Frédéric Chopin (1810-1849): Mazurkas (Ashkenazy)

Obviamente, o nome Mazurka deve-se ao grande goleiro uruguaio Ladislao Mazurkiewicz (1945-2013) que jogou principalmente no Peñarol, mas também no Galo Mineiro. Seu apelido? Mazurka. Pois Mazurka jogou 3 Copas do Mundo (1966, 1970 e 1974) e é muito lembrado como o artista coadjuvante de um dos maiores lances da historia do futebol. Na Copa do Mundo de 1970 sofreu um drible sensacional de Pelé, que acabou chutando para fora. Em outro lance do mesmo jogo, cobrou mal um tiro de meta que o mesmo Pelé emendou de bate-pronto, mas o chopiniano arqueiro recuperou-se a tempo e fez boa defesa. Aliás, o extraordinário livro O Drible, de Sérgio Rodrigues, inicia com uma linda descrição do drible de Pelé. Bem, não sou tarado por Chopin, mas minha mãe era. Às vezes, em seus últimos anos, eu botava este disco, que era de meu pai, para tocar. Ela ficava satisfeita. Mas logo Chopin se enredava em meio aos nós das suas sinapses cada vez mais dementes do Alzheimer e ela levantava para fazer qualquer outra coisa. Mas num primeiro momento, de uns 10 minutos, ela parecia flutuar com Chopin. Quando ela faleceu, após o longo percurso da doença, minha irmã pediu uma música para tocar no crematório, mas que eu escolhesse bem! Peguei este, do qual já tinha notado a extraordinária qualidade. Talvez eu não tenha muita propensão à neurose e ao trauma, então consigo ouvir seus incríveis 143 minutos apesar de rever o caixão da Maria Luiza indo naquela esteira em direção ao vazio.

Frédéric Chopin (1810-1849): Mazurkas (Ashkenazy)

4 Mazurkas, Op.6
I: F Sharp Minor 3:14
II: C Sharp Minor 2:28
III: E Major 1:36
IV: E Flat Minor 0:58
5 Mazurkas, Op.7
I: B Flat Minor 1:47
II: A Minor 3:14
III: F Minor 2:19
IV: A Flat Major 1:06
V: C Major 0:45
4 Mazurkas, Op.17
I: B Flat Major 1:57
II: E Minor 1:57
III: A Flat Major 4:04
IV: A Minor 4:13
4 Mazurkas, Op.24
I: G Minor 2:48
II: C Major 2:03
III: A Flat Major 1:55
IV: B Flat Minor 4:31
4 Mazurkas, Op.30
I: C Minor 1:29
II: B Minor 1:06
III: D Flat Major 2:36
IV: C Sharp Minor 3:38
4 Mazurkas, Op.33
I: G Sharp Minor 1:25
II: D Major 2:03
III: C Major 1:28
IV: B Minor 4:34
4 Mazurkas, Op.41
I: C Sharp Minor 3:30
II: E Minor 2:20
III: B Major 1:07
IV: A Flat Major 1:58
3 Mazurkas, Op.50
I: G Major 1:49
II: A Flat Major 2:50
III: C Sharp Minor 4:57
3 Mazurkas, Op.56
I: B Major 3:53
II: C Major 1:32
III: C Minor 5:55
3 Mazurkas, Op.59
I: A Minor 4:29
II: A Flat Major 2:30
III: F Sharp Minor 3:13
3 Mazurkas, Op.63
I: B Major 1:59
II: F Minor 2:08
III: C Sharp Minor 2:24
4 Mazurkas, Op.67
I: G Major 1:02
II: G Minor 1:55
III: C Major 1:25
IV: A Minor 2:28
4 Mazurkas, Op.68
I: C Major 1:25
II: A Minor 3:09
III: F Major 1:14
IV: F Minor 2:17
Mazurka In A Minor (“À Émile Gaillard”, 1840) 3:05
Mazurka In A Minor (“Notre Temps”, 1840) 3:13
Mazurka In B Flat Major (1826) 1:09
Mazurka In G Minor (1826) 1:43
Mazurka In A Flat Major (1834) 1:16
Mazurka In C Major (1833) 2:20
Mazurka In B Flat Major (For Alexandra Wołowska, 1832) 1:01
Mazurka In D Major (1832) 1:14
Mazurka In D Major (?1820) 1:02
Mazurka In F Minor, Op.68 No.4 (Revised Version) 3:30

Vladimir Ashkenazy, piano

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

É bom avisar.

PQP

6 comments / Add your comment below

  1. A capa é linda (a IA do Google me contou que é “Flores em um Vaso Turquesa” de Odilon Redon (pintor simbolista francês), criada por volta de 1912.)

    Ainda a IA, sintetizando s crítica a esse CD duplo: A gravação é altamente recomendada por sua capacidade de oferecer uma nova perspectiva sobre essas peças poéticas, fazendo-as soar espontâneas e mágicas, ecoando o espírito nacional polonês. Embora algumas críticas a outros trabalhos de Chopin de Ashkenazy mencionem performances menos inspiradas, o conjunto das Mazurcas é geralmente visto como um destaque.

  2. PQP Bach,

    Você nasceu para polinizar (e, por que não?, Pollinizar) o universo com boas hitórias e bela música…
    Obrigado por compartilhar esse relance de sua vida. Tocante, a relação entre a memória, a música e o amor.
    Mesmo em meio a tanta fragilidade, essas marcas ficam.
    Continue a espalhar polinizar-nos, precisamos disso todos os dias!
    Seu criado,

  3. Não vou ouvir este disco, por isso o meu comentário poderá ser, como dizem vocês no Brasil, ‘uma besteira’, mas duvido que seja melhor que o texto que escreveu. Brilhante.

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