Postagem restaurada – Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Symphony No.9 – Bruno Walter – Leslie Howard

61+AufDLfcLPUBLICADA ORIGINALMENTE POR FDP BACH EM 31/5/2014, RESTAURADO POR VASSILY EM 02/4/2020

Eis finalmente a nossa mui amada, salve, salve, Nona Sinfonia, in D Minor, de Beethoven, outro monumento da música ocidental, uma das mais importantes obras da criação humana. E mais não tenho o que dizer.
Confesso que fiquei um pouco decepcionado com a falta de comentários sobre esse projeto. Com raríssimas exceções, o silêncio dominou o campo dos comentários. Tivemos a grata satisfação de conhecermos o Beto, que nos deu uma verdadeira aula sobre as transcrições que Liszt realizou. frontAgradeço imensamente a ele, que mostrou como o PQPBach pode ser coletivo. Ninguém aqui é dono absoluto da razão, ou sabe tudo sobre tudo e todos.
Bruno Walter foi um dos maiores maestros do século XX, foi um regente que atravessou o século XX trazendo na bagagem uma vasta experiência nos palcos. Foi contemporâneo e amigo pessoal de Mahler, e só isso já seria um grande diferencial, mas sua arte ultrapassou barreiras. Beethoven, Brahms e Bruckner, sem contar obviamente Mahler, foram suas especialidades, mas também são memoráveis suas gravações das sinfonias de Mozart. Felizmente a tecnologia conseguiu nos trazer esses seus registros, que oferecemos aos senhores com o maior prazer, para mostrar os tesouros que existem no passado. E espero poder trazer mais dessas maravilhosas gravações.
Leslie Howard ainda frequenta os palcos. Esse excepcional pianista, talvez o maior especialista vivo em Liszt, com toda a sua versatilidade, nos mostrou um Beethoven diferente, sob a visão de um visionário, e não podemos negar que Liszt o fosse. Um compositor além de seu tempo, que mostrou um respeito muito grande pelo gênio de Bonn quando realizou essas transcrições.

01 – Symphony No.9 in D minor, Op. 125 ‘Choral’ – I. Allegro ma non troppo, un poco maestoso
02 – II. Molto vivace
03 – III. Adagio molto e cantabile
04 – IV. Presto
05 – Rezitativo O Fewunde, nicht diese Tone! Allegro assai

Leslie Howard – Piano
BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Emilia Cundari – Soprano
Nell Rankin – Mezzo Soprano
Albert da Costa – Tenor
William Wildermann – Bass
Westminster Symphonic Choir
Columbia Symphony Orchestra
Bruno Walter – Conductor
BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FDPBach

22 comments / Add your comment below

  1. Rapaz, mas se eu mal podia me conter de ânsia por estes posts? Esse sábado promete ser radiante, com a Nona no PQPBach e os três primeiros álbuns do Led Zeppelin em Deluxe Edition no site do new albuns releases (que está no canto aí debaixo de sites recomendados pelo PQP).

    Também ressinto pela falta de comentários diante esse projeto, um projeto concomitante a um outro soberbo aqui, a dos 21 cds de Gustav Leonhardt. Será que são os poderes espirituais que estão em franca decadência no mundo de hoje, ou será porque a maior parte dos frequentadores aqui são obnubilados pela modéstia diante tantos profundos conhecedores de música? Quero pensar que seja o segundo caso.

      1. Eu fico caladinho aqui no meu canto, porque se eu comentar como quero, para cada postagem, a dream team vai achar que eu vasculho o lixo deles, coleciono roupas jogadas fora, e o Avicenna vai ficar com medo de ser sequestrado quando sair de casa.

      2. Não, charlles, o link do arquivo do Leslie Howard estã junto com a versão da orquestra. Pode verificar pelo tamanho do arquivo, 301 mb.

    1. obnubi o quê? Brincadeiras a parte, charlles, entendo o pessoal que não comenta. Eu também baixo toneladas de coisas pela rede e de vez em quando agradeço. Sei o trabalho que dá, mas tudo bem. No problems. O que me deixa ansioso é que através do MEGA não sabemos a quantas anda o número de downloads.

  2. Fico sem palavras quando acesso o PQPbach e vejo uma postagem tão grandiosa como esta, as sinfonias de Beethoven transcritas por Liszt me impressionam. Sou muito grato pelo trabalho de vocês.

  3. PQPBach,

    Estupendo post. Comprei em um sebo o “CD promocional integrante de ISTO É edição 1509” chamado “Música, Maestro!”, contendo obras de Beethoven executadas pela Orquestra Sinfônica de Moscou do Centro Stas Namin regida por Konstantin Krimets. Este repertório eram encerrado pela Sinfonia Nº 9 “Coral” (4º Movimento), uma das melhores interpretações que já ouvi do coral da 9ª.
    Eis: vocês tem ou teriam como conseguir trazer para os posts a 9ª completa regida por Krimets?
    Obrigado!

  4. Perdoe a minha falta de comentários. As sinfonias de Beethoven são gigantes e Liszt também foi gigante ao transcreve-las para piano.
    Digo que aqui no PQP aprendi a ouvir Jazz, música de câmara e música colonial brasileira. Muito Obrigado.

    1. Tenho andado meio sem tempo, por isso a demora. Mas a tempo, achei essa versão do Bruno Walter estupenda. E só podia ser, considerando que ele é um dos maiores regentes que o mundo já viu. Quanto às versões de Liszt para piano, digo que ainda prefiro as versões originais, orquestradas, mas mesmo assim, não há como não reconhecer a competência e genialidade de Liszt. Quer dizer, ele passa tudo (ou quase tudo, talvez) que a partitura original continha para o piano. Isso é tudo que eu tenho a dizer. Sem dúvida, essa foi uma das melhores séries de postagens do P.Q.P Bach. Parabéns!

  5. Cara, eu só conhecia 2 sinfonias de Beethoven, depois desse projeto aí ja to escutando a quinta 😀 E pra falar a verdade eu preferi a transcrição para o piano da quarta do que a sinfonia original. Valeu ai

  6. Agradeço a mais um Ciclo Beethoven completo! Com certeza minha coleção ficou mais “completa” com esse ciclo nas mãos do grande Bruno Walter! E as transcrições para piano são sensacionais! Apreciarei degustando com um bom vinho e queijo num dia de frio…

  7. Prezado fdpbach

    Em primeiríssimo lugar, eu é que agradeço o trabalho de todos que colaboram com o pqpbach, e blogs semelhantes, como por exemplo, o Carlinus ‘ser da música’.
    Graças ao trabalho de vocês é que pessoas como eu, aposentado que despende um terço de sua minguada aposentaria com um plano de saúde para mim e minha esposa, pode ter acesso ao Universo da MÚSICA CLÁSSICA!

    Em segundo lugar: Beto Toda Música, porque amo desde o canto gregoriano, ars antiqua, ars nova, a grandiosa polifonia vocal, o barroco, a música clássica, o romantismo etc.

    Sou humano e nada do que é humano me é estranho. Parodiando: gosto de música e nenhuma música não me é estranha.

    Se gosto de Haydn, não posso gostar da Gubaidulina?

    Em terceiro lugar: devemos lembrar que a evolução da música romântica se caracterizou, em grande parte, por uma tendência sempre crescente da extensão das formas musicais e dos meios orquestrais. A sinfonia, por exemplo, que era uma composição relativamente curta, e que só exigia uma orquestra até certo ponto reduzida, mesmo nos últimos anos de vida de Haydn, se tornou um projeto infinitamente mais vasto e mais ambicioso com Beethoven, inclusive durante o que se convencionou chamar seu ‘período médio’. Uma nova via se esboça a partir da Nona Sinfonia, e, se bem que se possa afirmar que as possibilidades nela surgidas não tenham sido imediatamente compreendidas e, portanto não tenham sido adotadas pela maior parte dos compositores românticos, não resta dúvida que a partir desse momento a concepção sinfônica dos compositores ditos ‘clássicos’ se acha definitivamente ultrapassada.

    Beethoven desenvolveu e aperfeiçoou alguns princípios e técnicas tais como: a criação de idéias temáticas contrastantes, o uso de estruturas liquidantes e transicionais, seções conclusivas, variações de reexposições.

    Por outro lado, é na extensão dramática que encontramos o aspecto mais inovador e revolucionário da Nona. Tal extensão, derivada de uma situação dialética que abraça ao mesmo tempo o drama e a sinfonia, determinou a essência mesmo da Nona, e iria impregnar de forma decisiva a essência de grande parte da música romântica que estava por vir. A renovação beethoveniana de dotar a sinfonia de uma conteúdo dramático, torna-se um exemplo importante para a posterior sinfonia romântica, a exceção de Brahms.

    De fato, sabe-se que mesmo as sinfonias compostas no decorrer do século XIX, se não fizeram uso da voz humana, devem, de uma maneira ou de outra, boa parte de seu impulso original a um elemento dramático. A absolutamente extraordinária e genial Sinfonia Fausto de Liszt é um exemplo. O poema sinfônico, e de maneira geral a ‘música de programa’ são resultados típicos desta atitude.

    O ápice dessa tendência, será os Gurre-Lieder (no meu entender uma obra prima absoluta da Música de todos os tempos) de Schoenberg, que na realidade nada mais é do que uma vasta e complexa estrutura musical, que poderia ser denominada de sinfonia-dramática. Aqui, a forma sinfônica se encontra completamente transcendida.

    Possivelmente, sem a transgreção de Beethoven na Nona, que é a primeira obra que ultrapassa os limites da sinfonia clássica, os Gurre-Lieder não teriam sido possíveis.

    O próprio Schoenberg nunca negou as influências de Beethoven, bem como de Bach, Mozart, Schubert, Wagner, Brahms, Mahler, Richard Strauss e Reger (compositor injustamente esquecido e negligenciado, sobre quem em 1922, em uma carta endereçada à Zemlinsky, Schoenberg escreveu ‘Eu considero Reger um Gênio’).

    De Beethoven, ele dizia que aprendeu:

    1 – A arte do desenvolvimento dos temas e dos movimentos.
    2 – A arte da variação e da diferenciação.
    3 – A diversidade na construção de movimentos de grande fôlego.
    4 – A arte de prolongar sem hesitação, mas também encurtar brutalmente, segundo as necessidades em causa.
    5 – Ritmicamente: o deslocamento das figuras sobre outros tempos do compasso.

    Lendo a partitura dos Gurre-Lieder pode-se identificar, sem nenhuma dificuladade, como os 5 itens acima descritos estão presentes.

    Mais uma vez:

    MUITO OBRIGADO PELA GENEROSIDADE E SOLIDARIEDADE DE VOCÊS AO COMPARTILHAR COM NÓS OUTROS O UNIVERSO DA MÚSICA CLÁSSICA!

  8. Que tributo memorável do gênio Liszt para o gênio Beethoven.
    Leslie Howard toca na medida certa,é incrível.
    O registro histórico de Bruno Walter é fantasmagórico.
    Parabéns ao Blog por nos oferecer estas relíquias.
    Obrigado e um abraço do Dirceu.

  9. Só não comentei antes por pura falta de tempo.

    Quero dizer que achei este projeto de integrais paralelas um dos mais instigantes já realizados no PQP. Uma abordagem absolutamente não standard a um repertório tido como tão standard (ainda que, na real, só mesmo a 3ª, 5ª, 6ª e 9ª possam ser consideradas populares o suficiente para se enquadrarem no conceito.

    Além disso quero registrar minha imensa felicidade de que seja com Bruno Walter – um regente anos-luz mais digno de interpretar a sutileza de Beethoven que aquele popstar gritalhão e raso chamado Karajan.

    OBRIGADAÇO, colega, por essa coleção absolutamente preciosa!

    É bem provável que eu volte a comentar… à medida em que encontre o tempo de ouvir as diferentes sinfonias e versões – e isso com a devida atenção!

  10. A transcrição para piano mostra as sinfonias na sua essência.
    E existem partes tão admiráveis feitas somente por um pianista e com uma sonoridade incrível, a transcrição da Nona foi sobre humana. Maravilhoso.

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