Krzysztof Penderecki (1933-2020): Um Réquiem Polonês (Wit)

Mesmo assoberbado pelo trabalho – expressão muito original, não? – não poderia deixar de vir aqui fazer uma postagem. Afinal, faz uns três dias que não compareço! Só que o mesmo verdugo – o trabalho – me impedirá de alongar-me muito. Gosto muito desta obra em que Penderecki demonstra um recuo em relação ao modernismo mais furioso que apresentava em “A Paixão Segundo São Lucas”, por exemplo. Seu pós-serialismo é uma manifestação evidente de maturidade e nisto não vai nenhuma crítica às duas horas da música de Webern, nem ao resto da turma da Segunda Escola de Viena. Sua “Lacrimosa” chega a ser cantabile! Gosto dessas pessoas que conseguem renovar-se. É ecológico para a alma saber-se capaz de várias linguagens, mas isso já é outra história e estou sem tempo… Se fosse você, baixava agora. Vale a pena ouvir. A celebridade de Penderecki não é injusta.

Krzysztof Penderecki – A Polish Requiem (Wit)

CD1

01 Introitus 04:10
02 Kyrie 04:16
03 Dies Irae 01:34
04 Tuba mirum 01:58
05 Mors stupebit 06:30
06 Quid sum miser 04:46
07 Rex tremendae 02:18
08 Recordare Jesu pie 11:24
09 Ingemisco tanquam reus 12:07
10 Lacrimosa 04:39

CD2

01 Sanctus 13:44
02 Agnus Dei 07:35
03 Lux aeterna 04:43
04 Libera me, Domine 09:44
05 Offertorium – Swiety Boze 06:33
06 Libera animas 03:26
07 The Dream Of Jacob Lento (new Sanctus) 08:40

Conductor: Antoni Wit
Performers:
Jadwiga Rappe (Alto)
Ryszard Minkiewicz (Tenor)
Piotr Nowacki (Bass)
Izabella Klosinska (Soprano)

Ensemble Warsaw National Philharmonic Choir

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Penderecki super animado com a esposa de Shostakovich, Irina.

PQP

 

20 comments / Add your comment below

  1. ARRASOU!!!! AMO Penderecki!!!! Vcs têm mais coisas dele, do Ligeti, do Varèse, do Luigi Nono, ou outro compositor mais contemporâneo???

  2. “A celebridade de Penderecki não é injusta.”

    …Somente um pouco hiperbolizada (expressão também bastante original). Se o restante das obras beirasse a qualidade desse Réquiem, diria que você está com absoluta razão, mas sabemos que Penderecki tem sérias oscilações de inspiração.

  3. Nícolas, estou retomando Penderecki, após mais de uma década de hostilidade… Não posso te responder, mas também achei maravilhoso este Réquiem.

    Abraço.

  4. Alessandro, Für Elise é uma bagatela, portanto, como infere a própria denominação, uma composição breve, despretensiosa e “insignificante”. Nesse aspecto, Für Elise é brilhante sim, porventura genial.

    Compará-la com obras extensas e pretensiosas não é algo lúcido, mas garanto a você, se analisarmos o papel de cada obra, que a composição cumpre maravilhosamente bem seu intento, diferentemente da ópera Rei Abu ou do concerto para piano Ressureição, de Penderecki, que até o momento, para mim, ainda não se firmaram como ópera e concerto sustentáveis respectivamente.

  5. Pour Elise tem um plano formal bem simplezinho (A-B-A’, basicamente), modulações nada inovadoras (basicamente para tons próximos), umas ligações melódicas totalmente clichês. É algo burocrático sim. Concordo com vc que ela atinge o seu intento, mas genial não é mesmo!!!! o que eu quis dizer que, independentemente da falta de inspiração (que todo compositor tem), acho Penderecki um compositor que contribuiu muito para a linguagem musical contemporânea, inclusive acho que seu trabalho com timbres e texturas é muito legal e original. Tem coisa dele que vc ouve que parece que é executada por instrumento elétrico e, na verdade, é acústico. Agora, essa coisa de compor obras extensas ou pretensiosas eu acho realmente que vem por conta da experimentação e a música contemporânea está cheia disso (alguém já ouviu falar da música futurista de Luigi Russolo, por exemplo?).

  6. Correção: Ubu

    Juro, não foi de propósito.
    Não quis desclassificar essa ópera… ahn… (que adjetivo eu coloco aqui para não ficar austero demais?)… enfim, essa ópera. =)

  7. Für Elise é simples por categoria. Não há como misturá-la, em hipótese alguma, com obras que primam pela complexidade e/ou grandiosidade.

    Continuará sendo brilhante sempre, apesar de sua modéstia. E não somente por ela em si, mas por ter saído de um dos maiores compositores de todos os tempos, assim como No meio do caminho, de Drummond, continuará sendo antológica, não pelo mero fato das características da poesia, mas por ter saído de um poeta magno. Se Beethoven e Drummond mantivessem-se criando obras como a “für Elise” e a “preda no caminho”, respectivamente, não seriam nada além de normais, porventura medíocres, mas deles saíram obras-primas geniais em ambas as artes, e por isso tais obras merecem nosso respeito.

    A “desmúsica” de Russolo? Infelizmente já ouvi.

  8. Für Elise é simples por categoria. Não há como misturá-la, em hipótese alguma, com obras que primam pela complexidade e/ou grandiosidade.

    Continuará sendo brilhante sempre, apesar de sua modéstia. E não somente por ela em si, mas por ter saído de um dos maiores compositores de todos os tempos, assim como No meio do caminho, de Drummond, continuará sendo antológica, não pelo mero fato das características da poesia, mas por ter saído de um poeta magno. Se Beethoven e Drummond mantivessem-se criando obras como a “für Elise” e a “preda no caminho”, respectivamente, não seriam nada além de normais, porventura medíocres, mas deles saíram obras-primas geniais em ambas as artes, e por isso tais obras merecem nosso respeito.

    A “desmúsica” de Russolo? Infelizmente já ouvi.

    PS.: Perdoe-me postar duas vezes, mas havia esquecido de colocar meu nome.

  9. Acho o “Fur Elise” simplesmente fantástico. É uma musica que toca, mesmo sendo simples. Nem só o complexo é importante, o interessante é fazer composições tocantes despretensiosamente.

  10. Pessoal, fica uma dica aos estudantes: hoje, dia 3 de junho, o compositor Penderecki irá reger algumas peças suas, além da serenata para cordas de Dvorak e da sinfonia de câmara do Shostakovich, no Cultura Artística, aqui em São Paulo, as 21h. Apareçam uma hora antes do concerto munidos de suas carteirinhas de estudante e RG e uma nota de dez reais. Imperdível!

    Muito melhor que pagar a fortuna da entrada normal…

    Grande abraço a todos!

  11. Fantástico encontrar compositores como Penderecki neste site!
    Excelente escolha!
    Depois de baixar e ouvir, fiquei intrigado com a última faixa, Dream of Jacob, que está assinalada como o “new sanctus”. Já conhecia esta obra, e achei estranho que ela fizesse parte do Requiem. E o tempo de cada faixa, descritas acima, não batia com os arquivos baixados.
    Aí lembrei de ter visto uma outra gravação que estampava na capa “including the new Sanctus”. Fui atrás dela no Amazon.com, e descobri a gravação do selo Chandos, regida pelo próprio compositor. No site tem também o tempo de cada faixa, que desta vez bateu com os arquivos. E também diz que o “Dream of Jacob” é uma obra à parte, não integrando o réquiem. Eis aqui o link do Amazon.com:
    http://www.amazon.com/Penderecki-Polish-Requiem-Dream-Jacob/dp/B000000AZ7/ref=sr_1_2?ie=UTF8&s=music&qid=1220168230&sr=8-2
    Será que estes arquivos são da versão regida pelo próprio Penderecki?
    De qualquer forma, estou me divertindo. Que venha ainda mais Penderecki, Ligeti, Messiaen…

  12. Maravilhoso Penderecki, pelo menos as faixas que consegui abrir… só que estou com um problema: a faixa 9 do cd1 não é extraída pois pede uma senha. Qual é a senha? Ainda não ouvi o disco todo por conta disto… 😛
    Abraços.

  13. Boa noite Bachianos,gostaria que alguma alma bondosa postasse a sinfonia número 3 de Penderecki, fiquei fascinado, é assombrosamente lindo!!
    Grato:Pedro Bala

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