Rachmaninov (1873 – 1943): Os Concertos para Piano – Lukáš Vondráček, Prague SO & Tomáš Brauner / Earl Wild, Royal PO & Jascha Horenstein ֎

– RACH#2023 –

 

Os Concertos para Piano

Lukáš Vondráček, piano

Prague Symphony Orchestra

Tomáš Brauner

 

 

Os Concertos para Piano

Earl Wild, piano

Royal Philharmonic Orchestra

Jascha Horenstein

 

“O enorme sucesso popular que algumas poucas obras de Rachmaninov tiveram em sua vida provavelmente não durará, e os músicos nunca o consideraram com muito favor.”

Assim escreveu o ilustre crítico inglês Eric Blom na quinta edição do Grove’s Dictionary of Music and Musicians, expressando a sabedoria musicológica predominante da época: certamente a história varreria de lado essa estrela pop da sala de concertos.

Essa foi a cara que o Blom fez quando soube que abririamos a postagem com sua afirmação…

Blom was forthright in his opinions. Even more notoriously, he wrote that Rachmaninoff “did not have the individuality of Taneyev or Medtner. Technically he was highly gifted, but also severely limited. His music is … monotonous in texture … The enormous popular success some few of Rakhmaninov’s works had in his lifetime is not likely to last, and musicians never regarded it with much favour”. To this, Harold C. Schonberg, New York critic not immune to snobbery of his own, in his Lives of the Great Composers, responded with equally outspoken unfairness, “It is one of the most outrageously snobbish and even stupid statements ever to be found in a work that is supposed to be an objective reference”.

“É uma das declarações mais escandalosamente esnobes e até estúpidas já encontradas em uma obra que deveria ser uma referência objetiva”.

Pois agora, no final de 2023, ano que viu as comemorações tanto de 150 anos do nascimento quanto as homenagens feitas pelos 80 anos da morte de Rachmaninov, podemos afirmar que ‘o enorme sucesso popular’ que suas obras tiveram em vida perduraram até agora e a história ainda está considerando se tira a vassoura do armário para varrer a estrela pop da sala de concertos.

Serguei sorrindo ao ser fotografado com seu chapéu preferido

Veja alguns dos grandes e famosos pianistas que passaram o ano a tocar Rachmaninov: Yuja Wang, Daniil Trifonov, o jovem pianista Alim Beisembayev, acompanhado da Sinfonia of London, regida por John Wilson, e Mikhail Pletnev.

E nem só de Concertos para Piano viveu o artista, como se viu nesses concertos em POA e SP.

Veja também aqui: Cinco bambas do piano homenageando o compositor.

Fazia frio na América também

Se você quer mais, basta Googlar ‘Rachmaninov 2023’ e verá como no mundo todo homenagens não faltaram.

Para essa postagem escolhi dois álbuns com toda a obra para piano e orquestra de Rachmaninov. Um saído do forno, praticamente. O jovem pianista Lukáš Vondráček viu sua ocupadíssima agenda de concertos varrida pelo lockdown da Covid e teve, para nosso grande prazer, a oportunidade de, em parceria com a ótima orquestra de Praga, regida por Tomáš Brauner, gravar a integral dos Concertos para Piano do Sergei. O outro, um clássico: Earl Wild, um virtuose do piano como poucos, acompanhado por uma orquestra real, dirigida pelo improvável Rachmaninov-regente, Jascha Horenstein, mais conhecido por suas interpretações de Bruckner e Mahler. Essa gravação, pasmem, foi feita em Londres, no espaço de uma semana, no Walthamstow Town Hall, em maio de 1965, produzida para a Reader’s Digest pelo lendário Charles Gerhardt. A Royal Philharmonic era a orquestra fundada e dirigida por Beecham, que havia morrido há apenas quatro anos no momento desta gravação e estava em excelente forma. A orquestra, é claro! A edição da postagem leva o selo Chandos.

Sergei Vasilyevich Rachmaninoff

Piano Concerto No. 1 in F sharp minor Op. 1

  1. Vivace
  2. Andante
  3. Allegro vivace

Piano Concerto No. 4 in G minor Op. 40

  1. Allegro vivace
  2. Largo
  3. Allegro vivace

Rhapsody on a Theme of Paganini Op. 43

  1. Rhapsody on a Theme of Paganini Op. 43

Piano Concerto No. 2 in C minor Op. 18

  1. Moderato
  2. Adagio sostenuto
  3. Allegro scherzando

Piano Concerto No. 3 in D minor Op. 30

  1. Allegro ma non tanto
  2. Intermezzo. Adagio
  3. Finale. Alla breve

Lukáš Vondráček, piano

Prague Symphony Orchestra

Tomáš Brauner

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MP3 | 320 KBPS | 364 MB

Tomáš Brauner repassando o som com a PQP Bach Sinfonieta de Alegrete

Sergei Vasilyevich Rachmaninoff

Piano Concerto No 1 In F Sharp Minor Op. 1

  1. I – Vivace
  2. II – Andante
  3. III – Allegro Vivace

Piano Concerto No. 4 In G Minor Op. 40

  1. I – Allegro
  2. II – Largo
  3. III – Allegro Vivace

Rhapsody On A Theme Of Paganini Op. 43

  1. Rhapsody On A Theme Of Paganini Op. 43

Piano Concerto No. 2 In C Minor Op. 18

  1. I – Moderato
  2. II – Adagio Sostenuto
  3. III – Allegro Scherzando

Piano Concerto No. 3 In D Minor Op. 30

  1. I – Allegro
  2. II – Intermezzo
  3. III – Finale: Allegro

Earl Wild, piano

Royal Philharmonic Orchestra

Jascha Horenstein

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MP3 | 320 KBPS | 307 MB

Jascha Horenstein

“Chaque concerto est individualisé, le Premier flamboyant, athlétique (Vondráček m’y rappelle Sergio Fiorentino, mêmes tempos, mêmes accents, même furia débordante dans le Finale), le Deuxième lyrique et sombre jusque dans un Finale incendiaire, et le Troisième telle une immense rhapsodie où la poésie alterne avec des échappées épiques : soudain le piano devient un instrument au sein de l’orchestre, Vondráček et Brauner le pensent non plus comme un concerto, mais comme une symphonie.” “Cada concerto é individualizado, o Primeiro extravagante, atlético (Vondráček lembra-me Sergio Fiorentino, os mesmos tempos, os mesmos sotaques, a mesma fúria transbordante no Finale), o Segundo lírico e afunda-se num Final incendiário, e o Terceiro como uma imensa rapsódia onde a poesia se alterna com fugas épicas: de repente o piano torna-se um instrumento dentro da orquestra,  Vondráček e Brauner já não pensam nisso como um concerto, mas como uma sinfonia.”
Artalinna, June 2023

“Mais c’est dans la narration exaltée du Concerto No. 3 que le pianiste tchèque se montre à son meilleur, la prise de son restituant la moindre inflexion de ce contour sûr de ses effets. Sans conteste, le sommet du double album.” “Mas é na exaltada narração (interpretação) do Concerto No. 3 que o pianista checo mostra o seu melhor, a gravação sonora reproduz a menor inflexão deste contorno seguro dos seus efeitos. Sem dúvida, o ápice do álbum duplo.”
Diapason, October 2023

Lukáš Vondráček

Such is the luxuriance of sound revealed in these remasterings, it’s difficult to believe the recording date; and such is the quality of the piano playing that it’s easy to understand why Chandos should have wanted to go to such trouble. There aren’t so many Rachmaninov pianists who dare to throw caution to the wind to the extent that Earl Wild does in the outer movements of the First Concerto, fewer still who can keep their technical poise in the process. The improvisatory feel to the lyricism of the slow movement is no less remarkable. 

Wild’s panache is every bit as seductive in No 4, and the Paganini Rhapsody is a rare example of a performance faster than the composer’s own – devilishly driven in the early variations and with tension maintained through the following slower ones …

Earl Wild tentando avistar a turma do PQP Bach aplaudindo-o de pé…

Aproveite!

René Denon

Encontre os 7 erros…

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