Jean Sibelius (1865-1957): Symphony No. 4 in A minor, Op. 63 e Symphony No. 5 in E flat major, Op. 82

Essa versão das sinfonias de Sibelius com Leonard Bernstein é a melhor que já ouvi. Impressiona. Ouvi-las (as sinfonias) é uma experiência de grande contemplação e deleite. As sete são poemas de apreço à natureza. Ouvir Sibelius me traz à memória as palavras de Alberto Caeiro e os seu Guardador de Rebanhos: Toda paz da natureza sem gente/ Vem sentar-se ao meu lado./ Mas eu fico triste como um pôr-de-sol/ Para a nossa imaginação, / Quando esfria no fundo da planície/ E se sente a noite entrada/ Como uma borboleta pela janela. O finlandês Jean Sibelius viveu na pequena Ainola em contato com a natureza. Essa relação pode ser percebida em seus trabalhos. As duas sinfonias que aparecem neste post, por sua vez, revelam dois aspectos diferenciados. A de número 4 é soturna, repleta de uma temática circular, que sempre remete ao mesmo espaço, ao mesmo lugar. É uma trabalho que revela angústia e impressões noturnas. Acredito que seja a sinfonia mais sombria de Sibelius. Já Sinfonia número 5 é cristalina, repleta de inclinações contemplativas. Os acordes iniciais nos remete a outra frase de Caeiro: “Sejamos simples e calmos, / Como os regatos e as árvores…”. Bom deleite!

Jean Sibelius (1865-1857) – Symphony No. 4 in A minor, Op. 63 e Symphony No. 5 in E flat major, Op. 82

Symphony No. 4 in A minor, Op. 63
01. Tempo molto moderato, quasi adagio
02. Allegro moto vivace
03. Il tempo largo
04. Allegro

Symphony No. 5 in E flat major, Op. 82
05. Tempo molto moderato – Largamente
06. Allegro moderato – Presto
07. Andante mosso, quasi allegretto
08. Allegro molto – Un pochettino largamente – Largamente assai

New York Philharmonic
Leonard Bernstein, regente

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Ainola, a casa onde viveu Sibelius
Ainola, a casa onde viveu Sibelius

Carlinus

6 comments / Add your comment below

  1. “Ainola” é o nome da casa de Sibelius (assim como “Wahnfried” foi o nome da casa de Wagner). A cidade onde a casa fica se chama Järvenpää. O nome “Ainola” é uma homenagem à esposa de Sibelius, Aino.

  2. Oi, vocês poderiam reativar o link da Paixão segundo São Mateus? To tentando baixar e o rapidshare desligou por falta de acesso ao link ou coisa parecida… Valeu!

  3. É verdade. José Eduardo, vou contratá-lo como consultor. Como sempre, suas interferências são oportunas. Fiz uma confusão com nomes e geografias. Retificarei a informação! “Ainola” é o nome da casa de Sibelius e não o nome da cidade. A cidade ficava nas cercanias de Helsinki.

    Obrigado.

    Carla, você deve fazer a solicitação de reativação do link para quem fez a postagem. Como se trata da Paixão Segundo são Mateus – e como PQP é especialista no quesito – você deve solicitar a ele a reupagem do CD. Acredito que tenha sido ele quem fez a postagem.

    Abraços a todos!

  4. Sinceramente essa quarta é a mais extraordinária entre todas as obras do compositor. Bernstein tem um talento excepcional especificamente como regente, de modo que sua carreira foi mais popularizada devido suas excelentes apresentações.

  5. Não conhecia Sibelius, nem Bartók ou Rautavaara e nem muito bem nosso grande Villa até conhecer este blog.Realmente o serviço prestado aqui é de muita importância a cultura e memória do mundo.Parabéns a todos que fazem e ajudam este blog.
    Abraços

  6. Alberto Caeiro… Que compositor melhor musicaria isto? Ou é melhor não pensar nisso?

    Creio no Mundo como num malmequer,
    Porque o vejo. Mas não penso nele
    Porque pensar é não compreender…
    O Mundo não se fez para pensarmos nele
    (Pensar é estar doente dos olhos)
    Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo…

    Eu não tenho filosofia: tenho sentidos…
    Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
    Mas porque a amo, e amo-a por isso,
    Porque quem ama nunca sabe o que ama
    Nem sabe porque ama, nem o que é amar…

    Amar é a eterna inocência,
    E a única inocência é não pensar…

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