The Island Of St. Hylarion – Music of Cyprus (1413-1422) (Ensemble Project Ars Nova — PAN)

The Island Of St. Hylarion – Music of Cyprus (1413-1422) (Ensemble Project Ars Nova — PAN)

Belíssimo e delicado disco da música antiga da ilha de Chipre. As sonoridades do Chipre dos inícios do século XV, recuperadas a partir de um manuscrito anônimo encontrado em uma biblioteca de Turim são absolutamente incríveis. A ilha foi invadida por Ricardo Coração de Leão em 1198 e, então, houve também a introdução da música polifônica na ilha. São impressionantes a pureza dos sons das vielas de roda, dos alaúdes, dos trompetes e dos três gêneros de vozes do CD – contratenor, tenor e mezzo-soprano. A variedade e qualidade da música cipriota – sob seus invasores ocidentais… – é surpreendente. Obrigatório para quem gosta de música antiga.

The Island Of St. Hylarion – Music of Cyprus (1413-1422)

1. Rondeau: Contre dolour (voice, harp)
2. Canonic rondeau: Tousjours (lute, harp, 2 vielles, corno muto)
3. Ballade: Aspre fortune (2 voices, vielle)
4. Ballade: Qui de fortune (2 vielles, lute)
5. Virelai: Je prens d’amour (voice, 2 vielles)
6. Bonne e belle (lute)
7. Rondeau: Qui n’a le cuer (2 voices)
8. Ballade: J’ai mon cuer (2 vielles)
9. Ballade: J’ai maintes fois (lute, harp)
10. Ballade: Moult fort me plaist (voice, 2 vielles, lute)
11. Danse d’Abroz (vielle, lute)
12. Ballade: Pymalion qui moult subtilz estoit (voice, lute, harp)
13. Motet: De magne Pater
Ballade: Si doucement (lute, harp, 2 vielles)
14. Antiphon: Anna parens matris (voices)
Motet: Alma parens natal / O Maria stella maris (3 voices, slide trumpet)
15. Antiphon: O Virgo virginum
Motet: O sacra virgo virginum / Tu nati nata suscipe (voices)
16. Antiphon: Hodie Christus natus est
Motet: Hodi peur nascitur / Homo mortalis firmiter (voices)

(1-13 Anonymous, from a Cyprus Manuscript
14-16 from the famous cycle of Cypriot “O” antiphons. )

Performers:
Michael Collver (countertenor, corno muto)
John Fleagle (tenor, harp)
Shira Kammen (vielle)
Laurie Monahan (mezzosoprano)
Crawford Young (lute)
Peter Becker (tenor)
Karen Clark-Young (mezzosoprano)
Randall Cook (vielle)
Steven Lundahl (slide trumpet)
Margaret Raines (mezzosoprano)

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La Serenissima no Chipre: ops! (1474/89)

PQP

.: interlúdio :. Pat Metheny Group: Offramp (1981)

.: interlúdio :. Pat Metheny Group: Offramp (1981)

IM-PER-DÍ-VEL !!!!

Por incrível que pareça, nunca tínhamos postado este álbum antes. É um dos discos de jazz de que mais gosto. Na verdade, gosto dele desde a capa com um sugestivo, imenso e nada casual Turn Left. Se seus pontos altos são Au Lait e James, não podemos esquecer a merecida popularidade da sensacional bossanovista Are you Going with Me?, um dos poucos casos modernos onde a qualidade acompanhou as grandes vendas.

A guitarra sintetizada, marca registrada do Metheny dos primeiros anos está em todo o disco desde Barcarola e é decisiva em Are you Going with Me?. O pianista Lyle Mays dá tons aveludados a Au Lait, que traz Nana Vasconcelos percutindo, apitando e falando “Você é linda” e “Eu te amo tanto, tanto, tanto”, além de outras coisas. Poucos sabem que James é uma homenagem ao cantor e compositor James Taylor. Tema lindo, perfeito, relaxante, com novo show de Mays. Offramp é altamente melódico, mas, mesmo assim, nota-se aqui e ali a presença de um guitarrista que tem como mestres Ornette Coleman e o free jazz.

CD da ECM. Eu me entrego: Manfred Eicher, ich liebe dich.

Pat Metheny Group – Offramp

1. Barcarole [3:15]
(Metheny/Mays/Vasconcelos)
2. Are You Going With Me? [8:47]
(Metheny/Mays)
3. Au Lait [8:28]
(Metheny/Mays)
4. Eighteen [5:05]
(Metheny/Mays/Vasconcelos)
5. Offramp* [5:55]
(Metheny/Mays)
6. James [6:41]
(Metheny/Mays)
7. The Bat Part 2 [3:50]
(Metheny/Mays)

Pat Metheny – guitar synthesizer, guitar, synclavier guitar
Lyle Mays – piano, synthesizer, autoharp, organ, synclavier
Steve Rodby – acoustic & electric bass
Dan Gottlieb – drums
Nana Vansconcelos – percussion, voice, berimbau

Recorded October 1981 at Power Station, New York
Engineers: Jan Erik Kongshaug, *Gragg Lunsford
Assistant Engineer: Barry Bongiovi
Mixed at Talent Studio, Oslo
Mixing Engineer: Jan Erik Kongshaug
Produced by Manfred Eicher

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A turma de Offramp

PQP

Dmitri Shostakovich (1906–1975): Sinfonias 2, 3, 12 & 13 “Babi Yar” (Andris Nelsons & Boston Symphony Orchestra)

Dmitri Shostakovich (1906–1975): Sinfonias 2, 3, 12 & 13 “Babi Yar” (Andris Nelsons & Boston Symphony Orchestra)

Estava escrito que o último álbum da integral de Nelsons e da Boston seria “estranho”, pois juntaria as três piores sinfonias de Shosta com uma indiscutível obra-prima.  Pois a Nº 2 e a 3 são irrevelantes, a 12 é um escorregão — nada contra um compositor escrever uma Sinfonia chamada O Ano de 1917 e dedicá-la À Memória de Lênin, até pelo contrário, o problema é que a música é ruim mesmo! — e então sim, chega a sob todos os aspectos notável Sinfonia Nº 13, Babi Yar. A gravação de Nelsons para a 13ª trai um enorme trabalho. Ele se esmerou mesmo! É difícil bater esta versão.

A Sinfonia Nº 13, Op. 113, para baixo solista, coro de baixos e grande orquestra foi composto por Dmitri Shostakovich em 1962. Consiste em cinco movimentos, cada um deles um cenário de um poema de Yevgeny Yevtushenko que descreve aspectos da história e da vida soviética. Embora a sinfonia seja comumente referida pelo apelido de Babi Yar, tal subtítulo não é utilizado na partitura manuscrita de Shostakovich. A Sinfonia foi concluída em 20 de julho de 1962 e apresentada pela primeira vez em Moscou em 18 de dezembro daquele ano. Kirill Kondrashin conduziu a estreia depois que Yevgeny Mravinsky amarelou.

A sinfonia consiste em cinco movimentos e é uma das mais perturbadoras, profundas e originais das muitas obras para orquestra de Dmitri Shostakovich. Ela lembra e lamenta um ato hediondo de assassinato em massa. Entre 1941 e 1943, durante a ocupação nazi da Ucrânia soviética, estima-se que mais de 100 mil pessoas, a maioria delas judeus, foram mortas por soldados nazistas, com a ajuda de membros da população local, numa ravina nos arredores de a capital ucraniana de Kiev, conhecida como “Babi yar” em russo e “Babyn yar” em ucraniano. Nos dois dias de 29 e 30 de setembro de 1941, cerca de 34 mil judeus foram massacrados. Desde que os fatos horríveis do massacre se tornaram conhecidos, o nome da ravina tornou-se sinónimo de anti-semitismo e racismo de todos os tipos.

Em “Babi Yar”, um poema de apenas noventa e dois versos, Yevtushenko transforma uma visita que fez ao local – que na altura não tinha sequer um monumento – numa denúncia eloquente e emocional do anti-semitismo na Rússia e noutros lugares. Adotando seu ponto de vista preferido na primeira pessoa, o poeta compara-se às vítimas de Babi Yar e a outros mártires judeus, incluindo Alfred Dreyfus e Anne Frank. “Estou tão velho hoje / Como todo o povo judeu. Agora pareço ser judeu.” Mas o que mais surpreendeu os leitores de Yevtushenko foi a acusação do poema de que os russos, e mesmo os cidadãos da URSS teoricamente socialista, anti-racista e igualitária, eram eles próprios culpados, até certo ponto, do virulento anti-semitismo praticado pelos nazis.

Oh você, meu querido povo russo!
Você é um povo internacional que conheço profundamente.
Mas muitas vezes aqueles com mãos sujas
mancharam ruidosamente o seu nome virtuoso.

Embora a maioria dos intelectuais russos conhecesse demasiado bem a longa e feia história do anti-semitismo nos impérios russo e soviético, poucos se atreveram a abordar este tema explosivo por escrito. Assim que leu o poema de Yevtushenko, Shostakovich decidiu musicá-lo. Embora o compositor, tal como o poeta, não fosse judeu, há muito que simpatizava com a difícil situação dos judeus na Rússia. Ele tinha experimentado em primeira mão o intenso anti-semitismo do regime soviético, especialmente durante os anos de Stalin, quando alguns dos seus amigos mais próximos foram vítimas de violenta perseguição e prisão devido à sua identidade judaica. No início de 1948, Solomon Mikhoels, renomada estrela do teatro iídiche soviético, principal figura cultural judaica do país e sogro do amigo íntimo de Shostakovich, o compositor Mieczyslaw Weinberg, foi assassinado por ordem de Stalin, o que foi feito de forma a parecer como um acidente de trânsito.

Naquele mesmo ano, Shostakovich musicou vários poemas folclóricos judaicos no comovente ciclo Da Poesia Folclórica Judaica , mas julgou o material tão politicamente sensível que a estreia foi feita apenas em 1955, após a morte de Stalin. Outras composições que incorporam referências à música e temas judaicos são o Concerto para violino nº 1 e o Quarteto de cordas nº 4, ambos compostos no final da década de 1940 e também impedidos de serem executados até depois da morte de Stalin. Para Shostakovich, os judeus tornaram-se um símbolo poderoso do seu próprio estatuto como artista/outsider tentando permanecer fiel a si mesmo enquanto vivia numa sociedade intolerante e repressiva.

No início, Shostakovich pretendia musicar apenas Babi Yar”. No final de abril de 1962, ele completou um “poema sinfônico” para baixo solo, baixo coro e orquestra baseado no poema. Mas Shostakovich ficou tão satisfeito com o resultado, e tão apaixonado pelo projeto, que acabou decidindo expandir a obra para uma sinfonia de cinco movimentos, cada movimento baseado em um poema de Yevtushenko. Numa carta ao seu amigo íntimo Isaak Glikman, professor do Conservatório de Leningrado, Shostakovich escreveu: “O que me atrai na poesia [de Yevtushenko] é a sua humanidade inegável. Toda a conversa sobre como ele é “descolado”, “um poeta boudoir”, é causada principalmente pela inveja. Ele é consideravelmente mais talentoso do que muitos de seus colegas que ocupam posições respeitáveis.”

Quatro dos poemas de Yevtushenko (“Babi Yar”, “Humor”, “Na Loja” e “Uma Carreira”) já haviam sido publicados. Para o quarto movimento, Yevtushenko concordou com o pedido de Shostakovich para um novo poema e produziu “Medos”. Embora “Babi Yar” seja o único dos poemas que aborda o anti-semitismo, os outros tratam claramente de outros problemas da URSS: a sua incapacidade de tolerar críticas (“Humor”), os fardos suportados por mulheres numa economia de escassez (“Na Loja”), o legado do terror stalinista (“Medos”) e a hipocrisia dos burocratas (“Uma Carreira”).

Como recordou numa entrevista de 1992, Yevtushenko ficou lisonjeado e surpreendido com a atenção do mais famoso compositor soviético, então no auge da sua fama e influência. “Não nos conhecíamos naquela época. Ele me telefonou e pediu, como ele disse, minha ‘gentil permissão’ para escrever música para ‘Babi Yar’. Fiquei surpreso com sua ligação e respondi: ‘Mas é claro, por favor.’ Ele respondeu alegremente: ‘Maravilhoso. A música já está escrita. Venha e ouça.’”

A Décima Terceira Sinfonia de Shostakovich não emprega a forma sinfônica convencional. Na verdade, se a obra pode realmente ser chamada de sinfonia é uma questão que críticos e musicólogos têm debatido há muito tempo, especialmente porque não faz uso da forma sonata em nenhum dos seus cinco movimentos. Como a musicóloga russa Marina Sabinina mostrou em seu excelente livro sobre as sinfonias de Shostakovich, a forma rondó domina a maior parte da estrutura musical. Esta peça altamente dramática – e até cinematográfica – aproxima-se, na sua forma, de um oratório ou cantata e demonstra a longa experiência do compositor na escrita para vozes, para palco e cinema. Talvez surpreendentemente, Shostakovich não faz uso de um motivo melódico unificador ligando as seções. O uso de vozes exclusivamente masculinas (solo e coral) em um estilo principalmente declamatório-recitativo liga a Décima Terceira Sinfonia às tradições da música folclórica, litúrgica e operística russa, e especialmente ao exemplo do herói pessoal de Shostakovich, Modest Mussorgsky, em tais obras como Canções e Danças da Morte e Boris Godunov. O resultado é uma textura musical e emocional de escuridão, profundidade, realismo e intensidade aterrorizantes.

Enormes e imponentes, carregados de pressentimentos e tristezas, os compassos de abertura soam como um vento frio soprando em um cemitério, mergulhando-nos imediatamente em um mundo de terrível sofrimento e injustiça. O uso frequente de sinos (ouvidos no primeiro e no último compassos) cria uma atmosfera quase religiosa, de réquiem. E, no entanto, há numerosos momentos alegres e sarcásticos, especialmente em “Humor” e “A Career”, que lembram o estilo fortemente irônico de “riso através das lágrimas” da ópera Lady Macbeth do distrito de Mtsensk . Como também é o caso de muitos dos quartetos de cordas posteriores de Shostakovich, a Sinfonia termina suave e liricamente, num espírito etéreo de arrependimento e perdão.

A estreia amplamente divulgada da Décima Terceira Sinfonia em Moscou, em 18 de dezembro de 1962, foi um evento seminal na história da cultura soviética. Durante os meses anteriores à estreia, Yevtushenko foi sujeito a duras críticas oficiais; até o líder soviético Nikita Khrushchev denunciou “Babi Yar” pelos seus sentimentos anti-soviéticos. Shostakovich foi convocado para uma reunião por funcionários do Partido descontentes com o tom perigosamente crítico dos textos e instados a cancelar a próxima apresentação. Mas desta vez, o compositor, por vezes maleável, recusou-se a ceder e Khrushchev permitiu que a estreia prosseguisse, em grande parte porque temia críticas vindas do estrangeiro, uma vez que muitos correspondentes e diplomatas estrangeiros estariam presentes. “Se depois da apresentação da Sinfonia o público vaiar e cuspir em mim, não tente me defender. Vou suportar tudo”, disse Shostakovich a Isaak Glikman de antemão.

Kirill Kondrashin, que dirigiu, mais tarde chamou a estreia de “um triunfo que quase causou uma manifestação política. No final do primeiro movimento o público começou a aplaudir e gritar histericamente. A atmosfera já estava tensa o suficiente e eu acenei para eles se acalmarem. Começamos a tocar o segundo movimento imediatamente, para não colocar Shostakovich em uma posição incômoda.” Embora tenha havido uma longa e estrondosa ovação de pé no salão no final da apresentação, a imprensa moscovita não publicou uma única palavra sobre a estreia, tendo sido ordenada pelo regime a permanecer em silêncio.

A polêmica também não terminou aí. Várias semanas após a estreia, Yevtushenko finalmente cedeu à intensa pressão oficial ao publicar uma versão alterada do texto de “Babi Yar” – aparentemente sem consultar primeiro Shostakovich. A nova versão suavizou o foco original mais acentuado nas vítimas do anti-semitismo, adicionando 40 novas linhas. A versão revisada substitui a identificação do poeta com velhos e crianças assassinados pelo patriotismo soviético convencional e pelo orgulho pela vitória sobre o fascismo. Como parecia certo que futuras apresentações e publicação da Sinfonia Nº 13 seriam proibidas, a menos que fossem feitas alterações correspondentes no texto das partes vocais, na partitura Shostakovich substituiu relutantemente oito versos da versão original de “Babi Yar” por oito do revisado. A mudança mais significativa ocorreu no início do texto. Os versos originais, cantados pelo solista do baixo (“Aqui pereço crucificado, na cruz, / e até hoje carrego as cicatrizes dos pregos”) foram substituídos por “Aqui jazem russos e ucranianos / Juntos na mesma terra”.

Esta versão foi apresentada em 10 e 11 de fevereiro de 1963 e publicada pela Muzyka State Publishers em 1984 no volume nove das Obras Coletadas Soviéticas oficiais de Shostakovich, embora a prática atual de publicação, gravação e performance restaure as linhas originais.

Dmitri Shostakovich (1906–1975): Sinfonias 2, 3, 12 & 13 (Andris Nelsons & Boston Symphony Orchestra)

CD1
Symphony No. 2 in B major op. 14 “To October”
Largo – Allegro molto – [12:07]
Chorus: My shli, my prosily raboty i khlyeba [07:18]
Tanglewood Festival Chorus
Chorus Master: James Burton

Symphony No. 3 in E flat major op. 20 “1st of May”
Allegretto – Più mosso – Allegro [10:49]
Andante [06:07] IG 1
Allegro – Andante – Largo – [12:24]
Moderato: V pervoye Pervoye maya [05:43]
Tanglewood Festival Chorus
Chorus Master: James Burton

CD2
Symphony No. 12 in D minor op. 112 “The Year 1917”
1. Revolutionary Petrograd: Moderato – Allegro – [15:08]
2. Razliv: Allegro – L’istesso tempo – Adagio – [14:03]
3. Aurora: L’istesso tempo – Allegro – [04:44]
4. The Dawn of Humanity: L’istesso tempo – Allegretto – Moderato [11:09]

CD3
Symphony No. 13 in B flat minor op. 113 “Babi Yar”
1. Babiy Yar (Babi Yar): Adagio [16:28]
2. Yumor (Humour): Allegretto [08:48] IG 2
3. V magazine (In the Store): Adagio – [14:02]
4. Strakhi (Fears): Largo [14:21]
5. Kar’year (Career): Allegretto [14:09]

Matthias Goerne, bass-baritone
Tenors and Basses of the
Tanglewood Festival Chorus
Chorus Master: James Burton
New England Conservatory Symphonic Choir
Chorus Master: Erica J. Washburn

Boston Symphony Orchestra
Andris Nelsons

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Foto do massacre de Babi Yar

PQP

Schubert (1797 – 1828): Lieder – Uma Antologia – Dietrich Fischer-Dieskau & Gerald Moore ֎

Schubert (1797 – 1828): Lieder – Uma Antologia – Dietrich Fischer-Dieskau & Gerald Moore ֎

Franz Schubert

Coleção de Canções

Dietrich Fischer-Dieskau, barítono

Gerald Moore, piano

 

No dia 12 de maio de 1955 três pessoas se reuniram no Sala 3 da Abbey Road Studios (naqueles dias era EMI Studio 3), o menor dos espaços do famosíssimo estúdio de gravações londrino, ideal para música de câmera e recitais. Eles gravaram sete canções (Lieder) naquele dia, algumas delas estão na antologia dessa postagem. O cantor Dietrich Fischer-Dieskau estava no seu primor, aos 30 anos; o pianista Gerald Moore já era referência na arte de acompanhamento (sua autobiografia intitula-se ‘Am I too loud?’); o terceiro personagem era o produtor musical Walter Legge, que amava música e especialmente Lieder. Essa dedicação a este gênero musical me encanta e espero que chegue também a tocar você.

DFD e Gerald Moore formam uma dupla espetacular quando o repertório é Lieder e eles gravaram uma imensidade, algumas coisas mais do que uma vez. Em 1955 gravaram canções e o ciclo Winterreise, de Schubert, para a EMI, que depois gravariam novamente para a Deutsche Grammophon.

Esta antologia reúne 30 canções que estão espalhadas em três LPs de quatro gravados para a EMI entre 1955 e 1959. Selecionei essas canções dos LPs nos quais DFD é acompanhado por Gerald Moore. No disco de número três o acompanhante é o menos conhecido, mas muito competente Karl Engel e o repertório formado de algumas canções mais longas.

As canções que escolhi são exemplares da arte de Schubert, muito representativas. O som não é espetacular, mas a beleza da voz e o entrosamento do cantor e seu acompanhante de longe compensam qualquer restrição que você possa fazer.

Se você tem alguma familiaridade com esse repertório, reconhecerá cada uma das canções. Caso contrário você terá um porto seguro para iniciar suas futuras navegações. Espero que a postagem motive maiores explorações nesse repertório e você verá que essas figurinhas carimbadas reaparecerão muitas vezes nos discos e nos programas dos artistas desse gênero.

Quanto a música, deixe-me dizer que não falo alemão, mas isso nunca foi um impedimento para apreciar os Lieder e como ouço essas canções há bastante tempo, mesmo eu acabei aprendendo algumas coisas. Ou seja, aprecio a musicalidade que elas exalam, a maneira como a voz expressa os sentimentos e como se combina com o som do piano, criando um argumento musical, um universo sonoro que narra as histórias, mesmo que você não as perceba literalmente. De qualquer forma, aqui vão algumas dicas…

Heimkehr vom Feld im Abendrot, Ignaz Raffalt

Alguns temas são recorrentes, como vaguear (Wanderer), água (Wasser, Meer), noite (Nacht), primavera (Frühling). Há um bocado de sofrência (dois ciclos são impregnados disso) e algumas imagens perpassam muitas canções. A noite é sempre profunda (tiefer Nacht), o protagonista está sempre em busca de paz (ruh) ou felicidade (Glück). O céu tem a Lua (Mond) e estrelas (Sterne).

Há canções onde a letra é formada por estrofes e a música vai se repetindo de novo e de novo e formam uma boa parte delas. Veja alguns nomes: Der Wanderer na den Mond, Der Wanderer, Der Einsame (O Solitário), Fruhlingssehnsucht, Fruhlingsglaube, Im Frühling, Im Abendrot, Die Sterne.

Wanderer do David

Há na coleção duas canções com nomes de mulheres: An Sylvia e Alinde. ‘Para Silvia’ tem por letra uma tradução para o alemão de um texto de Shakespeare, Who is Sylvia, da peça Dois Cavalheiros de Verona.

Muitas canções da antologia foram compostas no fim da (curta) vida de Schubert, como indicam os altos números do catálogo D (Deutsch), mas ele era um mestre completo na arte da canção mesmo quando muito novo, como nos atestam o inquieto Rastlose Liebe D. 138 e Nahe des Geliebten D. 162, ambos com poesia de Goethe.

Temos também oito canções do Schwanengesang, um conjunto de canções que foi publicado como um ciclo logo após a morte de Schubert, com canções sobre letras de diferentes poetas. Entre elas as belíssimas Die Taubenpost, Standchen e Abschied, que resolvi deixar no fim da fila.

Há duas baladas – canções cuja letra narra uma história ou um fragmento de história, com estilo folclórico, fantasmagórica ou com tema medieval. São elas Der Zwerg e Erlkönig, que tem letra de Goethe. Essas canções são verdadeiras provas de fogo para os intérpretes, que têm pouco tempo para dar o recado, inclusive fazendo diversos personages – o narrador, o anão, a rainha, o cavaleiro, a criança e o Rei dos Elfos… Não menos dramáticas são Der Kreuzzug, Kriegers Ahnung e Heimweh. Deixo com você a tarefa de decifrá-las.

E tem ainda a música, a maravilhosa música que era amadrinhada com Schubert e que a arte de pessoas como Dietrich Fischer-Dieskau (100 anos em 2025) e Gerald Moore nos revelam, em uma linda cançãozinha, An die Musik, uma ode à música…

Franz Schubert (1797 – 1828)

  1. Der Wanderer an den Mond D870 (Johann Gabriel Seidl)
  2. Der Einsame, D800 (Karl Lappe)
  3. Nachtviolen, D752 (Johann Mayrhofer)
  4. Frühlingssehnsucht – Schwanengesang, D. 957: No. 3 (Ludwig Rellstab)
  5. Geheimes, D. 719 (Johann Wolfgang von Goethe)
  6. Rastlose Liebe, D138 (Johann Wolfgang von Goethe)
  7. Liebesbotschaft – Schwanengesang, D. 957: No. 1 (Ludwig Rellstab)
  8. Im Abendrot, D799 (Joseph von Eichendorff)
  9. Die Sterne, D939 (Karl Gottfried von Leitner)
  10. An die Musik D547 (Franz von Schober)
  11. Wehmut, D. 772 (Matthäus Casimir von Collin)
  12. Kriegers Ahnung – Schwanengesang, D. 957: No. 2 (Ludwig Rellstab)
  13. Der Kreuzzug, D932 (Karl Gottfried von Leitner)
  14. Totengräbers Heimweh, D842 (Jacob Nicolaus Craigher de Jachelutta)
  15. Der Zwerg, D. 771 (Matthäus Casimir von Collin)
  16. Der Wanderer, D. 489 (Georg Lübeck)
  17. Frühlingsglaube, D. 686 (Johann Ludwig Uhland)
  18. Die Taubenpost – Schwanengesang, D. 957: No. 14 (Johann Gabriel Seidl)
  19. An Sylvia, D. 891 (Eduard von Bauernfeld, de William Shakespeare)
  20. Im Frühling, D. 882 (Ernst Schulze)
  21. Auf der Bruck, D853 (Ernst Schulze)
  22. Ständchen ‘Leise flehen meine Lieder’ – Schwanengesang, D957: No. 4 (Ludwig Rellstab)
  23. Alinde, D.904 (Johann Friedrich Rochlitz)
  24. Nähe des Geliebten, D162 (Johann Wolfgang von Goethe)
  25. Normans Gesang, D846 (Adam Storck, de Sir Walter Scott)
  26. In Der Ferne – Schwanengesang, D957: 6 (Ludwig Rellstab)
  27. Aufenthalt – Schwanengesang, D957: No. 5 (Ludwig Rellstab)
  28. Erlkönig, D328 (Johann Wolfgang von Goethe)
  29. Nachtstück, D.672 (Johann Mayrhofer)
  30. Abschied – Schwanengesang, D. 957: No. 7 (Ludwig Rellstab)

Dietrich Fischer-Dieskau, barítono

Gerald Moore, piano

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MP3 | 320 KBPS | 219 MB

A primeira canção, que conta a história do Wanderer e da Lua é linda, remete à poesia chinesa do Li Po. Na terceira, a voz do DFD é reduzida a quase um fiapo, mas vai em frente… siga a deixa e ouça as outras.

Aproveite!

René Denon

DFD & Gerald Moore na Liedgrosssaal do PQP Bach Corporation em Niterói

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Zbigniew Preisner (1955): Requiem for my friend (Preisner)

Faço coro aqui ao patrão PQP: a primeira obra de Preisner composta especificamente para as salas de concerto resulta num CD médio. A primeira parte é mais interessante, com seu conjunto instrumental e vocal enxuto e um sabor quase folclórico, particularmente no Lux Aeterna, meu movimento favorito. A segunda parte, “Life”, que dá a sensação de ter sido composta apenas para completar o CD, usa recursos maiores e também me pareceu  uma trilha sonora sem filme [Vassily]

É um CD médio. Não me impressionou muito. Parece uma trilha sonora sem filme.

Requiem for My Friend, for solo voices, string quartet, double bass, organ & percussion

1. Officium
2. Kyrie Eleison
3. Dies Irae
4. Offertorium
5. Sanctus
6. Agnus Dei
7. Lux Aeterna
8. Lacrimosaa
9. Epitaphium
10. The Beginning: Meeting
11. Discovering The World
12. Love
13. Destiny: Kai Kairos
14. Apocalypse: Ascende Huc
15. Veni Et Vidi
16. Qui Erat Et Qui Est
17. Lacrimosa-Day Of Tears
18. Postscriptum: Prayer

Piotr Janosik
Jacek Kaspszyk
Leszek Mozdzer
Elzbieta Towarnicka
Piotr Kusiewicz
Lukasz Syrnicki
Arkadiusz Kubica
Marek Mós
Roman Rewakowicz
Jacek Kaspszyk
Elzbieta Towarnicka

Warsaw Chamber Choir
Sinfonia Varsovia
Zbigniew Preisner

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PQP

Krzysztof Penderecki (1933-2020): Violin Concertos Nos. 1 and 2 (Kulka / Chee-Yun / Wit)

Krzysztof Penderecki (1933-2020): Violin Concertos Nos. 1 and 2 (Kulka / Chee-Yun / Wit)

Dois concertos parrudos em um movimento do grande Penderecki! Nem todos os concertos para violino soam de forma semelhante. Você tem aqueles que expressam o lirismo romântico (Tchaikovsky, Brahms), aqueles que têm um toque de estranheza (Sibelius), as clássicos (Mozart), os barrocos (Vivaldi, Bach) e aqueles que apresentam harmonias modernas e selvagens (Bartók, Stravinsky). Basicamente, todos eles têm sons e atmosferas distintas. Os concertos para violino de Penderecki também possuem qualidades únicas. Estreados em 1977 (Nº 1) e 1995 (Nº 2, “Metamorphosen”). Ambos com duração de cerca de quarenta minutos, eles têm um único movimento em vez dos habituais três. Aqui, eles são tocados por Konstanty Kulka (n.º 1) e Chee-Yunn (n.º 2) com a PNRSO (Katowice), conduzida por Antoni Wit. Pendê é um dos mais importantes compositores dos últimos tempos, uma figura musical de efetivamente internacional. Suas obras estão gradualmente sendo ouvidas em todo o mundo graças a gravações como esta, que é excelente. Os Concertos são modernos e — tal como a música de Pendê se tornou a partir de 1980 — melódicos, embora com um caráter expressionista. Esta versão é intensa, sombriamente romântica e bastante bela, com sons que realçam os lindos cenários orquestrais e as falas dos solistas.

Krzysztof Penderecki (1933-2020): Violin Concertos Nos. 1 and 2 (Kulka / Chee-Yun / Wit)

Penderecki, Krzysztof
Concerto for Violin and Orchestra No. 1
1 Concerto for Violin and Orchestra No. 1 39:16
Concerto for Violin and Orchestra No. 2, “Metamorphosen”
2 Concerto for Violin and Orchestra No. 2, “Metamorphosen’ 38:16

Total Playing Time: 01:17:32

Composer(s): Krzysztof Penderecki
Conductor(s): Antoni Wit
Orchestra(s): Polish National Radio Symphony Orchestra
Artist(s): Chee-Yun; Konstanty Andrzej Kulka

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Quem nunca teve um celular da Nokia?

PQP

W. A. Mozart (1756-1791) – Concertos para Piano Nº 5 a 14 (Brendel/Marriner/St Martin in the Fields)

Alfred Brendel (nasc. 5 jan. 1931) hoje completa 93 anos e vamos aproveitar a data para completar uma série de postagens que vinha lá de 2007, primórdios deste blog e época em que o veterano pianista dava seus últimos concertos e recitais antes de se aposentar. Depois eu, Pleyel, reativei os links em 2019 (aqui, aqui, aqui, aqui e aqui) adicionando algumas opiniões e imagens.

E depois de todo esse tempo, finalmente adicionamos esse lote com quase metade dos concertos do gênio de Salzburgo (aqui estamos excluindo da conta os concertos nº 1 a 4, exercícios infantis nos quais Mozart fez arranjos de música de outros autores). Provavelmente, pensarão vocês, se esses concertos demoraram tanto para aparecer é porque não importam tanto assim. E é verdade que a maior parte das apresentações ao vivo e discos se dedicam à metade final dos concertos para piano de Mozart. Mas no meio de alguns concertos um tanto burocráticos (para o meu gosto, do 5º ao 8º e o 13º), há algumas pérolas aqui. A tarefa de identificar as pérolas depende um pouco do gosto do freguês, mas há uma certa unanimidade sobre o fato de que o concerto divisor de águas, o “nada será como antes” desse grupo é o Concerto nº 9, de apelido “Jeunehomme” (que é mais ou menos o equivalente masculino de “mademoiselle” – senhorita -, ou seja, a forma educada de se chamar com um homem jovem em francês). Esse apelido foi usado por séculos, e é apropriado pois Mozart tinha apenas 21 anos quando o compôs! Mas recentemente descobriram que o concerto provavelmente se referia a Victoire Jenamy, jovem e admirada pianista da época, filha de um amigo de Mozart. Mais um caso de silenciamento do papel de mulheres na História.

Além do nº 9, meu coração bate mais forte pelo 10º, para dois pianos, pelo 11º, pelo 12º e pelo 14º, por motivos bem diferentes referentes a cada um deles. O 10º tem melodias e ritmos que lembram a Marselhesa, hino da França composto poucos anos depois. Os de nº 11 a 13 são os primeiros após a chegada de Mozart em Viena, onde ele teve contato com novas orquestras, com novos amigos e com antigas partituras de mestres como J.S. Bach, de modo que esses três concertos têm uma discreta inclinação para o contraponto bachiano.

Neste blog, além das integrais já postadas com Mitsuko Uchida e com Lili Kraus, destaco ainda as grandes gravações do 12º com Maurizio Pollini e a do 14º com Maria João Pires, que vocês conseguem encontrar pelo mecanismo de busca no alto da tela. Mas o austríaco Brendel e os ingleses da Academy of Saint Martin in the Fields não fazem feio frente a essa concorrência não, pelo contrário, são leituras que apontam para vários detalhes nessas obras que às vezes as outras gravações não apontaram, ou ao menos não do mesmo jeito. A suavidade, os detalhes e a leveza do toque de Brendel, nunca pesado ou sério, nem sempre me agrada quando ele toca Beethoven ou Schubert, mas com Mozart, se a memória não me falha, é sempre excelente.

W. A. Mozart (1756-1791):
Concertos para Piano e Orquestra Nº 5 a 14
Rondós para Piano e Orquestra KV 382 e 386

Alfred Brendel- piano
Neville Marriner – conductor
Academy of Saint Martin in the Fields

Recorded in London, 1970-1984

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Pleyel

Camargo Guarnieri, Guerra-Peixe, Jobim, Krieger, Levy, Lorenzo Fernandez, Mignone, Nepomuceno, Pereira, Villa-Lobos: Danças Brasileiras (Minczuk)

Camargo Guarnieri, Guerra-Peixe, Jobim, Krieger, Levy, Lorenzo Fernandez, Mignone, Nepomuceno, Pereira, Villa-Lobos: Danças Brasileiras (Minczuk)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Disco imperdível não apenas por ser brasileiro, mas pelo excelente repertório, pela qualidade da Osesp e pelo trabalho extraordinário do maestro Roberto Minczuk. Este panorama de Danças Brasileiras encontra seu ponto alto em Batuque, de Nepomuceno, na Congada de Mignone, no Batuque de Lorenzo Fernández, na bartokiana Passacalha de Edino Krieger, n`A Chegada Dos Candangos de Tom Jobim e em Mourão, de Clóvis Pereira e Guerra Peixe. Mas o restante não é esquecível. Gravado em 2003, este álbum é muito divertido, oferecendo músicas que são tocadas ocasionalmente, mas que raramente são reunidas para produzir uma hora de ritmos.  Algumas peças são desconhecidas. Por exemplo, A Chegada dos Candangos é um trecho da Sinfonia da Alvorada, uma das obras orquestrais negligenciadas de Tom Jobim.

Camargo Guarnieri, Guerra-Peixe, Jobim, Krieger, Levy, Lorenzo Fernandez, Mignone, Nepomuceno, Pereira, Villa-Lobos: Danças Brasileiras (Minczuk)

1 Garatuja – Prelúdio
Composed By – Alberto Nepomuceno
8:55
2 Batuque
Composed By – Alberto Nepomuceno
3:39
3 Samba
Composed By – Alexandre Levy (2)
7:03
4 Dança Frenética
Composed By – Heitor Villa-Lobos
5:34
5 Congada
Composed By – Francisco Mignone
5:49
6 Batuque
Composed By – Oscar Lorenzo Fernández
3:54
Três Danças Para Orquestra
Composed By – Mozart Camargo Guarnieri
(8:48)
7 Dança Selvagem (Savage Dance) [No. 2] 1:43
8 Dança Negra (Negro Dance) [No. 3] 4:42
9 Dança Brasileira (Brazilian Dance) [No. 1] 2:13
10 Passacalha para o Novo Milênio
Composed By – Edino Krieger
7:07
11 A Chegada Dos Candangos
Composed By – Antonio Carlos Jobim
4:01
12 Mourão
Composed By – Clóvis Pereira, César Guerra Peixe
3:03

Conductor – Roberto Minczuk
Orchestra – Osesp — São Paulo Symphony Orchestra

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Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893): String Quartets Nos. 1 – 3 / Souvenir de Florence (Borodin Quartet, Yuri Yurov, Mikhail Milman)

Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893): String Quartets Nos. 1 – 3 / Souvenir de Florence (Borodin Quartet, Yuri Yurov, Mikhail Milman)

Esta bela coleção demonstra que Tchaikovsky foi um compositor essencialmente sinfônico, o que não chega a ser uma grande descoberta. As obras são boas e interessantes, mas em alguns momentos elas gritam por massa orquestral, não obstante todo o esforço e a (altíssima) qualidade do Borodin. E há uma falha grave neste CD: os engenheiros da Teldec concentraram-se nos violinos e esqueceram que um quarteto é um conjunto equilibrado e, portanto, viola e violoncelo não são apenas acompanhamento. Tal preconceito prejudica o resultado final e suprime a rica interação pela qual Borodin é conhecido. Por exemplo, na fuga do segundo quarteto, último movimento, o violoncelo é quase inaudível, pois os microfones só querem saber dos violinos. O resultado disso tem seu preço quando a acústica reverberante satura os microfones em alguns disparos poderosos. Ah, o sexteto Souvenir De Florence, tocado por russos, é outra história. Muito melhor.

Piotr Ilitch Tchaikovski (1840-1893): String Quartets Nos. 1 – 3 / Souvenir de Florence (Borodin Quartet, Yuri Yurov, Mikhail Milman)

String Quartet No. 1 In D Major, Op. 11 (28:52)
1-1 Moderato E Semplice 10:45
1-2 Andante Cantabile 7:21
1-3 Scherzo: Allegro Non Tanto E Con Fuoco 3:59
1-4 Finale: Allegro Giusto 6:47

String Quartet In B Flat Major (13:22)
1-5 Adagio Misterioso – Allegro Con Moto – Adagio Misterioso 13:22

Souvenir De Florence, String Sextet In D Minor, Op. 70 (34:26)
1-6 Allegro Con Spirito 10:37
1-7 Adagio Cantabile E Con Moto 10:46
1-8 Allegretto Moderato 6:03
1-9 Allegro Vivace 7:00

String Quartet No. 2 In F Major, Op. 22 (35:31)
2-1 Adagio – Moderato Assai 11:42
2-2 Scherzo: Allegro Giusto 5:14
2-3 Andante Ma Non Tanto 12:44
2-4 Finale: Allegro Con Moto 5:52

String Quartet No. 3 In E Flar Minor, Op. 30 (38:16)
2-5 Andante Sostenuto 17:07
2-6 Allegretto Vivo E Scherzando 3:44
2-7 Andante Funebre E Dolorosa, Ma Con Moto 11:37
2-8 Finale: Allegro Non Troppo E Risoluto 5:48

Viola – Dmitri Shebalin, Yuri Yurov (faixas: 1-6 a 1-9)
Violin – Andrei Abramenkov, Mikhail Kopelman
Violoncelo – Mikhail Milman (faixas: 1-6 a 1-9), Valentin Berlinsky

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Tchai, o sinfônico.

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.: interlúdio :. Lonnie Smith – Mama Wailer (1971)

A carreira de Lonnie Smith começou na banda do guitarrista George Benson, depois a partir de 1968 ele tornou-se band leader. Embora também tocasse outros teclados como o clavinet, seu instrumento principal sempre foi o órgão hammond. No meio dos anos 1970, quando o o som do hammond havia saído de moda, Smith também saiu um pouco de cena, mas participou da produção de alguns hits de outros artistas nos tempos da discoteca. Nos anos 1990, quando surge o movimento acid jazz, o som do órgão eletrônico já tinha deixado de ser ultrapassado para se tornar vintage, exótico e interessante. Assim, Smith voltou a se apresentar como líder e gravou outros álbuns com artistas como Norah Jones e Iggy Pop.

Em Mama Wailer, ouvimos Lonnie Smith em 1971, logo antes do seu som sair de moda. Acompanhado de gente muito talentosa, ele passa por alguns momentos meio “latin jazz” nas duas primeiras faixas, toca uma melodia da Carole King (então na crista da onda) e o lado B do LP era uma longa jam sobre um tema de outro compositor então muito famoso: Sly Stone.

The album’s centerpiece is surely “Stand,” one of the bold social statements from Sly And The Family Stone’s monumental album of the same name (Epic – 1969). Originally, Lonnie’s version took up a full side of an LP. But he made every minute count (…). In a great tribute to the song’s author, Sly Stone, Lonnie Smith treats us to a summer day in the ghetto. He gives the main theme a nervous beat, then grinds the funk to a slow burn for the solos – which find the organist weaving in and out of spots featuring Grover Washington’s tenor and Jimmy Ponder’s guitar. Then, just as suddenly, a sort of chase ensues, driven by Ron Carter’s hot-as-asphalt electric bass (astute listeners might recognize how Smith revisited this section in his own “Jimi Meets Miles” from 1994’s Foxy Lady). Grover yields to a scorching solo that wends into a stoned groove from Ponder’s guitar and finally segues into the kaleidoscopic finale of Smith’s solo. A masterpiece of social groove. (aqui)

Billy Cobham

Além dos solos de órgão, guitarra e sax, o disco tem o brilhante duo rítmico de Ron Carter no baixo e Billy Cobham na bateria, dois incansáveis músicos que estão (muito) ativos até hoje. Carter é nada menos do que o baixista mais gravado na história, com participação em mais de dois mil álbuns e menção no Guinness Book. E Cobham, se não tem esse recorde, tem uma invejável discografia como líder e em grupos como os de John McLaughlin (Mahavishnu), Freddie Hubbard, Milt Jackson e muitos outros. Cobham faz oitenta anos em 2024, assim como Chico Buarque. É claro que teremos merecidas homenagens nos próximos meses: na lupa de busca lá no alto, procurem por #billycobham80

Lonnie Smith – Mama Wailer
1. Mama Wailer (6:15) – written by Lonnie Smith
2. Hola Muncea (6:25) – written by Lonnie Smith
3. I Feel The Earth Move (5:00) – written by Carole King
4. Stand (17:20) – written by Sylvester Stewart

Clavinet, Organ – Lonnie Smith
Guitar – George Davis, Jimmy Ponder, Robert Lowe
Percussion – Airto Moreira, Richard Pratt, William King
Tenor Saxophone – Dave Hubbard, Marvin Cabell
Tenor Saxophone, Flute – Grover Washington
Trumpet, Flugelhorn – Danny Moore
Bass, Electric Bass – Ron Carter (1, 2, 4); Chuck Rainey (3)
Drums – Billy Cobham
Recorded at Van Gelder Studios< New Jerseym USA, July 1971

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Grover Washington Jr, outra estrela presente no disco

Pleyel

BRUCKNER 200 ANOS! Anton Bruckner (1824-1896): Quinteto de cordas em Fá maior, WAB 112 e Intermezzo em Ré menor, WAB 113 (Melos)

BRUCKNER 200 ANOS! Anton Bruckner (1824-1896): Quinteto de cordas em Fá maior, WAB 112 e Intermezzo em Ré menor, WAB 113 (Melos)

Bruckner era um compositor eminentemente religioso. Tornou-se conhecido pelas esplêndidas sinfonias, missas e motetos que compôs. Mas também enveredou pela música de câmara. Escreveu 4 peças – um Quarteto de cordas em dó menor, um Quinteto em fá maior, o Intermezzo em sol maior e a Abendklänge. Neste CD temos o Quinteto em fá maior e o Intermezzo. O Quinteto foi composto em 1879 a pedido do regente e violinista austríaco José Hellmesberger. O Intermezzo foi composto também no mesmo ano de 1879. Fiquei muito feliz de ouvir este CD com algumas das poucas obras de câmara deste compositor tão preferencialmente sinfônico. Em 1879, Bruckner tinha escrito a versão final da Quinta Sinfonia, estava prestes a revisar (ah, como ele revisava e revisava) o finale da Quarta e começava a Sexta. A maior parte do Quinteto “soa” como Bruckner, mas existem momentos incomuns. É uma obra romântica muito bem escrita, de caráter sinceramente íntimo, cujo Adagio expressa uma rara (em Bruckner) e maravilhosa felicidade. Um excelente CD!

Anton Bruckner (1824-1896) – Quinteto de cordas em Fá maior, WAB 112 e Intermezzo em Ré menor, WAB 113

Quinteto de cordas em Fá maior, WAB 112
01. GemaBigt
02. Scherzo. Schnell-Langsamer-Schnell
03. Adagio
04. Finale. Lebhaft bewegt-Langsamer

Intermezzo em Ré menor, WAB 113
05. Intermezzo em Ré menor

Melos String Quartet Stuttgart

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Bruckner em 1880
Bruckner em 1880

PQP