Debussy
Préludes
Osborne – Beroff – Ilic
Aimard – Tan – Yokoyama
Eu gosto imensamente dos Prelúdios, as peças de Debussy que eu mais ouço. Procuro ouvir a cada gravação que cruza o meu caminho – a curiosidade nos faz agir de modos estranhos. Umas são notáveis, outras apenas interessantes. Com o passar do tempo, acumulei um bocado delas e nesses dias de #DEBUSSY160, andei revisitando meu acervo e selecionei estas gravações para mais uma postagem…
Steven Osborne – Se me torcessem o braço para escolher uma única gravação para viver daqui para frente, poderia ser essa! Não, silly, calma, é apenas retórica, que aqui no PQP Bach vivemos um ambiente de plena liberdade, até ouvir Berlioz e Rachmaninov pode, só não relatem ao boss! Steven Osborne é um virtuose capaz de tocar ‘quaquer coisa’, o que pode ser um pouco perigoso em certos repertórios. Aqui, com a produção da Hyperion, assim como no seu outro disco com música de Debussy, ele acertou em cheio! Veja o que o Penguin Guide disse: Even in a crowded Debussy catalogue where competition is abundant, Steven Osborne is an artist to be reckoned with. He has a real feeling for keyboard colour, a keen imagination and na effortless technique. A very well-balanced recording from the Henry Wood Hall. E eu acrescento que a produção é de Andrew Keener!
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MP3 | 320 KBPS | 188 MB
Veja esta postagem aqui:
Claude Debussy (1860 – 1911) • ∾ • Peças para Piano • ∾ • Steven Osborne ֍
Michel Béroff – Estas gravações são de 1977, quando o pianista era bastante jovem. Temos uma abordagem mais impetuosa do que a média, digamos assim. Veja o que nos disse um crítico: Beroff’s playing is very masculine with huge dynamic range and pushing technical boundaries, and yet artistically and aesthetically very mature. He also possesses keenest sense for tonal colouring and delicacy (listen to Preludes Book 1&2). I do not agree with his judgment of tempo in Clair de lune (played too fast) and in some other slower pieces, but this set is by far the most satisfying complete set for me and stands repeated listening.
A crítica trata de um conjunto de gravações que incluem outras peças, como os Estudos, que aparecerão em outras postagens, por esses dias. Atenção, portanto!
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MP3 | 320 KBPS | 166 MB
Ivan Ilic – Ouvi esta gravação dos Prelúdios há pouco tempo e fiquei muito bem impressionado. O virtuosismo e precisão assim como a gravação me chamaram logo a atenção. Outra coisa a observar é a ordem que ele escolheu para apresentar os Prelúdios, diferente da usual. Quando estamos esperando um prelúdio, surge outro… Veja algumas críticas ao disco, que é de 2008: Ilic can join the best exponents of these evocative and sound-conscious pieces. He plays with admirable poise and clearly relishes both the evocative and expressive powers within each one. He also commands a wide range of colour and dynamics, both essential to painting pictures…There is no shortage of imagination in Ilic s playing but he doesn t overdo the imagery or the potential for sentimentality; nor does he force the more dramatic numbers and his articulation (as throughout) is impressive…Ilic brings individuality to his task that makes for persuasive listening and this is a release that I am pleased to have and recommend. –Classical Source, UK, August 6th 2008
There is much in American pianist Ivan Ilic’s performances of Debussy’s Book 1 and 2 Preludes to draw fresh responses from such well-known works. The clarity in his playing, and minimal use of pedal, gives sharp definition where others prefer a more reverberant haze…[in] character pieces [such] as General Lavine eccentric, Ilic’s personality is at its most decisive. –The Scotsman, UK, August 29th 2008
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MP3 | 320 KBPS | 177 MB
Pierre-Laurent Aimard – é um pianista francês que estudou com Yvonne Lorid e Maria Curcio. Ganho primeiro prêmio no Olivier Messiaen Competition e foi membro fundador do Ensemble InterContemporain, a convite de Pierre Boulez. Como pianista se dedica à música mais atual. Apesar disso, também gravou música mais antiga, como os Concertos para Piano de Beethoven, a convite de Harnoncourt, assim como a Arte da Fuga, de Bach. Suas interpretações dessas obras tem um olhar mais moderno, um viés mais racional, por assim dizer. Pois foi esse aspecto que me levou a ouvir suas interpretações da música de Debussy e de incluir suas gravações dos Prelúdios nesta postagem. Aqui temos trechos [positivos] de duas críticas sobre elas: As you’d expect, Aimard’s accounts of the 24 pieces are technically impeccable, whether articulating every rhythmic detail in La Danse de Puck, or perfectly layering the chordal accumulations of La Cathédrale Engloutie, but there is something matter of fact about it all, a lack of character and colour, and certainly very little humour, whether in La Sérénade Interrompue or Hommage à S Pickwick Esq. The Guardian
For him [Aimard], Debussy must always be allowed his own voice and few performances on record have proceeded with so little impediment or with greater transparency and lucidity. DG’s sound is of demonstration quality… Gramophone
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MP3 | 320 KBPS | 183 MB
Melvyn Tan – nasceu em Singapura, mas ainda muito jovem mudou-se para a Inglaterra para estudar piano, primeiro na Yehudi Menuhin School e, depois, no Royal College of Music. Durante seus estudos, interessou-se pelo cravo e por instrumentos antigos, como o pianoforte. Com este instrumento fez conhecidas gravações dos Concertos para Piano de Beethoven, assim como algumas das sonatas e alguns Concertos para Piano de Mozart. Foi, portanto, com alguma surpresa que conheci estas suas gravações dos Prelúdios de Debussy usando um moderno (grand) piano. E concordo plenamente com o que o Penguin Guide diz sobre elas: The intelligence and sensitivity that made his fortepiano playing so vivid and alive are well in evidence here, and his Debussy has refinement and imagination that will not disapoint his many admirers.
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MP3 | 320 KBPS | 191 MB
Yukio Yokoyama – é um destes talentos que se revelam na mais tenra infância. Começou seus estudos no Japão e em 1986 foi estudar no Conservatório de Paris com bolsa do governo francês. Estudou com Jacques Rouvier e Vlado Perlemuter. Ganhou muitos prêmios internacionais e é um pianista fenomenal. Ficou famoso por interpretar em concertos ao longo de um período de dez meses não só todas as sonatas para piano de Beethoven como também todas as variações e as bagatelas. Eu já tenho ouvido seu disco com os Prelúdios de Debussy muitas vezes nesses últimos dois ou três anos e convido você a fazer o mesmo…
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MP3 | 320 KBPS | 175 MB
A essa coleção, acrescente as ótimas gravações disponíveis na postagem das Integrais da Obra para Piano de Debussy, com os pianistas François Chaplin, François-Joel Thiollier, Jean-Efflam Bavouzet, Jean-Yves Thibaudet, Martino Tirimo, Noriko Ogawa e Théodore Paraskivesko!
Aproveite!
René Denon
Boa noite.
Esta faltando o link para o álbum do Melvin Tan. Dá para disponibilizar?
Obrigado.
O link foi restaurado. Obrigado por notificar.
Espero que goste!
Abraços do
René
Obrigado.
Por favor, haveria possibilidade de falar dos grandes intérpretes da música francesa, como Walter Gieseking, Vlado Perlemuter, Alfred Cortot e até Monique Haas ?
Em relação aos atuais.
Olá, Sergio Luiz!
Sua mensagem me trouxe boas lembranças. Meu grande interesse pela música para piano de Debussy começou com as gravações de Walter Gieseking, em particular dos Prelúdios. Fui até desencavar por onde andava meus CDs do Walter e achei estes dois da foto. Estas são segundas compras, o primeiro CD dele com os Prelúdios eu usei tanto que ele ficou bem velhinho. Já passei adiante, para alguma pessoa que eu achava que iria acabar gostando deste tipo de música.
https://pqpbach.ars.blog.br/wp-content/uploads/2022/09/20220904_102051-scaled.jpg
Por outro lado, não gosto de comparar as interpretações, mesmo as do passado com os atuais. Como comparar a interpretação (gravação), digamos dos Prelúdios, do Arturo Benedetti Michelangeli com a do Krystian Zimerman, ambas no selo amarelo, mas de pelo menos 20 anos entre elas? São abordagens tão diferentes que não seria próprio compará-las. Aí entra a questão do gosto pessoal.
Outro aspecto que para mim é muito importante é a qualidade do som. Eu raramente ouço ainda discos (gravações) antigos(as), com raríssimas exceções. Mesmo as gravações do Gieseking, que gravou essas peças de Debussy na década de 1950 (ele morreu em 1956) em descente (mono) som, não me tentam muito. De qualquer forma, dos intérpretes que você mencionou, há gravações bastante descentes (a menos do Cortot…) e é possível apreciá-los bastante.
A gravação mais antiga que eu gosto (muito) é a do Paul Jacobs, que eu já havia postado há mais tempo. Veja que o som está no limite do que eu gosto…
https://pqpbach.ars.blog.br/2020/06/22/debussy-1862-1918-preludes-paul-jacobs-piano/
Espero que outras pessoas que possam ter lido nossas mensagens também deem suas opiniões.
Deixe seus ouvidos e seu coração fazer as escolhas. Elas também mudarão com o tempo…
Forte abraço do
René
PS: Entre as gravações das postagens recentes, a gravação do Paraskivesko é a mais antiga…
Muito obrigado.
Gostei muito da sua explanação.
Sergio,
Vou dar alguns pitacos aqui também. Primeiro, um aspecto que eu mencionei nas postagens que fiz mês passado: maestros como Toscanini conheceram Debussy e outros como Paray e Martinon conheceram seus colegas de geração, ou seja, suas preferências/opções sobre a música de Debussy provavelmente se baseiam em opiniões correntes na época do compositor. Às vezes eles tiveram manias estranhas, mas manias muito bem fundamentadas! O mesmo não pode ser dito para Bach ou Beethoven: Klemperer ou Furtwangler se inserem em uma tradição já bastante distante cronologicamente daqueles.
Isso dito acima vale para alguns pianistas como Alfred Cortot, Guiomar Novaes, Samson François, Vlado Perlemuter. Para Walter Gieseking isso se aplica menos porque sua formação é bem mais alemã. Gosto muito do Debussy de Gieseking, mas não diria que está entre as gravações mais “historicamente corretas”. Temos aqui no acervo do blog postagens de Debussy com Novaes e François, ali você verá um pouco mais da nossa opinião. E daqui a uns dias o Vassily vai postar a mais “correta” de todas, os rolos de pianola gravados pelo próprio Claude (uso a palavra com ironia: é comum hoje em dia essa ideia de se dividir a música numa escala de corretas e incorretas, mas obviamente tem seus limites)
Obrigado.
Estou aguardando…