Béla Bartók
Concertos para Piano Nos. 1 e 2
Maurizio Pollini
Chicago Symphony Orchestra
Claudio Abbado
Em janeiro faz muito, muito frio em Chicago. Apesar do frio, eu estava muito animado para ouvir Günter Wand reger a CSO interpretando a Primeira Sinfonia de Brahms. O concerto foi memorável e eu trouxe como souvenir um CD comprado na Symphony Store – o disco desta postagem – Bartók, Pollini, CSO e Abbado!
A música não poderia ser mais diferente e eu estava começando a explorar um repertório, digamos assim, mais ousado. Eu já tinha ótimas indicações sobre o disco: a melhor gravação dos Concertos para Piano de Bartók, dizia meu modernoso amigo, que considerava o Terceiro Concerto menos interessante.
Realmente, o disco é primoroso – uma referência. Poderia acrescentar que o Primeiro Concerto foi composto em 1926 e teve o compositor como solista na estreia em um festival em Frankfurt, onde a regência ficou a cargo de Wilhelm Furtwängler. O pessoal achou que aquilo era música de outro planeta – percussiva, dissonante, intensa e uma orquestração exuberante. Os críticos americanos falaram em unmitigate ugliness e estavam certos. Música não precisa ser ‘bonita’ e a peça é maravilhosa exatamente por ser tudo isso.
O Segundo Concerto é de 1930-31 e também foi estreado pelo compositor em Frankfurt, agora com Hans Rosbaud regendo a Orquestra da Rádio de Frankfurt. O próprio Bartók disse que este outro concerto tem um material temático mais agradável e uma orquestração mais fácil.
No livreto da última edição que comprei há notas interessantíssimas escritas por Ingo Harden que nos informa que Bartók estava sem compor por uns três anos devido as suas muitas turnês como pianista, mas também devido às tendências observadas no cenário musical daqueles dias. Havia uma polarização entre o serialismo proposto por Schoenberg e a tendência neoclássica trazida por Stravinsky. Bartók apresentou uma terceira via, pois que seus concertos seguem os modelos já estabelecidos, mas com uma força, uma linguagem totalmente inovadora e que a interpretação de Pollini – CSO & Abbado revelam em seu estado mais puro.
Este disco não poderia faltar neste momento que trazemos aos nossos leitores um panorama mais completo da obra do compositor, mas ele já foi apresentado no blog anteriormente. Foi postado em 18 de março de 2010 pelo Carlinus e posteriormente pelo FDP Bach como parte de uma coleção das gravações de Pollini-Abbado. Assim, esta postagem se caracteriza como mais uma PQP-Originals.
Veja aqui o texto da postagem mais antiga:
‘Este CD, que desde que me veio à mão eu não cesso de ouvi-lo, é um imperativo categórico: precisa ser postado. Sei que o PQP vai admirar. Afinal, temos Bartok e Pollini. É música arrebatadora, com certeza. Digo apenas que é um registro para ouvir com atenção, de joelhos. É o álbum que mais ouvir esta semana. Cada vez que o ouço, acho um detalhe novo, um ângulo que exige atenção. Fico perplexo diante de time tão poderoso. Simplesmente, Pollini e Abbado a reger um dos compositores que mais admiro, Bartok – um gigante da música do século XX. É ouvir e se deleitar. Estou “ensaboando” as palavras. É assim que se procede quando não achamos termos precisos para descrever aquilo que é magnífico. Bom deleite!’
Béla Bartók (1881 – 1945)
Concerto para Piano e Orquestra No. 1
- Allegro moderato – Allegro
- Andante – Allegro – ataca:
- Allegro molto
Concerto para Piano e Orquestra No. 2
- Allegro
- Adagio – Presto – Adagio
- Allegro molto – Presto
Igor Stravinsky (1882 – 1971)
Três Movimentos de ‘Petrushka’, para piano solo
- Danse russe. Allegro giusto
- Chez Pétrouchka
- La semaine grasse. Com moto – Allegretto – Tempo giusto – Agitato
Maurizio Pollini, piano
Chicago Symphony Orchestra
Claudio Abbado
BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
FLAC | 275 MB
BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 | 320 KBPS | 151 MB
Os arquivos musicais desta postagem são de uma reedição do álbum e traz também os Três Movimentos de Petrushka, de Igor Stravinsky. Esta gravação faz parte de um disco lançado pela Deutsche Grammophon com peças de diversos compositores e é um monumento em si mesmo. Acho que as peças de Stravinsky funcionam muito bem como encores após os dois concertos do Bartók. Você poderá ouvir muitas vezes, todos nós compreenderemos.
Aproveite!
RD
La primera foto es de Furtwangler pero, ¿quién acompaña a Bartok en la segunda?
Olá, Bruno!
O regente da estreia do Segundo Concerto foi Hans Rosbaud (1895 – 1962), regente particularmente associado às obras da primeira metade do século XX. Veja mais informações sobre ele aqui, por exemplo. https://www.naxos.com/person/Hans_Rosbaud/31068.htm
Como eu havia mencionado seu nome no texto ao lado da foto, não achei necessário colocar uma informação diretamente nela. Desculpe a minha falha…
Espero que tudo esteja bem com você!
Abraços do
René
post pra lá de fabuloso!!!! muito obrigado!!!! como de costume, vai uma sugestão: que tal postar os quartetos de bruckner, smetana, tchaikovsky e verdi com o amadeus quartet!!!!
Olá, Bernardo!
Obrigado pelo elogio.
As obras com o Amadeus Quartett andam pelo Departamento de Restauração do PQP Bach que tem uma dinâmica própria e funcionários para lá de marrentos e, bom, deixa para lá…
Mas, de qualquer forma, pedido protocolado!
Fique bem!
Abraços do
René
Este disco de Bartók é um dos que levaria para a ilha deserta. Mas há um húngaros. Ah, os húngaros.
Muchas gracias. Lo pensé pero no estaba seguro. Bartok va a ser el regalo del año.