W. A. Mozart(1756-1791): Quintetos K. 515 & 516 (Talich)

W. A. Mozart(1756-1791): Quintetos K. 515 & 516 (Talich)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Para esta postagem, fiz questão de fotografar e recortar a capa do meu CD. Observem bem o número de prêmios que o Talich recebeu por esta gravação. A gente nem consegue ver direito o quadro reproduzido na capa. Parece que os tchecos acertaram mesmo! Desnecessário dizer que esta é uma gravação maravilhosa dos grandes Quintetos de Cordas K. 515 e K. 516 de Mozart, interpretada pelo Quarteto Talich com Karel Řehák no violoncelo a mais. Aqui, podemos ouvir muita e sólida cultura musical. É um CD de 1990 com excelente som. Comprei-o lá pelos anos 90. Havia algum tempo que me contentava com a excelente versão do Alban Berg Quartet (1986), mas sempre achei que esta era muito suave para obter explorar a profundidade dessas duas grandes obras. Há maior drama e intensidade nos Talichs, um maior senso de urgência que me agrada. O som é próximo, claro e muito envolvente. Pode-se ouvir todos os instrumentos individualmente e eles estão muito bem equilibrados como grupo. São performances poderosas dessas grandes obras e tenho o prazer de recomendá-las.

W. A. Mozart: Quintetos K. 515 & 516 (Talich)

Quintette À Cordes En Sol Mineur K. 516 (34:01)
1 Allegro 10:27
2 Menuetto 5:05
3 Adagio Ma Non Troppo 8:34
4 Adagio. Allegro 9:43

Quintette À Cordes En Ut Majeur K. 515 (36:10)
5 Allegro 13:16
6 Menuetto Allegretto 5:17
7 Andante 9:53
8 Allegro 7:34

Cello – Evžen Rattay, Karel Řehák
Ensemble – Le Quatuor Talich*
Viola – Jan Talich
Violin – Jan Kvapil, Petr Messiereur

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O Quarteto Talich durante um inquérito interno.

PQP

Edward Elgar (1857-1934): Violin Concerto / Ralph Vaughan Williams (1872-1958): The Lark Ascending (Hahn / Davis)

Edward Elgar (1857-1934): Violin Concerto / Ralph Vaughan Williams (1872-1958): The Lark Ascending (Hahn / Davis)

Belo CD da jovem Hilary Hahn, que, por sinal, esteve se apresentando aqui no Brasil há alguns meses. O Concerto para Violino de Elgar é muito bonito, apesar de pouco gravado, e Hahn, apesar da precocidade quando da gravação desse CD, nos emociona com sua interpretação. Este foi um de seus primeiros CDs pelo selo alemão Deutsche Grammophon, e ela aqui está muito bem acompanhada pelo incansável Colin Davis, que rege a Sinfônica de Londres. Não sou muito fã dos compositores ingleses, mas não há como não se render ao “The Lark Ascending” de Vaughan Williams. Já ouvi diversas outras interpretações para essa obra, entre as quais poderia destacar a do maluquinho Nigel Kennedy, e pode-se ver que Hahn fez, e ainda faz, as lições de casa direitinho. Os comentaristas da Amazon deram 4 estrelas e meia para este CD. Concordo. O conjunto da obra é altamente recomendável e delicado. Ótimo para se ouvir num dia de chuva, claro que sempre acompanhado por um bom vinho.

Edward Elgar (1857-1934) – Violin Concerto / Ralph Vaughan Williams (1872-1958): The Lark Ascending (Hahn / Davis)

Edward Elgar – Violin Concerto in B minor, Op. 61
1 – Allegro 17min59
2 – Andante 12min18
3 – Allegro molto 19min26

Ralph Vaugham Williams
4 – The Lark Ascending, romance for violin & orchestra 16min21

Hilary Hahn – Violin
London Symphony Orchestra
Sir Colins Davis – Conductor

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A jovem Hilary Hahn durante visita à Livraria Bamboletras.

FDP

F. J. Haydn (1732-1809): Symphonie Nr. 45 “do Adeus” • Symphonie Nr. 46 • Symphonie Nr. 47 “Palíndromo” (English Chamber Orchestra, Daniel Barenboim)

A capa ao lado quase corresponde ao CD postado…

A Sinfonia n.º 45 de Joseph Haydn, também intitulada de “Sinfonia do Adeus”, é música de protesto, um elegante protesto que pretendia convencer o príncipe Nikolaus a não obrigar a orquestra a permanecer mais tempo no Palácio de Esterházy, em 1772, uma estadia que já se prolongava por longos meses e mantinha afastados os músicos das suas famílias. Haydn consentiu em traduzir em música essa insatisfação. No decorrer do último andamento, os músicos terminam sucessivamente as suas partes e retiram-se do palco. No final, não resta ninguém no palco.

Muitas das sinfonias de Haydn contêm “surpresas mais surpreendentes” do que aquela conhecida por “Sinfonia Surpresa”. A surpresa na Sinfonia º 46 aqui vem no movimento final. A abertura é um tema forte que é rapidamente retomado e desenvolvido, com destaque para as trompas. A música avança apenas para parar repentinamente, interrompida por uma passagem final do minueto. As trompas então explodem novamente com o tema principal, mas logo desapareceram e a música quase para. Então as cordas levam o movimento e a sinfonia a um encerramento rápido e abrupto. Embora não se saiba se ele estava familiarizado com esta sinfonia, Ludwig van Beethoven faria mais tarde a mesma coisa no final de sua Quinta Sinfonia, interrompendo o tema com uma reprise do material do movimento anterior antes de retornar.

Por que a Sinfona Nº 47 é chamada de “O Palíndromo”? O “Minuetto al Roverso” é a razão: a segunda parte do Minueto é igual à primeira, mas ao contrário.

F. J. Haydn (1732-1809): Symphonie Nr. 45 • Symphonie Nr. 46 • Symphonie Nr. 47 (English Chamber Orchestra, Daniel Barenboim)

Symphonie Nr. 45 F Sharp Minor (Hob. I: 45) “Sinfonia do Adeus”
Allegro Assai 5:36
Adagio 7:32
Menuet 4:02
Finale. Presto Adagio 7:46

Symphonie Nr. 46 H-Dur (Hob. I: 46)
1. Vivace 5:43
2. Poco Adagio 4:00
3. Menuet. Allegretto 3:02
4. Finale. Presto E Scherzando 4:30

Symphonie Nr. 47 G-Dur (Hob. I: 47) “O Palíndromo”
1. (Allegro) 5:52
2. Un Poco Adagio, Cantabile 8:11
3. Menuet Al Roverso 2:27
4. Finale. Presto Assai 4:38

English Chamber Orchestra
Daniel Barenboim

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Sim, o pessoal queria sair deste palácio.

PQP

Elliott Carter (1908-2012) / Edgar Varèse (1883-1965): Obras Orquestrais (Boulez / NYP / InterContemporain Ensemble)

Elliott Carter (1908-2012) / Edgar Varèse (1883-1965): Obras Orquestrais (Boulez / NYP / InterContemporain Ensemble)

O americano Elliott Carter é o decano dos compositores. Também é o compositor que mais viveu. Ganhou de Schütz, Haydn, Stravinsky, Sibelius e, penso, de qualquer outro. Ainda estreia várias peças todos os anos e o 11 de dezembro de 2008 será comemorado em várias cidades. Este é o segundo CD de Carter que publico no PQP. Infelizmente, não tenho outros, pois sou um admirador recente deste compositor de absurda complexidade. A estreia desta Sinfonia ocorreu em 17 de fevereiro de 1977 e é a música mais inadequada para um aniversário, mais parecendo uma longa descida ao inferno. Mas… o que fazer? É o que tenho. Imaginem que Carter foi aluno de Nadia Boulanger em Paris, no ano de 1930… Após a fase neoclássica regulamentar, ele passou a escrever música atonal, de notável complexidade rítmica. Compõe música orquestral e de câmara, assim como obras para instrumentos solo e vocal. Ao completar 99 anos, estreou sua única ópera, chamada What Next? (post de 2008, claro).

Elliott Carter (1908-2012) / Edgar Varèse (1883-1965): Obras Orquestrais (Boulez / NYP / InterContemporain Ensemble)

1 A Symphony of Three Orchestras
Composed by Elliott Carter
Performed by New York Philharmonic
Conducted by Pierre Boulez

2 Déserts for brass, percussion, piano & tape
Composed by Edgard Varèse
with InterContemporain Ensemble
Conducted by Pierre Boulez

3 Ecuatorial, for bass, chorus, brass, piano, organ, 2 ondes martenots & percussion
Composed by Edgard Varèse
with Choers de Radio-France + InterContemporain Ensemble
Conducted by Pierre Boulez

4 Hyperprisme, for winds and percussion
Composed by Edgard Varèse
with InterContemporain Ensemble
Conducted by Pierre Boulez

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Carter na Biblioteca da PQP Bach Corp em NYC

PQP

Georg Friedrich Händel (1685-1759): Música Aquática / Música para os Reais Fogos de Artifício (Pinnock)

Georg Friedrich Händel (1685-1759): Música Aquática / Música para os Reais Fogos de Artifício (Pinnock)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Este CD entrou merecidamente na Coleção “The Originals” das melhores gravações da DG e Archiv. Trata-se de uma joia. O comando de Trevor Pinnock da Water Music e do Royal Fireworks, ambos ouvidas completas, são instantaneamente recomendáveis. A pompa e a cerimónia são captadas de forma brilhante, assim como a graça e leveza dos vários movimentos de dança, especialmente na Música Aquática, embora em nenhum momento Pinnock nos deixe esquecer que esta também é uma música de grande ousadia e originalidade. Uma das qualidades mais memoráveis ​​da sua abordagem é que ela realmente nos permite ouvir a música num ambiente instrumental que certamente teria sido familiar ao próprio compositor. Na grandiloquente Música para os Reais de Fogos de Artifício, duvido que as concessões de escala — não imagino que Pinnock tenha usado os 24 oboés, as dúzias de fagotes e os incontáveis metais que Handel tinha à sua disposição em 1748! — influam muito, dada a espontaneidade e o perfeição dessas interpretações.

Georg Friedrich Händel (1685-1759): Música Aquática / Música para os Reais Fogos de Artifício (Pinnock)

Water Music Suite In F Major HWV 348
1. Ouverture (Largo – Allegro) 3:19
2. Adagio E Staccato 2:14
3. (Allegro) – Andante – (Allegro Da Capo) 7:49
4. (Menuet) 3:14
5. Air 3:02
6. Menuet 3:24
7. Bourrée 2:08
8. Hornpipe 2:38
9. (Andante) 3:07

Water Music Suite In D/G Major HWV 349/350
10. (Ouverture) 2:08
11. Alla Hornpipe 4:16
12. (Menuet) 2:54
14. Rigaudon 2:45
14. Lentement 2:03
15. Bourrée 1:21
16. Menuet 1:07
17.(Andante) 1:39
18. (Country Dance I/II) 1:29
19. Menuet 3:26

Music For The Royal Fireworks HWV 351
1. Ouverture (Adagio – Allegro – Lentement – Allegro) 7:21
2. Bourrée 1:37
3. La Paix 4:11
4. La Réjouissance 2:09
5. Menuet I 1:29 / Menuet II 1:37

The English Concert
Trevor Pinnock

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O grande Pinóquio.

PQP

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Aberturas (Harnoncourt / Chamber Orchestra Of Europe)

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Aberturas (Harnoncourt / Chamber Orchestra Of Europe)

O Beethoven de Harnoncourt sempre é considerado uma experiência emocionante, polêmica e distinta — e este conjunto de aberturas não é diferente. Isto é pura excitação com uma execução verdadeiramente fora deste mundo, especialmente nas transições da “escuridão para a luz” das aberturas Leonora e do maravilhoso “Egmont”, sempre um dos meus favoritos. “As Criaturas de Prometeus” também é muito interessante porque incorpora algumas músicas do próprio balé, enquanto “Coriolano” está repleto de tanto drama e tensão quanto se poderia esperar do mestre austríaco. Porém, na abertura campeã “Coriolano”, Carlos Kleiber permanece imbatível no pódio. Essas gravações estão disponíveis de uma forma ou de outra há vários anos, então, há várias capas para o mesmo disco.

Harnoncourt: é isso aí, o negócio é espremer os músicos até sair algo que preste
Harnoncourt: é isso aí, o negócio é espremer os músicos até sair algo que preste

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Aberturas (Harnoncourt / Chamber Orchestra Of Europe)

Coriolan Op. 62 (8:11)
1 Allegro Con Brio 8:11

Die Geschöpfe Des Prometheus Op. 43 (7:16)
2 Adagio ∙ Allegro Molto Con Brio Introduction: Allegro Non Troppo La Tempesta 7:16

Die Ruinen Von Athen Op. 113 (5:53)
3 Andante Con Moto ∙ Allegro, Ma Non Troppo 5:53

Fidelio Op. 72 (7:27)
4 Allegro 7:27

Leonore I Op. 138 (10:18)
5 Andante Con Moto ∙ Allegro Con Brio 10:18

Leonore II Op. 72 (13:40)
6 Adagio ∙ Allegro 13:40

Leonore III Op. 72 (14:00)
7 Adagio ∙ Allegro 14:00

Egmont Op. 84 (8:13)
8 Sostenuto Ma Non Troppo ∙ Allegro 8:13

Composed By – Ludwig van Beethoven
Conductor – Nikolaus Harnoncourt
Orchestra – Chamber Orchestra Of Europe

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Beethoven de perfil

PQP

Homenagem a Byron Janis (Haydn, Schumann, Chopin, Liszt, Tchaikovsky, Moussorgsky & Janis)

Homenagem a Byron Janis (Haydn, Schumann, Chopin, Liszt, Tchaikovsky, Moussorgsky & Janis)
Byron Janis e esposa, artista plástica Maria Cooper Janis.

Disse Maria Cooper Janis, esposa do grande pianista: “Fui abençoada com este privilégio, ao longo de 58 anos, de amar e ser amada, não apenas por um dos maiores artistas do século XX, mas por um ser humano excepcional, que elevou à plenitude seu talento”…

Nascido em Mackeesport, Pensilvânia, USA, 1928, Byron Janis estreou no “Carnegie Music Hall”, de Pittsburgh, aos 9 anos. Então, seu professor, Abraham Litow, o levou à New York, onde passou a estudar com Rosina e Josef Lhévine; depois, com Adele Marcus – três renomados mestres…

E aos 16 anos, impressionou Vladimir Horowitz, em performance do “2° concerto para piano”, de Rachmaninoff, tornando-se 1° aluno do célebre pianista, que o orientou até estreia no “Carnegie Hall”, de New York, aos 20 anos…

Byron Janis c/ Vladimir Horowitz e Adele Marcus.

Horowitz sugeria:Você brinca um pouco com aquarela, mas poderia brincar mais com óleo…” Aconselhando o jovem a buscar maiores densidade e desenvoltura de concertista

Assim, o talentoso e promissor Byron Janis era recebido e orientado por elite musical americana, tornando-se solista da “Orquestra NBC”, dirigida por Arturo Toscanini, e artista mais jovem da gravadora “RCA Victor”, aos 18 anos…

Músico versátil, também experimentou-se como compositor, em trilhas sonoras e musicais; além de parcerias com o amigo e premiado jazzista, Cy Coleman. E escreveu música para o documentário “The true Gen”, da amizade do sogro e ator, Gary Cooper, com o escritor Ernst Hemingway, em 2013… Na vida pessoal, Janis casou-se duas vezes: teve um filho com a 1ª esposa, June Wright; e divorciado, 1966, casou-se com a artista plástica, Maria Cooper…

“Cooper & Hemingway: The true Gen”.

Então, acidentalmente, descobriu manuscritos de Chopin, embora, de obras publicadas pelo músico polonês, mas que lhe trouxeram notoriedade – duas valsas para piano: “op. 18 e op. 70 n° 1”, num velho baú, no castelo de Thoiry, França; e passados 6 anos, duas outras versões, coincidentemente, das mesmas valsas, na biblioteca da “Univesidade de Yale”, USA…

As versões de “Yale” traziam referência à Chopin, mas não se imaginava, tratarem-se de originais do compositor, então, identificados por Janis – documentos musicais, que permitiam comparar diferentes revisões do autor, publicados em “The most dramatic musical discovery of the Age”…

E durante a “guerra fria” – conflito USA versus URSS – séc. XX, Byron Janis foi convidado para intercâmbio cultural, criado em 1960, após os êxitos do canadense Glenn Gould, em 1957, que surpreendeu público soviético nas interpretações de JS Bach; e do carismático texano Van Cliburn, que venceu “1º Concurso Tchaikovsky”, de Moscou, 1958, tornando-se seu presidente de honra… Todos, jovens artistas, transpondo barreiras culturais e, por fim, calorosamente acolhidos pelo público sovíético…

Da viagem à URSS: “Foi importante porque, para os russos em geral, a ‘América’ só produzia automóveis; e a propaganda local era de sermos totalmente incultos”, disse Janis, no popular “The Ed Sullivan Show”, 1965… E o intercâmbio trazia à New York, o célebre ucraniano, Sviatoslav Richter…

Van Cliburn, em Moscou; Glenn Gould; e Byron Janis, em Leningrado (atual São Petersburgo).

Após atuação e significado, cultural e diplomático, da turnê, agenda de Janis intensificou-se. Fase em que exibia plenamente seu repertório, domínio técnico e expressividade; e sensibilizava, músicos e apreciadores… Então, carreira foi impactada, aos 45 anos – 1973, pelo desenvolvimento de “artrite psoriática”, nas mãos e nos pulsos, o que trouxe sofrimento e apreensão, mas não impedia apresentações. E Janis preferia manter discrição e cautela, do que tornar público o problema…

Inevitavelmente, além das limitações físicas, o distúrbio o atingia emocionalmente, pela perspectiva profissional; também, pela perda de algo que muito amava, em nível artístico tão elevado… De outro, doença lhe inspirou reação em defesa de maiores atenção e estudos sobre a enfermidade…

Byron Janis, em recital na “Casa Branca”, 1985.

Então, decidiu tornar público e compartilhar empatia e esperança com outros pacientes. E após 12 anos, entre cuidados e tratamentos, aceitou missão de embaixador nacional da “Arthritis Foundation” – 1985, em recital promovido pela “Casa Branca”, convite de Nancy Reagan, 1ª dama – USA, 1981/89…

E com o tempo, lamentavelmente, enfermidade agravou-se e procedimento cirúrgico, em 1990, deixou seu polegar esquerdo mais curto, impedindo de retomar as obras românticas que o consagraram – “quando tiraram os curativos, achei que nunca mais tocaria; tentava pensar positivamente, mas não conseguia”, disse ao “Times”, 1997….

“… um piano” – esboço de Maria Cooper Janis .

Da artrite: “inflamação ocasionando dores e rigidez nas articulações, que se acentuam com a idade; alguns tipos levam à deformações e atrofia dos membros”…

Em depressão, Janis retirou-se e passou a escrever canções, tal como em sua juventude… E com apoio da amiga e cantora, Juddy Collins, foi contratado pela “Warner Chappell”, para compor 22 canções do musical “Corcunda de Notre-Dame”, estreado em 1993….

E durante tratamento, incerto e pouco alentador, gradualmente retomou apresentações, dividindo o palco em recitais beneficentes e, depois, em recital solo, no “Alice Tully Hall”, New York, 1998, com relativa mobilidade… Atento e disciplinado, cultivava equilibrio e paciência; também, movia-se por obstinação e paixão, pela música e pela vida…

Casal Maria e Byron Janis.

E disse, a esposa: “apesar das adversidades, ao longo da carreira, Janis reagiu e as superou, sem deixar esmorecer seu talento artístico!” E música, desde sempre, foi sua escolha e ofício…

Por outro lado, mais de 300 mil jovens americanos apresentavam algum tipo de “artrite”. E o músico, sensibilizado e solidário, passava a trabalhar em programas de apoio, convertendo suas dores pessoais em empatia e generosidade… Então, em 2012, aos 83 anos, foi homenageado pelo conjunto da obra – por suas trajetória artística e ativismo na área de saúde…

Sobre a discografia

A discografia de Byron Janis tem sido frequentemente relançada. Assim, seus registros, desde a época do vinil, até recentemente, seguem disponibilizados, individualmente ou em coleções – tal como box lançado pela “Mercury records”, atraindo novos apreciadores. Seu afeto pela obra e vida de Frédéric Chopin foi notável; também os registros de Beethoven, nas sonatas “Aurora”, “Tempestade” e op. 109…

Maestro Fritz Reiner e pianista Byron Janis.

Mas, especial destaque ganharam as gravações com orquestra, em autores clássicos, como WA Mozart, ou nos românticos, Schumann, Liszt e Tchaikovsky… Também revelou versatilidade, ao abordar obras de Moussorgsky e de autores do século XX, como Gershwin e Prokofiev; além de registros antológicos dos concertos de Rachmaninoff – “portanto, trata-se de ‘jurássico autêntico’, diriam os colegas do blog”, quando nos referimos à grandes músicos do passado…

E Janis gravou com renomadas orquestras, entre as sinfônicas de “Chicago”, “Minneapolis”, “Boston”, “Philadelphia” e “London”; também, com as filarmônicas de “New York” e “Moscow”; além de notáveis regentes, como Fritz Reiner, Charles Munch, Antal Dorati, Kyril Kondrashin e outros…

Sobre o solista, Will Crutchfield, do “New York Times – 1985, escreveu: “de estilo peculiar, Mr. Janis alterna movimentos nervosos, golpes repentinos e saltos; com toques frágeis e carícias hesitantes… E assim a música emerge, por vezes, desconcertante, mas, em geral, envolvente…” 

Registros para download

“CD Mercury” – Byron Janis e Antal Dorati.

CD “Mercury records” com suíte “Quadros de uma Exposição”, de Modest Moussorgsky, na versão original, para piano solo; e na versão orquestral, de Maurice Ravel, com a “Minneapolis Symphony”, direção de Antal Dorati:

  • Movimentos: ”Promenade” (Passeio) – Introdução; ”Gnomus”; ”Promenade”; “Il Vecchio Castello”; “Promenade”; ”Tuileries”; ”Bydlo” (‘Carro de Bois’);  ”Promenade”; ”Ballet des petits poussins dans leurs Coques” (‘Balé dos pintinhos nas cascas de Ovos’); ”Samuel Goldenberg et Schmuyle”; ”Promenade”; “Limoges, Le Marché” (‘Mercado, em Limoges’); ”Catacombae, Sepulcrum Romanum”; “Cum mortuis in língua Mortua” (‘Com os mortos em língua Morta’); ”La Cabane de Baba-Yaga sur de pattes de Poule” (‘Cabana de Baba-Yaga sobre patas de Galinha’); ”La Grande porte de Kiev”.

Download aqui

CD “Mercury records” – Concerto de Tchaikovsky.

CD “Mercury records”, com o “Concerto n° 1, em si bemol menor, op. 23”, de Piotr Ilitch Tchaikovsky, com “London Symphony”, direção de Herbert Menges:

  • Movimentos: 1. “Allegro non troppo e molto maestoso – Allegro con spirito”; 2. “Semplice andantino – Prestissimo – Tempo I”; 3. “Allegro con fuoco – Molto meno mosso – Allegro vivo”.

Download aqui

CD “Mercury records” – Concerto de Schumann.

CD “Mercury records” com “Concerto para piano e orquestra, em lá menor, op. 54”, de Robert Schumann, com “Minneapolis Symphony”, direção de Stanislaw Skrowaczewski; e duas peças para piano solo:

  • “Concerto para piano e orquestra, op. 54”: 1. “Allegro afetuoso”; 2. “Intermezzo – Andantino grazioso”; 3. “Allegro vivace”;
  • “Arabeske, op. 18”, para piano solo;
  • “Quase variações s/Andantino de Clara Wieck”  – “3° mov. da sonata, op. 14” (“Concert sans orchestre”), para piano solo. 

Download aqui

Registros inéditos – 2018

CD “Live from Leningrad 1960″ – Ilustração de Maria Cooper Janis.

Da turnê na ex-URSS, 1960, John von Rhein, do “Chicago Tribune”, revelou “surpreendente gravação encontrada na caixa de correio do eng. de som de Byron Janis, enviada por fonte anônima, que resgatava, de disco vinil, performances ‘ao vivo’ – da sonata ‘Marcia funebre’, de Chopin, e outras, capturando reações da plateia russa”…

As gravações, com mais de 50 anos, foram lançadas em 2018, no CD “Live from Leningrad 1960″… As interpretações de Byron Janis, por vezes, livres e originais, são intensas e belas referências. E as décadas de 1950/60 marcaram auge da carreira…

Segue, áudio youtube da sonata “Marcia funebre”, de Chopin – CD “Live from Leningrad 1960″. (Clique aqui)

Cidade de Havana, Cuba.

Novo intercâmbio cultural – Cuba

“Não toco para governos, toco para pessoas”, disse Byron Janis, quando de sua viagem à Cuba….

E tornou-se primeiro artista americano autorizado a visitar o país caribenho, a convite do governo cubano, 1999; e cerca de 40 anos após turnê, de 1958 – entre os últimos músicos americanos a apresentarem-se na ilha, antes da revolução… Convite ocorreu após prolongado tratamento e parcial retomada da carreira…

Byron Janis – masterclass em Cuba, 1999.

Acompanhado da esposa, visita permitiu rever o país, trocar impressões com músicos e professores, realizar “master-classes”, recitais e concertos; também, interagir com a cultura local e acolhedora população. Além de ser homenageado em original montagem do musical “Corcunda de Notre Dame”…

“In music they will find their freedom”, slogan que marca o documentário da turnê… 

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Finalmente, com a esposa e artista plástica, Maria Cooper Janis, filha do laureado ator, Gary Cooper, escreveram uma autobiografia, intitulada “Chopin and Beyond: My Extraordinary Life in Music and the Paranormal”, lançada em 2010; e produziram o documentário: “A Voyage with Byron Janis”, que aborda aspectos da vida e obra de Chopin…

Byron Janis c/ “Orchestre Philarmonique de L`ORTF”, direção Louis de Froment – Paris, 1968.

Entre os grandes pianistas de sua geração, quem sabe, do século XX, e deixando expressivo legado, humano e artístico, Byron Janis faleceu em Manhattan, New York, 14/03/2024, aos 95 anos…

Segue, áudio youtube da “Ballada n° 1, op. 23”, de Chopin, registro de 1952. (Clique aqui)
Segue, vídeo youtube da “Rapsodia s/ tema de Paganini”, de Sergey Rachmaninoff, com Byron Janis e “Orchestre Philarmonique de L’ORTF”, direção Louis de Froment – Paris, 1968. (Clique aqui)

Autobiografia de Byron Janis, 2010.

Honrarias e documentários

– “Légion d’Honneur – Ordre des Arts et des Lettres – Commandeur”, do Ministério da Cultura, França;
– “Stanford Fellowship”, mais alta honraria da “Universidade de Yale”, USA;
– “Distinguished Pennsylvania Artist Award”, USA;
– “Embaixador Nacional das Artes”, pela “Arthritis Foundation”, USA, 1985;
– “Medalha de Ouro – da Sociedade Francesa pelo Incentivo ao Progresso”, 1° músico a receber a comenda;
Homenagem do “Congresso, USA”: “um músico, um diplomata, uma inspiração”;
– “Artista da Yamanha” e 1° conselheiro da “Yamanha Music and Wellness Institut”; 
– “The Byron Janis Story”, documentário da PBS – direção de Peter Rosen, sobre resiliência e superação, na doença que podia limitá-lo severamente, até interromper carreira…

“Concerto”, por Maria Cooper Janis.

Conselhos didáticos e vivências

Da livre didática de Janis: “Se algumas de minhas soluções interpretativas não lhes parecer corretas, desconsidere-as”, dizia aos alunos… Pois, o ensino passa por fio tênue, entre o conhecimento e a liberdade interpretativa; entre o que ensinar e o que não ensinar, considerando a identidade artística a ser desenvolvida…

Byron Janis, pianista americano (1928-2024).

“Por vezes, peço aos alunos cantarem uma melodia e, invariavelmente, realizam em andamento mais calmo, do que a executam no piano. Assim deveriam abordar o teclado, tal como os cantores o fazem”; ou como recomendava Chopin – “não pratique tanto, mas ouça grandes cantores… Vá à ópera e aprenderá a frasear uma melodia!”

Conselhos técnicos: “Estabeleça metas de estudo e utilize tempos lentos e repetição, para obter aprimoramento efetivo. Mantenha concentração e agenda consistente de treinos – observe a qualidade, no lugar da quantidade!”

Das aulas com Horowitz: dizia o mestre, “algo não está certo…  pense nisto, experimente e traga novamente” – uma orientação vaga, não específica, a induzir reflexão e senso crítico, que instigava soluções próprias, auto confiança e estilo; e recomendava, “seja o 1° Janis, busque sua identidade e supere-se, no lugar de ser um 2° Horowitz”… E após estreia, aos 20 anos, no “Carnegie Hall”, Horowitz o liberou: “agora, você deve seguir. E seus erros e acertos serão seus…”

Josef e Rosina Lhévine, pianistas.

Da experiência com Rosina e Josef Lhévine:Certa ocasião, sr. Lhévine discordara de uma interpretação, que acabará de aprender com sra. Lhévine. Foi difícil lidar com opiniões divergentes, no entanto, descobri que sempre existirão outras leituras possíveis, pois havia apreciado ambas… Assim, não havia o certo ou o errado, apenas o diverso…”

Da amizade com Jascha Heifetz:  Por um tempo, Janis morou com a família Heifetz e tocou informalmente com o grande violinista. Mal-entendidos empresariais, no entanto, impediram projeto de música de câmara, desejado por Heifetz… E certa ocasião, Byron indagou à Frank Sinatra segredo do belo “cantabile”, ao que o cantor respondeu: “eu ouço Jascha Heifetz!”

Para download, CD “Live on Tour” – box da “Mercury records”, produzido, inicialmente, pela “Janis Eleven Enterprises Ltda”, incluindo diversos autores, entre Haydn, Chopin e Liszt; além de peças do próprio Byron Janis. E lembramos, que algumas das ilustrações de “capa”, da discografia, são criações da esposa, Maria Cooper Janis:

Capa CD “Mercury records” – Byron Janis “live on tour”.
  • Conteúdo: Haydn – “Sonata em mi bemol maior”, Hob. XVI.49 (‘Allegro’, ‘Adagio cantabile’, ‘tempo di minuet’); Chopin – “Polonaise em si bemol maior” (ed. póstuma); “Mazurca em fá menor” (ed. póstuma); “Noturno”, op. 27 n° 2; “Valsa”, op. 34  n° 1; “Largo” (3° mov. da sonata op. 58); “Valsa em sol bemol maior” (ed. póstuma); “Valsa”, op. 70 n° 1; Liszt – “Sonetti del Petrarca n° 104”, S. 270 b; “Paraphase s/ Rigoletto, de Verdi“, S. 434; Byron Janis – “You are more”; “David’s star”; “Like any man”; “By and Cy – more Paganini variations” (c/ Cy Coleman).  

Download aqui

Sobre Byron Janis, da esposa: “música era sua alma, não um ingresso para o estrelato”… “era paixão e amor, que o alimentou em 95 anos de vida”… Requisitos essenciais para quaisquer atividades artísticas; do aprimoramento e dedicação incessantes – entenda-se, “talento e muito suor”, impossíveis sem amor ou paixão…

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“Um brinde à magia da colaboração criativa e ao vínculo compartilhado e duradouro entre artistas!” (Maria Cooper Janis)

“Maria & Byron Janis”

Alex DeLarge

Alfredo Rugeles (1949): Mutaciones a través del tiempo

Alfredo Rugeles (1949): Mutaciones a través del tiempo

Fora compositores brasileiros, o único latino-americano que postei até aqui (e já faz um bom tempo) foi Piazzolla. Agora começo a variar e apresento um venezuelano contemporâneo e desconhecido no Brasil: Alfredo Rugeles, filho de diplomata, nascido em Washington DC, e exemplo de como os compositores latino-americanos se deixaram permear em demasia pela vanguarda europeia, esquecendo-se das raízes da música popular e folclórica de seus países. Nesta coletânea de obras sinfônicas e de câmara das décadas de 70 e 80 de Rugeles,  há influência de tudo, menos da música venezuelana – pelo menos o compositor é bastante competente… São obras que não me despertaram nada especial (exceto O ocaso do herói, sobre os últimos anos de Simón Bolívar), porque nada há de novo nelas – e se é para ouvir algo já feito, que se vá às fontes originais – mas tais obras podem suscitar algo em vocês.

***

Mutaciones a través del tiempo

1. Mutaciones (1974), para noneto ou orquestra de cordas (4, 2, 2, 1) – Orquestra de Câmara de Caracas, regida por Yannis Loannidis em maio de 1974
2. Polución (1975), para violino, viola, cello e piano – Cordas do Quarteto Humboldt e Marianela Arocha (piano), gravado ao vivo em 23 de novembro de 2002
3. Puntos y líneas (1977), para 15 solistas, incluindo dois percussionistas – Orquestra Sinfônica da Universidade Eafit de Medellín, regida pelo compositor, gravado ao vivo em 21 de maio de 2004
4. Somosnueve (1978-79), para conjunto de câmara – Ensemble de Música Contemporânea da Orquestra Nacional Juvenil da Venezuela, regida pelo compositor, gravado em 21 de março de 1982
5. El ocaso del héroe (1982), para recitador, como misto e orquestra de câmara – Poema de Manuel Felipe Rugeles recitado por Víctor González. Orfeão Universitário Simón Bolívar, Schola Cantorum de Caracas e Cantoría Alberto Grau. Orquestra Sinfônica Simón Bolívar, regida pelo compositor, gravado ao vivo de 30 de abril de 2004
6. Sinfonola (1988), para orquestra de câmara – Orquestra Sinfônica Simón Bolívar, regida pelo compositor, gravado ao vivo em 15 de novembro de 1993

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CVL

J. S. Bach (1685-1750): O Cravo Bem Temperado I (Maurizio Pollini)

J. S. Bach (1685-1750): O Cravo Bem Temperado I (Maurizio Pollini)

A Fundação para a Divulgação e Inevitável Imortalização do Guia Genial dos Pianistas Maurizio Pollini fundada por Lais Vogel e P.Q.P. Bach sempre defendeu a tese — que hoje é opinião geral — de que os maiores gênios da humanidade foram William Shakespeare, Johann Sebastian Bach, Ludwig van, Charles Darwin, Karl Marx, Sigmund Freud, James Joyce e Maurizio Pollini. O resto está sob o topo daquilo que de mais alto o ser humano alcançou. Humano?, eu disse humano? Pois quando soube que Pollini lançara o Volume I do CBT, achei que ele estava fazendo o que não precisava. Claro que a gravação é excelente e dá importante contribuição à farta discografia bachiana. E oh, OK, ele está ficando velho e quis meter sua colher em Bach, quis deixar sua visão de uma obra fundamental para a arte pianística? Sem dúvida, eu o compreendo perfeitamente e só o lado técnico da interpretação já justifica tudo, mas o CBT não é o topo de Pollini como pianista, é apenas uma das melhores gravações em piano que ouvi de uma obra que prefiro ouvir no cravo. Pollini novamente não se deixa dominar por sua assombrosa técnica e insiste em fazer música. É uma gravação para rivalizar com Gould, mas nunca de forma hostil. Em alguma fugas, ouve-se não apenas a respiração como alguns gemidos a la Gould. Pollini não é um pianista vaidoso e bobo como tantos, é um intelectual ao qual se poderia atribuir a frase de Newton “Se eu vi mais longe, foi por estar em pé sobre ombros de gigantes”, ou seja, em sua gravação há ênfases de Gould, fraseados de Leonhardt e surpresas típicas de Pollini, como o súbita agressividade demonstrada no Prelúdio BWV 855, tudo dentro do maior equilíbrio e bom gosto. Mas ainda que, apesar de toda a qualidade do pianista e de seu direito de criar uma interpretação do século XXI para a obra (pós-Gould e até pós-Schiff em termos de concepção), acho que a contribuição maior de Pollini está lá adiante, a partir de Beethoven. Não fiquei decepcionado, até pelo contrário, mas prefiro os cravistas e, na verdade, lá no fundo, acho que as incensadas gravações de Bach realizadas por Gould são expressões importantes e ultra-elaboradas de uma “arte menor”, pois ele senta frente a um piano. Um purista? Talvez. Sei que estou sendo polêmico onde talvez não devesse, mas meus ouvidos há anos dizem que Leonhardt e Hantaï, em Bach, dão de dez em Gould e, agora, em Pollini.

Mas é uma tremendo CD e você deve ouvi-lo.

Johann Sebastian Bach: Das Wohltemperierte Klavier: Book 1, BWV 846-869

CD 1:
1) Prelude in C major BWV 846 [1:52]
2) Fugue in C major BWV 846 [1:56]
3) Prelude in C minor BWV 847 [1:30]
4) Fugue in C minor BWV 847 [1:40]
5) Prelude in C sharp major BWV 848 [1:13]
6) Fugue in C sharp major BWV 848 [2:14]
7) Prelude in C sharp minor BWV 849 [2:43]
8 ) Fugue in C sharp minor BWV 849 [4:47]
9) Prelude in D major BWV 850 [1:11]
10) Fugue in D major BWV 850 [1:47]
11) Prelude in D minor BWV 851 [1:25]
12) Fugue in D minor BWV 851 [1:58]
13) Prelude in E flat major BWV 852 [3:58]
14) Fugue in E flat major BWV 852 [1:39]
15) Prelude in D sharp minor/E flat minor BWV 853 [3:24]
16) Fugue in D sharp minor/E flat minor, BWV 853 [5:59]
17) Prelude in E major BWV 854 [1:23]
18) Fugue in E major BWV 854 [1:11]
19) Prelude in E minor BWV 855 [2:18]
20) Fugue in E minor BWV 855 [1:10]
21) Prelude in F major BWV 856 [0:54]
22) Fugue in F major BWV 856 [1:14]
23) Prelude in F minor BWV 857 [2:02]
24) Fugue in F minor BWV 857 [3:57]

CD 2:
1) Prelude in F sharp major BWV 858 [1:15]
2) Fugue in F sharp major BWV 858 [1:52]
3) Prelude in F sharp minor BWV 859 [1:03]
4) Fugue in F sharp minor BWV 859 [3:28]
5) Prelude in G major BWV 860 [0:56]
6) Fugue in G major BWV 860 [2:52]
7) Prelude in G minor BWV 861 [2:00]
8 ) Fugue in G minor BWV 861 [2:19]
9) Prelude in A flat major BWV 862 [1:33]
10) Fugue in A flat major BWV 862 [2:21]
11) Prelude in A flat minor/G sharp minor BWV 863 [1:33]
12) Fugue in A flat minor/G sharp minor BWV 863 [2:36]
13) Prelude in A major BWV 864 [1:14]
14) Fugue in A major BWV 864 [2:18]
15) Prelude in A minor BWV 865 [1:02]
16) Fugue in A minor BWV 865 [3:47]
17) Prelude in B flat major BWV 866 [1:11]
18) Fugue in B flat major BWV 866 [1:32]
19) Prelude in B flat minor BWV 867 [3:00]
20) Fugue in B flat minor BWV 867 [3:33]
21) Prelude in B major BWV 868 [1:19]
22) Fugue in B major BWV 868 [2:05]
23) Prelude in B minor BWV 869 [5:08]
24) Fugue in B minor BWV 869 [7:03]

Maurizio Pollini, piano

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Maurizio Pollini
Maurizio Pollini

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Jean Sibelius (1865-1957): Integral das Sinfonias (CD 5 de 5) (CBSO / Rattle)

Jean Sibelius (1865-1957): Integral das Sinfonias (CD 5 de 5) (CBSO / Rattle)

E este é o final de mais uma integral que publicamos no blog. A caixinha da EMI termina com uma gravação mais antiga (de 1981, quando Rattle tinha 26 anos) da Sinfonia Nro. 5. É um CD bônus cuja existência me parece justificada, pois há boa diferença entre este e o outro registro, realizado apenas seis anos depois.

Jean Sibelius (1865-1957): Integral das Sinfonias (CD 5 de 5) (CBSO / Rattle)

Disc: 5

Sinfonia Nro. 5, Op. 82
1. I. Tempo Molto Moderato – Allegro Moderato – Presto
2. II. Andante Mosso, Quasi Allegretto
3. III. Allegro Molto – Un Pochettino Largemente

City of Birmingham Symphony Orchestra
Simon Rattle

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Sibelius, por Adam Ford. Acho que esse Adam tava de sacanagem, né?

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Johann Sebastian Mastropiero ( – ): Les Luthiers (Vol. 3)

Johann Sebastian Mastropiero ( – ): Les Luthiers (Vol. 3)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Les Luthiers foi um hilariante grupo argentino de humor, popularíssimo em países de língua espanhola, que utiliza a música como um elemento fundamental de suas atuações, com instrumentos informais criados a partir de materiais improvisados, além de “instrumentos normais”. Os caras tocam muito bem e ainda enfrentam “instrumentos informais”. Desta característica provêm seu nome, luthier, que em francês significa “criador ou técnico de instrumentos musicais”. O conjunto foi originalmente composto por quatro membros: Daniel Rabinovich, Marcos Mundstock, Jorge Maronna e Gerardo Masana, até chegar a sete, e começou sua trajetória na segunda metade dos anos 60 na cidade de Buenos Aires. Foi fundado por Gerardo Masana em 1967, durante um período de grande auge da música universitária na Argentina. O grupo foi indicado ao Prêmio Príncipe de Astúrias das Artes em 2011, o maior prêmio internacional concedido às atividades culturais, científicas e humanitárias em todo o âmbito hispano. No ano 2012, o Reino da Espanha concedeu-lhes a cidadania espanhola por carta de natureza, uma concessão especial a pessoas de méritos especiais.

Diz-se que sua obra foi todo composta por Johann Sebastian Mastropiero. Este CD possui uma piada decididamente racista típica de 1971 na faixa La Bossa Nostra, ano da produção deste incrível disco. Para compensar (uma ova!), há fartas piadas contra milicos.

Suspeita-se que Mastropiero tenha nascido no dia 7 de fevereiro, sem sabermos ano, século ou mesmo local. Vários países contestam a sua nacionalidade e até agora nenhum deles concordou em aceitá-lo. Seu nome de batismo, Johann Sebastian, é motivo de controvérsia, pois também era conhecido por outros nomes: Peter Illich, Wolfgang Amadeus, Etcétera (por exemplo, assinou sua terceira sinfonia como “Etcétera Mastropiero”). Sabe-se que ele nasceu de mãe italiana e que tinha um irmão gêmeo mafioso, chamado Harold Mastropiero, residente nos Estados Unidos .

A vida de Johann Sebastian Mastropiero nunca foi documentada com rigor. Seus dados biográficos são dispersos e cheios de lacunas e inconsistências, tornam muito difícil escrever uma biografia minimamente completa. Porém, são conhecidas muitas vicissitudes sobre acontecimentos muito específicos da vida do Mestre, normalmente relacionados com a composição de algumas de suas obras. Como exemplo, devemos lembrar quando ele executou o Tangum Gloria de Mastropiero no Vaticano. Uma Glória que teve que compor às pressas a partir das partituras de um de seus tangos. Ele organizou o texto em latim da melhor maneira que pôde e deu a cada músico sua parte. Quando o trabalho foi realizado antes do Sínodo, a surpresa foi enorme. Os bispos ficaram impressionados e indignados. Mastropiero foi imediatamente excomungado e a Guarda Suíça jogou os instrumentos, as partituras e Mastropiero pela janela.

Apesar de seus múltiplos casos amorosos, ele teve um relacionamento estável com a Condessa de Shortshot por um tempo. Com ela teve vários filhos, cujos sobrenomes significam o mesmo da mãe em diferentes idiomas.

A sua reputação como autor musical é essencialmente má, como apresenta o grupo que o interpreta na seguinte citação: “Todas as vezes — por necessidades económicas — Mastropiero foi obrigado a compor música por encomenda, produziu obras medíocres e inexpressivas. Pelo contrário, quando apenas obedeceu à sua inspiração, nunca escreveu uma nota.” Na verdade, a única coisa que se sabe com certeza sobre Mastropiero é que na Sexta-Feira Santa de 1729, a Catedral de Leipzig assistiu à estreia de uma Paixão de São Mateus que definitivamente não lhe pertence.

Ele teve uma vida amorosa muito ativa. Isso fica demonstrado no período cigano de Mastropiero, com Azucena, que mais tarde adotaria o filho, cortejando Gundula mesmo sabendo que ela tinha marido. Ele conheceu a Condessa de Shortshot com quem teve um relacionamento duradouro. E ele escreveu uma opereta para Elizabeth, que posteriormente o trocou por outra. Sua morte não é conhecida, diz-se que ele morreu nas mãos de seu irmão Harold quando descobriu que estava fingindo ser ele para frequentar a esposa de Harold, Margaret, e o matou a tiros quando o surpreendeu. O outro boato é que ele cometeu suicídio ao terminar de compor a opereta para Elizabeth. Porém, sabe-se que em 1999 compôs um hino exorcista a pedido da “Ordem de Nostradamus”, para impedir o nascimento do anticristo. Também no espetáculo “Lutherapia” na parte final é mencionado que ele era amante de Satanás, disfarçado de mulher, e aparente pai de Daniel Rabinovich e do anticristo.

Johann Sebastian Mastropiero ( – ): Les Luthiers (Vol. 3)

Side one
1 “Voglio entrare per la finestra” (lyrics: Marcos Mundstock; music & conduction: Carlos López Puccio)
2 “Miss Lilly Higgins sings shimmy in Mississippi’s spring” (lyrics: Marcos Mundstock; music: Ernesto Acher)
3 “Ya el sol se asomaba en el poniente” (lyrics: Les Luthiers; music: Gerardo Masana & Jorge Maronna)

Side two
4 “La Bossa Nostra” (lyrics: Agustín Cuzzani; music: Ernesto Acher, Carlos Núñez Cortés & Jorge Maronna)
5 “Romanza escocesa sin palabras” (music: Carlos Núñez Cortés)
6 “Suite de los noticieros cinematográficos” (libretto: Marcos Mundstock; music: Carlos Núñez Cortés & Jorge Maronna)
7 “Fe de erratas”

Arranged By – Les Luthiers
Directed By – Les Luthiers
Performer – Carlos López Puccio, Carlos Núñez Cortés, Daniel Rabinovich, Ernesto Acher, Gerardo Masana, Jorge Maronna, Marcos Mundstock
Written-By – Les Luthiers

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Henry Purcell (1659-1695): King Arthur (Gardiner)

Henry Purcell (1659-1695): King Arthur (Gardiner)

Ah, adorável Purcell! King Arthur (ou The British Worthy, Z. 628), é uma ópera em cinco atos com música de Henry Purcell e libreto de John Dryden. Foi apresentada pela primeira vez no Queen’s Theatre, Dorset Garden, Londres, no final de maio ou início de junho de 1691. O enredo é baseado nas batalhas entre os bretões do Rei Arthur e os saxões, e não nas lendas de Camelot (embora Merlin apareça). Também não foi baseado na fundamental obra do Monty Python. Trata-se de uma obra mais sobrenatural, incluindo personagens como Cupido e Vênus, além de referências aos deuses germânicos dos saxões, Woden, Thor e Freya. A história centra-se nos esforços de Arthur para recuperar a sua noiva, a cega princesa Emmeline da Cornualha, que foi raptada pelo seu arquiinimigo, o rei saxão Osvaldo de Kent. Lembrei do Monty Python novamente… Rei Arthur é uma “ópera dramática” ou uma “semi-ópera”: os personagens principais não cantam. Personagens secundários cantam por eles. É uma diegese muito bem escrita — sim, pode ir ao dicionário. Os protagonistas normalmente são atores. Esta era uma prática normal na ópera inglesa do século XVII. Mas, hoje, Arthur é sempre apresentado por cantores. Eu amo especialmente a ária que ficou famosa como The Cold Song.

Henry Purcell (1659-1695): King Arthur (Gardiner)

1-1 Overture 1:46
1-2 Air 1:29
1-3 Overture 1:16

First Act
1-4 “Woden, First To Thee” / “The White Horse Neigh’d Aloud” / “To Woden Thanks We Render” 3:40
1-5 “The Lot Is Cast” 0:33
1-6 “Brave Souls” 2:20
1-7 “I Call You All To Woden’s Hall” 2:01
1-8 Symphony / “Come If You Dare” 3:41

Second Act
1-9 “Hither, This Way” 2:12
1-10 “Let Not A Moonborn Elf” / Ritornello 1:15
1-11 “Hither, This Way” 0:37
1-12 “Come, Follow Me” / Ritornello 2:25
1-13 [Song Tune] “How Blest Are Shepherds” 6:37
1-14 Symphony / “Shepherd, Leave Decoying” 2:10
1-15 Hornpipe / “Come, Shepherds” 1:37
1-16 Second Act Tune: Air 0:55

Third Act
1-17 (The Frost Scene) Prelude / “What Ho! Thou Genius Of This Isle” 1:20
1-18 Prelude While Cold Genius Rises / “What Power Art Thou” (AKA The Cold song) 2:51
1-19 “Thou Doting Fool” 1:03
1-20 “Great Love” 0:54
1-21 “No Part Of My Dominion” 0:55
1-22 Prelude / “See, See, We Assemble” / Dance 3:26
1-23 “Tis I That Have Warm’d Ye” / Ritornello / “Tis Love That Has Warm’d Us” 2:01
1-24 “Sound A Parley” / Ritornello 3:44
1-25 Third Act Tune: Hornpipe 0:38

Fourth Act
2-1 “Two Daughters Of This Aged Stream” 2:39
2-2 Passacaglia / “How Happy The Lover” / Ritornello / “For Love Ev’ry Creature” 6:09
2-3 Fourth Act Tune: Air 0:51

Fifth Act
2-4 Trumpet Tune 0:45
2-5 “Ye Blust’ring Brethren” 2:43
2-6 Symphony 1:39
2-7 Song Tune / “Round Thy Coast” 3:17
2-8 “For Folded Flocks” 2:42
2-9 Ritornello / “Your Hay It Is Mow’d” / Ritornello 2:59
2-10 “Fairest Isle” 4:06
2-11 “You Say ‘Tis Love” 5:24
2-12 Trumpet Tune [Warlike Consort] 0:35
2-13 “St George” / “Our Natives Not Alone Appear” 1:59
2-14 Chaconne 3:24

Recorded At – St Giles’ Cripplegate
Alto Vocals – Ashley Stafford
Baritone Vocals – Stephen Varcoe
Composed By – Henry Purcell
Conductor – John Eliot Gardiner
Libretto By – John Dryden
Soprano Vocals – Elisabeth Priday, Gill Ross, Gillian Fisher, Jennifer Smith (3)
Tenor Vocals – Paul Elliott

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Britten / Tippett / Walton: Obras para Orquestra de Cordas (Guildhall / Salter)

Britten / Tippett / Walton: Obras para Orquestra de Cordas (Guildhall / Salter)

Um bom CD, principalmente pelo Britten inicial e o Walton final. Não sei se estou certo ao dizer que a “Sonata” de Walton é uma transcrição de um quarteto seu, mas me parece que sim. Tenho quase certeza. O Guildhall é um conjunto estupendo e convincente, com um maravilhoso som. A Sinfonia Simples, Op. 4, de Britten, é uma obra para orquestra ou quarteto de cordas. Foi escrita finalizada quando o compositor tinha 20 anos, em 1933, mas seus temas foram escritos entre 1923 e 1926, quando Britten era criança. Recebeu sua primeira apresentação em 1934 no Stuart Hall em Norwich, com Britten conduzindo uma orquestra amadora. A peça é dedicada a Audrey Alston, professora de viola de infância de Britten. Bem no início, parece um tango; o segundo movimento é um pizzicato lindo; o terceiro é sentimental, mas muito digno; e o que dizer do último movimento lá do Walton?

Britten / Tippett / Walton: Obras para Orquestra de Cordas (Guildhall / Salter)

Simple Symphony
Composed By – Britten
(15:56)
1 Boisterous Bourée 2:49
2 Playful Pizzicato 3:09
3 Sentimental Saraband 7:01
4 Frolicsome Finale 2:49

Little Music
Composed By – Tippett
(10:27)
5 Prelude 1:16
6 Fugue 3:35
7 Air 3:35
8 Finale 1:56

Variations On An Elizabethan Theme (Sellenger’s Round) (15:53)
9 Theme 1:17
10 Variation I
Composed By – Oldham*
0:52
11 Variation II
Composed By – Tippett*
5:09
12 Variation III
Composed By – Berkeley*
1:05
13 Variation IV
Composed By – Britten*
1:44
14 Variation V
Composed By – Searle*
2:37
15 Variation VI
Composed By – Walton*
3:00

Sonata For String Orchestra
Composed By – Walton
(26:30)
16 Allegro 7:57
17 Presto 4:23
18 Lento 9:38
19 Allegro Molto 4:21

Leader [Leader/Director] – Robert Salter
Performer – Guildhall String Ensemble

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Você ouve o CD e os ingleses parecem muito limpinhos. Só que eles comem isso aí no café da manhã.

PQP

.: interlúdio :. Chico Buarque – Ópera do Malandro (1979)

É hoje! 80 velinhas no bolo do Chico (nasc. 19/jun/1944)

Com uma carreira tão longa e diversificada – cantor, compositor, escritor – é claro que alguns de nossos leitores-ouvintes vão discordar, mas para mim o ponto mais alto de Chico Buarque foi quando, no fim da década de 1970, ele voltou ao teatro – após Morte e vida severina, Roda Viva, Gota d’água, Os Saltimbancos, Calabar.

Aqui ele reúne seus talentos já à época bem conhecidos de autor de sambas e de canções de amor, e sobretudo o seu grande assunto: olhar para a classe social que ele conhecia bem e de dentro, as elites brasileiras que se dizem muito cristãs mas adoram jogar pedra na Geni e em quem mais aparecer. Esse olhar cuidadoso voltado para aqueles que há tempos querem evitar ver pobre na praia (proposta legislativa dos nossos malandros federais de 2024) é uma das marcas do Chico, aparecendo no seu disco Caravanas (2017) e nos seus recentes romances Leite derramado (2009) e Essa gente (2019).

Estreada em 1978, a Ópera do Malandro supostamente se passa na década de 1940 em um Rio de Janeiro que ainda era capital da República – artifício para escapar da censura do regime dos generais – mas as situações retratadas são até hoje atuais, o que no fundo é uma péssima constatação. A ópera foi lançada em disco em 1979 e depois seria reencenada várias vezes com ligeiras modificações, uma canção a mais, outra a menos, por exemplo no filme de 1985. A montagem de 2003 na Praça Tiradentes (outro reduto imorrível da boemia carioca), lançada em CD pela Biscoito Fino (aqui nas plataformas de streaming), é igualmente excelente.

A “Ópera do Malandro” é baseada na “Ópera dos Mendigos” (1728), de John Gay, e na “Ópera dos Três Vinténs”, de Bertolt Brecht e Kurt Weil. O espetáculo estreou no Rio de Janeiro, em julho de 1978, e foi recriado em São Paulo, em outubro de 1979, sempre sob a direção de Luiz Antonio Martinez Correa. Este disco contém as canções de ambas as montagens.

Estamos no Rio de janeiro dos anos 1940. O comerciante Fernandes de Duran e sua mulher, Vitória Régia, exploram uma cadeia de bordéis na Lapa, empregando centenas de mulheres. O casal tem uma filha, Teresinha de Jesus, que é criada e envernizada com todos os requisitos para arranjar um casamento vantajoso.

O chefe de polícia controla a moral e os bons costumes da cidade e, por coincidência, aceita presentes e gratificações de Duran. E o contrabandista Max Overseas chefia uma quadrilha que age por aí, sem maiores embaraços, até que essas figuras se cruzam e a historinha dá no que dá.

Antes de abrir o pano, o produtor do espetáculo apresenta ao público o autor desta ópera, um malandro chamado João Alegre.
(Do encarte do álbum)

Chico Buarque: Ópera do Malandro
MPB4: O Malandro (adaptado de Die Moritat von Mackie Messer – B. Brecht, K. Weill)
Chico Buarque e A Cor do Som: Hino De Duran
Marlene: Viver de Amor
Chico Buarque e Marlene: Uma Canção Desnaturada
MPB4: Tango do Covil
Chico Buarque e Moreira Da Silva: Doze Anos
Chico Buarque e Alcione: O Casamento dos Pequenos Burgueses
Zizi Possi: Terezinha
Moreira Da Silva: Homenagem ao Malandro
Nara Leão: Folhetim
Frenéticas: Ai, se eles me pegam agora
Marieta Severo e Elba Ramalho: O Meu Amor
Turma do Funil: Se eu fosse o teu patrão
Chico Buarque: Geni e o Zepelim
Gal Costa e Francis Hime: Pedaço de mim
Cantores Líricos: Ópera
João Nogueira: O Malandro nº 2 (adaptado de Die Moritat von Mackie Messer – B. Brecht, K. Weill)

Produzido e dirigido por Sérgio de Carvalho
Arranjos e regência por Francis Hime

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P.S.: Devo admitir, contudo, que a gravação de uma das canções mais famosas desse ciclo, a “Homenagem ao Malandro”, não me parece tão boa nessa gravação aqui. É claro que Moreira da Silva tinha um longo currículo de malandragem, mas simplesmente não combinou tanto com a melodia e letra de Chico quanto a interpretação do autor, no LP de 1978, ou ainda esta aqui de um outro malandro de longa folha-corrida:

Pleyel

Franz Joseph Haydn (1732-1809): Sinfonias Londrinas Nº 95 e 97 (Szell)

Franz Joseph Haydn (1732-1809): Sinfonias Londrinas Nº 95 e 97 (Szell)

Mais duas maravilhosas sinfonias de Haydn, desta vez à cargo do grande George Szell à frente da Orquestra de Cleveland. Mais uma dupla incrível, que realizou gravações maravilhosas ainda nos anos 60.

Franz Joseph Haydn (1732-1809): Sinfonias Londrinas Nº 95 e 97 (Szell)

1 Symphonie in C Minor nº 95 – Allegro
2 Symphonie in C Minor nº 95 – Andante
7 Symphonie in C Minor nº 95 – Menueto
8 Symphonie in C Minor nº 95 – Finale- Vivace

9 Symphonie in C Major nº 97 – adagio – Vivace
10 Symphonie in C Major nº 97 – Adagio ma non troppo
11 Symphonie in C Major nº 97 – Menuetto – Allegretto
12 Symphonie in C Major nº 97 – Finale – Spirituoso

Cleveland Orchestra
George Szell – Conductor

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Szell apreciava a regência, mas preferiria ter sido guarda de trânsito

FDP

R. Strauss (1864-1949): Burleske / Beethoven (1770-1827): Sinfonia nº 7 (Gulda, Böhm)

R. Strauss (1864-1949): Burleske / Beethoven (1770-1827): Sinfonia nº 7 (Gulda, Böhm)

Meine Damen und Herren, apertem os cintos pois vamos fazer uma breve viagem no tempo. O destino: Salzburgo, Áustria, 25 de agosto de 1957. Um encontro de gigantes deu-se no palco do Altes Festspielhaus naquela noite, no 9º concerto sinfônico da programação do Festival de Salzburgo. À frente da Orquestra Filarmônica de Viena estava Karl Böhm, que regeu no festival por mais de quatro décadas, com recém-completados 61 anos. Ao piano, ainda sem os chapeuzinhos que virariam uma de suas marcas registradas, o compatriota vienense Friedrich Gulda. Era sua segunda aparição no festival, seis anos após o recital que catapultou seu nome para as estrelas, em 1951.

No programa, dois dos grandes amores de Böhm: Richard Strauss, seu grande amigo e de quem regeu a estreia de diversas obras, e Ludwig van Beethoven. Uma combinação muito interessante, com a Burleske para piano e orquestra e a eterna, mítica Sétima Sinfonia, Op. 92, do velho Ludovico. Foi um concerto que marcou época, em um ano profundamente simbólico para o panorama cultural austríaco: foi em 1957 que um certo Herbert von Karajan assumiu tanto a direção do Festival de Salzburgo como da Ópera Estatal de Viena, sucedendo o próprio Böhm, que deixara o posto no ano anterior. As gerações estavam mudando no coração musical da Europa.

Com a palavra, Harald Hermann, em sua crítica sobre o concerto no Neues Österreich:

“A Áustria possui um número grande de jovens pianistas altamente qualificados e reconhecidos internacionalmente, mas tem só um Friedrich Gulda. Estrelas deste brilho aparecem no céu noturno apenas uma vez a cada cinquenta anos ou algo assim. O tocar de Gulda combina um conhecimento de professor que conhece os segredos mais íntimos da técnica pianística com a força deslumbrante de sua personalidade artística, uma personalidade que tem a capacidade de julgar a quantidade apropriada de conteúdo emocional para cada mundo estilístico. Gulda não é um modernista, um artista determinado a ser “objetivo” a qualquer custo. Ele não insiste em princípios imutáveis. Naturalmente, ele ataca a Burleske de Strauss do único ângulo apropriado, que é o aspecto de romantismo tardio da obra, e ele interpreta o feliz segundo terma — o sincero encontro de amantes entre Crysothemis e Guntram no jardim de Brahms — com toda a exuberância de uma adolescência dotada de criatividade, uma exuberância que Strauss capturou em sua música de uma forma que foi tanto imediata quanto essencialmente pessoal.”

Gulda: “Que foi, nunca me viu sem chapéu?”

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Richard Strauss (1864-1959)
1. Burleske para piano e orquestra em ré menor

Ludwig van Beethoven (1770-1827)
Sinfonia nº 7 em lá maior, Op. 92
2. Poco Sostenuto – Vivace
3. Allegretto
4. Presto
5. Allegro con Brio

Friedrich Gulda, piano
Orquestra Filarmônica de Viena
Karl Böhn, regente

Gravado ao vivo no Altes Festpielhaus, durante o Festival de Salzburgo, em 25 de agosto de 1957.

O maestro em Salzburgo, 1963. Esse cara era Böhm demais!

Karlheinz

Dietrich Buxtehude (1637-1707): Obras para Órgão (Koopman)

Dietrich Buxtehude (1637-1707): Obras para Órgão (Koopman)

Se houve alguém “inventou” Bach, este foi Buxtehude. Leiam a seguir o texto que a Sociedade Bach do Brasil publicou nesta página. As intervenções entre parênteses são minhas.

Prolongando sua licença.

No outono de 1705 (papai tinha apenas 20 anos) Bach pediu uma licença para ausentar-se até Lübeck, lar do brilhante organista Dietrich Buxtehude. Tendo sido concedida uma licença de quatro semanas, Bach foi para Lübeck, percorrendo mais de 400 km em 10 dias. Quando chegou a hora de retornar a Arnstadt, Bach prolongou por mais três meses inteiros sua licença sem comunicar seus empregadores (ele era um grande criador de casos, mas deixem-no porque sabemos como valeu a pena). É possível que Bach haja partido de Arnstadt pensando em prolongar sua licença para que então pudesse assistir a apresentação de Buxtehude na Abendmusiken, um evento renomado no nordeste da Alemanha em comemoração ao Advento.

Uma oferta que ele poderia recusar.

O cargo do velho Buxtehude chamava a atenção de jovens músicos como Bach. Mas a prática era, que se após a morte de um Diretor Musical, este deixasse alguma filha não casada, o novo Diretor deveria tomá-la como esposa. Uma tradição que foi responsável pelo casamento de Buxtehude. Em 1703 Handel e Mattheson foram a Lübeck, oficialmente para assistir a Abendmusiken, e não oficialmente para verificar a filha solteira de 30 anos de Buxtehude (30 anos?, uma velha para a época! O fato é que ambos recusaram a moça).  Aparentemente Bach também não gostou do que viu, pois retornou a Arnstadt e logo depois se casou com a sua prima Maria Bárbara (sempre as primas…). Mesmo depois de dois anos passados da morte de Buxtehude sua infeliz filha permanecia solteira (coitada).

Ouçam como a música para órgão de Bach deve a tio Bux. Ouçam como a estética de papai é semelhante à do pai do canhão. Obviamente que Bach subiu a alturas que nenhum Bux sequer sonhou, mas foi nos ombros dele que papai ergueu-se para o primeiro salto.

Um grande CD!

Dietrich Buxtehude (1637-1707): Obras para Órgão (Koopman)

1 Präludium Und Ciacona C-dur Bux WV 137 / Prelude And Ciacona In C Major / Prélude Et Chaconne En Ut Majeur 4:47
2 Eine Feste Burg Ist Unser Gott. Bux WV 184 4:13
3 Passacaglia D-moll Bux WV 161 6:28
4 Nun Komm, Der Heiden Heiland. Bux WV 211 2:30
5 In Dulci Jubilo Bux WV 197 2:15
6 Fugue C-dur / Fuga In C Major / Fugue En Ut Majeur Bux WV 174 3:39
7 Puer Natus In Bethlehem. Bux WV 217 1:05
8 Präludium D-dur / Prelude In D Major / Prélude En Ré Majeur Bux WV 139 5:38
9 Nun Lob, Mein Seel, Den Herren. Bux WV 212 4:15
10 Präludium G-moll / Prelude G Minor / Prélude En Sol Mineur Bux WV 163 7:41
11 Wie Schön Leuchtet Der Morgenstern. Bux WV 223 7:19
12 Präludium G-moll / Prelude In G Minor / Prélude En Ré Mineur Bux WV 149 7:22

Ton Koopman, órgão

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Isso já é muita maldade.

PQP

BRUCKNER 200 ANOS! Anton Bruckner (1824-1896): Integral das Sinfonias – Sinfonia Nro. 00 “Study Symphony” (Tintner)

BRUCKNER 200 ANOS! Anton Bruckner (1824-1896): Integral das Sinfonias – Sinfonia Nro. 00 “Study Symphony” (Tintner)

Seu nome era Anton mas podia ser Vassili por seu caráter dubitativo (sim, Les Luthiers!). Tinha 39 anos e não sabia ainda se era um sinfonista de verdade ou um estudante. Então, escreveu esta sinfonia que posto hoje e que nunca foi executada durante sua vida. Ele tinha quase certeza que escrevera uma porcaria e, como o neurótico que era, manteve tal quase certeza na quarta, quinta, sétima, oitava e nona, verdadeiras obras-primas do ocaso do século XIX.

Suas onze sinfonias (há esta oo e depois de 0 a 9) têm versões e revisões que o entretiveram durante toda a vida. Esteve em dúvida até morrer e foi uma tortura para maestros e editores. Portanto, neste CD, após a Sinfonia de Estudos, está a segunda das três versões para o último movimento de sua extraordinária Sinfonia Nº4. É uma Volksfest da qual o compositor acabou desistindo, mas que, se tivesse vivido uns três dias, talvez acabasse por mandar um bilhete ao editor, pedindo para recolocar este finale e criando uma nova versão, quem sabe?

As versões que postarei são as que mais gosto. O caos imperará e aparecerão uns cinco regentes diferentes em minha “integral” altamente pessoal.

Anton Bruckner (1824-1896): Integral das Sinfonias – Sinfonia Nro. 00 “Study Symphony” (Tintner)

Symphony No. 00 in F minor, “Study Symphony”, WAB 99
1. I. Allegro molto vivace 11:27
2. II. Andante molto 12:35
3. III. Scherzo: Schnell 05:09
4. IV. Finale: Allegro 08:21
Performed by: Royal Scottish National Orchestra
Conducted by: Georg Tintner

Symphony No. 4 in E flat major, WAB 104, “Romantic” (Fragmento recusado):
5. V. Volkfest (1878 version) 19:03
Performed by: Royal Scottish National Orchestra
Conducted by: Georg Tintner

Total Playing Time: 55:35

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Tintner suplicando para os primeiro violinos

PQP

Schubert (1797 – 1828): Quinteto com Piano D. 677 (A Truta) – Trios de Cordas D. 581 & D. 471 – Paul Lewis (piano) – Leopold String Trio – Graham Mitchell (contrabaixo) ֎

Schubert (1797 – 1828): Quinteto com Piano D. 677 (A Truta) – Trios de Cordas D. 581 & D. 471 – Paul Lewis (piano) – Leopold String Trio – Graham Mitchell (contrabaixo) ֎

SCHUBERT

Quinteto “A Truta”

Trios de Cordas D. 581 & D. 471

Paul Lewis, piano

Leopold String Trio

Graham Mitchell, contrabaixo

Uma coisa pode-se dizer de Schubert: era um bom amigo! Cultivou amizades com poetas, pintores, músicos. As Schubertiades, reuniões onde música e poesia embalavam o alegre convívio desses amigos eram importantes momentos na vida do músico, onde apresentava suas mais novas obras.

von Schober

Nos fins de 1816 Schubert desistiu de se tornar professor como seu pai e foi morar em outra parte de Viena com seu amigo poeta Franz von Schober. Foi esse amigo que provocou o encontro do compositor com o barítono Johann Michael Vogl, em 1817. Schubert admirava o cantor desde 1813, mas sua notória timidez o impedira de uma aproximação. Schober pressentiu que o interesse do cantor, no fim de sua carreira, pelas lindas canções de Schubert seria de ótimo proveito para ambos. Além disso frutificou uma grande amizade, apesar da diferença de idade. Vogl era 30 anos mais velho do que Schubert e ainda assim viveu mais 12 anos após a morte do amigo. Vogl certamente contribuiu para uma maior divulgação das canções de Schubert e um ano antes de morrer fez uma última apresentação do grande ciclo de canções, o Winterreise.

Mas a história da principal peça deste disco começa com uma viagem de férias na qual Vogl foi passear em sua cidade natal, Steyr, onde morava um mecenas da música e ótimo violoncelista amador, Sylvester Paumgartner. Vogl levou Schubert com ele, garantido a melhor música que poderia ter…

Paumgartner adorava as canções de Schubert e gostava em particular da canção sobre a truta que acaba sendo fisgada. Daí para o pedido de uma peça de câmara com o tema da canção foi um pulo – que tal os instrumentos do quinteto do bom Hummel, que além do piano tinha violino, viola, violoncelo e contrabaixo? Schubert iniciou a composição do quinteto que terminou no outono, quando já estava de volta em Viena. O lindo quinteto foi despachado para Paumgartner assim que ficou pronto e revelou toda a alegria e contentamento dos dias passados em Steyr.

Trio Leopoldo

Há muitas gravações desse quinteto, peça que atrai tanto pianistas como grupos de câmara, quartetos de cordas, que precisam convidar um amigo contrabaixista, variando um pouquinho a formação. Algumas gravações notórias: Clifford Curzon e membros do Octeto de Viena, Emil Gilels, membros do Quarteto Amadeus, Rudolf Serkin e amigos, membros do Alban Berg Quartet, Elisabeth Leonskaja e Georg Hortnagel, membros do Hagen Quartet, András Schiff e Alois Posch. Eu gosto muito do disco com o Domus Quartet, gravado quando o grupo estava em seus primeiros anos, acompanhados por Chi-chi Nwanoku, com a produção impecável de Andrew Keener. Um dos pianistas expert em Schubert, Alfred Brendel, fez duas gravações para a Philips. A gravação que escolhi para a postagem também traz um pianista que tem feito maravilhosas gravações de música de Haydn, Mozart, Beethoven e Schubert e foi aluno de Brendel – Paul Lewis.

Aqui ele é acompanhado do Trio Leopold e de Graham Mitchel, numa ótima produção da Hyperion…

Following their splendid collaboration in the Mozart quartets… Paul Lewis and the Leopold Trio (with Graham Mitchell) are equally impressive in the Trout. High spirits and poetry are given equal attention… Each ‘Trout’ variation is strongly characterised – if the theme seems a little lethargic, the first three variations, each more animated than the last, put this into perspective.    – Gramophone – May 2006

Franz Schubert (1797 – 1828)

String Trio in B flat major, D471

  1. Trio

Piano Quintet in A major, D667 ‘The Trout’

  1. Allegro vivace
  2. Andante
  3. Scherzo: Presto
  4. Thema: Andantino – Variations 1-5 – Allegretto
  5. Finale: Allegro giusto

String Trio in B flat major, D581

  1. Allegro moderato
  2. Andante
  3. Minuetto: Allegretto
  4. Rondo: Allegretto

Paul Lewis, piano

Leopold String Trio

Graham Mitchell, contrabaixo

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FLAC | 249 MB

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MP3 | 320 KBPS | 184 MB

Paul Lewis

‘The Trout is played with sweetness and lyricism … the Leopold and friends allow very few clouds in this sunniest of pieces … it makes for thoroughly enjoyable listening’ (American Record Guide)

Aproveite!

René Denon

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Peças para Violino e Baixo Contínuo (Schmitt, Gervreau, Jansen)

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Peças para Violino e Baixo Contínuo (Schmitt, Gervreau, Jansen)

Este é aquele cantinho de Sonatas de Bach com alguns patinhos feios. Mas mesmo sendo patinhos feios, é Bach e Bach sempre vale a pena. Tanto que damos de cara com alguns movimentos de fazer cair os butiá do bolso de tão belos e bem escritos. As sonatas para violino e cravo de Johann Sebastian Bach são obras em forma de trio sonata, com as duas partes superiores no cravo e violino sobre uma linha de baixo fornecida pelo cravo e uma viola da gamba opcional. Ao contrário das sonatas barrocas para instrumento solo e contínuo, em que a realização do baixo figurado foi deixada ao critério do intérprete, a parte do teclado nas sonatas foi quase inteiramente especificada por Bach. Provavelmente, a maioria deles foi composta durante os últimos anos de Bach em Köthen entre 1720 e 1723, antes de ele se mudar para Leipzig.

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Peças para Violino e Baixo Contínuo (Schmitt, Gervreau, Jansen)

Sonate Pour Violon & Basse Continue En La Majeur, BWV Anhang II 153
Composed By – Johann Sebastian Bach
1 Andante 3:06
2 Allegro 2:00
3 Adagio 3:32
4 Allegro 2:09
5 Fuga 2:24

Sonate Pour Violon & Basse Continue En Mi Mineur, BWV 1023
Composed By – Johann Sebastian Bach
6 – 1:14
7 Adagio Ma Non Tanto 3:39
8 Allemanda 4:31
9 Gigue 2:56

Sonate Pour Violon & Basse Continue En Do Mineur, BWV 1024
Composed By – Johann Sebastian Bach
10 Adagio 2:40
11 Presto 3:45
12 Affetuoso 2:24
13 Vivace 4:14

14 Fugue Pour Violon & Basse Continue, BWV 1026
Composed By – Johann Sebastian Bach
4:35

Sonate Pour Violon & Clavecin Obligé En La Majeur, BWV 1025
Composed By – Johann Sebastian Bach, Sylvius Leopold Weiss
15 Fantasia 2:43
16 Courante 4:11
17 Entrée 3:45
18 Rondeau 4:02
19 Sarabande 3:59
20 Menuet 2:48
21 Allegro 4:00

Harpsichord – Jan Willem Jansen
Violin – Hélène Schmitt
Violoncello – Alain Gervreau

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WILLEM VAN HERP, CELEBRATING COMPANY IN INTERIOR, 1613/14-1677: Pole dancing no século XVII.

PQP

Jean Sibelius (1865-1957): Integral das Sinfonias (CD 4 de 5) (CBSO / Rattle)

Jean Sibelius (1865-1957): Integral das Sinfonias (CD 4 de 5) (CBSO / Rattle)

Depois do comentário escrito por um certo Adolf Hitler na postagem anterior de Sibelius, apresso-me a postar o quarto volume. (O comentário é lá de 2008 e essa figura asquerosa — se ainda não morreu — deve ter ficado muito feliz com os anos Bolsonaro, que, aliás, quando será preso?) Antes, li felicíssimo a repercussão da atuação de Rattle em Berlim. Ele prometeu que ia mudar o repertório da orquestra e o está fazendo. Nos 44 concertos deste ano (2008), há poucos Beethoven e Mozart, mas muitas obras modernas e músicas — antigas e novas — pouco ouvidas. Um show de equilíbrio. Ele retirou da Orquestra de Berlim a obrigação de palmilhar sempre a mesma via crucis de compositores. (Hoje, Rattle escolheu sair de Berlim. Saiu como um herói, seu último concerto foi apoteótico e ele sempre volta à orquestra como convidado.)

Bem, mas este é o melhor CD da coleção de Sibelius e um dos grandes discos que possuo. Sim, claro, a música ajuda. São as duas melhores sinfonias do muuuuito misterioso – como escreveu-me um amigo – Sibelius. Há algo na Sinfonia Nro. 5 que deixa meu duro coração sem lágrimas à flor da pele, quase se desmanchando de emoção. São três movimentos com temas bastante rarefeitos, mas belos, belos, belos e orquestrados estupendamente. A CBSO e Rattle não interpretam, mas parecem autenticamente criar a Sinfonia. O final da Quinta sempre me deixou obcecado e já sonhei várias vezes que – músico de uma orquestra qualquer – o errava lamentavelmente.

A execução da Sétima fica a alguns centímetros de Mravinski, que parece ter resolvido melhor o fato de ser uma música de cinco movimentos sem interrupções e, se Rattle ganha em colorido sonoro e no controle da orquestra, perde na qualidade do trombonista e nas passagens de um movimento a outro.

Um disco obrigatório, mesmo para quem não admira Sibelius.

Jean Sibelius (1865-1957): Integral das Sinfonias (CD 4 de 5) (CBSO / Rattle)

Disc: 4

Sinfonia Nro. 5, Op. 82
1. I. Tempo Molto Moderato – Allegro Moderato – Presto
2. II. Andante Mosso. Quasi Allegretto
3. III. Allegro Molto – Un Pochettino Largemente

4. Kualema – Scene With Cranes, Op. 44

Sinfonia Nro.7, Op. 105
5. I. Adagio –
6. II. Un Pochettino Meno Adagio – Vivacissimo – Adagio –
7. III. Allegro Molto Moderato –
8. IV. Vivace – Presto – Adagio

9. Night Ride and Sunrise, Op. 55

City of Birmingham Symphony Orchestra
Simon Rattle

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Sibelius tendo a cabeça de ovo duplicada

PQP

Glenn Gould (1932-1982): The Composer

Glenn Gould (1932-1982): The Composer

Gravado em 1990, esse álbum póstumo reúne seis composições de um artista que até hoje, passados mais de quarenta anos de sua morte, continua desafiando rótulos e classificações: o canadense Glenn Herbert Gould (1932-1982). Pianista, compositor, regente, escritor, documentarista e apresentador de rádio — fazia verdadeiros podcasts décadas antes de estes surgirem —, foi sobretudo ao piano que Gould inscreveu seu nome no mais sagrado panteão dos grandes artistas da história. Muitos amam e idolatram, há quem odeie, mas a verdade é que Gould era sempre, sempre, sempre, sempre interessante e desafiador. Foi alguém que viveu e pensou a música em cada poro de seu corpo, desvendando e imaginando mundos possíveis e impossíveis.

“Glenn Gould: The Composer” é um pequeno retrato da faceta compositora do artista. Reúne um madrigal para coro e piano, um quarteto de cordas, duas obras para piano (uma delas inacabada), uma sonata para fagote e piano e — a minha preferida dentre elas — uma divertidíssima fuga para oito instrumentistas, reunindo soprano, mezzo-soprano, tenor, baixo e um quarteto de cordas, chamado So You Want to Write a Fugue? É uma peça que considero irresistível, engenhosa e de fino humor.

Com a palavra, seu amigo e biógrafo, o violinista e cineasta Bruno Monsaingeon:

“(…) a gente só pode se maravilhar com a unidade conceitual e a coerência de seu trabalho como pianista, pensador, compositor e comunicador. Como os grandes artistas do Renascimento, Gould desenvolveu uma atividade multifacetada que se abre para uma produção original e fortemente pessoal, cujos ramos são interdependentes e não podem ser dissociados sem correr o risco de perder a própria essência de sua genialidade.

Glenn Gould optou muito cedo pela criação ao invés do entretenimento. Sua produção de discos após sua retirada dos palcos não foi construída a partir de objetivos de curto prazo e foi recebida por anos (a bem da verdade, não o é ainda?) com comentários sarcásticos ou chocados — não se pode fazer jogos comparativos mesquinhos com um músico tão original —, quando não solenemente ignorada. Depois de sua morte, muitos foram impactados pela avassaladora constatação de que ele foi de fato um criador e pensador importante; o próprio fato de que essa constatação ainda permanece amplamente contestada sugerem que a moda e um esnobismo passageiro nada têm a ver com isso. Mas, atenção: há muitos sinais que mostram que o que profetizamos está ocorrendo. A obra de Glenn Gould apenas começou a ser descoberta em sua profundidade e unidade. Sejamos pacientes: o tempo dele chegará.”

Será que chegou?

Gould dando um rolê em Manitoba, no norte do Canadá, em 1965

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Glenn Gould: The Composer

Lieberson Madrigal
1. I – Chorale
2. II – Recitative
3. III – Fuga
4. IV – Chorale

Clare McFaden, soprano
Marie-Thérèse Keller, mezzo-soprano
Jean-Paul Fouchécourt, tenor
Harry Van der Kamp, baixo
Emile Naoumoff, piano
Nicolas Rivenq, regente

5. String Quartet, Op. 1

Bruno Monsaingeon, violino
Gilles Apap, violino
Gérard Caussé, viola
Alain Meunier, violoncelo

Two Pieces for Piano
6. No. 1
7. No. 2

Emile Naoumoff, piano

Sonata for Bassoon and Piano
8. 1st Movement
9. 2nd Movement
10 3rd Movement

Catherine Marchese, fagote
Emile Naoumoff, piano

Piano Sonata (inacabada)
11. 1st Movement
12. 2nd Movement

Emile Naoumoff, piano

13. “So You Want to Write a Fugue?”, para quatro vozes e quarteto de cordas

Claron McFadden, soprano
Marie-Thérèse Keller, mezzo-soprano
Jean-Paul Fouchécourt, tenor
Harry Van der Kamp, baixo
Bruno Monsaingeon, violino
Gilles Apap, violino
Gérard Caussé, viola
Alain Meunier, violoncelo
Nicolas Rivenq, regente

Karlheinz

Max Bruch (1838-1920) / Felix Mendelssohn (1809-1847): Violin Concertos (Vengerov / Masur)

Max Bruch (1838-1920) / Felix Mendelssohn (1809-1847): Violin Concertos (Vengerov / Masur)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Os Concertos são magníficos, o violinista é fantástico, a orquestra idem. Importante notar que esta gravação é de 1993: Vengerov tinha 19 anos!

O Concerto para violino Nº 1 em sol menor de Max Bruch é um dos concertos para violino mais populares do repertório de violino solo e, junto com a Fantasia Escocesa , a obra mais famosa do compositor. O concerto foi concluído pela primeira vez em 1866 e a primeira apresentação foi realizada em 1866 por Otto von Königslow , com Bruch regendo. O concerto foi então consideravelmente revisado com a ajuda do célebre violinista Joseph Joachim e concluído em sua forma atual em 1867. A estreia do concerto revisado foi dada por Joachim em Bremen em 1868. 

Depois de assumir o cargo de principal diretor da orquestra do Gewandhaus de Leipzig em 1835, Mendelssohn nomeou seu amigo de infância, Ferdinand David, um ilustre violinista, como spalla da orquestra. O Concerto para violino, Op. 64, surgiu como uma colaboração entre ambos. Em carta de julho de 1838, Mendelssohn disse a David: “Eu gostaria de escrever um concerto para violino para você no próximo inverno. Já tenho uma ideia para um em mi menor, cuja abertura não deixa minha cabeça descansar”. Passaram-se seis anos para que a obra fosse completada. Foram aventadas várias hipóteses para justificar a demora: dúvidas do autor, a criação neste intervalo de uma sinfonia, e uma indesejada temporada em Berlim por ordem do rei Frederico Guilherme IV da Prússia. Neste período Mendelssohn e David mantiveram uma correspondência regular, mostrando o compositor a buscar aconselhamento técnico e estético, uma prática que depois se tornou habitual para outros compositores. Notem que esta gravação é com a mesma orquestra com que Mendelssohn estreou a obra. Os músicos já estavam com mais de 200 anos, mas muitos lembravam da estreia.

Ao final deste arquivo, veio uma obra a mais que creio ser a rápsódia Taras Bulba, de Leoš Janáček, mas só deus sabe se acertei.

Max Bruch (1838–1920) / Felix Mendelssohn (1809-1847): Violin Concertos (Vengerov / Masur)

MAX BRUCH

Violin Concerto No. 1 in G minor, Op. 26
I Vorspiel. Allegro moderato 08:10
II Adagio 08:11
III Finale. Allegro energico 07:40

FELIX MENDELSSOHN

Violin Concerto in E minor, Op. 64
I Allegro molto appassionato 12:57
II Andante 07:57
III Allegretto non troppo – Allegro molto vivace 06:34

Maxim Vengerov (violin)
Gewandhausorchester Leipzig
Kurt Masur (conductor)

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Vengerov advertindo o governador Leite sobre as alterações no Código Ambiental do RS e seus efeitos.

PQP

Alban Berg (1885-1935): Concerto para Violino “À Memória de um Anjo” / Suíte Lírica / Três Peças Orquestrais (Hirsch / Klas)

Alban Berg (1885-1935): Concerto para Violino “À Memória de um Anjo” / Suíte Lírica / Três Peças Orquestrais (Hirsch / Klas)

O belo Concerto para Violino de Alban Berg foi escrito em 1935, ano de sua morte. (Em 24 de dezembro daquele ano, ele foi provavelmente picado por um inseto peçonhento e morreu). Seu Concerto é a peça mais conhecida e executada de Berg. A obra foi encomendada por Louis Krasner e dedicada por Berg “à memória de um anjo”. Foi o último trabalho que ele concluiu. Krasner executou a parte solo na estreia no Palau de la Música Catalana, Barcelona, ​​em abril de 1936, quatro meses após a morte do compositor, tornando-se um réquiem não apenas para Manon Gropius, mas também para Berg. Por que o anjo? Ora, o acontecimento que o estimulou a escrever o concerto foi a morte por poliomielite de Manon Gropius, de 18 anos, filha de Walter Gropius e de sua amiga e patrocinadora Alma Mahler (viúva de Gustav Mahler). Alma sentiu-se abandonada pelos Berg em seu período de luto, e Berg estava ansioso para reparar o erro. Berg enviou a Alma parte da partitura em 1935. Era o aniversário de 56 anos da Alma. No Concerto temos uma demonstração de como Berg lidou com o atonalismo — com tanta habilidade que a herança clássica de suas composições não foi apagada, justificando assim o termo frequentemente aplicado a ele: o “classicista da música moderna”.

Alban Berg (1885-1935): Concerto para Violino “À Memória de um Anjo” / Suíte Lírica / Três Peças Orquestrais (Hirsch / Klas)

Violin Concerto
1 I. Andante – Scherzo 11:30
2 II. Allegro – Adagio 14:48

Pieces from the Lyric Suite (arr. for string orchestra)
3 I. Andante amoroso 07:04
4 II. Allegro misterioso 03:38
5 III. Adagio appassionato 07:26

3 Orchestral Pieces, Op. 6
6 No. 1. Praludium 05:12
7 No. 2. Reigen 05:36
8 No. 3. Marsch 09:22

Total Playing Time: 01:04:36

Conductor(s): Klas, Eri
Orchestra(s): Netherlands Radio Symphony Orchestra
Artist(s): Hirsch, Rebecca

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O dândi Alba Berg observando seus cães

PQP

Dietrich Buxtehude (1637-1707): Obras Completas para órgão (Walter Kraft, 6CD)

Dietrich Buxtehude (1637-1707): Obras Completas para órgão (Walter Kraft, 6CD)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Tio Bux nunca nos mandou um presente que fosse, acho até que tinha morrido quando nasci, mas papai falava muito dele. Contava as viagens que fizera a Lübeck a fim de aprender sobre o órgão. Para nós, crianças, tio Bux era um homem grande e poderoso, maior do que papai. Hoje sabemos que papai era maior, mas a admiração que ele tinha por Bux era algo notável. Papai contava que o tio quisera repassar-lhe a filha, mas que ela era um jaburu assustador. Naquela época, os empregos eram herdados e Bux tentara fazer de papai seu herdeiro no cargo de organista ao mesmo tempo que salvava a filha encalhada. Seria um bom acordo. Para o tio, talvez para a moça. Ainda bem que papai fugiu e ficou com a prima Maria Bárbara e depois com a Anna Magdalena, ambas bonitinhas, jovens e parideiras. Eu, como vocês sabem, nasci de uma escapadela, mas não escapei das narrativas sobre o imenso organista que tinha sido tio Bux.

E aqui vocês têm a obra completa para órgão de Buxtehude. Sem a filha.

Dietrich Buxtehude (1637-1707): Obras Completas para órgão (Walter Kraft, 6CD)

CD 1
01. Te Deum laudamus, BuxWV 218 – Praeludium 01:50
02. Te Deum laudamus, BuxWV 218 – Te Deum laudamus 03:00
03. Te Deum laudamus, BuxWV 218 – Te Martyratum candidatus 01:15
04. Te Deum laudamus, BuxWV 218 – Tu devicto mortis arcuelo 02:56
05. Te Deum laudamus, BuxWV 218 – Pleni sunt coeli et terra 05:28
06. Canzon in C major, BuxWV166 05:52
07. Canzonetta in C major, BuxWV167 01:19
08. Toccata in F major, BuxWV156 08:20
09. Ich ruf zu dir, Herr Jesu Christ, BuxWV196 03:08
10. Herr Jesu Christ, ich weiss gut wohl, BuxWV 193 03:55
11. Wir danken dir, Herr Jesu Christ, BuxWV 224 01:42
12. Toccata in F major, BuxWV 157 – Toccata 02:07
13. Toccata in F major, BuxWV 157 – Fugue 02:57
14. Prelude, Fugue and Ciacona in C major, BuxWV 137 – Prelude 01:42
15. Prelude, Fugue and Ciacona in C major, BuxWV 137 – Fugue 02:13
16. Prelude, Fugue and Ciacona in C major, BuxWV 137 – Ciacona 01:41
17. Ach, Herr, mein armen Sunder, BuxWV 178 03:19
18. Christ unser Herr zum Jordan kam, BuxWV 180 04:08
19. Prelude and Fugue in E minor, BuxWV 142 – Prelude 01:11
20. Prelude and Fugue in E minor, BuxWV 142 – Fugue 08:01

CD 2
01. Prelude in E minor, BuxWV 143 – Prelude 01:31
02. Prelude in E minor, BuxWV 143 – Fugue 02:59
03. Prelude in E minor, BuxWV 143 – Adagio 01:11
04. Prelude and Fugue in G minor, BuxWV 149 – Prelude 01:22
05. Prelude and Fugue in G minor, BuxWV 149 – Fugue 02:32
06. Prelude and Fugue in G minor, BuxWV 149 – Allegro 04:50
07. Prelude and Fugue in F major, BuxWV 145 – Prelude 01:55
08. Prelude and Fugue in F major, BuxWV 145 – Fugue 04:11
09. Fugue in B flat major, BuxWV 176 05:01
10. Prelude and Fugue in G minor, BuxWV 148 – Prelude 00:48
11. Prelude and Fugue in G minor, BuxWV 148 – Allegro 00:40
12. Prelude and Fugue in G minor, BuxWV 148 – Fugue 06:13
13. Prelude and Fugue in D major, BuxWV 139 – Prelude 01:09
14. Prelude and Fugue in D major, BuxWV 139 – Fugue 01:33
15. Prelude and Fugue in D major, BuxWV 139 – Adagio 03:05
16. Prelude and Fugue in G minor, BuxWV 150 – Prelude 01:00
17. Prelude and Fugue in G minor, BuxWV 150 – Fugue 07:11
18. Fugue in C major 03:49
19. Prelude and Fugue in A minor, BuxWV 153 – Prelude 01:24
20. Prelude and Fugue in A minor, BuxWV 153 – Fugue 05:27
21. Prelude and Fugue in C major, BuxWV 136 – Prelude 00:58
22. Prelude and Fugue in C major, BuxWV 136 – Fugue 03:04
23. Prelude and Fugue in C major, BuxWV 136 – Allegro 02:42
24. Prelude and Fugue in E major, BuxWV 141 – Prelude 00:52
25. Prelude and Fugue in E major, BuxWV 141 – Fugue 03:29
26. Prelude and Fugue in E major, BuxWV 141 – Presto 01:29
27. Prelude and Fugue in E major, BuxWV 141 – Adagio 01:42

CD 3
01. Prelude and Fugue in D minor, BuxWV 140 – Prelude 01:22
02. Prelude and Fugue in D minor, BuxWV 140 – Fugue 02:24
03. Prelude and Fugue in D minor, BuxWV 140 – Allegro 02:55
04. Der tag, der ist so freudenreich, BuxWV 182 04:29
05. Toccata in G major, BuxWV 164 03:23
06. Durch Adams Fall ist ganz verderbt, BuxWV 183 03:49
07. Prelude and Fugue in F sharp minor, BuxWV 146 01:41
08. Prelude and Fugue in F sharp minor, BuxWV 146 01:30
09. Prelude and Fugue in F sharp minor, BuxWV 146 01:28
10. Prelude and Fugue in F sharp minor, BuxWV 146 – Con discretione 03:24
11. Prelude and Fugue in the Phrygian Mode [a], BuxWV 152 – Prelude 01:16
12. Prelude and Fugue in the Phrygian Mode [a], BuxWV 152 – Fugue 03:56
13. Erhalt uns Herr bei deinem Wort 03:06
14. Es ist das Heil uns kommen her, BuxWV 186 02:46
15. Ein feste Burg ist unser Gott, BuxWV 184 03:51
16. Erhalt uns Herr bei deinem Wort, BuxWV 185 02:03
17. Praeambulum [Prelude and Fugue] in A minor, BuxWV 158 – Praeambulum 01:07
18. Praeambulum [Prelude and Fugue] in A minor, BuxWV 158 – Fugue 04:46
19. Prelude and Fugue in F major, BuxWV 144 – Prelude 01:09
20. Prelude and Fugue in F major, BuxWV 144 – Fugue 02:38
21. Nun komm, der Heiden Heiland, BuxWV 211 01:39
22. Prelude [Prelude and Fugue] in G minor, BuxWV 163 00:39
23. Praeambulum [Prelude and Fugue] in A minor, BuxWV 158 – Fughetta 01:54
24. Prelude [Prelude and Fugue] in G minor, BuxWV 163 – Fugue 1 04:00
25. Prelude [Prelude and Fugue] in G minor, BuxWV 163 – Fugue 2 01:52
26. In dulci jubilo 02:03
27. Prelude and Fugue in A major – Prelude 02:51
28. Prelude and Fugue in A major – Fugue 02:20
29. Prelude and Fugue in A major – Adagio 02:00

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CD 4
01. Ciacona in C minor, BuxWV 159 07:35
02. Lobt Gott, ihr Christen, allzugleich, BuxWV 202 01:25
03. Canzonetta [Canzona] in G major, BuxWV 171 03:00
04. Canzonetta in G minor, BuxWV 173 01:50
05. Gelobet seist du, Jesu Christ, BuxWV 189 02:15
06. Ciacona in E minor, BuxWV 160 06:01
07. Ich dank dir, lieber Herre, BuxWV 194 04:47
08. Canzonetta in D minor, BuxWV 168 05:00
09. Nun freut euch lieben Christen g’mein, BuxWV 210 14:29
10. Canzona in G major, BuxWV 170 04:33
11. Danket dem Herrn, BuxWV 181 03:28
12. Ich dank dir schondurch deinen Sohn, BuxWV 195 05:53
13. Kommt her zu mir, spricht Gottes Sohn, BuxWV 201 03:04
14. Magnificat prmi toni, BuxWV 203 08:08

CD 5
01. Gelobet seist du, Jesu Christ, BuxWV 188 10:04
02. Prelude and Fugue in G major, BuxWV162 06:13
03. Wie schon leuchtet der Morgenstern, BuxWV 223 08:52
04. Nun lob mein Seel den Herren, BuxWV 214/215 – I. 03:33
05. Nun lob mein Seel den Herren, BuxWV 214/215 – II. 02:24
06. Nun lob mein Seel den Herren, BuxWV 214/215 – III. 02:22
07. Nun lob mein Seel den Herren, BuxWV 214/215 – IV. 02:38
08. Vater unser im Himmelreich – I. 02:17
09. Vater unser im Himmelreich – II. 04:32
10. Vater unser im Himmelreich – III. 01:53
11. Nun lob mein Seel den Herren, BuxWV 213 – I. 02:27
12. Nun lob mein Seel den Herren, BuxWV 213 – II. 02:24
13. Nun lob mein Seel den Herren, BuxWV 213 – III. 02:36
14. Prelude (fragment) in B flat major, BuxWV 154 01:12
15. Von Gott will ich nicht lassen, BuxWV 220 02:16
16. Von Gott will ich nicht lassen, BuxWV 221 02:31
17. Jesus Christus, unser Heiland, BuxWV 198 01:53
18. Nun lob mein Seel den Herren, BuxWV 212 04:20
19. Nun bitten wir der heil’gen Geist, BuxWV 209 02:55
20. Gott der Vater wohn bei uns, BuxWV 190 03:57
21. Fugue in G major, BuxWV 175 04:09

CD 6
01. Canzonetta in E minor, BuxWV 169 03:30
02. Magnificat primi toni, BuxWV 204 02:38
03. Vater unser in Himmelreich, BuxWV 219 02:55
04. Nun bitten wir den heilgen Geist, BuxWV 208 02:41
05. Magnificat noni toni, BuxWV 204 – Magnificat 01:58
06. Magnificat noni toni, BuxWV 204 – Versus 01:03
07. Magnificat noni toni, BuxWV 204 – Versus 5 alla duodecima 01:53
08. Auf meinen lieben Gott – Praeludium 00:57
09. Auf meinen lieben Gott – Double 01:02
10. Auf meinen lieben Gott – Sarabande 00:53
11. Auf meinen lieben Gott – Courante 00:54
12. Auf meinen lieben Gott – Gigue 00:49
13. Komm, heiliger Geist, Herre Gott, BuxWV 199 04:01
14. Herr Christ, der einig Gottes Sohn, BuxWV 192 03:00
15. Mensch, willst du leben seliglich, BuxWV 206 02:35
16. Puer natus in Bethlehem, BuxWV 217 01:18
17. War Gott nicht mit uns diese Zeit, BuxWV 222 02:44
18. Es spricht der Unweisen Mund wohl, BuxWV 187 02:53
19. Herr Christ, der einig Gottes Sohn, BuxWV 191 03:41
20. Komm, heiliger Geist, Herre Gott, BuxWV 200 03:50
21. Passacaglia in D minor, BuxWV 161 06:12
22. Toccata in G major, BuxWV 165 06:03
23. Ach Gott und Herr, BuxWV 177 02:19
24. Toccata in D minor, BuxWV 155 07:16

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Walter Kraft, órgão

Tio Bux
Tio Bux

PQP