Um tríptico para o bandolim (1): Antonio Lucio Vivaldi (1678-1741): Concerti per Mandolino [link atualizado 2017]

SHOW DE BOLA !!!

Começamos com o avô do bandolim

Ah, finalmente!

Depois de um hiato de quase três meses, este Bisnaga que vos fala conseguiu retornar às tão queridas postagens neste repositório imenso e espaço sagrado da música clássica chamado PQPBach!

E hoje resolvi dar uma de workaholic e fazer logo uma postagem tríptica dedicada ao bandolim, para já voltar com categoria.

Começamos a série com os Concertos para Mandolino de Antonio Vivaldi, cara que era um doido varrido e que, por isso mesmo, compunha deliciosamente! Vivaldi escrevia músicas compulsivamente: tem coisa de quase duas mil composições. Quando tinha um estalo de um tema, ele parava o que estava fazendo para escrever antes que perdesse aquela melodia que pipocara em sua cabeça de longas madeixas ruivas.

Dizem que o Padre Antonio Lucio Vivaldi chegou a parar no meio do sermão de uma missa que celebrava para escrever umas linhas musicais ali na sacristia (eu acho que nem deve ter voltado mais…). Por não conseguir realizar a contento o rito católico, foi retirado das celebrações e lhe deram cargo de professor de violino na escola católica, onde, com certeza, saiu-se melhor.

Ou seja, era um doidivano! Desses loucos extremamente necessários à humanidade.

E Vivaldi é só o começo das três postagem de hoje (essa é a primeira), cuja grande estrela é o Bandolim. Começamos com o ancestral dele, o Mandolino, para entendermos um pouco da evolução desse instrumento.

O bandolim, tão cara de Brasil que é, tem sua origem na Europa. É um instrumento da família do alaúde. O patriarca (al-oud), por sua vez, veio lá do Oriente Médio e apareceu na Europa na Idade Média. Dele surgiram variações, como o Mandolino (foto acima), já no Renascimento (séculos XVI e XVII), que da Itália se espalhou por outros países: Portugal e Alemanha tem também produções importantes do instrumento, enquanto a Espanha ficou mais com o alaúde próximo de sua forma original. Os portugueses acabaram chamando a Mandola e o Mandolino de Bandola e Bandolim. Em terras lusas ele adquiriu um formato mais semelhante a uma gota e a caixa acústica ficou mais curta.

De Portugal para o Brasil, o Bandolim sofreu outras alterações: o bandolim brasileiro é mais achatado e mais bojudo que o português. Sua forma e seu som acabaram se distanciando ainda mais do avô italiano. Ma che!

Aqui, hoje, vamos mostrar um pouco do vovô Mandolino. E Vivaldi soube muito bem extrair grandes melodias desse instrumento. Os solistas, Ugo Orlandi e Dorina Frati, são de alta categoria e fazem ainda maior a música do Padre Ruivo.

Eu, se fosse você, não deixava de conferir isso: Ouça! Deleite-se!

Antonio Lucio Vivaldi (1678-1741)
Concerti per Mandolino

01. Concerto en Sol Maggiore RV532 per 2 mandolini, I. Allegro
02. Concerto en Sol Maggiore RV532 per 2 mandolini, II. Andante
03. Concerto en Sol Maggiore RV532 per 2 mandolini, III. Allegro
04. Concerto en Do Maggiore RV435 per mandolino, I. Allegro
05. Concerto en Do Maggiore RV435 per mandolino, II. Largo
06. Concerto en Do Maggiore RV435 per mandolino, III. Allegro
07. Concerto en Do Maggiore RV558, I. Allegro molto
08. Concerto en Do Maggiore RV558, II. Andante molto
09. Concerto en Do Maggiore RV558, III. Allegro
10. Concerto en Re Maggiore RV93, per mandolino, I. Allegro giusto
11. Concerto en Re Maggiore RV93, per mandolino, II. Largo
12. Concerto en Re Maggiore RV93, per mandolino, III. Allegro

Ugo Orlandi, mandolino
Dorina Frati, mandolino
I Solisti Veneti
Claudio Scimone
1984

Download (94Mb):
AQUI

POR FAVOR… TEÇA ALGUM COMENTÁRIO. Não me deixe só…


Baita instrumento, não?

Bisnaga

9 comments / Add your comment below

  1. A internet realmente assemelha-se a uma Serra Pelada no quesito cultura. Em meio a tanto barro sem valor e tanta lama podre que invadem nossas telas diariamente, deparamos as vezes com uma pepita enorme e de valor inigualável como as que voce nos apresenta. Isso faz valer a pena todo o trabalho do “garimpo” que temos de efetuar diariamente, principalmente depois do advento desse latão de lixo chamado Facebook.
    Parabéns pelo seu trabalho

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