Eugène Ysaÿe (1858-1931) – Seis Sonatas para violino solo, Op. 27 – Oscar Shumsky

51Bi4DBVCULArrisco dizer que Oscar Shumsky (1917-2000) é o menos ouvido dos grandes violinistas do século passado. Sua longa e intensa dedicação à carreira pedagógica certamente contribuiu para essa relativa obscuridade: foram décadas ensinando no Curtis Institute de Filadélfia, em Yale e na Juilliard School, até que voltasse aos palcos e estúdios em 1981, sob intensa aclamação.

Apesar de ter nascido na Filadélfia, o pedigree musical de Shumsky é inteiramente europeu: filho de judeus russos, aluno do húngaro Leopold Auer (aquele mesmo que esnobou o Concerto para violino de Tchaikovsky e que foi professor de Heifetz no Conservatório de São Petersburgo) e, depois, do russo Efrem Zimbalist no Curtis Institute. Criança-prodígio, foi chamado por Stokowski (com quem estreou aos sete anos de idade) de “o mais espantoso gênio” que já ouvira. Ao contrário de muitos prodígios, sua carreira adulta correspondeu às expectativas, e foi um artista extremamente ativo e requisitado durante toda a vida.

As Sonatas para violino solo do belga Ysaÿe, concebidas como retratos musicais de violinistas amigos do compositor, são tão atraentes quanto horrendamente difíceis. A nobreza e habilidade com que Shumsky incorpora as enormes dificuldades técnicas ao fluxo sonoro certamente hão de atrair os leitores-ouvintes para o rol de seus fãs.

Eugène-Auguste YSAYE (1858-1931)

SEIS SONATAS PARA VIOLINO SOLO, Op. 27

Sonata no. 1 em Sol menor (para Joseph Szigeti)

01 – Grave
02 – Fugato
03 – Allegretto poco scherzoso
04 – Finale. Con brio

Sonata no. 2 em Lá menor (para Jacques Thibaud)

05 – Obsession
06 – Malinconia
07 – Danse des ombres
08 – Les furies

Sonata no. 3 em Ré menor, ‘Ballade’ (para George Enescu)

09 – Ballade: Lento molto sostenuto – Allegro in tempo giusto e con bravura

Sonata no. 4 em Mi menor (para Fritz Kreisler)

10 – Allemanda
11 – Sarabande
12 – Finale

Sonata no. 5 em Sol maior (para Mathieu Crickboom)

13 – L’Aurore
14 – Danse rustique

Sonata no. 6 em Mi maior (para Manuel Quiroga)

15 – Allegro giusto non troppo vivo

Oscar Shumsky, violino

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Oscar Shumsky: um excelente violinista que vocês encontrarão mais vezes aqui no PQP Bach
Oscar Shumsky: um excelente violinista que vocês encontrarão mais vezes aqui no PQP Bach

Vassily Genrikhovich

10 comments / Add your comment below

  1. Um mago absoluto do violino. Nunca ouvi as Partitas e Sonatas de Bach iguais. Infelizmente não tenho estes discos, pertenciam a um grande amigo que se foi e a família deu fim no acervo. São dois CDs. Se alguém tiver esta gravação com Shumsky, por caridade… rs

    1. Os Caprichos de Rode são, de fato, um ótimo veículo para o talento de Shumsky e já estão no servidor para publicação. Também disponho das Sonatas e Partitas de Bach e alguns concertos. Infelizmente, sua discografia é exígua. Segundo relato de um de seus alunos (Eugene Fodor), sua dedicação ao ensino levava-o a muitas atividades didáticas fora de hora, incluindo visitas a alunos, e intensa atividade social com eles. Parecia satisfeito como professor, e talvez por isso tenha ficado tanto tempo longe dos palcos e estúdios.

  2. Oi Vassilly, achei espetacular essas 6 sonatas para violino. O executante, Shumsky, tem um dominio pleno do instrumento. Eu gosto muito destas apresentações. Se vierem mais sera otimo.
    Vassily, eu gostaria de te pedir que me explicasses o que vem a ser o Quodlibet BWV524 de Bach, apesar de não estarmos falando exatamente de Bach, aqui. Li que se trata de uma justaposição de varias melodias e que o nome vem do latim “para o que quiseres”, de quod(o que) e libet(agrada). E que um exemplo de quodlibet estaria no final das Variações Goldberg. Já vi tudo isso, mas quem sabe se tens algo sobre este assunto para postar. Tenho certeza acrescentaria aos conhecimentos que já temos e dirimiria as duvidas. Agradeço desde já, é claro, se for possivel!
    grande abraço

    manuel

    1. Hahaha, ninguém sabe muito bem o que é o BWV 524 de Bach. Duvidariam até de sua autenticidade, se não existisse em partitura autógrafa. Ele, certamente, não é a justaposição polifônica de melodias folclóricas, como você mencionou. A variação no. 30 entre as Goldberg é um quodlibet, sim, pois se baseia em várias canções populares, algumas até humorísticas (“Repolhos e rabanetes me fizeram sair, se Mamãe tivesse cozinhado carne, eu teria ficado mais tempo” é uma delas). O quodlibet era improvisado em festas, como as muitas reuniões da imensa família Bach. Já o BWV 524 é um balaio de gatos escrito, supõe-se, para um casamento, talvez o do próprio Johann Sebastian em 1707- ano em que houve os “dois eclipses solares” citados no texto, o mesmo em que o gênio se casou, pela primeira vez, com sua prima Maria Barbara.

      Assim – e aqui vai uma opinião pessoal, de quem não é musicólogo -, da mesma maneira que há a sonata-forma e outras peças que se chamam “sonata” simplesmente pela acepção original do termo (porque são “tocadas”, e não “cantadas”), acredito que o quodlibet das Goldberg seja um “quodlibet-forma”, e o BWV 524, um quodlibet só porque Bach colocou nele, assim digamos, “quod” ele “libet”.

  3. Espantoso. que peças, e que violinista estupendo! a faixa 5 é incrível, um mosaico Bach Dies Irae-Berlioz. rs Lembro de ter ouvido isso num maravilhoso filme chamado O Violinista.

  4. Bom dia!
    Por favor, seria possível repostar esse cd? Gostei muito das interpretações do Shumsky. Há uma sonata postada no Youtube. Esse link não funciona mais, no entanto.

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