tic, toc, choc
Tharaud joue Couperin
Eu gosto de tudo neste disco. A capa é matadora! A mão com os dedos lembrando uma pessoa correndo, sobre fundo preto é uma imagem e tanto. A escolha dos tipos para compor o título, misturando itálicos com normais, bold com simples, as tonalidades, tudo em letras minúsculas depois uma palavra com letras maiúsculas. E o charme do título – tic, toc, choc! Até a casquinha do nautilus do selo harmonia mundi dá a esta capa um toque especial.
O compositor, Couperin, François Couperin (há outros Couperins), deixou um legado de maravilhosas peças para cravo – e aqui temos um piano, o rei dos instrumentos, um grand piano, capaz de tocar desde o mais leve sussurro da ninfa até entoar a trovoada da tempestade. Esse disco é uma destas vencedoras confluências do antigo e do novo.
Tem a maravilhosa escolha do repertório, começando com uma peça de nome intrigante – Les baricades mistérieuses. A primeira vez que a ouvi foi em um disco com uma coletânea de peças famosas para cravo, interpretado pelo Trevor Pinnock. Desde então essa peça grudou em minha memória musical. Você ouvirá peças com nomes envolvendo carrilhões, querubins. Algumas peças têm até dois nomes, como a que dá título ao disco: Le tic, toc, choc ou les maillotins. Bruit de guerre, Les tricoteuses. Os títulos servem para despertar a imaginação, para criar um clima, uma atmosfera.
As peças foram escolhidas das suítes que Couperin publicou ao longo da vida e eram chamadas Ordres. O próprio Couperin esperava que os intérpretes escolhessem as peças e montassem as suas próprias Ordres, como fez aqui o Tharaud.
Ouça o disco, mesmo que você tenha preferência por ouvir música interpretada pelo instrumento para o qual ela foi originalmente escrita. Ande, permita-se esta pequena indulgência, ouça este prazeroso disco. Aposto uma cocada que você não se arrependerá.
François Couperin (1668 – 1733)
- Les Baricades Mistérieuses (6e ordre)
- Le Tic-Toc-Choc ou Les Maillotins (18e ordre)
- La Couperin (21e ordre)
- Les Calotines (19e ordre)
- Les Ombres Errantes (25e ordre)
- Les Tricoteuses (23e ordre)
- Le Carillon de Cithére (14e ordre)
- Muséte de Taverni (à 5 mains) (15e ordre)
- Les Rozeaux (13e ordre)
- L’Atalante (12e ordre)
- Passacaille (8e ordre)
- La Muse Plantine (19e ordre)
- Les Tours de passe-passe (22e ordre)
- Bruit de guerre (extrait de La Triomphante) (10e ordre)*
- Le Dodo ou L’Amour au berceau (15e ordre)
- La Visionnaire (25e ordre)
- La Logivière (5e ordre)
- Les Juméles (12e ordre)
- Les Chérubins ou l’aimable Lazure (20e ordre)
- Jacques Duphly: La Pothouïn (4e Livre de Pièces pour clavecin)
Alexandre Tharaud, piano
*com a participação de Pablo Pico, tambor Dawul
Direção artística: Cécile Lenoir
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FLAC | 230 MB
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MP3 | 320 KBPS | 150 MB
Permita-se esta pequena indulgência, ouça este prazeroso disco. Aposto um pé-de-moleque que você não se arrependerá.
René Denon
E o conjunto de textos da capa forma uma faixa horizontal com o logotipo da gravadora, coisa de quem sabe o que está fazendo. Realmente uma bela capa. E, pelo destaque dado aos detalhes gráficos (sem falar no uso da palavra “tipos” onde o usual é falar em letras ou fontes), desconfio que a presente encarnação do René Denon trabalha com design para pagar suas despesas com música. 🙂
Olá, Igor!
Demorei a responder, pois estava terminando a diagramação do último livro do Sebastião Salgado. Você não faz ideia de como ele é detalhista!!
Obrigado pelos seus comentários!
Quando a capa é linda e o disco é ótimo, como neste caso, temos uma combinação arrasa quarteirão!
Abração!
René Denon