Beethoven
Concertos para Piano Nos. 1 & 2
Lars Vogt
City of Birmingham Symphony Orchestra
Simon Rattle
2’20
Beethoven apresentou-se pela primeira vez ao grande público em Viena no dia 29 de março de 1795, quando foi o solista de seu Concerto em si bemol maior. Mesmo os ouvidos menos atentos notaram uma nova e grandiosa voz que se elevava. Um primeiro movimento com fanfarras prenuncia algumas de suas obras posteriores, notoriamente o Concerto Imperador, o solo de piano que apresenta uma individualidade que o destaca do restante da orquestra e mais o movimento lento, com prenúncios de romantismo, indicavam as novidades.
Eu adoro estes dois primeiros concertos para piano de Beethoven, que podem ser facilmente subestimados, se os colocarmos em perspectiva com os três que os seguiriam. Mas eu sei muito bem que comparações deste tipo raramente são pertinentes ou vantajosas.
Este disco eu fui buscar no fundo do meu baú para contribuir na festiva comemoração do Blog pelos 250 anos de nascimento de Beethoven. É verdade que já temos nossas deliciosas matinais postagens vassylianas, que vem a célere passo apresentando a obra completa do mestre, com excelentes e interessantes gravações, deixando a tarefa de encontrar algo que possa interessar nossos caríssimos leitores ainda mais apimentada.
Assim, preciso de uma justificativa deveras consistente para lançar mais uma postagem neste remoinho de #BTHVN250. Pois bem, além de ser um disco do qual gosto muitíssimo, critério primeiro a ser verificado para a sua escolha, ele tem uma coisa que o diferencia dos tantos outros discos com estes dois concertos.
Verdade, o solista é o jovem Lars Vogt, acompanhado pela City of Birmingham Symphony Orchestra, regida pelo seu maestro de então – Simon Rattle – que em 1994 ainda não sabia que se tornaria o Direktor da Berliner Philharmoniker.
Lars estava deslanchando sua carreira de pianista, que ganhara grande impulso uns quatro anos antes, quando ele participou do Leeds International Piano Competition, conquistando o segundo lugar. Na ocasião tocara o Concerto de Schumann, acompanhado pela CBSO e Rattle, concerto que gravou logo depois, junto ao Concerto de Grieg, acompanhado pelo mesmo time.
Atualmente Lars Vogt também exerce a regência e é o diretor da Royal Northern Symphony, orquestra com a qual gravou todos os concertos para piano de Beethoven, atuando como solista e regente. Não satisfeito com esta façanha, fez o mesmo com os dois concertos de Brahms. Espero que dia deste algum de meus colegas postem estas coisas. Eu vou garantir este belíssimo disco, mas quase me esquecia de contar o que o torna tão especial, pelo menos para mim.
Na edição que eu tenho, a capa do libreto traz em pequenas letras vermelhas a informação que as cadências do Concerto em dó maior foram compostas por Glenn Gould. E é por isto, 2’20 (dois minutos e vinte segundos), contados a partir de 12’20 na primeira faixa – a cadência do primeiro movimento – que eu verdadeiramente adoro este disco. Eu não consigo ouvir uma só vez. E toda vez que ouço esta cadência, ela me contagia, eu me remexo todo, agito as mãos, o corpo todo. Estes dois minutos e pouco de música me dão uma grande energia.
As cadências (a do terceiro movimento também) foram compostas por Glenn Gould em 1954 para uma apresentação em um concerto com a Montreal Symphony Orchestra.
Assim, temos dois concertos de um jovem compositor, interpretados por um jovem virtuose, e que com a sua escolha de cadências faz uma reverência ao seu predecessor. E se pensarmos bem, em 1994, Rattle que ainda não fizera quarenta anos, era um jovem maestro. Portanto, ouça lá este disco prestando alguma atenção no final da primeira faixa e depois me contem… Será que meu entusiasmo se justifica?
Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)
Concerto para Piano No. 1 em dó maior, Op. 15
- Allegro com brio (Cadência de Glenn Gould)
- Largo
- Rondo (Allegro) (Cadência de Glenn Gould)
Concerto para Piano No. 2 em si bemol maior, Op. 19
- Allegro con brio (Cadência de Beethoven)
- Adagio
- Rondo (Allegro molto)
Lars Vogt, piano
City of Birmingham Symphony Orchestra
Simon Rattle
BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
FLAC | 233 MB
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MP3 | 320 KBPS | 145 MB
Veja um comentário que observei em uma crítica do disco que você poderá ler na integra aqui.
The most distinctive aspect is the strong contrast between the styles of the soloist and the orchestra: Vogt cultivates a light, airy sparkling tone that looks back to Haydn, while Rattle’s statements from the orchestra are forceful and spacious.
Aproveite!
René Denon
PS: Se você gostou deste álbum, também poderá gostar de ver estas postagens:
Beethoven (1770-1827): Os 5 Concertos para Piano com Paul Lewis (revalidado)
Cheguei somente hoje a essa postagem.
Gostei bastante dessa gravação que eu não conhecia.
Obrigado!
P.S:
A cadenza de Glenn Gould, Maravilhosa, Tem a mão do papai de P.Q.P. com certeza.