Henryk Górecki (1933-2010): Symphony No. 3, Op. 36 (“Symphony of Sorrowful Songs”) / 3 Olden Style Pieces

Há coisas que são difíceis de entender ou que, decididamente, não dão para entender. Estranho que o mesmo mundo que privilegia autores como Glass em detrimento de outros muito superiores, pesque justo Górecki, dentre um imenso cardume de bons compositores, muitos deles banhando-se no Mar Báltico. Por que a surpresa? Ora, a surpresa deve-se a que Górecki é bom. Quando do lançamento pela Nonesuch (1992, com Dawn Upshaw e a London Sinfonietta sob a direção de David Zinman), a Sinfonia Nº 3 vendeu inacreditáveis 5 milhões de cópias no mundo. Tenho uma, claro. O CD esteve no topo da venda de discos no Reino Unido. Segundo a gravadora, vendeu quatrocentas vezes a expectativa de vendas de uma sinfonia de um compositor relativamente desconhecido no séc XX.

E é boa música. E, para gáudio dos pequepianos, este registro de Antoni Wit, feito para a Naxos em 1994, é ainda melhor. Ocorre algo semelhante com Penderecki (talvez com todos de todas as etnias): sua música soa melhor quando poloneses a interpretam. Aqui repete-se o fenômeno. Esta gravação eclipsa o esforço de americanos e ingleses. Há muito mais profundidade e força. Cada movimento cresce lenta e poderosamente. O engenheiro de som também deu mais atenção ao piano — e o resultado é uma peça muito mais marcante e comovente.

Henryk Górecki (1933-2010): Symphony No. 3, Op. 36 (“Symphony of Sorrowful Songs”)

Movement 1 – Lento sostenuto tranquillo ma cantabile
Movement 2 – Lento e largo – tranquillissimo
Movement 3 – Lento cantabile semplice

3 Olden Style Pieces

4. I
5. II
6. III

Zofia Kilanowicz, soprano
Polish National Radio Symphony Orchestra
Antoni Wit

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Graaaaande Górecki!!!
Graaaaande Górecki!!!

PQP

11 comments / Add your comment below

  1. Seria deselegância da minha parte vir aqui, fazer o download desse magnífico álbum, e dizer que discordo veementemente da sua opinião sobre Glass. Jamais seria tão descortês a esse ponto. Apenas agradeço!

  2. 1) Olha Vanderson, segundo a Wikipédia parece que é “Henryk Gurétski”, sendo o “h” pronunciado como o “ch” de “Bach”.
    2) Foda mesmo foi ver o obituário do Górecki na Folha. O apedeuta soltou esta pérola: “A sinfonia foi composta em parte quando o compositor estava numa prisão nazista, durante a Segunda Guerra Mundial, e tinha vocais da soprano norte-americana Dawn Upshaw.”
    Para quem não acredita, aqui vai: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/830604-compositor-polones-henryk-gorecki-morre-aos-76-anos.shtml

    1. He will be Bach,

      1) É algo assim mesmo. Eu coloquei no Google Trandutor. Eu disse que era um nome difícil.

      2) Errar é normal. Eu erro, tu erras, ele erra, nós erramos… (rsrsrs) Realmente, não sei daonde o apedeuta tirou essa. Górecki foi encarregado de compor canções em memória do Holocausto, mas uma das peças ele não conseguiu terminar. O que acontece é que muitos críticos acham essa sinfonia uma espécie de memória ao Holocausto, e talvez por isso o redator tenha se equivocado. Mas, o próprio Górecki disse que aquela não era uma “sinfonia da guerra”, e fora isso, é claro, não foi Dawn Upshaw quem cantou na estreia da sinfonia.

      3) As motivações das minhas correções não são ruins, do tipo “Você não sabe escrever”, “Você não presta atenção”. São simplesmente um toque.

      1. 3) Calma Vanderson, deu para entender que era correção de boa. Ou melhor, “de Boas” (alarme de piadinha antropológica infame)

        2) Quando ao apedeuta, não é que ele “errou”. O cara ignora completamente música erudita (até aí, nada de errado em si), e não pesquisou uma única linha sobre o assunto (muito feio, ainda mais para um jornalista).

        A frase dele só faz sentido em música popular – e. g., “Pink Floyd inovou com The Great Gig in the Sky, que consiste em gritos sobre um fundo musical, com vocais de Clare Torry”. Em música erudita, isso não faz sentido, porque por mais que uma obra seja dedicada a certos intérpretes, ela não “tem” (1º erro) “vocais” (2º erro) de ninguém. 🙂

        1) Experimente ver como se pronuncia Grazyna Bacewicz. 😀

  3. Para quem quiser ouvir a pronúncia daqueles nomes com aparente deficit de vogais, ou com sinais gráficos fora de lugar, tem um site bastante interessante: http://pt.forvo.com/

    Sobre a gravação, achei suave demais. Pode até soar mais bonito, mas senti falta de peso e expressão. Prefiro a gravação da London Sinfonietta, é mais crua, mais rasgada, tem algo lá que remói minhas entranhas. Principalmente no primeiro movimento.

  4. Que maravilha poder encontrar essa obra prima disponivel. Sou um “quase leigo” em musica erudita e acabei de descobrir esse album que ao ouvir provocou-me sensações poderosas. Obrigado

  5. Considero esta música um milagre e a gravação com a London Sinfonietta regida por David Zinman e na voz divina da Dawn Upshaw também aqui postada não vai ser superada nem daqui 1 milhão de anos.
    Foi um momento dos Deuses do Olimpo e não mais se repetirá.
    Sem ofensa a ninguém . Um abraço . Dirceu.

  6. A ‘propaganda’ me deixou curiosíssimo, mas, pelo visto, cheguei atrasado e não sobrou nada!
    O link não funciona mais. O Rapid Share acusa ilegalidade
    =(

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