Um disco quase todo russo!
Eu tenho uma enorme predileção por música ao piano. Adoro CDs com piano solo. Quando ouvi rumores de uma pianista russa que migrara para a Alemanha e era tudo menos convencional, saí logo à caça.
O primeiro CD dela que ouvi foi de música de Bach. Disco excepcional, já está escalado para futura postagem. Mas, olhando o rol de minhas postagens, achei que estava faltando um certo tempero russo, algo assim ovas de esturjão e vodcas. Como o pessoal do blog vetou o disco da orquestra de balalaicas, escalei o disco de Prokofiev, música para piano, interpretada pela Elena Kuschnerova. Sergei Prokofiev compôs um dos melhores concertos para piano do Século XX e é um bamba do teclado. Ainda tenho que explorar parte de sua obra, mas adoro três de seus cinco concertos para piano e a tal cantata com música do filme do Eisenstein. A Sinfonia Clássica nem conta, todo mundo gosta. Veja mais informações sobre ele neste site.
Este disco traz dez peças que Prokofiev transcreveu para piano a partir de movimentos do seu justamente famoso balé Romeu e Julieta.
Este balé, assim como a música para o filme Alexander Nevsky, foram compostos em 1935 e 1938, respectivamente quando a política em vigor na Rússia exigia maior comunicação dos artistas com o público. Prokofiev agiu com atenção a esta orientação sem, no entanto, deixar de produzir obras primas.
Estas dez faixas, na minha opinião, valem o disco. Recriar ao piano o universo sonoro de tão sofisticada orquestra é para poucos. Mas, esqueça a orquestra, mergulhe neste ambiente sonoro de piano e aproveite uma delícia após a outra.
Prokofiev compôs nove sonatas para piano e aqui temos a segunda delas, composta em 1912, antes da Revolução, quando Prokofiev ainda era um talentoso jovem de 21 anos. A sonata tem quatro movimentos, apesar de bastante compacta. Nestes movimentos já se apresentam algumas das linhas básicas criação artística do compositor e são muito contrastantes. Por exemplo, o segundo movimento lembra uma tocata e segue a linha chamada cinética. Para maiores detalhes sobre os demais movimentos da sonata, você pode consultar aqui.
A última faixa do disco funciona assim como um bis, um encore. É uma marcha com menos de dois minutos que originalmente pertence à ópera O Amor das Três Laranjas, composta em 1921 e apresentada pela primeira vez em Chicago, sob a direção do próprio Prokofiev.
Sergei Prokofiev (1891 – 1953)
Romeu e Julieta – Dez Peças para Piano, Op. 75 (1937)
- Dança folclórica. Allegro giocoso
- Allegretto
- Assai moderato
- A jovem Julieta. Vivace
- Máscaras. Andante marciale
- Os Montecchios e os Capuletos. Allegro pesante
- Frei Lourenço. Andante expressivo
- Allegro giocoso
- Dança das jovens com lírios. Andante com eleganza
- Romeu e Julieta, antes da partida. Lento
Sonata para Piano No. 2 em ré menor, Op. 14 (1912)
- Allegro, ma non tropo
- Allegro marcato
- Andante
- Vivace
Da Ópera O Amor das Três Laranjas, Op. 33 (1919)
- Marcha (transcrição para piano) (1922)
Elena Kuschnerova, piano
Gravação de 1966
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FLAC | 166 MB
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MP3 | 320 KBPS | 117 MB
Sobre a pianista Elena Kuschnerova, o crítico de música para o The New York Times, Harold Schonberg disse: A pianist who grabs the imagination.
Ouçam o disco e me digam depois!
René Denon
gracias por este disco, pero…cuál es para tí el mejor concerto para piano de Prokofiev?
Olá!
Por nada! Adoro o disco e imaginar que outras pessoas também possam apreciá-lo é muito bom.
Gosto em especial Concerto para Piano No. 3. Acho um concerto espetacular. Depois gosto muito do juvenil No. 1, muito bonito, e do No. 5, que ouvi pela primeira vez na gravação do Svietoslav Richter. Os Concertos Nos. 2 e 4, estou aprendendo a gostar!
Abraços!
RD