Béla Bartók (1881-1945): O Castelo do Barba Azul e Cantata Profana (Fricsay) #BRTK140

IM-PER-DÍ-VEL !!!

O Castelo do Barba Azul (Húngaro: A kékszakállú herceg vára) é uma ópera em um ato, a única de autoria de Béla Bartók, composta em 1911. O libreto foi escrito pelo poeta Béla Balázs, também húngaro, amigo de Bartók, inspirado pelo conto O Barba Azul, de Charles Perrault. Forte em aspectos simbolistas, a obra utiliza-se de apenas dois cantores acompanhados por uma grande orquestra, de mais de noventa músicos. Balázs escreveu o libreto de O Castelo do Barba-Azul entre 1908 e 1910. Em seguida, Bartók compôs a ópera a fim de disputar um concurso de música para teatro, sem conseguir o prêmio. Acrescentou algumas alterações em 1912, para um novo concurso, e deu forma final à composição em 1917. Após a revolução de 1919, Bartók foi obrigado pelo governo húngaro a retirar da ópera o nome de Balázs, que havia fugido do país e se exilado em Viena. O Castelo do Barba Azul só voltaria a ser encenada na Hungria em 1936. A história se passa no interior de um castelo, com apenas dois personagens: os recém-casados Barba Azul (baixo ou baixo-barítono) e Judite (soprano ou mezzo). As três primeiras mulheres de Barba Azul aparecem em cena, porém em papeis mudos, e há ainda um prólogo narrado por um Bardo. A ópera começa com a chegada do casal ao castelo. Pesa sobre o nobre a suspeita de haver matado suas três primeiras mulheres, e por isso Judite, diante da escuridão do ambiente, pede que as portas sejam abertas. Barba Azul resiste, mas, diante da insistência da mulher, vai abrindo uma a uma as portas de sete aposentos, revelando uma câmara de torturas, um jardim e um lago de lágrimas.

A história de Barba Azul é muito antiga. Aparece pela primeira vez nos “Contos da Mamãe Gansa” de Perrault, no século 17. A trama gira em torno do duque Barba Azul, homem rico e brutal.

A Cantata Profana (com o subtítulo A kilenc csodaszarvas [Os Nove Veados Encantados]) é uma obra para coro duplo misto e orquestra do compositor húngaro Béla Bartók. Concluída em 8 de setembro de 1930, estreou em Londres em 25 de maio de 1934, com a BBC Symphony Orchestra e Wireless Chorus regidos por Aylmer Buesst. O tenor Trefor Jones e o barítono Frank Phillips foram os solistas. O trabalho foi apresentado em uma tradução em inglês. Os textos que Bartók usou para criar o libreto foram duas canções natalinas que ele coletou da Transilvânia em abril de 1914. Estas canções são baladas cantadas durante a época do Natal que não possuem nenhuma conexão com a Natividade Cristã. Acredita-se que tenham suas origens em tempos pré-cristãos. A história é de um pai que ensinou seus nove filhos apenas a caçar, então eles não sabem nada de trabalho e passam todo o tempo na floresta. Um dia, enquanto caçavam um grande e belo veado, eles cruzaram uma ponte mal-assombrada e foram transformados em veados. O resto você descobre.

Hertha Töpper e Dietrich Fischer-Dieskau, sob regência de Ferenc Fricsay, dão um verdadeiro show No Barba Azul deste CD de 1958. Ferenc Fricsay foi um especialista em Bartók. Os ritmos e inflexões da ópera de Bartók estão tão intimamente ligados à língua húngara que acho estranho que um maestro húngaro como Fricsay tenha preferido interpretá-la em uma tradução alemã, mas… Bem, embora o falecido e excepcionalmente talentoso maestro Fricsay fosse húngaro e campeão musical em Bartók, essas duas obras não gozavam de popularidade fora de seu país natal na época em que ele as gravou. Portanto, ele estava obviamente tentando fazer o melhor para atingir o público maior na Alemanha nas décadas de 50 e 60. Estranhamente, não me incomoda tanto que a Cantata Profana seja também cantada em alemão. O poder orquestral da leitura de Fricsay é simplesmente avassalador, e Helmut Krebs é o melhor tenor que já ouvi nesse papel.

Béla Bartók (1881-1945): O Castelo do Barba Azul e Cantata Profana

Herzog Blaubarts Burg Sz 48 (Op. 11) 54:07
1 1 Wir Sind Am Ziele 4:32
2 2 Dies Ist Also Blaubarts Feste! 6:17
3 3 Große Schweigende Türen 4:00
4 4 Weh! – Was Siehst Du? 3:30
5 5 Was Siehst Du? – Tausend Schaurig Scharfe Waffen 2:53
6 6 Sieh Nur Den Schatz! 1:39
7 7 Ach! Blumenpracht! 4:17
8 8 Ah! – Sieh, So Weit Die Blicke Reichen 6:19
9 9 Weißes Stilles Wasser Seh Ich 11:19
10 10 Schau, Die Früher’n Frauen Alle 2:38
11 11 Früh Am Morgen Kam Die Erste 6:44

Cantata Profana Sz 94 18:42
12 1 Wunder Hört Ihr Sagen 7:26
13 2 Lange Harrt Der Alte 8:13
14 3 Wunder Ward Euch Kund Heut 3:03

Alto Vocals, Contralto Vocals – Hertha Töpper (tracks: 1 to 11)
Baritone Vocals – Dietrich Fischer-Dieskau
Chorus – Chor Der St. Hedwigs-Kathedrale Berlin (tracks: 12 to 14), RIAS-Kammerchor (tracks: 12 to 14)
Radio-Symphonie-Orchester Berlin
Tenor Vocals – Helmut Krebs (tracks: 12 to 14)
Ferenc Fricsay

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barba azul

PQP

9 comments / Add your comment below

      1. Feiíssimos, sim, PQP, mas acho que os perdoo, porque é uma grande gravação – e, diferentemente do Isaac, não acho um disparate cantar a ópera em alemão. O magiar, enfim, é uma língua notoriamente difícil, e suponho que qualquer tentativa de alguém que não é seu falante nativo cantar nesse idioma fosse ser execrada de qualquer maneira pelos falantes nativos – e o primeiro dos quais seria, provavelmente, o próprio Bartók. Ademais, a primeira edição do “Barba Azul” saiu também com o texto em alemão, numa tradução de Wilhelm Ziegler, talvez parente de Márta Ziegler, primeira esposa de Bártok. O alemão era uma das dez línguas que Béla falou, e ele estava muito familiarizado com o idioma (sua mãe, enfim, era de origem alemã), de modo que também suponho que essa versão do “Barba Azul” tenha sido autorizada por ele. Quanto a Fischer-Dieskau, ele reprisaria o papel bem mais tarde, arriscando-se a cantá-lo em húngaro sob a supervisão (e talvez mesmo cabresto) da esposa húngara, Júlia Várady, na gravação que os dois fizeram com Sawallisch.

        1. Com licença,mas não gosto nem um pouco da regência do Fricsay,um intérprete apenas correto por outro lado sem criatividade nenhuma.Além disso Fischer-Dieskau não é esse supra-sumo que dizem por aí.Nunca soube projetar direito a voz por exemplo,já até vi na internet gente o chamado de “Dietrich Crooner Diesckau”!De qualquer forma não levem para o lado pessoal essas críticas,eu adoro o blog de vcs,leio quase tudo embora tenha baixado quase nada!Desejo muita força para continuarem o trabalho agora que perdeu o blog um grande colaborador.Eu sou uma pessoa polêmica assim mesmo,para mim da discussão nasce a luz.Estou criticando essa gravação mas por outro lado estou sempre por aqui acompanhando cada nova postagem.Sei que estão todos abalados pelos acontecimentos recentes,mas desejo de todo meu coração vida longa a este blog!

          1. Olá, Isaac,
            Não precisa pedir licença para discordar, nem se preocupe com levarmos para o lado pessoal quaisquer opiniões suas sobre este ou aquele intérprete: quem as poderia, afinal, levar para o pessoal seriam Fischer-Dieskau e Fricsay, que não estão mais entre nós. Discordo muito de você quanto à qualidade deles, mas, tanto para a minha quanto para sua felicidade, não faltam ao blog tanto as gravações da dupla quanto, espero, aquelas de intérpretes que sejam mais do seu agrado.
            Em nome da equipe do blog, agradeço pelas manifestações de apreço e estímulo ao nosso trabalho nesse tão duro momento para todos nós. Volte sempre!

  1. Pienso que lo importante de la ópera es la difícil comunicación entre hombre y mujer y la soledad de éste. Siempre hay secretos que nunca dirá.

  2. Só para esclarecer meu comentário,”Dietrich Crooner Dieskau” foi o apelido que este cantor de canções ganhou por causa de suas empreitadas operísticas.Por ter se arriscado a cantar papéis como os de Wotan no Anel de Wagner ou Iago em Otello,partes com certeza não adequadas para o tipo de voz dele.Ele não quis ficar apenas conhecido como cantor de lieder mas não se saiu tão bem na ópera,não apenas pela carência de boa projeção vocal como também pela falta de legato,esta última comprometeu principalmente a atuação desse artista nos papéis de ópera italiana.Sem dúvida se trata de um cantor com sérios problemas técnicos.

    Com relação ao maestro Fricsay,é um regente de segunda categoria,metronômico,completamente surdo para o colorido orquestral,não sabe nada sobre fraseado,ignora o balanceamento orquestral,tudo que ele faz é sem graça,enfim um diretor medíocre.Não sei a razão deste blog insistir em desenterrar essas porcarias dessas gravações desse artista burocrático.Na Alemanha sempre existiram aos montes maestros como ele,é mais um…

    Por fim rogo a não levarem para o lado pessoal essas críticas,o fato de eu criticar uma ou outra postagem não me faz deixar de seguir este blog,onde sempre encontro valiosas informações.Confesso que prefiro ler isso aqui aos horríveis escribas que trabalham na imprensa especializada ou escrevem colunas sobre música nos grandes jornais.Estes se limitam em linhas gerais a repetir o que a imprensa especializada europeia ou norte americana diz.Aqui eu encontro mais informação.Desejo muita força para superarem tão sentida perda e continuarem com o blog!

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