Sibelius é considerado o grande compositor escandinavo da virada do século. Nada contra o grande careca, mas Nielsen merece ter sua posição revista, o cara foi genial e mereceria estar ao lado do finlandês. Seu Concerto para Violino e Orq. é belíssimo. Por alguma razão, é muito estimulante ouvi-lo. (Seria a introdução de plácidos temas folclóricos no primeiro movimento e seus desenvolvimentos?) E o excelente violinista Arve Tellefsen sendo regido pelo também violinista e lenda Yehudi Menuhin? Que show! O mesmo se pode dizer da Sinfonia Nº 4, Inextinguível, um petardo para ser tocado em um movimento. De peças que deveriam fazer parte do repertório de orquestras e conjuntos de sopros, Nielsen tem seis sinfonias — todas merecem ser conhecidas –, um Quinteto de Sopros e concertos para violino, flauta e clarinete.
Crescido no seio de uma família de poucos recursos financeiros, Nielsen foi maestro, violinista e professor da Real Academia de Música Dinamarquesa. Durante a sua vida, a reputação de Nielsen era considerada como marginal, tanto no seu país como internacionalmente. Apenas mais tarde é que os seus trabalhos foram incluídos no repertório internacional, sendo a década de 1960 um marco de aumento da sua popularidade através de Leonard Bernstein e outros. Na Dinamarca, a sua reputação ficou definitivamente marcada em 2006 quando três das suas composições passaram a ser consideradas nos Cânones da Cultura Dinamarquesa entre as doze grandes peças musicais da música daquele país. Durante muitos anos, sua imagem apareceu em notas de dinheiro dinamarquesas. O Museu Carl Nielsen em Odense, documenta a sua vida e a da sua mulher. Entre 1994 e 2009, a Real Biblioteca Dinamarquesa, completou a Edição Carl Nielsen, disponível na internet, contendo a história e as pautas dos trabalhos de Nielsen, algumas das quais nunca publicadas.
Carl Nielsen (1865-1931): Concerto para Violino
1. I Praeludium: Largo –
2. Allegro Cavalleresco
3. II Poco Adagio –
4. Rondo: Allegretto Scherzando
Carl Nielsen (1865-1931): Sinfonia Nº4, “Inextinguível”
5. I Allegro -/II Poco Allegretto –
6. III Poco Adagio Quasi Andante – Con Anima -/IV Allegro
Arve Tellefsen, violino
Royal Philharmonic Orchestra
Yehudi Menuhin
PQP