Publicada postumamente em 1601, sete anos após a morte de Giovanni Piergluigi da Palestrina (ca. 1525-1594), a Missa viri Galilaei foi composta para a liturgia do Dia da Ascensão. Nas palavras do musicólogo francês Jean-Pierre Ouvrard, que integram o encarte do disco:
“A associação da imagem musical da Ascensão (“Ascendit Deus”) à da Crucificação não é fruto do acaso, mas uma escolha deliberada repleta de significado, uma metáfora luminosa, uma braqueologia provocadora e significativa: Palestrina compõe como um pregador, sua polifonia é um sermão. O que ele nos oferece aqui é nada menos que um comentário teológico à palacras que São João diz a Jesus, “E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim. E dizia isso, significando de que morte haveria de morrer.” (João XII, 32-33)”
Em uma gravação de 1991, realizada na estupenda Abadia das Damas, em Saintes, no oeste da França, o regente belga Philippe Herreweghe esculpe as intrincadas polifonias com seu habitual esmero de artesão. Craque, craque, craque. Nesse disco, não está à frente do seu primoroso Collegium Vocale Gent, mas de outros dois ensembles franceses de primeiríssima linha: La Chapelle Royale e Ensemble Organum.
Giovanni Pierluigi da Palestrina
Missa Viri Galilaei
1 – Introït. Viri Galilaei
2 – Kyrie
3 – Gloria
4 – Alleluia. Verset: Ascendit Deus in jubilatione
Alleluia. Verset: Dominus in Sina in sancto
5 – Credo
6 – Offertoire. Ascendit Deus in jubilatione
7 – Préface. Vere dignum et justum est
8 – Sanctus
9 – Benedictus
10 – Agnus Dei I
11 – Agnus Dei II
12 – Communion. Psallite Domino
13 – Motet Viri Galilaei
14 – Magnificat Primi Toni
La Chapelle Royale
Ensemble Organum
Philippe Herreweghe, regência
Karlheinz