Acusado durante grande parte de sua vida de ser um compositor erudito superficial, carregando vícios de sua militância artística na música popular, é hoje reverenciado justamente por essa capacidade de transitar entre esses dois mundos com a naturalidade só possível dvido ao seu profundo conhecimento das duas escritas. (do encarte do disco, por Irineu Franco Perpétuo)
Em 1950, quando Gnattali havia composto apenas metade do repertório deste álbum aqui, um professor da Escola Nacional de Música (aquela perto dos Arcos da Lapa) escrevia que, apesar da harmonia exótica e inventiva, “a música de Radamés Gnattali soa aos nossos ouvidos despida de toda agressividade, saborosa, macia, se assim nos podemos exprimir. É este o segredo dos verdadeiros mestres e o fruto de uma técnica aprofundada e autêntica: [suas obras,] dominadas pelo tino sutil do verdadeiro talento criador, fazem passar despercebidas todas as ousadias” (Luiz Heitor: Música e músicos do Brasil).
Radamés Gnattali (1906-1988):
1- Trio nº1, 1933: Movido
2- Trio nº1, 1933: Calmo
3- Trio nº1, 1933: Mesmo Tempo
4- Trio nº2, 1967: Allegro Moderato
5- Trio nº2, 1967: Tristonho
6- Trio nº2, 1967: Lento-Ritmado
7- Trio nº3, 1984: Allegro Moderato
8- Trio nº3, 1984: Seresta
9- Trio nº3, 1984: Alegre
10- Trio Miniatura, 1940: Alegre
11- Trio Miniatura, 1940: Lento
12- Trio Miniatura, 1940: Vivo
13- Lenda nº2, 1937
Trio Puelli:
Karin Fernandes – piano
Ana de Oliveira – violino
Adriana Holtz – violoncelo
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Pleyel
Só mesmo rematados imbecis para acusarem Radamés de superficialidade, seja em que sentido for. Foi um artísta genialíssimo e senhor absoluto de sua arte. Radamés não foi popular nem erudito – foi ele mesmo. Pintava música com todos os matizes que sua inspiração invocasse e desejasse. Que se ouça sua obra para violão, flauta e piano, piano solo, celo e piano… seus magníficos arranjos, cheios de surpresas. Grato pela postagem, não conhecia estas peças.