s Corner – 6. Golliwog’s Cake-Walk
07. Suite Bergamasque – 1. Prélude
08. Suite Bergamasque – 2. Menuet
09. Suite Bergamasque – 3. Clair de lune
10. Suite Bergamasque – 4. Passepied
11. Danse
12. 2 Arabesques – 1. Andantino
13. 2 Arabesques – 2. Allegretto scherzando
14. Pour le piano – 1. Prelude
15. Pour le piano – 2. Sarabande
16. Pour le piano – 3. Toccata
17. Masques
18. L’isle joyeuse
19. La plus que lente

Angela Hewitt – Piano

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P.S. de Pleyel: muitos alunos intermediários de piano passam pelos Arabesques e pelo Clair de lune, mas não se enganem, é música muito sofisticada apesar da relativa simplicidade técnica. Angela Hewitt deixa isso muito claro aqui.

FDP (2018) / Pleyel (2022)

Claude Debussy – Quarteto de Cordas em Sol Menor, Maurice Ravel – Quarteto de Cordas – Orlando Quartet #DEBUSSY160

Ao procurar discos para postar dentro das comemorações aos 160 anos de nascimento de Debussy encontrei este do Orlando Quartet, lançado lá em 1983, mas ainda atual. Estou ouvindo esse belíssimo CD em um final de tarde de sábado de inverno, nublado, porém não está frio, a temperatura está amena, média de 17 graus. E a execução deste ótimo grupo de Câmara nos oferece uma interpretação muito sólida e consistente.

O Orlando Quartet foi formado em 1976 e esteve ativo até 1997. Seus músicos eram de países diferentes, mas o grupo formou-se em Amsterdam. Neste ano de 1997  seu primeiro violinista, o hungaro István Párkányi formou seu próprio grupo, o István Párkányi Quartet. Não gravaram muito, mas cada um de seus discos é uma pequena jóia, belamente lapidada.

Apesar de muitas vezes serem gravadas juntas, no mesmo disco, são obras que tem dez anos de diferença entre elas. O Quarteto de Debussy foi escrito em 1893 e o de Ravel entre 1902 – 03. Infelizmente estas foram as únicas incursões dos compositores neste estilo, e por que não dizer, também na música de câmara.

Claude Debussy – String Quartet in G Minor, Op. 10

1 Animé Et Très Décidé
2 Scherzo (Assez Vif Et Bien Rhythmé)
3 Andantino, Doucement Expressif
4 Très Modéré – Très Mouvementé – Très Animé

Maurice Ravel – String Quartet in F

5 Allegro Moderato. Très Doux
6 Assez Vif. Très Rhythmé
7 Très Lent
8 Vif Et Agité

Violin [I] – István Párkányi
Violin [II] – Heinz Oberdorfer
Viola – Ferdinand Erblich
Cello – Stefan Metz

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Franz-Joseph Haydn (1732-1809): 11 Sonatas para Piano – Alfred Brendel (Parte 2 de 2)

Franz-Joseph Haydn (1732-1809): 11 Sonatas para Piano – Alfred Brendel (Parte 2 de 2)

5183vyeJwbLComplementamos a postagem dessa caixa essencial de Haydn, na leitura de Alfred Brendel, com seus dois últimos CDs.

O Franz de Haydn é o nome de santo de Haydn (batizado Franciscus Josephus Haydn), e que era dado, conforme costume da época, em homenagem ao santo celebrado no dia de seu batismo (São Francisco de Paula, 2 de abril). Esse prenome quase nunca usado pelo próprio compositor, que invariavelmente se assinava “Joseph” ou “Giuseppe Haydn”. Um leitor apontou isso num comentário à postagem original e eu, que não fazia a menor ideia do assunto, resolvi aceder. Assim, mantemos a coerência com a prática que nos leva a chamar a pessoa batizada Johannes Chrysostomus Wolfgangus Teophilus Mozart, nascida no dia de São João Crisóstomo (27 de dezembro), de Wolfgang Amadeus Mozart.

Vassily

POSTAGEM ORIGINAL DE FDP BACH EM 18/2/2010

Eis então os dois CDs que faltavam para essa série do grande pianista Alfred Brendel interpretando Haydn. Trata-se de uma série conceituadíssima, que não pode faltar na discoteca dos amantes da obra do mestre austríaco.

Enfim, para tornar mais agradável este feriadão eis os dois últimos cds desta excelente série da Philips.

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Franz-Joseph Haydn (1732-1809): 11 Piano Sonatas – Alfred Brendel (Parte 2 de 2)
Alfred Brendel, piano

CD 3
01 – Sonata in C, Hob. XVI_48 – 1. Andante con espressione
01 – Sonata in C, Hob. XVI_48 – 2. Rondo (Presto)
02 – Sonata in D, Hob. XVI_51 – 1. Andante
03 – Sonata in D, Hob. XVI_51 – 2. Finale (Presto)
04 – Sonata in C, Hob. XVI_50 – 1. Allegro
05 – Sonata in C, Hob. XVI_50 – 2. Adagio
06 – Sonata in C, Hob. XVI_50 – 3. Allegro molto

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CD 4
01 – Sonata in E flat, Hob. XVI_52 – 1. Allegro
02 – Sonata in E flat, Hob. XVI_52 – 2. Adagio
03 – Sonata in E flat, Hob. XVI_52 – 3. Finale (Presto)
04 – Sonata in G, Hob. XVI_40 – 1. Allegretto e innocente
05 – Sonata in G, Hob. XVI_40 – 2. Presto
06 – Sonata in D, Hob. XVI_37 – 1. Allegro con brio
07 – Sonata in D, Hob. XVI_37 – 2. Largo e sostenuto
08 – Sonata in D, Hob. XVI_37 – 3. Finale (Presto, ma non troppo)
09 – Andante con variazioni in F minor, Hob. XVII_6

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LINK ALTERNATIVO COM TODOS OS CDs DESTE POST

Brendel com Minnie

FDPBach

Franz-Joseph Haydn (1732-1809): 11 Sonatas para Piano – Alfred Brendel (Parte 1 de 2)

Franz-Joseph Haydn (1732-1809): 11 Sonatas para Piano – Alfred Brendel (Parte 1 de 2)

5183vyeJwbLDia desses alguém pediu ao nosso SAC a repostagem desta excelente gravação de Brendel. Atendemos prontamente, pois acreditamos que ela não possa faltar em qualquer discografia.

Vassily

Postagem original de FDP Bach:

Minha vida anda muito corrida, e com esse calor que fez nos últimos dias não tenho vontade de fazer nada, desculpem, nem respondo meus emails. Aliado à isso, estou com problemas de saúde na família, então, a vontade de responder se resume a nenhuma.

Essa série do Brendel tocando Haydn já está no rapidshare há algum tempo. São quatro cds, estou postando dois, e outra hora coloco os outros dois.

Material de primeira linha, poderia classificá-lo facilmente como IM-PER-Dí-VEL.  Divirtam-se.

Franz-Joseph Haydn – 11 Piano Sonatas (Parte 1 de 2)
Alfred Brendel, piano

CD 1:
1. Keyboard Sonata in C minor, H. 16/20: 1. Moderato
2. Keyboard Sonata in C minor, H. 16/20: 2. Andante con moto
3. Keyboard Sonata in C minor, H. 16/20: 3. Finale. Allegro

4. Keyboard Sonata in E flat major, H. 16/49: 1. Allegro
5. Keyboard Sonata in E flat major, H. 16/49: 2. Adagio e cantabile
6. Keyboard Sonata in E flat major, H. 16/49: 3. Finale. Tempo di minuetto

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CD 2:
1. Keyboard Sonata in E minor, H. 16/34: 1. Presto
2. Keyboard Sonata in E minor, H. 16/34: 2. Adagio
3. Keyboard Sonata in E minor, H. 16/34: 3. Vivace molto, innocentemente

4. Keyboard Sonata in B minor, H. 16/32: 1. Allegro moderato
5. Keyboard Sonata in B minor, H. 16/32: 2. Menuet. Tempo di menuet
6. Keyboard Sonata in B minor, H. 16/32: 3. Finale. Presto

7. Keyboard Sonata in D major, H. 16/42: 1. Andante con espressione
8. Keyboard Sonata in D major, H. 16/42: 2. Vivace assai

9. Fantasia (Capriccio) for piano in C major, H. 17/4

10. Adagio for keyboard in F major, H. 17/9

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Brendel com Minnie

FDP Bach

Maurice Ravel – Valses nobles et sentimentales, M. 61, Jeux d’eau, M. 30, Piano Concerto, etc. – Cécile Ousset, Simon Rattle, CBSO

A estréia de Cécile Ousset aqui no PQPBach vai ser em grande estilo, em um pacotaço com obras de Ravel. Estas gravações foram realizadas em 1990 pelo saudoso selo EMI, e foi acompanhada nos Concertos pelo então jovem Simon Rattle. Fui então atrás de maiores informações sobre ela e encontrei o seguinte:

Nasceu em Tarbes, na França, em 1936. Criança prodígio, já aos cinco anos de idade encantava a todos em seu primeiro recital, indo mais tarde estudar no Conservatório de Paris. Ganhou diversos prêmios em Concursos, gravou com os mais renomados maestros e orquestras ao redor do mundo, e gravou muitos discos. Também lecionou em diversas Escolas de Música ao redor do planeta. Em 2006 retirou-se dos palcos por dores nas costas.

A obra pianística de Ravel já apareceu por aqui diversas vezes, com os mais diversos intérpretes. Trago Cécile Ousset para os senhores conhecerem por trazer dois elementos que considero essenciais: a sensibilidade feminina e o sotaque francês, tão importante nessas peças. Clientes da amazon foram unânimes em darem cinco estrelas para as gravações das ‘ Valses nobles et sentimentales’, e tenho de concordar com eles. O que ouvimos aqui é uma intérprete madura, e profunda conhecedora dos meandros e armadilhas dessas obras. Espero que apreciem.

01 – Valses nobles et sentimentales, M. 61_ No. 1, Modéré
02 – Valses nobles et sentimentales, M. 61_ No. 2, Assez lent
03 – Valses nobles et sentimentales, M. 61_ No. 3, Modéré
04 – Valses nobles et sentimentales, M. 61_ No. 4, Assez animé
05 – Valses nobles et sentimentales, M. 61_ No. 5, Presque lent
06 – Valses nobles et sentimentales, M. 61_ No. 6, Vif
07 – Valses nobles et sentimentales, M. 61_ No. 7, Moins vif
08 – Valses nobles et sentimentales, M. 61_ No. 8, Épilogue. Lent
09 – Jeux d’eau, M. 30
10 – Menuet sur le nom de Haydn, M. 58
11 – Sonatine, M. 40_ I. Modéré
12 – Sonatine, M. 40_ II. Mouvement de menuet
13 – Sonatine, M. 40_ III. Animé
14 – Pavane pour une infante défunte, M. 19
14 – Pavane pour une infante défunte, M. 19
15 – Miroirs, M. 43_ I. Noctuelles
16 – Miroirs, M. 43_ II. Oiseaux tristes
17 – Miroirs, M. 43_ III. Une barque sur l’océan
18 – Miroirs, M. 43_ IV. Alborada del gracioso
19 – Miroirs, M. 43_ V. La vallée des cloches
20 – Piano Concerto in G Major, M. 83_ I. Allegramente
21 – Piano Concerto in G Major, M. 83_ II. Adagio assai
22 – Piano Concerto in G Major, M. 83_ III. Presto
23 – Le Tombeau de Couperin, M. 68_ I. Prélude
24 – Le Tombeau de Couperin, M. 68_ II. Fugue
25 – Le Tombeau de Couperin, M. 68_ III. Forlane
26 – Le Tombeau de Couperin, M. 68_ IV. Rigaudon
27 – Le Tombeau de Couperin, M. 68_ V. Menuet
28 – Le Tombeau de Couperin, M. 68_ VI. Toccata
29 – Piano Concerto for the Left Hand in D Major, M. 82_ I. Lento
30 – Piano Concerto for the Left Hand in D Major, M. 82_ II. Allegro
31 – Piano Concerto for the Left Hand in D Major, M. 82_ III. Tempo primo

Cécile Ousset – Piano
City of Birmingham Symphony Orchestra
Simon Rattle – Conductor

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Karajan Conducts Tchaikovsky – Ferras, Richter, Rostropovich, Karajan, BPO

Foram vários os pedidos para a repostagem dessa Caixa de 8 CDs da gravadora Deutsche Grammophon que traz os famosos registros do maestro austríaco Herbert von Karajan interpretando obras de Tchaikovsky, entre Sinfonias, Concertos e Balés. A última atualização ocorreu lá em 2015, e na época, os arquivos foram guardados no saudoso servidor pqpshare, já devidamente morto e sepultado no espaço cibernético. E junto com ele, dezenas, quiçá, centenas de arquivos.

Mas o papo aqui é Tchaikovsky / Karajan / Filarmônica de Berlim, então a parada é pesada. Destaque para os Concertos, e uma das melhores gravações que já ouvi da Quinta e da Sexta Sinfonias, que ouço desde que me conheço por gente. Infelizmente tive de me desfazer dos velhos LPs, mas a lembrança ficou. Ah, com relação aos Concertos, temos só peso pesados: o violinista Christian Ferras, o pianista Sviatoslav Richter e o eterno violoncelista Mistslav Rostropovich. Coisa finíssima, lhes garanto.

Ao contrário das antigas postagens, vou postar todos os CDs de uma só vez aqui. Fica mais prático para os senhores baixarem os arquivos, sempre depositados no Onedrive.

Divirtam-se.

CD 1
1 Symphony No.1 in G minor, Op.13 “Winter Reveries” – 1. Dreams Of A Winter Journey (Allegro tranquillo)
2 Symphony No.1 in G minor, Op.13 “Winter Reveries” – 2. Land Of Desolation, Land Of Mists (Andante cantabile ma non tanto)
3 Symphony No.1 in G minor, Op.13 “Winter Reveries” – 3. Scherzo (Allegro scherzando giocoso)
4 Symphony No.1 in G minor, Op.13 “Winter Reveries” – 4. Finale (Andante Lugubre – Allegro moderato – Allegro maestoso – Allegro vivo)
5 Tchaikovsky: Eugene Onegin, Op.24, TH.5 – Polonaise
6 Tchaikovsky: Eugene Onegin, Op.24, TH.5 / Act 2 – Valse
7 Tchaikovsky: Slavonic March, Op.31, TH.45 – Moderato in modo di marcia funebre – Andante molto maestoso – Allegro risoluto

CD 2
8 Symphony No.2 in C minor, Op.17 “Little Russian” – 1. Andante sostenuto – Allegro vivo
9 Symphony No.2 in C minor, Op.17 “Little Russian” – 2. Andantino marziale, quasi moderato
10 Symphony No.2 in C minor, Op.17 “Little Russian” – 3. Scherzo (Allegro molto vivace – Trio. L’istesso tempo)
11 Symphony No.2 in C minor, Op.17 “Little Russian” – 4. Finale (Moderato assai – Allegro vivo – Presto)
12 Tchaikovsky: Overture 1812, Op.49, TH 49 – Largo – Allegro giusto

CD 3
13 Symphony No.3 in D, Op.29 “Polish” – 1. Introduzione e Allegro. Moderato assai (Tempo di marcia funebre)
14 Symphony No.3 in D, Op.29 “Polish” – 2. Alla tedesca. Allegro moderato e semplice
15 Symphony No.3 in D, Op.29 “Polish” – 3. Andante elegiaco
16 Symphony No.3 in D, Op.29 “Polish” 4. Scherzo. Allegro vivo
17 Symphony No.3 in D, Op.29 “Polish” – 5. Finale. Allegro con fuoco (Tempo di Polacca)
18 Tchaikovsky: Capriccio Italien, Op.45, TH.47 – Andante un poco rubato

CD 4
19 Symphony No.4 in F minor, Op.36 – 1. Andante sostenuto – Moderato con anima – Moderato assai, quasi Andante – Allegro vivo
20 Symphony No.4 in F minor, Op.36 – 2. Andantino in modo di canzone
21 Symphony No.4 in F minor, Op.36 – 3. Scherzo. Pizzicato ostinato – Allegro
22 Symphony No.4 in F minor, Op.36 – 4. Finale (Allegro con fuoco)
23 Variations on a Rococo Theme, Op.33 – Moderato assai quasi andante
24 Variations on a Rococo Theme, Op.33 – Tema: Moderato semplice
25 Variations on a Rococo Theme, Op.33 – Variazione I: Tempo del Tema
26 Variations on a Rococo Theme, Op.33 – Variazione II: Tempo del Tema
27 Variations on a Rococo Theme, Op.33 – Variazione III: Andante sostenuto
28 Variations on a Rococo Theme, Op.33 – Variazione IV: Andante grazioso
29 Variations on a Rococo Theme, Op.33 – Variazione V: Allegro moderato
30 Variations on a Rococo Theme, Op.33 – Variazione VI: Andante
31 Variations on a Rococo Theme, Op.33 – Variazione VII e Coda: Allegro vivo

CD 5
32 Symphony No.5 in E minor, Op.64 – 1. Andante – Allegro con anima
33 Symphony No.5 in E minor, Op.64 – 2. Andante cantabile, con alcuna licenza – Moderato con anima
34 Symphony No.5 in E minor, Op.64 – 3. Valse (Allegro moderato)
35 Symphony No.5 in E minor, Op.64 – 4. Finale (Andante maestoso – Allegro vivace)
36 Tchaikovsky: Serenade for Strings in C, Op.48 – 1. Pezzo in forma di sonatina: Andante non troppo – Allegro moderato
37 Tchaikovsky: Serenade for Strings in C, Op.48 – 2. Walzer: Moderato (Tempo di valse)
38 Tchaikovsky: Serenade for Strings in C, Op.48 – 3. Elégie: Larghetto elegiaco
39 Tchaikovsky: Serenade for Strings in C, Op.48 – 4. Finale (Tema russo): Andante – Allegro con spirito

CD 6
40 Symphony No.6 in B minor, Op.74 “Pathétique” – 1. Adagio – Allegro non troppo
41 Symphony No.6 in B minor, Op.74 “Pathétique” – 2. Allegro con grazia
42 Symphony No.6 in B minor, Op.74 “Pathétique” – 3. Allegro molto vivace
43 Symphony No.6 in B minor, Op.74 “Pathétique” – 4. Finale (Adagio lamentoso – Andante)
44 Tchaikovsky: Romeo and Juliet, Fantasy Overture

CD 7
45 Tchaikovsky: The Sleeping Beauty, Suite, Op.66a – Introduction – The Lilac Fairy
46 Tchaikovsky: The Sleeping Beauty, Suite, Op.66a – Pas d’action. Rose Adagio
47 Tchaikovsky: The Sleeping Beauty, Suite, Op.66a – Pas de caractère: Puss In Boots
48 Tchaikovsky: The Sleeping Beauty, Suite, Op.66a – Panorama (andantino)
49 Tchaikovsky: The Sleeping Beauty, Suite, Op.66a – Valse
50 Swan Lake, Op.20 / Suite  – 1. Scene – Swan Theme
51 Swan Lake, Op.20 / Suite – 2. Valse In A
52 Swan Lake, Op.20 / Suite – 3. Danse des petits cygnes
53 Swan Lake, Op.20 / Suite – 4. Scene
54 Swan Lake, Op.20 / Suite – 5. Danse Hongroise (Czardas)
55 Swan Lake, Op.20 / Suite – 6. Scène finale.
56 Nutcracker Suite, Op.71a – 1. Miniature Overture
57 Nutcracker Suite, Op.71a – 2. Danses caractéristiques a. Marche (Tempo di marcia viva)
58 Nutcracker Suite, Op.71a – 2b. Danse de la fée-Dragée (Andante non troppo)
59 Nutcracker Suite, Op.71a – 2c. Danse russe Trépak (Tempo di Trépak, molto vivace)
60 Nutcracker Suite, Op.71a – 2d. Danse arabe (Allegretto)
61 Nutcracker Suite, Op.71a – 2e. Danse chinoise (Allegro moderato)
62 Nutcracker Suite, Op.71a – 2f. Danse des mirlitons (Moderato assai)
63 Nutcracker Suite, Op.71a, TH.35 – 3. Valse des fleurs (Tempo di Valse)

CD 8
64 Piano Concerto No.1 In B Flat Minor, Op.23, TH.55 – 1. Allegro non troppo e molto maestoso – Allegro con spirito
65 Piano Concerto No.1 In B Flat Minor, Op.23, TH.55 – 2. Andantino semplice – Prestissimo – Tempo I
66 Piano Concerto No.1 In B Flat Minor, Op.23, TH.55 – 3. Allegro con fuoco
67 Violin Concerto in D, Op.35 – 1. Allegro moderato
68 Violin Concerto in D, Op.35 – 2. Canzonetta (Andante)
69 Violin Concerto in D, Op.35 – 3. Finale (Allegro vivacissimo)

Christian Ferras – Violin
Sviatoslav Richter – Piano
Mistslav Rostropovich – Cello
Herbert von Karajan – Conductor
Berliner Philharmoniker

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Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Piano Concertos nº4, op. 58 e op. 61a – Nino Gvetadze, Phion, Orchestra of Gelderland & Overijssel, Benjamin Levy

Graças a internet temos acesso a CDs que nos apresentam instrumentistas que raramente entram no mainstream tradicional. É para se ouvir com atenção a performance de Nino Gvetadze encarando Beethoven. Podemos identificar uma instrumentista madura, focada e muito concentrada.
A moça foi ousada no repertório de CD interpretando duas obras de fôlego de Beethoven, além do Quarto Concerto também temos a versão para piano do op. 61, o maravilhoso Concerto para Violino, transcrito pelo próprio Beethoven para Piano, apesar de ser uma obra que soe meio estranha, acostumados que estamos com a obra para violino, principalmente sua bizarra cadenza com tímpanos. Maiores informações sobre essa obra aqui. 

O belíssimo Concerto de nº 4 é meio que desprezado no repertório tradicional, o que é uma pena. Além de belíssimo também é altamente revolucionário em sua estrutura. Lembro que demorei para ter uma gravação dele, nem lembro qual foi a primeira, provavelmente Arthur Rubinstein em uma fita cassete.

Não é a estréia de Nino Gvetadze aqui no PQPBach. Ela já apareceu aqui, em postagem do colega René Denon, que está sempre em busca de novidades.

Em seu site oficial encontramos estes dois comentários da imprensa européia:

Gvetadze makes her grand piano whisper and sing and let the rich colorite of the music shine beautifully. With her refined touch, she manages to touch the nocturnal, dreamy atmosphere” Het Parool, The Netherlands

It is clear: Nino Gvetadze is a pianist to discover!” Radio Klara, Belgium

Abaixo, algumas informações sobre a solista, tiradas de seu próprio site:

Born and raised in Tbilisi, Georgian pianist Nino Gvetadze leads an active international music life as a soloist and a chamber musician. Her performances have been praised by many critics throughout the Europe and Asia. Nino received various awards, the most important were the Second Prize, Press Prize and Audience Award at the International Franz Liszt Piano Competition 2008. She became the winner of prestigious Borletti-Buitoni Trust Award in 2010.
Nino Gvetadze has performed with many outstanding conductors such as Michel Plasson, Yannick Nézet-Séguin, Michel Tabachnik, John Axelrod and Jaap van Zweden and with orchestras such as the Rotterdam, Brussels, Warsaw, Seoul and Netherlands Philharmonic, Bergische and the Rheinische Philharmonie, Münchner Symphoniker, North Netherlands  and Residentie  Orchestra amongst others. She toured with the Mahler Chamber Orchestra, Kammerakademie Potsdam, Netherlands Youth Orchestra and Amsterdam Sinfonietta.”

Belíssimo currículo, não acham?

Com relação a Orquestra, por mim também desconhecida, encontrei estas informações:

“Phion, Orchestra of Gelderland & Overijssel, is the product of a merger in 2019 between The Arnhem Philharmonic Orchestra and the Netherlands Symphony Orchestra. The Arnhem Philharmonic Orchestra has roots dating back to 1889. Over recent decades, the orchestra was led by chief conductors Roberto Benzi, Lawrence Renes, Martin Sieghart and Antonello Manacorda. Under conductors including Martin Sieghart and Antonello Manacorda, it recorded several CDs with works by Mahler, Schubert and Brahms, among other composers.”

O maestro aqui é Benjamin Levy, que administra a performance com eficiência e competência. Espero que apreciem, afinal de contas temos obras de Beethoven por aqui, ora bolas, e lembro que o compositor tinha laços familiares na Holanda. Então ele praticamente está em casa.

01. Piano Concerto No. 4, Op. 58- I. Allegro moderato
02. Piano Concerto No. 4, Op. 58- II. Andante con moto
03. Piano Concerto No. 4, Op. 58- III. Rondo. Vivace
04. Piano Concerto, Op. 61a- I. Allegro ma non troppo
05. Piano Concerto, Op. 61a- II. Larghetto
06. Piano Concerto, Op. 61a- III. Rondo

Nino Gvetadze – Piano

Phion, Orchestra of Gelderland & Overijssel

Benjamin Levy – Conductor

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Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Piano Concertos nº 1 e 3 – Michelangeli, Giulini, Sinfônica de Viena

71ArBE8JV3L._SX425_Gosto muito desse CD, que reúne dois dos grandes músicos italianos do século XX no apogeu de suas carreiras.  Os dois concertos para piano de Beethoven aqui reunidos estão em muito boas mãos. Dizem que o Arturo Benedeti Michelangeli era uma figura ímpar, excêntrico em algumas manias, e eram raros os seus recitais. Aparentemente não gostava de multidões reunidas em um local fechado. Estranha mania para quem resolveu viver como músico.
Independente de suas manias, Michelangeli foi um dos maiores pianistas do século XX. Suas gravações das obras de Debussy são consideradas definitivas. Infelizmente não gravou muito. Esse Beethoven que ora vos trago me é conhecido já há alguns anos, e gosto muito dos andamentos escolhidos por Giulini e pelo próprio Michelangeli. Mesmo gravados quando ambos os músicos já eram músicos maduros, eles transmitem uma jovialidade poucas vezes encontrada em outras gravações. Pensando em cores, quando ouço por exemplo, a abertura do Concerto nº 3 as cores que enxergo são sempre alegres, claras, vivas. Como comentei no início da postagem, foram dois músicos excepcionais e no momento em que se juntaram para realizarem estas gravações estavam no apogeu de suas carreiras.

Beethoven (1770-1827) – Concertos para piano e orquestra nº 1 e 3
01. I. Piano Concerto nº 1 in C major, op. 15 – Allegro con brio
02. II. Largo
03. III. Rondo. Allegro
04. Piano Concerto nº3 in C minor – I. Allegro con brio
05. II. Largo
06. III. Rondo. Allegro

Arturo Benedetti Michelangeli – Piano
Wiener Symphoniker
Carlo Maria Giulini – Conductor
Recorded: 1980 (1st), 1987 (3rd)

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A expressão concentrada de Arturo Benedeti Michelangeli já nos dá uma amostra do excepcional músico que ele foi.

FDP

Johann Sebastian Bach (1685-1750) Goldberg Variations – Jean Rondeau

Muitas vezes comento aqui que falta sangue, suor e lágrimas para os intérpretes mais jovens, que ainda estão na faixa dos vinte e poucos anos de idade e que esperava ansioso sua ‘volta’ àquela obra, para mostrar sua evolução enquanto músico e ser humano. Felizmente toda regra tem sua exceção e fico feliz em afirmar isso. Temos aqui o jovem cravista francês Jean Rondeau (nasceu em 1991)  encarando nossas amadas “Variações Goldberg” com muita propriedade e maturidade, mesmo para alguém de sua idade. Eu particularmente já vinha assistindo há algum tempo a um vídeo dele no Youtube onde toca essa obra em sua íntegra e já me chamava a atenção exatamente sua capacidade de concentração.

Enfim, finalmente Jean Rondeau mostrou a nós pobres mortais porque as Goldberg continuam a nos fascinar e encantar, mesmo depois de a termos ouvido tantas vezes e com os mais diversos músicos, e instrumentos. Trata-se de uma obra que no cativa já desde os primeiros acordes da Aria inicial, e o que me chamou a atenção aqui foi a maturidade e por que não dizer, coragem com que Rondeau inicia a obra, diminuindo o tempo e explorando toda a expressividade daquela melodia tão única e bela. É como se a estivessemos ouvindo em câmera lenta, mas depois do desconforto, ou desconfiança inicial mergulhamos em um mundo único e muito especial, do qual só sairemos 1 hora e 46 minutos depois. Claro, é uma abordagem muito pessoal, e talvez os mais puristas não gostem. Mas fazer o que, né, não se pode satisfazer a todos.

Jean Rondeau teve coragem e nos trouxe uma interpretação muito madura e apaixonada, poucas vezes ouvi uma leitura tão envolvente e com uma dinâmica tão diferente das tradicionais. Sugiro esquecerem por 1 hora e 46 minutos músicos como Glenn Gould, Angela Hewitt ou até mesmo o velho mestre Gustav Leonhardt. Ainda não li as críticas nas revistas especializadas, vou atrás delas mais tarde. Antes quero continuar a me fascinar para não perder o encanto.

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Goldberg Variations – Jean Rondeau

1 – 32 – Goldberg Variations, BWV 988

Jean Rondeau – Harpsichord

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Maurice Ravel (1875-1937) – Concertos para Piano: em Sol e para a Mão Esquerda; Le Tombeau de Couperin, Gaspard de la nuit (Samson François, André Cluytens)

Samson François foi um excepcional pianista francês, que realizou gravações extraordinárias que, graças a tecnologia, estão sendo apresentadas novamente para aqueles que ainda não o conheciam. Já trouxe anteriormente dois outros cds dele, sempre dedicados a Ravel e sua obra pianística.

Neste CD que trago hoje teremos o Concerto para Piano em Sol Maior, e o extraordinário Concerto para a Mão Esquerda. Repertório francês, pianista francês e para completar o quadro, maestro e orquestra franceses.

Dentre as dezenas de versões que já ouvi destas obras, não há como não deixar estas interpretações de Samson François em destaque. Ele domina total e completamente o piano. É magnífico seu Adagio assai, do Concerto em Sol Maior, e no Concerto para a Mão Esquerda sua personalidade se impõe e nos deixa impressionados com a sua magnífica técnica e versatilidade.

E claro que não podemos deixar de destacar a maestria da regência de Andre Cluytens, um dos grandes nomes franceses da música do século XX, que figura facilmente ao lado de outros dois gigantes franceses, Pierre Monteux e Charles Munch.

Eis o comentário do editorialista da Amazon:

Precisely why Samson François is not better known in the United States (or known at all for that matter) is a mystery. On this CD he plays Ravel with absolute mastery, refusing to prettify any of the jazz rhythms in the G major concerto, and by so doing, bringing out all of its toughness. There may be impressionism in this music, but there’s plenty more, too. François gives the Concerto for Left Hand a performance filled with passion and excitement; indeed it’s just this side of abandon. His Gaspard is full of the colors Ravel imbued it with as well. André Cluytens is the ideal leader for this type of music, and while his orchestra here is hardly world class, it’s very good. And the remastered sound is excellent. –Robert Levine

Para completar o CD, a Erato inseriu Le Tombeau de Couperin e Gaspard de la nuit, obras gravadas também em Paris, um ano antes dos concertos.

Ah, claro, eis mais uma gravação com o selo de ‘IM-PER-DÍ-VEL’ do PQPBach.

Maurice Ravel (1875-1937):
1. Piano Concerto in G Major, M. 83 I. Allegramente
2. Piano Concerto in G Major, M. 83 II. Adagio assai
3. Piano Concerto in G Major, M. 83 III. Presto
4. Piano Concerto for the Left Hand in D Major, M. 82
Samson François – Piano
Orchestre de la Société des Concerts du Conservatoire de Paris / André Cluytens
Recorded: Paris, 1959

5. Le Tombeau de Couperin, M. 68 I. Prélude (Vif)
6. Le Tombeau de Couperin, M. 68 II. Fugue (Allegro moderato)
7. Le Tombeau de Couperin, M. 68 III. Forlane (Allegretto)
8. Le Tombeau de Couperin, M. 68 IV. Rigaudon (Assez vif)
9. Le Tombeau de Couperin, M. 68 V. Menuet (Allegro moderato)
10. Le Tombeau de Couperin, M. 68 VI. Toccata (Vif)
11. Gaspard de la nuit, M. 55 I. Ondine (Lent)
12. Gaspard de la nuit, M. 55 II. Le Gibet (Très lent)
13. Gaspard de la nuit, M. 55 III. Scarbo (Modéré – Vif)
Samson François – Piano
Recorded: Paris, 1957-58

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Samson François

FDP Bach (2019) / Pleyel (2022)

G. F. Handel (1685-1759): Oratórios Saul & O Messias (ambos completos) (Jacobs)

G. F. Handel (1685-1759): Oratórios Saul & O Messias (ambos completos) (Jacobs)

handelIM-PER-DÍ-VEIS !!!

Não são quaisquer CDs. Trata-se de dois monumentos da literatura musical do ocidente, os oratórios “Saul” e “Messiah”, obras que sei que dispensam apresentações. Porém, em anexo aos arquivos segue um belíssimo booklet trilíngue, com direito ao libreto das obras para os senhores melhor compreenderem o que ouvem. A interpretação está ao cargo do excelente René Jacobs, um excepcional contra-tenor em sua juventude, e que depois de envelhecer se transformou num dos grandes regentes do repertório barroco e do classicismo à frente de excelentes orquestras especializadas em gravações ditas históricas. Com tal proposta, as orquestras tem poucos instrumentistas assim como os corais tem poucos cantores. Assim, alguns podem estranhar a sonoridade destas orquestras, acostumadas que podem estar com gravações das grandes orquestras e regentes.

G. F. Handel (1685-1759): Oratórios Saul & O Messias (ambos completos) (Jacobs)

Saul

Performed:
Michal – Rosemary Joshua
Merab – Emma Bell
David – Lawrence Zazzo
Jonathan – Jeremy Ovenden
High Priest / Witch of Endor – Michael Slattery
Amalekite / Abner – Finnur Bjarnason
Doeg / Samuel – Henry Waddington
Saul – Gidon Saks
RIAS Kammerchor
Concerto Köln
Conductor – René Jacobs

Track List:
CD1:
01.Symphony Allegro – Larghetto – Allegro – Andante larghetto
02.ACT ONE. Scene I. 1. Chorus How excellent Thy name, o Lord
03.2. Air Soprano An infant raised by thy command/ 3. Trio Alto, tenore, basso Along the monster atheist strode
04.4. Soprano, alto, tenore, basso The youth inspired by Thee, o Lord/ 5. Chorus How excellent Thy name, o Lord
05.Scene II. 6. Recit & 7. Air Michal He comes, he comes! – O God-like youth!/ 8. Recitative Abner, Saul, David Behold, o King, the brave, victorious youth
06.9. Air David O king, your favours with delights/ 10. Recitative Jonathan Oh early piety!
07.11. Air Merab What abject thoughts a prince can have!/ 12. Recitative Merab Yet think, on whom this honour you bestow
08.13. Air Jonathan Birth and fortune I despise!
09.14. Recitative High Priest Go on, illustrious pair!/ 15. Air High Priest While yet thy tide of blood runs high
10.16. Recitative Saul, Merab Thou, Merab, first in birth, be first in honour/ 17. Air Merab My soul rejects the thought with scorn/ 18. Air Michal See, with what a scornful air/ 19. Air Michal Ah, lovely youth, wast thou designed
11.20. Symphony Andante allegro/ 21. Recitative Michal Already see the daughters of the land/ Scene III. 22. Chorus Welcome, welcome, mighty king!
12.23. Accompagnato Saul What do I hear?/ 24. Chorus David his ten thousands slew/ 25. Accompagnato Saul To him ten thousands/ 26. Air Saul With rage I shall start burst his praises to hear
13.Scene IV. 27. Recitative Jonathan, Michal Imprudent women!/ 28. Air Michal Fell rage and black despair possessed
14.29. Recitative High Priest This but the smallest part of Harmony/ 30. Accompagnato High Priest By thee this universal frame
15.Scene V. 31. Recitative Abner Racked with infernal pains/ 32. Air David O Lord, whose mercies numberless
16.33. Symphony Largo/ 34. Recitative Jonathan ‘Tis all in vain, his fury still continues
17.35. Air Saul A serpent, in my bosom warmed/ 36. Recitative Saul Has he escaped my rage?
18.37. Air Merab Capricious man
19.Scene VI. 38. Accompagnato Jonathan O filial piety!/ 39. Air Jonathan No, cruel father, no!
20.40. Air High Priest O Lord, whose providence/ 41. Chorus Preserve him for the glory of Thy name
21.ACT TWO. Scene I. 42. Chorus Envy! Eldest born of hell!
22.Scene II. 43. Recitative Jonathan Ah! dearest friend/ 44. Air Jonathan But sooner Jordan’ stream, I swear
23.45. Recitative David, Jonathan Oh strange vicissitude!/ 46. Air David Such haughty beauties rather move

CD2:
01.47. Recitative Jonathan My father comes/ Scene III. 48. Recitative Saul, Jonathan Hast thou obeyed my orders
02.49. Air Jonathan Sin not, o king, against the youth/ 50. Air Saul As great Jehovah lives/ 51. Air Jonathan From cities stormed, and battles won
03.Scene IV. 52. Recitative Jonathan, Saul Appear, my friend/ 53. Air David Your words, o king, my loyal heart/ 54. Recitative Saul Yes, he shall wed my daughter! 4.Scene V. 55. Recitative Michal A father’s will has authorised my love/ 56. Duet Michal, David O fairest of ten thousand fair/ 57. Chorus Is there a man
05.58. Symphony Largo – Allegro
06.Scene VI. 59. Recitative David Thy father is as cruel/ 60. Duet David, Michal At persecution I can laugh
07.Scene VII. 61. Recitative Michal, Doeg Whom dost thou seek/ 62. Air Michal No, no let the guilty tremble
08.Scene VIII. 63. Recitative Merab Mean as he was, he is my brother now/ 64. Air Merab Author of peace, who canst controul
09.Scene IX. 65. Symphony Allegro
10.66. Accompagnato Saul The time at length is come/ Scene X. 67. Recitative Saul, Jonathan Where is the son of Jesse?
11.68. Chorus Oh fatal consequence of Rage
12.ACT THREE. Scene I. 69. Accompagnato Saul Wretch that I am/ 70. Recit – Accompagnato Saul ‘Tis said, here lives a woman
13.Scene II. 71. Recitative Witch, Saul With me what would’st thou/ 72. Air Witch of Endor Infernal spirits
14.Scene III. 73. Accompagnato Samuel, Saul Why hast thou forced me from the realms of peace
15.74. Symphony Allegro
16.Scene IV. 75. Recitative David, Amalekite Whence comest thou?/ 76. Air David Impious wretch, of race accurst!
17.77. March Grave
18.Scene V. 78. Chorus Mourn, Israel
19.79. Air High Priest Oh let it not in Gath be heard
20.80. Air Merab From this unhappy day
21.81. Air David Brave Jonathan is bow never drew/ 82. Chorus Eagles were not so swift as they
22.83. Air Michal In sweetest harmony they lived!/ 84. Solo David and Chorus O fatal day!/ 85. Recitative Abner Ye men of Judah, weep no more!
23.86. Chorus Gird on thy sword, thou man of might

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O Messias

Performer:
Kerstin Avemo, soprano
Patricia Bardon, alto
Lawrence Zazzo, contre-ténor
Kobie van Rensburg, ténor
Neal Davies, basse
The Choir of Clare College
Freiburger Barockorchester
Direction – René Jacobs

Track List:
CD1:
PART I
01. Sinfony
02. Accompagnato (tenor): Comfort y, my people, saith your God
03. Air (tenor): Every valley shall be exalted
04. Chorus: And the glory of the Lord shall be revealed
05. Accompagnato (bass): Thus saith the Lord of Hosts
06. Air (countertenor): But who may abide the day of His coming?
07. Chorus: And He sahll purify the sons of Levi
08. Recitative (alto): Behold, a virgin shall conceive/Air (alto) & Chorus: O, thou that tellest good tidings to Zion, arise
09. Accompagnato (bass): For behold, darkness shall cover the earth
10. Air (bass): The people that walked in darkness
11. Chorus: For unto us a child is born
12. Sinfonia pastorale/Recitative (soprano): There were shepherds abiding in the field And
13. Chorus: Glory to God in the highest
14. Air (soprano): Rejoice greatly, O daughter of Zion
15. Recitative (alto): Then shall the eyes of the blind be opened/ Air (alto & countertenor): He shall feed His flock like a shepherd
16. Chorus: His yoke is easy, and His burthen is light
PART II
17. Chorus: Behold the lamb of God
18. Air (alto): He was despised and rejected of men
19. Chorus: Surely He hath borne our griefs
20. Chorus: And with His stripes we are healed
21. Chorus: All we like sheep have gone astray

CD2:
01. Accompagnato (tenor): All they that see Him laugh Him to scorn
02. Chorus: He trusted in God that He would deliver Him
03. Accompagnato (tenor): Thy rebuke hath broken His heart
04. Arioso (tenor): Behold and see if there be any sorrow
05. Accompagnato (soprano): He was cut off out of the land of the living / Air (soprano): But Thou didst not leave His soul in hell
06. Chorus: Lift up your heads, O ye gates
07. Recitative (tenor): Unto which of the angels said He at any time
08. Chorus: Let all the angels of God worship Him
09. Air (countertenor): Thou art gone up on high
10. Chorus: The Lord gave the world
11. Air (countertenor): How beautiful are the feet of them
12. Chorus: Their sound is gone out into all lands
13. Air (bass): Why do the nations so furiously rage together
14. Chorus: Let us break their bonds asunder
15. Recitative (tenor): He that dwelleth in heaven shall laugh them to scorn/Air (tenor): Thou shalt break them with a rod of iron
16. Chorus: Hallelujah!
PART III
17. Air (soprano): I know that my redeemer liveth
18. Chorus: Since by man came death
19. Accompagnato (bass): Behold, I tell you a mystery/Air (bass): The trumpet shall sound
20. Recitative (alto): Then shall be brought/ Duet (alto & tenor): O Death, where is thy sting?
21. Chorus: But thanks be to God who giveth us the victory
22. Air (countertenor): If God be for us, who can be against us?
23. Chorus: Worthy was the Lamb that was slain Amen

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René Jacobs, um grande especialista na música vocal barroca
René Jacobs, um grande especialista na música vocal barroca

FDP

.: interlúdio :. Stanley Jordan – Magical Touch, Standards, Volume 1

Antes de iniciar esta postagem, quero pedir licença ao velho cão sarnento, nosso querido bluedog, por estar adentrando em seu território, o do Jazz e do Blues, sua especialidade, e que nos tem proporcionado momentos muito especiais com suas postagens sempre muito bem escritas, e selecionando um repertório ímpar de seu imenso acervo.

Por algum motivo inexplicável, esse imenso guitarrista chamado Stanley Jordan nunca tinha aparecido por aqui. Hoje, ouvindo a clássica canção ‘Sunny’ no rádio, me lembrei da versão de Jordan em seu belíssimo álbum intitulado ‘Standards Volume 1’, inexplicavelmente fora da catálogo do selo Blue Note. Aí fui procurar no PQPBach e, pasmo, descobri que nunca postamos nada dele. Então vamos corrigir esta tremenda falha trazendo seus dois primeiros discos, duas obras primas em minha humilde opinião.

Stanley Jordan nasceu em Chicago, Illinois, em 1959. Aos seis anos de idade começou a aprender a tocar piano e com 0nze, guitarra. Estudou Teoria Musical e Composição na Universidade de Princeton, onde teve a oportunidade de tocar com os lendário músicos de Jazz Benny Carter e Dizzie Gilespie. Em 1985 foi contratado pelo prestigioso selo de Jazz Blue Note, onde gravou seus primeiros discos, incluindo estes dois que ora vos trago.

“Magic Touch” tem um título bem apropriado. Comprei o LP na mesma época em que foi lançado, 1985, e nunca mais deixei de ouvi-lo. Com certeza seria um daqueles discos que eu levaria para uma ilha deserta. A técnica que Jordan desenvolveu para tocar suas guitarras (sim, no plural, por vezes ele toca dois instrumentos ao mesmo tempo) é baseada no ‘tapping’, se utilizando dos dedos da mão esquerda para tocar a linha do baixo e com a mão direita faz a parte do solo. O resultado é uma sonoridade única, em um primeiro momento até podemos imaginar que está tocando com dois ou três acompanhantes ao mesmo tempo. O disco começa com uma versão única e muito especial de ‘Eleanor Rigby’, clássico dos Beatles, canção que todos conhecem. Em seguida, vem ‘Freedie Freeloader’ de Miles Davis em uma roupagem única, (tudo bem, os arranjos de Jordan são todos únicos) com acompanhantes de luxo, como o baterista Peter Erskine e o contrabaixista Charnett Moffett. Aliás, a Blue Note chamou uma legião de grandes músicos para acompanhar o jovem guitarrista, a lista está aí embaixo.

Uma das mais belas composições da História do Jazz no século XX, ‘Round´Midnight’, de Thelonius Monk vem em seguida, para manter aquele clima de inverno, para se ouvir embaixo das cobertas, tomando um bom vinho. Nestes dois primeiros discos Jordan mantém sempre um clima de relaxamento, leve, nunca se excedendo no volume de suas guitarras. Em seguida temos a  delicada e sensível ‘All the Children’ (lembro que esta faixa tocava muito em uma determinada rádio lá na Florianópolis dos anos 80 e 90, não tanto quanto sua versão do ‘Bolero’ de Ravel, que ele gravou alguns anos mais tarde, mas isso é assunto para outra postagem). Nesta em em outras três faixas Jordan revela seu lado compositor, mas o que eu mais destacaria nestes dois primeiros discos é sua incrível capacidade de arranjador, desconstruindo clássicos, como os já citados ‘Eleanor Rigby’, ‘Roun´Midnight’, e nos mostrando novas possibilidades nestas obras já tão gravadas e regravadas.

Uma curiosidade: depois de lançado,  ‘Magic Touch’ ficou nas ‘paradas’ da Billboard, na categoria de Jazz, por 51 semanas. Um recorde.

Creio que o título de seu segundo álbum  ‘Standards, Volume 1’ seja uma brincadeira, e que nem Jordan nem a Blue Note pensavam em lançar um segundo volume. Aqui não tem banda de apoio, apenas o talento de Jordan se consolidando e mostrando um músico já mais maduro, mas ainda com ímpetos da juventude, afinal ele estava no apogeu de seus vinte e sete anos. Sempre digo que sou suspeito para falar desse disco, pois o considero impecável, do começo ao fim. Conheço cada nota tocada, cada respiração do músico e sempre volto a ele, e o velho LP ainda está na minha estante, trinta e seis anos após sua aquisição. Fui muito influenciado por ele, me ajudou muito em determinado momento de minha vida, aquele das paixões não correspondidas, quando estamos procurando o caminho a seguir (eu tinha meros 21 anos quando comprei esse disco).

Já desde a primeira faixa, ‘The Sound of Silence’, que foi imortalizada pela dupla Simon & Garfunkel, podemos identificar os riscos a que Jordan se expõem, não temendo os erros, se perdendo em redundâncias nos seus solos. Enfim, é um disco único no sentido em que ouvimos um músico em pleno processo criativo, estabelecendo parâmetros e critérios de execução, nem sempre conseguindo, mas nunca desistindo. E acho que isso pode ser melhor observado em ‘Georgia on My Mind’, onde a magnífica canção imortalizada na voz de Ray Charles é virada ao avesso e exposta em sua mais delicada expressão. A considero a melhor faixa do disco, apesar de amar o disco inteiro.

Stanley Jordan – Magic Touch (1985)

01. Eleanor Rigby
02. Freddie Freeloader
03. Round Midnight
04. All The Children
05. The Lady In My Life
06. Angel
07. Fundance
08. New Love
09. Return Expedition
10. A Child Is Born

Stanley Jordan – Guitar
Wayne Brathwaite – Electric Bass
Peter Erskine – Drums
Sammy Figueroa – Percussion
Onaje Allan Gumbis – Keyboards
Omar Hakim – Drums
Charnett Moffett – Acoustic Bass
Bugsy Moore – Percussion
Al Di Meola – Cymbals

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Stanley Jordan – Standards Vol. 1 (1986)

01. The Sound of Silence
02. Sunny
03. Georgia on My Mind
04. Send One Your Love
05. Moon River
06. Guitar Man
07. One Less Bell to Answer
08. Because
09. My Favorite Things
10. Silent Night

Stanley Jordan – GuitarS

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George Gershwin (1898-1937) – Piano Duets – Katia & Marielle Labèque

Voltando ao universo musical de George Gershwin trago para os senhores outro espetacular álbum que as Irmãs Labeque gravaram com a obra do compositor, em um período em que mergulharam a fundo em pesquisas sobre sua obra. Comprei esse LP em algum momento do final dos anos 80, e foi o disco que me apresentou essa dupla magnífica de pianistas. Antes de continuar, preciso contar a história por trás desse disco.

Sabemos que Gershwin morreu muito jovem, meros 39 anos, mas seu irmão e herdeiro, Ira, um letrista formidável e parceiro de diversas canções de sucesso, viveu muito mais tempo, vindo a falecer em 1983, com 86 anos de idade. E conta a história que um belo dia recebeu em sua residência a prova de um disco que estava sendo lançado na França, onde duas irmãs pianistas gravaram a versão para dois pianos de ‘Rhapsody in Blue’ e do ‘Concerto para Piano em Fá Maior’. Ele teria ficado tremendamente surpreso com a gravação e pediu diversas cópias para distribuir entre amigos, dizendo que ‘via fogos de artifício quando estas meninas tocavam’. As irmãs o visitaram em 1982 e falaram de seu desejo de gravarem mais obras de George em suas versões para dois pianos. Passado algum tempo, a família de Gershwin conseguiu adquirir em um leilão o manuscrito para dois pianos do ‘Americano em Paris’, que foi depositado em um Museu do Congresso em Washington. Assim que as irmãs Labèque tiveram acesso a ele, se dedicaram a estudá-lo. O resultado é o que está gravado neste disco que ora vos trago, que foi a primeira gravação de ‘Um Americano em Paris’ na versão para dois pianos.

O que seria o Lado B do disco traz a “Fantasia sobre Porgy & Bess” do compositor australiano Percy Granger, que foi um grande admirador de Gershwin. Novamente, as irmãs mostram toda a sua versatilidade e intimidade com a obra do compositor norte americano.

Espero que gostem. Vem mais Gershwin / Labéque por aí.

P.S. Uma curiosidade: o produtor desse LP é o guitarrista jazz-fusion John McLaughlin com quem Katia foi casada por alguns anos.

1 An American in Paris (Version for Two Pianos)
2 Fantasy on George Gershwin’s ‘Porgy and Bess’

Katia & Marielle Labèque – Pianos

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