Não sei o que parece para os senhores, mas em minha modesta opinião, a abertura do Prelúdio op. 28 nº2 lembra quase uma marcha fúnebre. O andamento lembra o trote dos cavalos, e o lento andar das pessoas que acompanham. A genialidade de Chopin não encontrava limites ou barreiras.
Hoje temos mais um conjunto de pequenas peças, os Prelúdios, sensiveis e delicados por vezes, intensos e nervosos em outros momentos. Basta fecharmos os olhos enquanto Nikita Magaloff faz a sua mágica. A música flui com naturalidade.
P.S. de Pleyel ao revalidar a postagem em 2023: Nikita Magaloff (1912-1992) estudou em Paris com Isidore Philipp, o mesmo professor de Guiomar Novaes. Embora ela fosse quase vinte anos mais velha que ele, tanto o Chopin de Novaes como o de Magaloff se caracterizam por uma certa naturalidade: tocavam como respiravam ou bebiam água, as escolhas interpretativas pareciam intuitivas, sem busca de virtuosismo performático. Ao mesmo tempo, em vários momentos eles interpretam no sentido forte da palavra, ou seja, fazem escolhas em termos de tempo rubato, de pedal, etc. Sobre o rubato sutil de Madame Novaes, Ranulfus afirmava: “para que sublinhar o que já é intenso por si?”
O mesmo vale para Magaloff.
1-24 – Prelúdios, op. 28
25 – Prelúdio nº 25, op. 45
26 – Prelúdio em Lá Sustenido Maior, op. posth.
Nikita Magaloff – Piano
FDP / Pleyel (links revalidados)
Sim, lembra a Marcha Fúnebre da sonata Op. 35 do próprio Chopin