Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 7 (Abbado / Filarmônica de Berlim)

A Sétima de Mahler é uma preferência absoluta deste que vos escreve. Suas 2 lindas canções da noite com aquele maravilhoso scherzo no meio, cercados por dois enormes e bonitos movimentos, tudo me fascina. Ela é chamada de Canção da Noite e foi escrita entre 1904 e 1905. Trata-se da sinfonia do compositor que mais tempo demorou a ser gravada em disco (1953) e a menos popular. Vá entender, sempre achei todos os temas muito bonitos e grudentos. Os dois Nachtmusiken foram compostos antes dos três andamentos restantes. Enquanto Mahler trabalhava ainda na sua Sexta Sinfonia, criou os dois noturnos. Era a primeira vez em que trabalhava simultaneamente em duas grandes obras. Encontrou um ano mais tarde a inspiração para os três andamentos restantes, que escreveu em apenas quatro semanas. A sinfonia foi estreada em Praga em 19 de setembro de 1908, dirigida pelo próprio Mahler e executada pela Orquestra Filarmónica Checa. Entre os assistentes estava Otto Klemperer, por recomendação do próprio Mahler. Ele usa seus efeitos orquestrais mais extravagantes na Sétima. Começa o primeiro movimento com um solo de trompa tenor, um instrumento muito raramente incluído em uma orquestra. Em completo contraste, Mahler inclui um bandolim no quarto movimento, que é usado para representar um passeio íntimo pela noite vienense. No terceiro movimento, dá aos violoncelos e contrabaixos uma marcação de fffff , instruindo-os a “puxar a corda com tanta força que ela atinja a madeira”… E por aí vai, mas a música é muito boa, gente!

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 7 (Abbado / Filarmônica de Berlim)

Symphony No. 7
1. Langsam (Adagio) – Allegro Risoluto, Ma Non Troppo 21:35
2. Nachtmusik. Allegro Moderato 15:54
3. Scherzo. Schattenhaft – Trio 8:53
4. Nachtmusik. Andante Amoroso 12:58
5. Rondo-Finale. Tempo I (Allegro Ordinario) 17:45
6. Applause / Beifall 1:02

Berliner Philharmoniker
Claudio Abbado

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Mahler lançando um olhar de desprezo aos bolsonaristas.

PQP

4 comments / Add your comment below

  1. Boa noite Caros
    Não costumo comentar a V. excelente escolha musical; não tenho conhecimentos para tal, apenas gosto… – de um modo geral quase sempre. Acrescento o meu agradecimento.
    Mas no V. blog há também humor, e do bom. A prova é esta legenda à fotografia do GM.
    Excelente. Como já estamos a dias da V. crucial eleição, queria deixar-vos a minha humilde solidariedade. O Brasil deve voltar à democracia.
    Um grande abraço

  2. muito boa noite, caríssimo! belo post. mas permita-me fazer algumas considerações.
    em primeiro lugar, abbado é simplesmente fa-bu-lo-so!!!!!!!
    porém, em minha humilde opinião, essas leituras não são o melhor de abbado em mahler.
    o fantástico, sublime, inefável, é uma séria de leituras de abbado com a chigago symphony e a wiener philharmoniker.
    tomemos a leitura da sinfonia nº 2 com a chicago symphony, tendo marilyn horne e carol neblett; wow! que densidade! que força! par e passo com a leitura de lennie com ludwig e hendricks, mais as forças da new york philharmonic! e em certos momentos, até mais densa.
    a sinfonia nº4 com von stade e a wiener philharmoniker! para mim, simplesmente a melhor leitura dessa verdadeira caixinha de jóias! creio que poucas vezes maestro, orquestra e solista estiveram tão casados, tão intimamente ligados.
    a leitura de lennie com o concertgebouw e a escolha do solista, um menino soprano, para mim, não deu muito certo, não; apesar da beleza do som.
    mas há uma certa flacidez na leitura, dando a parecer que bernstein não se sentiu muito intimo da obra.
    melhor a leitura de szell, com a cleveland e judith raskil – aliás, muito da leitura de abbado remete à leitura de szell.
    eis que chegamos à nº 7; bem, abbado com a chicago, está simplesmente inigualável. que sétima!!!!!! quantos mistérios, como diria vinicius de moraes na voz da meiga elizeth.
    para mim, sem dúvida alguma, é A LEITURA da sétima! as cores mais profundas…o azul cobalto e o jogo claro-escuro estão tão presentes, tão vivos! outra leitura par e passo com a leitura de lennie, com sua adorada new york.
    proponho aqui que seja postada a integral das sinfonias de mahler com abbado; porém a primeira coletânea, também com a deutsche grammophon, onde a maioria das gravações é com a chicago e há a quarta com a wiener philharmoniker. ah, e a terceira também, aí com a gigante, maravilhosa jessye norman.
    por fim, faço uma proposta: postar aqui uma leitura muito peculiar e bela da quarta. a de karajan com edith mathis. uma verdadeira filigrana. mathis, com sua voz de sonho, nos brinda com um mahler infantil. e karajan faz uma leitura “camerística” da obra.
    desculpe se me excedi. se fui muito prolíxo. mas senti de fazer esse comentário.
    muito obrigado pela chance!
    abraço
    bernardo

  3. Ficou um pouco longo mesmo, Bernardo, mas agradeço pela dica do Szell, que nunca ouvi em Mahler.
    E já que citou Karajan, me permita dizer que acho o Klemperer bem melhor regendo Mahler. Há alguns exemplos aqui no blog.

    E boa noite Pedro, em nome da equipe do blog agradeço pela solidariedade. Não está sendo fácil e ainda aguentaremos o excrementíssimo por alguns meses pesados. E a gente vai levando, vai tomando, que também sem a cachaça… (dizia o Chico Buarque)
    Faço votos de que nossas belas praias possam em breve recebê-lo em visita em um momento mais leve.

  4. Boa noite
    Obrigado pelas suas palavras!
    Sem politizar demasiado (o tema do V. blog é muito mais nobre) permitam-me, por favor incluir aqui o nosso (meu e Vosso) Adriano:
    “Mas há sempre uma candeia
    Dentro da própria desgraça
    Há sempre alguém que semeia
    Canções no vento que passa.
    Mesmo na noite mais triste
    Em tempo de servidão
    Há sempre alguém que resiste
    Há sempre alguém que diz não.”

    Um grande abraço

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