Pois bem. Eu não gosto da Sinfonia dos Salmos, mas amo A História do Soldado. A Sinfonia é uma peça para coro e orquestra escrita em 3 movimentos em 1930 para comemorar os 50 anos da Sinfônica de Boston. É neoclássica e sem graça, em minha opinião. Já A História do Soldado é de 1918. O que apresentamos é sua suíte para sete instrumentos, sem narrador. A obra trata da história fáustica do soldado que vende a própria alma, na forma de seu violino, ao Diabo. Ao descobrir a armadilha em que havia caído, ele passa a lutar de todas as formas para reaver seu instrumento. Resgatando o conteúdo medieval de Fausto, A História do Soldado nos mostra que na vida é possível fazer concessões, desde que não sejam fundamentais. Se vendermos o cerne, viramos “mortos-vivos”. A dificuldade está em discernir entre o que é dispensável e o que é vital. O registro tem regência do próprio Igor Strava.
Igor Stravinsky (1882 -1971): Sinfonia dos Salmos e A História do Soldado
1 Symphonie de Psaumes 21:27
Psalm 38 – Psalm 39 – Psalm 150
Columbia Symphony Orchestra
Igor Stravinsky, regência
2 L’Histoire du Soldat: suite 25:03
marche du soldat
airs by a stream
pastorale
marche royale
petit concert
3 dances: tango, valse, ragtime
danse du diable
grand choral
marche triomphale de diable
Músicos:
David Oppenheim, clarinete
Loren Glickman, fagote
Robert Nagel, trompete
Erwin Price, trombone
Alfred Howard, percussão
Alex Schneider, violino
Julius Levine, contrabaixo
Igor Stravinsky, regência
PQP