.: interlúdio :. Keith Jarrett, Paul Motian, Gary Peacock – At The Deer Head Inn (1994)

É desnecessário tecer maiores comentários sobre estes trabalhos de Keith Jarrett. Já me considero suspeito para falar o óbvio ululante, de que é um gênio, que tudo o que toca vira ouro, sei lá que outras redundâncias poderia citar. Prefiro deixar que os senhores, se quiserem, tirem suas conclusões. Ouço essa turma já há quase quarenta anos, e ao contrário de muitas outras coisas que comecei a ouvir na época, e que hoje me parecem datados, sempre que ouço essa turma ouço de outra forma, e faço novas descobertas. Parecem camadas sobrepostas, a cada audição tiramos uma daquelas camadas e descobrimos outras possíbilidades por baixo.
Keith Jarrett, em minha modesta opinião, alcançou um nível de excelência que poucos músicos alcançaram. De sua geração, poderia citar Chick Corea e Herbie Hancock, músicos que começaram praticamente juntos, talvez Hancock um pouco antes, todos excepcionais músicos, virtuoses, e revolucionaram a arte de tocar piano no Jazz, seguindo os passos de outros gênios do passado, como Monk, Bil Evans, Oscar Peterson, dentre outros que já se foram.
Neste CD, Jarrett e seu fiel escudeiro Gary Peacock se juntam a outra lenda, não, aqui não temos Jack de Johnette, e sim Paul Motian. O mesmo Paul Motian que fez parte de outro trio de Jarrett, com Charlie Haden.
Minhas próximas postagens no interlúdio serão dedicadas a esse cara. Não pretendo trazer tudo o que tenho dele, ficaria até o final do ano, apenas alguns discos que considero fundamentais, porém confesso que é muito difícil fazer essa seleção. Começo com essa pintura gravada na mítica casa de Jazz “Deer Head Inn”, na Pensilvânia. Espaço pequeno, porém aconchegante, que permite um grau maior de intimidade entre os músicos e o público.

Recomendo fortemente, acompanhado de uma garrafa de um bom vinho, ainda mais neste período de pandemia e de isolamento social.

01. Solar
02. Basin Street Blues
03. Chandra
04. You Don’t Know What Love Is
05. You And The Night And The Music
06. Bye Bye Blackbird
07. It’s Easy To Remember

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Retrato do Artista enquanto Gênio

4 comments / Add your comment below

  1. Espetacular! É necessário tempo para apreciar e curtir!. Obrigado, fdpbach. – Você poderia ver para mim porque não estou conseguindo me comunicar com o Blog? – muito obrigado

  2. Olha, concordo em número, gênero e grau com tudo o que foi falado sobre o K.J.. Sempre coloquei-o no mesmo pedestal com o Bill Evans. Dono de uma identidade sem igual, sair pelas tangentes e nos apresentar caminhos que para nós meros mortais eram inimagináveis até aquele momento na música.
    Sugestão: comecem um blog dedicado SOMENTE ao jazz. A qualidade do PQB Bach é impressionante e se vcs tivessem um espaço dedicado exclusivamente ao jazz tenho certeza de arrasariam.
    Parabéns pelo trabalho!

    1. Olá, Ronaldo, agradeço a gentileza do comentário. Vou conversar com os outros colegas do blog, mas creio que seria um pouco difícil criarmos um blog tão específico.

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