Apesar dos longos bigodes que nos fazem pensar em alguém muito expansivo e escandaloso, Wolfgang Rübsam leva as Inglesas dum jeito low profile que me agrada em alguns momentos e me desagrada em outros. Sugiro que os próprios pequepianos façam seus julgamentos. Seria demais pedir que comentem algo após a audição?
J. S. Bach (1685-1750): As Suítes Inglesas
01. Suite No1 A-Dur BWV806 – 1. Prelude
02. Suite No1 A-Dur BWV806 – 2. Allemande
03. Suite No1 A-Dur BWV806 – 3. Courante I
04. Suite No1 A-Dur BWV806 – 4. Courante II
05. Suite No1 A-Dur BWV806 – 5. Double I
06. Suite No1 A-Dur BWV806 – 6. Double II
07. Suite No1 A-Dur BWV806 – 7. Sarabande
08. Suite No1 A-Dur BWV806 – 8. Bourree I & II
09. Suite No1 A-Dur BWV806 – 9. Gigue
10. Suite No2 A-Dur BWV807 – 1. Prelude
11. Suite No2 A-Dur BWV807 – 2. Allemande
12. Suite No2 A-Dur BWV807 – 3. Courante
13. Suite No2 A-Dur BWV807 – 4. Sarabande
14. Suite No2 A-Dur BWV807 – 5. Bourree I & II
15. Suite No2 A-Dur BWV807 – 6. Gigue
16. Suite No3 G-Moll BWV808 – 1. Prelude
17. Suite No3 G-Moll BWV808 – 2. Allemande
18. Suite No3 G-Moll BWV808 – 3. Courante
19. Suite No3 G-Moll BWV808 – 4. Sarabande
20. Suite No3 G-Moll BWV808 – 5. Gavotte I & II
21. Suite No3 G-Moll BWV808 – 6. Gigue
01. Suite No4 in F Maj BWV 809 – 1. Prelude
02. Suite No4 in F Maj BWV 809 – 2. Allemande
03. Suite No4 in F Maj BWV 809 – 3. Courante
04. Suite No4 in F Maj BWV 809 – 4. Sarabande
05. Suite No4 in F Maj BWV 809 – 5. Menuet 1 and 2
06. Suite No4 in F Maj BWV 809 – 6. Gigue
07. Suite No5 in E Min BWV 810 – 1. Prelude
08. Suite No5 in E Min BWV 810 – 2. Allemande
09. Suite No5 in E Min BWV 810 – 3. Courante
10. Suite No5 in E Min BWV 810 – 4. Sarabande
11. Suite No5 in E Min BWV 810 – 5. Passepied 1 and 2
12. Suite No5 in E Min BWV 810 – 6. Gigue
13. Suite No6 in D Min BWV 811 – 1. Prelude
14. Suite No6 in D Min BWV 811 – 2. Allemande
15. Suite No6 in D Min BWV 811 – 3. Courante
16. Suite No6 in D Min BWV 811 – 4. Sarabande
17. Suite No6 in D Min BWV 811 – 5. Double
18. Suite No6 in D Min BWV 811 – 6. Gavotte 1 and 2
19. Suite No6 in D Min BWV 811 – 7. Gigue
Wolfgang Rübsam, piano
PQP
Bom, por mim, nada demais. Eu nunca parei para ouvir as Suítes Inglesas. Aliás, raramente escuto Bach, embora goste de sua música. Por isso, não sou muito crítico com as performances das obras dele. Sinto muito. Mas, de qualquer jeito, belíssima postagem.
Até que achei bastante interessante a interpretação de Rübsam. Não é de forma alguma aquela que nos arrebata e eleva a altura sublimes, como é no caso da Angela Hewitt, mas sim algo mais frio e intelectual, que nos faz refletir sobre muitos detalhes da composição. Acho que vale a pena para ouvir atentamente.
Quanto ao “low profile”, fiquei pensando se não seria devido àquele bigode, puxando-o nesta direção. Em todo caso a gravatinha é alegre! Mas esta não esta tão sempre com ele, como é o caso do bigode…
Eu não sei porque, mas tive um breve acesso de riso quando certa vez ouvi o prelúdio da suite Nº 2 na versão da Marta Argerich seguida logo depois da do Rubsam. Teria rido muito mais se soubesse que ele tinha esse bigode.
Engraçado é que o prelúdio da suite nº 2 é exatamente uma das partes que mais gostei na interpretação de Wolfgang Rübsam. É uma interpretação muito ponderada que explora aspectos bem interessantes. Acho que não tem que ser sempre na “correria” da Marta. Mesmo comparando com a Hewitt, estou preferindo esta.
Confesso que estou gostando cada vez mais do estilo de Rübsam à medida que vou escutando e comparando com outras gravações.
Também confesso uma simpatia pelo Rubsam. O Concerto Italiano dele é simplesmente adorável e digo o mesmo para suas Suítes Francesas. Apesar do susto inicial, com essa gravação das Inglesas a gente sente melhor o caráter melódico destas peças em contraste com o seu virtuosismo inerente. Por um acaso Rubsam não gravou as partitas?
Deve ter gravado as Partitas tb para a Naxos.
Rübsam estudou na cidade famosa por suas raras porcelanas e foi aluno de Helmut Walcha e Marie-Claire Alan, mestres do órgão. As interpretações rübsianas do “rei dos instrumentos” são vigorosas e muito expressivas. São famosas suas interpretações de Bach ao órgão (gravou a integral) e de Rheinberger (ouça apenas o primeiro movimento de sua “Sonata Op.1”, como exemplo).
Bom, quanto a meu ponto de vista de “low profile”. Creio que isso seja relacionado a alguma interpretação favorita.
Quem tem uma interpretação favorita, acaba acostumando com esta e daí toma-se um modelo referencial pessoal. Isso é motivo de muitas discussões e brigas entre melômanos. Há quem prefere tal e qual e daí os motivos são de um “forte”, um “rallentando”, um “acellerando” aqui e ali de tal intérprete – do qual faltam no outro, por exemplo. Isso é muito comum.
Interpretação é sentir e fazer sentir a música, como está definido em um dicionário musical. Portanto há quem sinta a música (o intérprete), mas não faz sentir a música (em tal ouvinte).
Rübsam gravou as 6 Partitas de Bach. Uma curiosidade: além de músico e professor, ele trabalha como barbeiro profissional.
Retificando: a sonata mencionada é “Op.28 n.1”, não “Op.1”.
muito equilíbrio gostei além do que esperava obrigado!