Weber, Schumann, Hindemith, Schnittke: Obras para Violino e Piano & Violino e Orquestra

A capa é medonha, mas a música que sai do CD é bem boa. Inicia com um Weber. Música ligeira, como se dizia antigamente. Coisa leve, bonitinha e esquecível. O Concerto para Violino de Schumann é daquelas obras que os comentaristas chamam de “negligenciadas”. Melhor se fosse esquecida. É totalmente anti-violinístico — alguns acham que é inspirado, outros que é pirado. Saiu de uma mente já doente, foi escrito quando o compositor já estava no internato de Endenich, talvez seja algo único na história da música. A tragédia do concerto de violino de Schumann é a fatal comparação com os de Brahms e Tchaikovsky, dois matadores absolutos. A coisa fica sensacional quando entram em ação Hindemith e Schnittke, principalmente o último. Quasi una Sonata (ou Sonata Nº 2), de 1968, é um de meus trabalhos favoritos de Schinittke. É violenta e lembra muitas vezes o Concerto para violino de Berg. É uma obra importante, continua sendo uma das peças seminais do compositor em qualquer de suas versões, marcando a estréia de seu célebre “poliestilismo” e seu afastamento da vanguarda.

Weber, Schumann, Hindemith, Schnittke: Obras para Violino e Piano & Violino e Orquestra

WEBER, Carl Maria von (1786-1826)
Grand Maria Von Weber, Op.48
1. I.Allegro con fuoco 7:22
2. II.Andante con moto 4:59
3. III.Rondo (Allegro) 5:13

SCHUMANN, Robert (1810-1856)
Violin Concerto in D minor, Op.posth
4. I.In kraftigem, nicht zu schnellem, Tempo 15:07
5. II.Langsam-III. Lebhaft, doch nicht schnell 14:20

HINDEMITH, Paul (1895-1963)
Violin Sonata in E flat, Op.11
6. I.Frisch 4:40
7. II.Im Zeitmass eines langsamen, feierlichen Tanzes 5:39

SCHNITTKE, Alfred (1934-1998)
Violin Sonata No.2
8. I.Quasi una sonata 20:11

GAVRILOV, Andrei (piano)
KREMER, Gidon (violin)
Philharmonia Orchestra
MUTI, Riccardo

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Kremer e Gavrilov à época desta gravação.

PQP

2 comments / Add your comment below

  1. A minha opinião sobre o Concerto para Violino de Schumann é de que só existe o primeiro movimento. Foi só o que ele realmente compôs, em que havia inspiração. Os restantes, acho que ele escreveu pra encher linguiça, pra dizer que terminou o concerto, ou porque não conseguia mais compor mesmo. Mas o primeiro movimento merece ser lembrado, ainda é grande música.
    Já a Sonata do Schnittke está entre as sonatas para violino do século XX que mais gosto. Coisa de louco. No sentido figurado, não no sentido do Schumann.

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