J. S. Bach (1685-1750): A Arte da Fuga – BWV 1080 – New Century Saxophone Quartet

Como A Arte da Fuga não tem instrumentação definida, não é pecado eu dizer que eu acho essa a melhor gravação de A Arte da Fuga. Ainda gosto muito da versão para dois Pianos… Não sei dizer, qual das duas eu gosto mais. Eu sei que esta gravação é do cacete. Os caras são muito bons. Não deixam margem de erro nenhuma. Executam tudo ao pé da letra. Como Bach escreveu. O que mais me impressionou foi que o grupo não tentou puxar para o Jazz. Fizeram tudo Classudo como deve ser.

Essa gravação me lembrou a época que eu estava começando a tocar clarineta, pois tinha um exercício muito parecido com o Contrapunctus 12. Ainda assim o som do Saxofone tocando Bach me cativa. Sinto-me outra pessoa ouvindo isso. É isso aí. Uma boa audição.

J. S. Bach – A Arte da Fuga – BWV 1080 – New Century Saxophone Quartet

1. Contrapunctus 1
2. Contrapunctus 2
3. Contrapunctus 3
4. Contrapunctus 4
5. Contrapunctus 5
6. Contrapunctus 13. Canon all Duodecima in Contrapunto alla Quinta
7. Contrapunctus 14. Canon all Decima. Contrapunto alla Terza
8. Contrapunctus 7
9. Contrapunctus 8
10. Contrapunctus 10
11. Contrapunctus 6
12. Contrapunctus 9
13. Contrapunctus 11
14. Contrapunctus 15. Canon per Augmentationem in Contrario Motu
15. Contrapunctus 12. Canon alla Ottava
16. Contrapunctus 16. Rectus
17. Contrapunctus 16. Inversus
18. Contrapunctus 19. Unfinished
19. Choral. Wenn wir in höchsten Nöthen sein

Performer: Michael Stephenson, soprano saxophone
Christopher Hemingway, alto saxophone
Stephen Pollock, tenor saxophone
Brad Hubbard, baritone saxophone

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

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Saxy Bach: porque eu toco de tudo, sem preconceitos
Saxy Bach: porque ele não teria preconceitos. Esta gravação é sensacional.

Gabriel Clarinet (revalidado por PQP)

32 comments / Add your comment below

  1. eu confesso que nunca tinha nem pensado na possibilidade de ouvir A arte da fuga em ninstrumento de sopro. depois do sax a idéa tá aberta e gaita de fole é um desafio!

  2. Pois digo-vos que há muito tempo acredito que o Pai Bach só não usou o saxofone porque ainda não havia sido inventado. Lembro de quando, décadas atrás, tentei estudar um dos seus mais belos prelúdios-corais para órgão, Ich ruf’ zu Dir, Herr Jesu Christ: eu ouvia, ouvia e dizia: o timbre perfeito para esta melodia seria o de um sax alto! O baixo tocado na pedaleira poderia ser feito por um baixo acústico dedilhado, e o contracanto intermediário por um piano. Anos depois estou assistindo um recital de sax e piano na Alemanha, e o saxofonista, um estadunidense, se dirigiu à plateia pedindo desculpas se isso parecesse amadorismo, mas ele não havia resistido a explorar alguns prelúdios corais de Bach com o sax… e atacou de Ich ruf’ zu Dir! Foi emocionante demais!!

    (E quanto à esta Arte da Fuga? Bom, ainda estou baixando, comento depois!)

  3. o caráter atemporal de uma obra de tal magnitude, como toda a de Bach, é visto quando atinge também um caráter “ainstrumental’, tornando-se factível a execução sem desconfigurar seus princípios através de praticamente qualquer instrumento ou conjunto. Isso é universalidade.

  4. O nível das discussões em postagens como essa, ainda mais com os comentários do Ranulfus e o do Marcelo Brahms me dão cada vez mais orgulho de fazer parte deste blog.
    O sax sempre me fascinou, em todas as suas formas. A genialidade de um John Coltrane ou de um Charlie Parker já nos mostraram a potencialidade do instrumento. E as infinitas possibilidades desta obra fundamental de nosso pai musical permitem sua exploração pelos mais diversos instrumentos. Mas não creio que seja possível em uma gaita de foles.

  5. E hoje já posso dizer: do que já ouvi, acho que foi realmente a mais PURA, mais ABSOLUTA realização dessa culminância da música pura & absoluta que é a Arte da Fuga, da qual ao mesmo tempo consegui gostar. Pois teoricamente pode-se imaginar que o veículo puro & absoluto ideal fosse um quarteto de cordas, mas… tenho uma confissão inconfessável a fazer: a sonoridade do quarteto de cordas me entendia horrivelmente; por mais que eu tente reagir, costuma me dar um sono mortal. E é estranho, porque cada um dos instrumentos isoladamente (o violino, o cello, até mesmo a viola) é capaz de arrebatamentos, jocosidades e sensualidades deliciosas… mas juntos, e de quatro, parecem de repente encarnar todo o formalismo tedioso do mundo… aquelas coisas que se atravessa por obrigação de bons modos e depois, alegando compromissos ou um cansaço incontrolável, se vai farrear no buteco…

    Pois este quarteto de saxofones conseguiu me apresentar esta música com a pureza & absoluteza que se espera de um quarteto de cordas, porém com um timbre mais encorpado e mais cálido, sóbrio sim mas ao mesmo tempo nunca isento de sensualidade – e a realização se permite evidenciar frases e gestos de emocionalidade tocante sem nunca sair da serenidade geral ou cair no piegas… – realmente um trabalho DE MESTRES!

    Ah, engraçado, reparem que o timbre resultante do quarteto fica parecendo muito com o de um humildíssimo harmônio, desses que se tocava nas igrejas pequenas antes da invenção da eletrônica – só que sem as limitações técnicas que o teclado do harmônio costumava oferecer.

    Bom, acho que ainda cabe observar (nem todo mundo tem obrigação de saber!) que o “coral” (hino) “Quando nos encontramos nas maiores necessidades”, que é a faixa 19, NÃO faz parte da Arte da Fuga, é uma espécie de bis ou complemento – talvez para atenuar a dor do corte abrupto, da desaparição no vazio que interrompe a faixa 18, que a morte do pai véio fez ficar inacabada no papel…

    … O QUE TALVEZ NUNCA TENHA ME PARECIDO TÃO EXASPERANTE QUANTO AO OUVIR ESTA VERSÃO! Pois desde os 7 minutos e 55 desta faixa a música começa a enveradar por um caminho tão fantástico… e no meu sentir tão acima de classificações & de estilos de época quanto a Sonata op.111 de Beethoven… Começa a mostrar que tudo o que tinha vindo antes ainda tinha sido preparação e… terá sido nesse preciso momento que a alma do velho João Sebastião foi arrebatada de vez pelos céus?

  6. Muito bem, La Belle Verte, um filme de Coline Serreau, de 1996, chamado como “Turista Espacial”, mostra uma sociedade ´perfeita´ em contraponto à atrasada Terra, em que alguns pousam na Terra para tentar nos ´corrigir´. Já tinham tentado fazer isso, segundo o cineasta, pois, em meio ao enredo, mandando alguns, dentre eles JSB.

    Esse é um filme em que a Música exerce um papel essencial, recomendo fortemente.
    Um excerto: http://www.youtube.com/watch?v=fQXqYAS7xz4

    Esse trecho é para o Ranulfus (e seus quartetos de corda): http://www.youtube.com/watch?v=oD1D68RAma4&feature=related (tem que ver até o fim!)

  7. gaita de fole não dá não, só tem uma oitava, além da nota pedal que fica lá sempre fazendo iéeeeuuuunnnn… não dá não. além do que só tem um modo naquele treco, só dá pra tocar mixolídio

  8. Já ouvi a Arte da Fuga em quase todos os instrumentos possíveis (gaita de foles excetuada).A perfeição desta gravação em saxofone, entretanto, deve ter deixado Bach feliz da vida, esteja onde estiver. E Ranulfus acertou no alvo quando disse que muitas das obras de Bach escritas para órgão soariam perfeitas no sax (eu acrescentaria a contribuição de Busoni nas transcrições para o piano moderno e o uso do oboé e violão). Outro comentário exato: parece que tudo o que veio antes (e eu diria também sobre o que veio depois…) foi só uma preparação para a Arte da Fuga.

  9. só uma observação passou batida. a execução da obra é bela, assim como deve ser praticamente tudo que Bach compos: sóbrio, cada voz sendo percebida igualmente, nenhuma se sobrepondo a outra; no tempo certinho. dá para perceber a sutileza com que cada nota é tocada. e bem fiel à partitura.
    se não fosse o bom senso dos músicos o resultado não seria esse. estão de parabens e são um exemplo a ser seguido, ainda mais hoje em dia que está na moda desrespeitar completamente o que o autor compos, dobrando o tempo das notas, acelerando em determinadas passagens, e tudo sob calorosos aplausos.

    Parabens aos músicos! vo até comprar o CD pra dar uma ajudinha a eles. esse Cd merece ser comprado!

  10. Desculpe, Renato, mas eu acho que esse “no tempo certinho” é adequado A ESTA OBRA, ou a certo gênero de obras de Bach. Tem outras, de caráter “preludiante”, que têm que ser livres, libérrimas, colocar “tempo certinho” seria definitivamente um erro, uma falsificação do caráter original da música. Ou seja: não é que eu discorde de você, mas acho que não se pode generalizar isso… o que foi feito por alguns músicos ou em algumas épocas, e não acho que os resultados tenham sido bons!

  11. Esta obra talvez seja aquilo que mais gostei de ouvir em toda a vida. Sobre as versões, esta aqui é ÓTIMA, embora eu ainda considere a do Emerson String Quartet ligeiramente superior pelo êxito em imprimir lirismo a uma série de peças tão aritmética, sem desrespeitá-la.

  12. Minha obra predileta, e só posso dizer muito obrigado.
    Acabo de baixar e ainda estou no Contrapunctus I, depois volto para dizer o que realmente achei, mas já encantado pelo timbre e pelo andamento tive que comentar.

  13. Boa … Arte da Fuga é o ponto culminante da composição …
    Versões celebres desta grande obra em orgão e cravo estão disponíveis, poderias relinkar as interpretações de Herbert Tachezi para orgão e
    Koopman para cravo !!!????

    POR FAVOR … TO DESPERADO PARA OUVI-LAS

  14. genial. já ouvi o CD inteiro diversas vezes. a melhor gravação da obra que conheço (devem existir uma infinidade). ótimo post, será que não seria possivel fazer o upload em melhor qualidade?
    obrigado!

  15. Formidável e competentíssima gravação. Destaque para o airoso sax soprano na faixa 7 e a impressionante faixa 12 e que dizer da fuga inacabada. Muito obrigado!

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