O disco perfeito. Ou quase, não fora a presença de Webern… Mesmo assim, é um dos que levaria para a ilha deserta. Os três movimentos de Petruschka e a Sonata de Prokofiev foram gravados em 1971 e a notável Sonata de Boulez e as Variações de Webern são de 1976. Eram dois discos, viraram um CD. Um grande CD que é reeditado e reeditado pela DG, que o publicou nas Legendary Recordings da gravadora.
Meu Deus – e notem que sou ateu! – o que Pollini faz na Petruschka e nas Sonatas de Prokofiev e Boulez só pode ser explicado pelo diabo. Já na obrinha de Webern, o diabo tem mais é que explicar a existência destas variações… Porém, meu caro Pollini, eu te perdôo tudo neste mundo e tu podes até tocar toda a obrinha de menos de duas horas de Webern que eu não me importo.
Bom, vocês sabem que Pollini é meu pianista preferido. Não sou muito original nisto. Abaixo, duas notícias sobre ele.
Retirada daqui: Maurizio Pollini nasceu em 1942 em Milão e estudou piano com Carlo Lonati e Carlo Vidusso. Depois de vencer o Concurso Internacional Chopin de Varsóvia em 1960, percorreu uma destacada carreira internacional, apresentando-se nas mais importantes salas de concerto e festivais, colaborando com as mais prestigiadas orquestras e com maestros de renome, como Karl Böhm, Sergiu Celibidache, Herbert von Karajan, Claudio Abbado, Pierre Boulez, Riccardo Chailly, Zubin Mehta, Wolfgang Sawallisch, e Riccardo Muti, entre muitos outros.
Em 1987, após a interpretação dos concertos para piano de Beethoven, em Nova Iorque, Maurizio Pollini foi galardoado pela Orquestra Filarmónica de Viena com o prestigiado Ehrenring. Em 1996 recebeu o prémio Ernst-von-Siemens, em Munique, e em 1999 o prémio A Life for Music – Arthur Rubinstein, em Veneza. No ano 2000, foi distinguido com o prémio Arturo Benedetti Michelangeli, em Milão.
Em 1995, Maurizio Pollini abriu o festival que a cidade de Tóquio dedicou a Pierre Boulez. No mesmo ano e em 1999, organizou e interpretou os seus próprios ciclos de concertos e recitais no Festival de Salzburgo, seguindo-se o Carnegie Hall de Nova Iorque (em 1999-2000 e 2000-2001), a Cité de la Musique, em Paris, e Tóquio (ambos em 2002) e o Parco della Musica, em Roma (Março de 2003). Reflectindo o vasto leque das sua preferências musicais, a programação escolhida para estes eventos incluiu música orquestral e de câmara, abarcando compositores desde Gesualdo e Monteverdi até aos contemporâneos. No Verão de 2004, foi o «Artist Étoile» do Festival Internacional de Lucerna, dando um recital e concertos com orquestra sob a direcção de Claudio Abbado e Pierre Boulez.
O repertório de Maurizio Pollini estende-se de Johann Sebastian Bach até aos compositores contemporâneos (incluindo estreias de obras de Nono, Manzoni e Sciarrino) tendo, como componente central, o ciclo integral das sonatas de Beethoven, que o pianista apresentou em Berlim, Munique, Milão, Nova Iorque, Londres, Viena e Paris.
Maurizio Pollini gravou numerosos discos dedicados ao repertório clássico, romântico e contemporâneo. Neste último domínio, possui uma extensa discografia dedicada à obra pianística de Schönberg, Berg, Webern, Nono, Manzoni, Boulez e Stockhausen, que foi largamente aclamada pela crítica e que constitui um testemunho eloquente da grande paixão que o intérprete nutre pela música do século XX.
A recente gravação dos Nocturnos de Chopin foi também recebida com grande entusiasmo pelo público e pelos críticos: em 2007 ganhou um Grammy na categoria de «Melhor Interpretação solista». Em 2006 recebeu os prémios Echo (Alemanha), «Choc» da revista Le Monde de la Musique, e Diapason d’Or de l’Année (França).
Sua primeira gravação pela Deutsche Grammophon: “Três Movimentos de Petrushka” de Stravinsky e a Sonata nº 7 de Prokofiev, feita em 1971, é o início de uma notável discografia.
Pollini é artista de grande refinamento, de alto rigor técnico e extremamente intelectual. A música contemporânea tem sido parte do repertório de Pollini desde que este pianista começou a sua carreira de concertista internacional.
Arnold Schoenberg teve seu centenário de nascimento comemorado em 1974.No mesmo ano, em Londres, Pollini tocou a integral das obras para piano deste compositor. Berg, Webern, Pierre Boulez e até mesmo Stockhausen tem lugar no repertório deste pianista.
Em 1987, toca os cinco Concertos de Beethoven com a Orquestra Filarmônica de Viena, sob a regência de Claudio Abbado. Pollini apresenta o ciclo completo das 32 sonatas de Beethoven em 1993-94 em Berlim, Munique, Nova Iorque, Milão, Paris, Londres e Viena.
Em 2001, sua gravação das Variações Diabelli de Beethoven , ganha o prêmio ” Diapason d’or”.
Stravinsky (1882-1971): Petruschka / Prokofiev (1891-1953): Sonata Nº 7 / Webern (1883-1945): Variações / Boulez (1925-2016): Segunda Sonata
Igor Stravinsky (1882-1971) – Petruschka
1. Three movements ‘Petruschka’ – Danse russe. Allegro giusto 2:34
2. Three movements ‘Petruschka’ – Chez Pétrouchka 4:17
3. Three movements ‘Petruschka’ – La semaine grasse. Con Moto – Allegretto – Tempo giusto – Agitato 8:29
Sergei Prokofiev (1891-1953) – Sonata Nro. 7
4. Piano Sonata No.7 in B flat, Op.83 – 1. Allegro inquieto – Andantino – Allegro inquieto – Andantino – Allegro inquieto 7:37
5. Piano Sonata No.7 in B flat, Op.83 – 2. Andante caloroso – Poco più animato – Più largamente – un poco agitato – Tempo I 6:12
6. Piano Sonata No.7 in B flat, Op.83 – 3. Precipitato 3:17
Anton Webern (1883-1945) – Variações
7. Piano Variations, Op.27 – 1. Sehr mässig 1:59
8. Piano Variations, Op.27 – 2. Sehr schnell 0:40
9. Piano Variations, Op.27 – 3. Ruhig, fliessend 3:29
Pierre Boulez (1925) – Segunda Sonata
10. Piano Sonata No.2 – 1. Extrèmement rapide 6:09
11. Piano Sonata No.2 – 2. Lent 11:04
12. Piano Sonata No.2 – 3. Modéré, presque vif 2:14
13. Piano Sonata No.2 – 4. Vif 10:12
PQP
Em terra de créu créu, esse site é muito mais do que um oásis com musica de qualidade, é um bote salva-vidas.
PQPBACH sou e sempre serei agradecido a você por essa belezura de site. Continue assim.
Muito obrigado.
E eu também , obrigado pela existência do site,que acompanhava há muito tempo, sem participar, forum máximo da net brazuca, de discussão de temas e músicas extraordinárias; continue assim , até para que possamos discordar também …rsrs..
PQP é um verdadeiro farol! Se bem que eu preferia em tres cores: Vermelho, preto e branco; ao invés do monocromático colorado…ehehe
Acho muito interessante novos lançamentos estrangeiros, mas acho que precisamos mais de música brasileira, ou seja, que complemente Villa-Lobos!
Fica minha sujestão e agradecimento, pois o site está nota 11/10!
Sou tarado por Pollini e acho que ele faz o melhor Beethoven, principalmente nas últimas sonatas; é um monstro em Chopin (apesar de eu ouvir pouco este compositor) e, eventualmente, deixa cravada uma intepretação insuperável por aí.
Curiosamente, ele mata a pau nas últimas sonatas de Schubert, que um dia posto aqui para vcs conferirem. É um álbum duplo da DG onde ele se faz de Brendel e… bem, ganha o jogo. Ao menos este.
PQP me ensinou a gostar de Pollini depois que postou as últimas sonatas para piano de Beethoven com ele.
É algo insuperável.
Fico imaginando como serão as Diabelli que, por sinal, nunca ouvi.
PQP, baixei as suites para violoncelo com Bruno Cocset e confesso-lhe que não consigo ouvi-las. Os “sons de marcenaria” me incomodam muito, tiram toda a minha concentração. E você diz gostar deles. Que coisa. O único ruído exógeno que aprendi a curtir junto com música é o cantarolar de Glenn Gould.
Abraço!
Meu caro PQP BACH
Quando eu morrer me enterre sem sambinha,
Quando eu morrer me enterre sem sambinha
sem calça, culote, palitó, não sou almofadinha
sem calça, culote, palitó não sou almofadinha
Vai meu lamento vai cantar
Toda dissonância que viver
Ai a verdade sempre trai
E às vezes traz um dó a mais
Ai só me fez dilacerar
Ver essa gente se entregar ao sambinha
Mas não me conformei
Indo contra lei fui ouvir Anton Webern
Sei que não me arrependi
Tenho um pedido só
é ouvir Pierre Boulez
sem calça, culote, palitó não sou almofadinha.
HAHAHAHAHA, Cravinhos, muito bom.
Tenho que concordar com meu amigo Principe quando ele fala em Mozart e Chopin. Embora o Chopin de Pollini tem se tornado referencia ultimamente, eu ainda acho que Arthur Rubinstein é a maior referencia no Compositor Polones. O toque, o senso de ritmo, os tempos, são incriveis de Rubinstein: um pianista claramente romantico.
Em Mozart tambem temos especialistas, embora sempre me deslumbrei com o Mozart de Pollini. Mas, tá certo! Temos pianistas referencia em Mozart.
Mas, no que se refere a Beethoven, tenho pessoalmente considerado Pollini o maior intérprete do Gênio de Bonn do século XX.
Falar das ultimas 5 sonatas pra piano de Beethoven é chover no molhado. É uma gravação estupenda… Nunca vi outro pianista alcançar aquele nível.
Já ouvi a Hammerklavier de Kempff – um especialista em Beethoven e admiravel pianista -, mas os controvertidos tempos desta sonata , que sempre foram considerado inatingíveis e algo polêmicos, somente foram alcançados por Pollini.
Ah! Vocês sabiam que Pollini ADORA tocar em publico a Hammerklavier? É uma das obras que ele mais gosta de tocar? Já imaginaram um negocio desses? Esta sonata é o calcanhar de aquiles de muita gente!! Brendel apresentar a Hammerklavier em publico? Qualquer pianista pensa duas vezes antes de fazer.
Sabem porque? Porque sempre acabam errando notas… Assistam alguma hammerklavier em publico de qualquer pianista, e verão algumas notas erradas, isso é natural. Já em Pollini, é dificil ter notas erradas.
Eu nunca vi alguem com uma técnica pianistica tão monstruosa. E ele utiliza dessa técnica para tirar lirismo, para fazer melodia, e para realçar os contraste dinamicos que cada obra exige.
Ou seja, não é uma maquina de tocar piano. Ele coloca a tecnica incrivel dele, a serviço da obra!
Vocês sabiam que a gravação lendária da DG do Quinteto para piano, op 34 de Brahms, é com Pollini? Se não conhece esta gravação corra porque ela acabou de ser disponibilizada na comunidade musica classica/sinfonica !
Aquilo é maravilhoso? O brahms de Pollini é algo estupendo.
Mas Principe. Sabe porque nos modernos Pollini não tem concorrencia?
Vou te dar apenas dois motivos:
1 – São poucos os pianistas que se aventuram a tocar essas obras. São obras na maioria das vezes cerebrais e que exigem uma técnica apurada.
2 – A técnica monstruosa de Pollini se ajusta muito bem a esse repertório.
Grande Sertão! As variações Diabelli com Pollini é algo sensacional!
Já ouvir essas obras com Sokolov, Barenboim, Richter… e Pollini é a minha gravação preferida. Recentemente adquiri pela amazon e vale a pena.
PS: Se você gosta de pianista cantarolando nessa gravação Pollini cantarola no lindo arioso bachiano (variação 31).
Agora uma pergunta a PQP.
Esse CD é bom mesmo? Eu vou baixar para ouvir, porque já fiquei tentada em comprar, mas como não tenho intimidade com Boulez e Stravinsky…
Laís, eu sou muuuuuito suspeito. Mas é extraordinário!
Ouvi as Diabelli com Ritcher meu amigo principe, e confesso a você que não se compara com os detalhes e minudencias que Pollini consegue retirar da obra.
Ricther, como voce mesmo disse, é romantico.
Não penso que as Diabelli seja uma obra do Beethoven romantico, mas do último periodo da sua vida…
Pollini apresenta detalhes que eu nem sabia que existia enquanto ouvia a do Richter, que é um extraordinario pianista tambem.
Se você quer comparar Pollini com alguem, compare com Heifetz… tecnica quase sobre-humana, e da mesma forma que Pollini injustamente chamado de “cold”.
Comparar com Heifetz… Eis uma coisa que nunca havia me ocorrido.
Concordo inteiramente.
Ontem, ouvi Nigel Kennedy tocando o Concerto de Sibelius… Com o eco de Heifetz por trás, é impossível fruir. E Heifetz (e Pollini) é música, não é apenas virtuosismo vazio.
Prezada Laís, justamente o seu ultimo período[ Beethoven] é o chamado de romântico, fazendo referência ao fato dele inaugurar o romantismo, justamente quando subverte a forma sonata e adentra a ”indisciplinada” escola romântica.
Seu eríodo polifônico é justamente o romântico e não o médio como se pensa, no médio ele ainda está de certa forma preso a forma sonata; sei que você vai se lembrar da Eroica , mas neste caso na verdade ainda é clássico!
Na verdade o Romantismo na música começa com as obras da maturidade de Beethoven e Schubert, se bem que alguns nem aceitem isto, achando que começa mesmo depois de 1830, ou seja quando ambos já estavam mortos e os tratam apenas como precurssores do Romantismo!
O bom da música, especialmente a clássica, é esta diversidade saudável. Cada um tem seu compositor, seu intérprete que lhe toca mais. Parece que a música foi composta ou interpretada somente para você ou para mim.
Bem, já que se falaram em tantos grandes pianistas, gostaria de citar mais um, que para mim é referência em Beethoven, o chileno Claudio Arrau.
Não só Beethoven, mas Brahms, Schumann, etc. etc. Quando Arrau toca lá em casa é como se eu estivesse recebendo um amigo, um parente, tal a intimidade que as notas soam no meu ouvido.
Um abraço a todos.
Papo de perdedor, Salinas.
Ludwig, gosto muito do Claudio Arrau. Tenho a integral das sonatas de Beethoven com ele, além dos concertos para piano, e as ouço com intenso prazer.
E claro, cada um tem seu intérprete favorito para determinado compositor, e realmente é interessante ler tantos pontos de vista diferentes. E confesso que muitas vezes me sinto tentado a procurar outras gravações para fazer as devidas comparações. Mas acho difícil mudarmos de opinião. Por mais que o Príncipe Salinas insista, PQP Bach e a Laís vão continuar sendo fâs incondicionais de Pollini, assim como eu também serei fã eterno de David Oistrakh, por mais que os fãs de Heifetz, Stern, Menuhin, ou sei lá mais quem o critiquem e prefiram fulano ou beltrano tocando. São opiniões e gostos formados por experiências próprias.
Sempre dou como exemplo a gravação do Concerto para piano nº 2 de Brahms, na versão do Kovacevich com o Colin Davis. Trata-se de um LP que eu tenho há mais de 20 anos, e que não canso de citar como minha gravação ideal deste concerto. Mas cheguei a esta conclusão, ou melhor, a esta opinião após ouvi-la diversas vezes, e ter me acostumado com todos os seus detalhes. Alérm disso, influiu também o que acontecia com minha vida naquele momento, muitas frustrações, decepções, etc, e a trilha sonora deste período é exatamente este LP, por mais que considere superior a gravação do Pollini, que já postei aqui, ou então a do Brendel, ou também a elogiada gravação do Baremboim com o Celibadache.
Enfim, continuarei postando aquilo que mais me satisfaz. Se os senhores gostarem ou não, bem, respeitarei a opinião. Afinal, não estamos ganhando nada com isso, a não ser trabalho. E podem ter certeza que dá trabalho.
Vale a pena ressaltar nesse ensejo, que eu e o Principe não estamos brigando.
A alguém menos acostumado a esses dialogos, pode parecer que estamos em litígio.
Ele é uma das pessoas com quem mais gosto de discutir, e fico muito satisfeita quando discorda de mim com sua habitual elegância.
Estamos discutindo idéias e não pessoas!
Mas… retornando ao assunto:
Principe, essa colocação do romantismo ter-se iniciado na última fase de Beethoven é claramente discutivel.
Você diz que Beethoven subverteu a forma sonata no ultimo periodo, mas em suas sonatas anteriores ele tambem “subverteu”!
A sonata ao luar por exemplo já é uma inovação: Movimento lento no inicio; a sonata patética, a Sonata pastoral, as sonatas em dois movimentos, …
Beethoven então subverteu no seu segundo periodo.
Ademais a escola romantica nunca foi totalmente “indiscplinada”. Todos, ou quase todos os romanticos não conseguiram se libertar totalmente das Formas Classicas: vide Tchaikosvky, Brahms, Schubert, Rach,
A libertação total das formas classicas talvez chegaria com Wagner e Liszt…
Então o romantismo não pode ser definido dessa forma, porque sempre esteve a serviço das formas classicas, especialmente a forma sonata.
E Beethoven nunca se desgarrou totalmente da forma sonata. Ele inovou, ampliou-a, revolucionou… mas nunca se libertou totalmente da sua influencia.
O Beethoven da ultima fase não possui definições. Não é romantico, classico, barroco, moderno… É tudo junto.
A Hammerklavier é classica? É romantica? É barroca? (tem elementos de contraponto na sonata)… ´Para mim é tudo junto.
Os ultimos Quartetos do genio de Bonn é uma união dos elementos contrapontisticos, romanticos e classicos. É portanto uma musica que não pode ser enquadrada em nenhum dos periodos convencionais.
Digo com certeza absoluta que nenhum dos romanticos depois de Beethoven conseguiu elaborar uma linguagem ao nível dos seus ultimos quartetos, por exemplo.
Schubert e Brahms (os maiores herdeiros da tradição Beethoveniana), se inspiraram muito em Beethoven, tanto nas sinfonias como em outras obras do segundo periodo de Beethoven. Mas nunca entraram no terreno dos ultimos Quartetos de Cordas por exemplo.
Observe as Variações Diabelli.
A variaçao 24 é uma fughetta (claramente uma homenagem as variações goldberg de bach, que possui tambem uma fughetta).
A variação 22 é uma homenagem a mozart, porque é uma tema de Don Giovanni.
Algumas variações tem uma semelhança incrivel com os conjuntos de peças para piano que Schubert, Schumman e Chopin elaborariam no futuro.
A variação 31 é o maravilhoso, lindo, estupendo, arioso bachiano (outra homenagem a bach e ao barroco?),.
A variação 32 é uma fuga dupla muito mais no estilo de Handel do que de Bach.
E a ultima variação nos remete ao tempo da valsa e do minueto, mas com uma conotação que lentamente progride para o sublime. Beethoven fecha o ciclo com humor, graça, sublimidade, no estilo da valsa…
FDPbach!
Quanto a David Oistrakh, me permita concordar com voce.
Considero Heifetz e Oistrakh os dois maiores violinistas do século XX.
Embora eu ache a técnica de Heifetz algo dificil de explicar em palavras, até mesmo para os estudiosos de musica, no conjunto eu prefiro David Oistrakh.
Considero que Heifetz é em Sibelius, Tchaikosvky e Beethoven imbatível. Alias, vocês já ouviram Heifetz tocando o concerto para violino de Beethoven?
É uma gravação com o maestro Munch, pela RCAVICTOR. O cd vem com o concerto de mendelssohn tambem.
Em contrapartida a maioria das outras obras eu tenha uma leve (bem leve) preferencia por Oistrakh.
No concerto de Brahms por exemplo, no de Dvorak (xiii pqp) , no de Mendelssohn, nos duplos de Bach e Brahms… oistrakh é sensacional.
Bem, depois de tantos posts, só me resta pedir as Variações Diabelli para o blog. O P.Q.P fala delas desde os quartetos (talvez antes até), mas postar que é bom…
Venho pedir a este SAC orgulhosamente ineficiente a melhor versão possível das variações.
Será que o romantismo é tão livre asssim de formas rígidas meu amigo Principe?
Concordo que as formas classicas foram flexibilizadas no periodo romantico, mas nunca os romanticos se desprenderam totalmente da forma sonata e das estruturas classicas.
Schumman, Tchaikosky, Schubert e Brahms (só para citar alguns romanticos) eram totalmente livre das formas rígidas????
Todos fizeram concertos, sinfonias e outras obras submetidas aos canones classicos…
Não penso que seja isso que defina o romantismo.
Quanto a influencia de Beethoven em Schubert, não quis dizer influencia pessoal e direta.
Refiro-me à influencia artistico-musical.
Schubert tinha em Beethoven um verdadeiro Deus… Os dois maiores referenciais da vida de Schubert eram Mozart e Beethoven. O ultimo o intimidava.
É obvio que Franz sofreu influencia desses dois gênios, em sua produção musical. Schubert era apaixonado pela Sinfonia 5 de Beethoven, pelas suas sonatas, pela Nona Sinfonia, e… especialmente pelos quartetos de cordas.
Uma nota interessante de sua biografia: No leito de morte antes de falecer, Schubert solicitou ao Quarteto liderado por Schupanzig que tocasse o Quarteto op.131 de Beethoven. Foi seu ultimo pedido.
Caros, discussões musicológias a parte, alguém informaria a senha para descompactar este arquivo?
Obrigada!!!!!!!!!!!!!!
Amo Petruschka!
Amo vcs do blog!
^^
*ouvindo*
“Laís , o Romantismo como o Barroco são totalmente livre de formas rígidas”
Não é porque o barroco aboliu algumas formas do Renascimento que ele não tenha as suas. Não posso absolutizar o seguinte, mas, ao menos na historia da musica européia, toda vez que algo é abolido, alguma outra coisa é proposta pra substituir o velho. Além do que, barroco inicial não é o mesmo que o barroco tardio. O barroco de Monteverdi é rigidíssimo, também o é o de Bach e Telemann (certamente que em outros aspectos), ainda que menos.
O Romantismo não se opôs ao classicismo pelo menos no que se refere à forma e harmonia. Os dois aspectos foram certamente mais elaborados durante o sec XIX, mas os princípios foram mantidos (formas-sonata, rondós, formas binárias e ternárias, etc quanto à forma; idéia de tonica, subdominante e dominante quanto à harmonia – se bem que esta já havia se estabelecido desde o final do barroco). Certamente que podemos começar a falar em rupturas a partir de Wagner até Mahler (para nos atermos nos românticos e nem tocarmos em Debussy), mas em Schubert não! Ainda há travas, a música ainda estava cheia de não-podes que hoje em dia já são facilmente digeríveis.
“românticos são por natureza avessos as formas rígidas e extremamente individualistas”
Fontes?
Essa postagem está a mil! Mas não vou (me atrever a) entrar na discussão. Apenas aproveitar a presença de dois russos e pedir, mui humildemente, a gravação estéreo de Leningrado/Mravinsky das sinfonias de Tchaikovsky. Obrigado, beijo na alma!