Dudamel, grande revelação da regência da atualidade e figurinha repetida daqui do blog não? Mas sempre é bom falar mais um pouco sobre ele.
Dudamel já foi abençoado pela santíssima trindade da regência da capital musical do planeta, Berlim. Claudio Abbado, o mítico maestro da Filarmônica entre 1989 e 2002, viajou várias vezes à Venezuela para reger a Orquestra Sinfônica Juvenil Simón Bolívar, com a qual Dudamel tem percorrido o planeta. Sir Simon Rattle, sucessor de Abbado na Filarmônica, chamou o jovem de “o maestro mais dotado que já vi”, e dividiu com ele o pódio da turnê norte-americana da Simón Bolívar. Daniel Barenboim, diretor da Ópera de Berlim, atuou como pianista sob a batuta do jovem prodígio, ao lado da Filarmônica de Viena, e o convidou a reger em seu teatro. Se Dudamel é bom para Abbado, Rattle e Barenboim, é bom também para a gravadora Deutsche Grammophon. Além de um DVD, com um concerto em homenagem ao aniversário do papa Bento XVI, o mais prestigiado selo clássico do planeta já lançou três discos do prodígio venezuelano: um com a Filarmônica de Los Angeles, no Concerto para Orquestra, do húngaro Béla Bartók, e dois regendo a Simón Bolívar em sinfonias de Beethoven e Mahler.
Achei esse CD quase completo, se tirassem Sensemaya , que é um pé no saco o resto é a mais bela das coisas. Neste CD também entram o Danzón Nº 2 também figura repetida do blog mais a desse CD é incrível ! Na música o tema principal é tocado várias vezes em tons diversos e em variações do tema principal. Essa música poderia até ser um pé no saco, mas Dudamel consegue deixar a música orgãnica, ou seja, que seja de compreenção de todos e ainda por cima sem ficar chata. Além disso a música é altamente sincopada, o que realmente te dá uma vontade de dançar. (Será que é por isso que se chama Danzón?)
Fuga con Pajarillo. Na composição musical o tema é repetido por outras vozes que entram sucessivamente e continuam de maneira entrelaçada. Começa com um tema, declarado por uma das vozes isoladamente. Uma segunda voz entra, então, “cantando” o mesmo tema mas noutra tonalidade, enquanto a primeira voz continua desenvolvendo com um acompanhamento contrapontista. As vozes restantes entram, uma a uma, cada uma iniciando com o mesmo tema. O restante da fuga desenvolve o material posterior utilizando todas as vozes e, usualmente, múltiplas declarações do tema. Ouça e entenderás…
Depois entra as quatro danças do balé Estância, do arentino Alberto Ginastera, cuja articulação rítmica impressiona tanto pela percussão quanto pela unicidade das cordas. Composto de 4 faixas :Los Trabajadores Agricolas, Danza del trigo, Los peones de hacienda e Danza Final.
Após esse turbilhão vem o conhecido Mambo, de West Side Story, de Bernstein, é conhecida para caramba.
Então, é isso.
Trechos do texto acima tirados daqui e daqui.
Gustavo Dudamel – Orquestra Simon Bolívar – Fiesta
01 – Revueltas – Sensemaya
02 – Carreño -Margaritena
03 – Estévez – Melodia en El Llano
04 – Marquéz – Danzón Nª 02
05 – Romero – Fuga con Pajarillo
06 – Ginastera – Los Trabajadores Agricolas
07 – Ginastera – Danza del trigo
08 – Ginastera – Los peones de hacienda
09 – Ginastera – Danza Final
10 – Castellanos – Santa Cruz de Pacairigua
11 – Bernstein – Dance from West Side Story ( Mambo )
Orquestra Simón Bolívar
Gustavo Dudamel – Regente
Já viu nossos mais de 130 endereços para baixar partituras? Clique aqui
Gabriel Clarinet
Repostado por PQP
Trepostado por Bisnaga
Já ouvi esse “Mambo” do Bernstein com o Ken-David Masur regendo a OSB, é bem diertida.
Vou baixar para conferir.
Infelizmente não conheço. Foi feita uma gravação disso ??
Engraçado, baixei esse CD justamente por uma crítica muito elogiosa da interpretação de “Sensemayá” por Dudamel… Não acho a obra nem um pouco chata, na verdade é entre os poemas sinfônicos de Revueltas, um compositor pouco prolífico mas muitíssimo interessante, uma das peças que prefiro… Aqui no blog do Marcelo Coelho a supracitada crítica e mais algumas coisas interessantes, como o poema do Cubano Nicolás Guillén que inspirou o compositor mexicano: http://marcelocoelho.folha.blog.uol.com.br/arch2008-09-01_2008-09-30.html
O danzón é um ritmo caribenho de duas vertentes, a mexicana e a cubana, derivado da contradanza espanhola e mesclado com ritmos como a rumba.
Sensemayá é pedra angular da música sinfônica espanhola, um equivalente aproximado do nosso Choros n°8, por sua nítida base stravinskiana temperada por padrões rítmicos mexicanos. Pode soar um tanto dissonante em comparação com as outras obras do CD, mas é uma obra referencial.
* espanhola, não: mexicana.
Haya, vou dar uma olhada com mais calma depois.
cvl,o Danzón é então uma suruba ? ( desculpa, foi mais forte que eu ) 😀
Como comentado a poucos posts, eu não gosto muito de música atonal e/ou dissonante. Penso que a música tem que ser agradável aos ouvidos. Eu por exemplo nunca vi ninguém sair assobiando por aí uma música de schoemberg. Não que eu não considere a participação de Schoemberg e os seus na amúsica. Considero que ele teve um papel importante e que abriu outra vertente na música, mas eu particularmente não gosto
Rapaz, toda música caribenha é uma suruba. Os ritmos de cada região influenciam-se mutuamente.
E agora compreendi sua reserva a Sensemayá.
***
Sim, o Danzon n° 2 de Márquez é um exemplo do danzón mexicano. Vide também o Danzón Cubano de Aaron Copland. Você gostar bastante se pegar uma interpretação boa.
Pode deixar que eu vejo sim. Conheço muito pouco de Copland. Vou dar uma pesquisada…
Acho que é dificil música no século XX sem alguma dissonância. Mesmo um compositor que não associamos de imediato às radicalidades do período, como Ravel, se utiliza do recurso. E, dentro de uma linguagem no entanto tonal, Bartók, Villa-Lobos, Camargo Guarnieri, Britten, Prokofiev…
É verdade Haya. Quanto a isso não tenho como negar. Eu não nego que gosto das músicas de Bartók, Britten, Ravel, Prokofiev, Villa…
Gosto muito das das obras de Bartók, e ainda assim sei que ele se utiliza de algumas ” passagens ” atonais e/ou dissonante. Entendo a sua participação dentro da música. Quer um exemplo mais claro ? A sonata de Poulenc do post anterior. Eu gosto demais daquela sonata, no entanto o 1º movimento tem muita dissonância. O título é sugestivo ” Allegro Tristamente. Indica confusão em relação aos sentimentos. Logo ele se utiliza de algumas linguagens atonais.
Espero ter explicado
É verdade Vanderson, o Dudamel tem um talento Invejoso. Quanto ao megaupload , não ficou claro para mim o seu problema com o Megaupload. Os downloads desta postagem estão indo de vento em poupa. Ninguém até agora falou nada de problemas com o megaupload.
E interesante ver que temos muito mais conhecimento de Bramhs e Bartok(de quem gosto muito!)Que de um compositor tão fundamental e Maravilhoso como Silvestre Revueltas.Em algum escrito de Copland( isso por que era amigo da musica latino-americana)Ele diz que o composiotr sinfonico en latinoamerica Não existe o é quase inexistente…Revueltas é a amostra que não. O Poeta pablo Neruda Novel chilenole dedico estas palavras en seu sepultamento…um Oratorio menor para um compositor Mexicano :
“Cuando un hombre como Silvestre Revueltas
vuelve definitivamente a la tierra,
hay un rumor, una ola
de voz y llanto que prepara y propaga su partida.
Las pequeñas raíces dicen a los cereales: “Murió Silvestre”,
y el trigo ondula su nombre en las laderas
y luego el pan lo sabe.
Todos los árboles de América ya lo saben
y también las flores heladas de nuestra región ártica.”
Abraço
alô, câmbio!
se tiver alguém na escuta:
daria pra re-hospedar este CD em algum lugar que não tenha sido proibido (ainda)?
gracias!
Valeu!
A princípio, eu super torcia o nariz para o Dudamel; achava que era festa demais em cima de um moleque só e que era mais um daqueles que tinham muito mais juventude do que talento.
O que me convenceu do contrário não foram nem as gravações, e sim as entrevistas. É impressionante ver um molecão que recebeu tanto confete na cabeça ser tão centrado e ter ego tão pouco inflado (lembra um pouco o Plácido Domingo). Prova da seriedade dele foi que, em algum momento da jogação de confete, ele resolveu se enfiar lá na Suécia (lugar fora do mainstream) para fazer um trabalho mais intensivo e longe dos holofotes. Belo exemplo.
Com a orquestra de Gotemburgo. UMA BAITA ORQUESTRA.
Mas fora do mainstream, claro. A propósito: http://www.sul21.com.br/blogs/pqpbach/2012/05/26/beethoven-1770-1827-e-brahms-1833-1897-concertos-triplo-e-duplo/
Abraço.