Como o próprio Abbado demonstrou anos depois, interpretando esta mesma Nona com a Orquestra do Festival de Lucerna, ele é capaz de um Bruckner muito mais dramático e sublime do que esta performance ao vivo de 1996. Ficou sem graça, os clímax vêm e vão sem causar um efeito cumulativo. A Wiener Philharmoniker toca lindamente, embora os músicos sejam mantidos dentro dos limites. Suponho que, na época, Abbado ouvisse esta peça em sua cabeça como uma sucessão de pequenos eventos ao invés de um concepção unitária. Abbado, que às vezes faz um trabalho tão bonito com Bruckner, é dolorosamente metronômico aqui, fazendo esta bela e emocionante sinfonia soar como se fosse uma máquina. A orquestra toca lindamente, mas jamais alcança a transcendência de um Wand, Haitink, Nelsons, Celibidache, Nézet-Séguin, etc.
Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 9 (Abbado)
Symphonie Nr. 9 D-moll
1 Feierlich, Misterioso 25:05
2 Scherzo: Bewegt, Lebhaft – Trio. Schnell 10:06
3 Adagio: Langsam, Feierlich 25:13
Conductor – Claudio Abbado
Orchestra – Wiener Philharmoniker
PQP