Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sonatas Nos. 13, 14, 17, 21 para Piano (novamente com Deus)

Hoje, cinco discos fantásticos para comemorar o aniversário pessoal de PQP Bach, nascido em 19 de agosto de 1727.

IM-PER-DÍ-VEL !!!

A maior de todas as Waldstein? Ah, certamente! O estilo cerebral, articulado, controlado e furioso e rápido e sanguíneo de Pollini quase me fez bater o carro, pois o terceiro movimento da Wald fez com que aparecessem algumas lágrimas furtivas em meus olhos cansados, tal é a delicadeza e compreensão polliniana naquele trecho. Como fez um dos comentaristas da Amazon, fui ouvir depois Alfred Brendel. Nossa, foi um massacre da Azzurra! Ninguém, nada, nunca, nenhum fato ou argumento (nem Saer) poderá convencer-nos — a mim e Lais — de que Pollini é cerebral, frio, técnico, matemático e desalmado. O que ele faz é alojar-se em nosso ventrículo esquerdo e nos falar dali — como alguns de vocês sabem, o ventrículo esquerdo é o local onde o coração bate mais forte –, enquanto outros ficam dando voltinhas inúteis, às vezes errando de veia e perdendo-se, como diria Chico Buarque.

A Fundação para a Divulgação e Inevitável Imortalização do Guia Genial dos Pianistas Maurizio Pollini perdoa desde já àqueles comentaristas que virão com Schnabel, Kempff, Gilels e outros rapazes vivos e mortos que lutam pelo segundo lugar. Eu não concordo com Nelson Piquet, que declarou que o segundo lugar é o primeiro dos últimos; acho o segundo lugar muito digno! Eu não concordo com Machado de Assis (ou Quincas Borba) quando ele diz “Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.”

Um brinde a todos segundos lugares, pois eles são nossas referências mais queridas!!!

IM-PER-DÍ-VEL!!!

Beethoven: Sonatas Nos. 13, 14, 17, 21 para Piano

Piano Sonata No. 13 in E Flat Major Op. 27 by Ludwig van Beethoven
1. Andante – Allegro – Tempo I – attacca: 5:00
2. Allegro molto e vivace – attaca: 1:54
3. Adagio con espressione – attacca: 2:54
4. Allegro vivace 5:19

Piano Sonata No. 14 in C sharp minor Op. 27 “Moonlight” by Ludwig van Beethoven
5. Adagio sostenuto – attaca: 6:22
6. Allegretto – attaca: 2:16
7. Presto agitato 7:11

Piano Sonata No. 17 in D minor Op. 31 No. 2 “Tempest” by Ludwig van Beethoven
8. Largo – Allegro 8:39
9. Adagio 7:52
10. Allegretto 6:04

Piano Sonata No. 21 in C op. 53 “Waldstein” by Ludwig van Beethoven
11. Allegro con brio 9:59
12. Introduzione. Adagio molto – attaca: 3:54
13. Rondo. Allegretto moderato – Prestissimo 9:50

Maurizio Pollini, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Deus em ação
Deus em ação

PQP

61 comments / Add your comment below

    1. Eduardo…

      Já ouvi dizer que essa integral do Gulda é maravilhosa!Você que a conhece(integralmente ou parcialmente),o que acha??

      Abraços

      1. Oi, Junior

        Realmente, considero a integral das sonatas com o Gulda a melhor interpretação das que conheço. Algumas sonatas individuais eu prefiro com outros (como Pollini na Hammerklavier e Waldstein, as primeiras com Gilels), mas no conjunto é a que mais me agrada.

        Você a acha aqui: http://avaxhome.ws/search?q=beethoven+gulda

        Abraço, Eduardo

        1. Olá Eduardo

          Muito obrigado pelo link das sonatas com o Gulda.Irei baixá-las.

          Das “integrais” das sonatas, a gravação pela qual eu tenho mais apreço é a do András Schiff.Muito boa …muito boa mesmo!No Avaxhome tem alguns CDs dessa integral.Se ainda não conheces,vale a pena baixar!

          Abraços

  1. Eu nem vou citar Schnabel e Kempff que são Hors-concours; fico com Brendel, Kovacevich e Barenboim …ainda tem o Paul Lewis de quem a crítica especializada vem enchendo a bola , mas eu só o conheço pouco em Schubert.
    Cerebralismo não convém a Beethoven….

    E o Zagueiro, Índio, do Inter estava uns dez metros à frente….eheheh…como diria Mário Viana: ”Banheiiiiraaa”!!!

  2. Caro PQP, Lais (e demais amigos do blog): não é de agora que vocês demonstram tanta veneração a MAURIZIO POLLINI. De fato, quando o homem sobe no palco pelo menos temos certeza que não iremos se decepcionar.

    Acontece que eu nunca me satisfaço com uma única interpretação. Para se ter uma idéia, das sonatas de BEETHOVEN eu cheguei a baixar e/ou comprar mais de 15 integrais com pianistas diferentes e outros ciclos quase completos como os de RICHTER, GILELS e POLLINI, que não gravaram todas, infelizmente. Em suma, conheço mais de 20 interpretações de todas as sonatas de BEETHOVEN.

    Como eu também detesto guardar coisa que eu não gosto, selecionei uma a uma as interpretações que mais me agradaram. Para me agradar, a gravação tem que ter clareza, impacto, força expressiva, e tocar o coração sempre. Versões lentas demais como a de ARRAU ou BARENBOIM são abomináveis para mim.

    Então, para encurtar a história, devo dizer ao senhores que depois de ouvir essa avalanche beethoveniana por vários meses,com um monte de pianistas consagrados, adquiri autoridade e bom senso suficientes para eleger as melhores versões.

    Assim, posso admitir para vocês, com plena convicção, que o pianista italiano MAURIZIO POLLINI, pelo menos no quesito BEETHOVEN (e olha que de Beethoven eu entendo muito bem), não ocupa lugar tão favorável no pódio. RICHARD GOODE, STEPHEN KOVACEVICH e FRIEDRICH GULDA são superiores a POLLINI, eu não tenho a menor dúvida disso. JENO JANDO também possui uma integral excepcional. Inclusive, sua WALDSTEIN, também conhecida por AURORA, é incomparavelmente melhor que a de POLLINI e a de todos os outros. JANDO é muito mais claro e preciso.

    Mas POLLINI, venceu uma. É verdade que ela é uma baita sonata: ele ganhou justamente com a HAMMERKLAVIER, e de forma incontestável. Isso é um feito extraordinário, daí se ver sua grande competência. Mas ele só ganhou essa. Minha preferência ficou assim:

    Sonata Nº 1 (GULDA)
    Sonata Nº 2 (GULDA)
    Sonata Nº 3 (GOODE)
    Sonata Nº 4 (GULDA)
    Sonata Nº 5 (GULDA)
    Sonata Nº 6 (GULDA)
    Sonata Nº 7 (KOVACEVICH)
    Sonata Nº 8 (JANDO)
    Sonata Nº 9 (KOVACEVICH)
    Sonata Nº 10 (ASHKENAZY)
    Sonata Nº 11 (GOODE)
    Sonata Nº 12 (YOKOYAMA)
    Sonata Nº 13 (KOVACEVICH)
    Sonata Nº 14 (GOODE)
    Sonata Nº 15 (GOODE)
    Sonata Nº 16 (KOVACEVICH)
    Sonata Nº 17 (ASHKENAZY)
    Sonata Nº 18 (KOVACEVICH)
    Sonata Nº 19 (JANDO)
    Sonata Nº 20 (GULDA)
    Sonata Nº 21 (JANDO)
    Sonata Nº 22 (KOVACEVICH)
    Sonata Nº 23 (BACKHAUS)
    Sonata Nº 24 (JANDO)
    Sonata Nº 25 (BACKHAUS)
    Sonata Nº 26 (GOODE)
    Sonata Nº 27 (GOODE)
    Sonata Nº 28 (GOODE)
    Sonata Nº 29 (POLLINI)
    Sonata Nº 30 (GOODE)
    Sonata Nº 31 (KOVACEVICH)
    Sonata Nº 32 (KOVACEVICH)
    Esta seleção condiz com o estilo beethoveniano de execução. É carregada de ímpeto, energia, expressividade e sentimento. Não troco ela por nada.

    1. Oi, Ivan !

      Fiquei muito curioso sobre Backhaus, que eu nunca ouvi na Appassionata… Você poderia disponibiliza-la? Também não conheço a Waldstein com Jando…

      Obrigado, Eduardo

  3. Ola Ivan Ricardo.

    Que beleza de contribuição.

    Olha como são as coisas. Já eu, ouvi também algumas integrais, e até já doei meu CD com Jeno Jando tocando as sonatas 17, 21 e 26 da Naxos depois dessa Waldstein de Pollini. Não que eu abomine Jando. Pelo contrário: Achei a intepretação dele clara, límpida e com força expressiva como você disse.

    Mas é isso. Viva a diferença! Se todos sentissem da mesma forma, o mundo seria chato!

    1. É isso aí, Lais! Vivamos as diferenças! Cada um de nós temos nossas preferências. Não achei GILELS bom em BEETHOVEN, você consegue imaginar alguém dizendo isso? Muito estranho né? Mas é isso. Música é pra ser sentida, não dá muito pra querer materializá-la através de palavras. Guardamos no coração aquelas que nos dão mais prazer e pra nós isso é o bastante. Valeu, Laís!

  4. Eduardo, a integral com BACKHAUS foi a primeira que eu adquiri. Paguei R$ 350,00 por ela. Hoje existe ela de graça pra baixar, assim como a de JANDO e de um monte de gente. Meu interesse por BACKHAUS se deu por sua extrema competência na execução da tríade AO LUAR, PATÉTICA e APPASSIONATA. Porém, como um todo, menos da metade das 32 sonatas com BACKHAUS me chamaram atenção, e eu passei a achar que esse ciclo beethoveniano não era assim de todo genial. Hoje, conhecendo as melhores versões de cada uma, me tornei completamente apaixonado por todas elas.
    Eu tenho um carinho todo especial pela APPASSIONATA, pois é ela a sonata que eu mais gosto. O maior problema da integral de BACKHAUS é a qualidade da gravação, que é da década de 50. Mas bem melhor que a de SCHNABEL, reconhecidamente um especialista em BEETHOVEN, porém ainda mais antigo. Pode ter sido um erro meu, mas descartei todo o SCHNABEL justamente pelo som. Por minha sorte, encontrei a AO LUAR e a PATÉTICA com outros pianistas numa qualidade interpretativa e sonora muito boa. Já a APPASSIONATA não tanto. Poderia ter escolhido GOODE, mas BACKHAUS realmente é o cara. Como ele, a APPASSIONATA é mais tensa, vibrante, dramática, e toca profundamente meu coração no sublime movimento central.
    Sobre a WALDSTEIN com JANDO, o que mais me chamou a atenção foi a clareza das notas. Se colocarmos lado a lado o seu último movimento nas versões de POLLINI e JANDO você vai perceber claramente o que estou dizendo.
    Mas Eduardo, você sabe baixar músicas pelo torrent? Se não souber eu te ensino. Vais encontrar muita coisa boa, inclusive muitas integrais das sonatas, inclusive a de JANDO e BACKHAUS. Em breve volto a escrever e explico melhor.

    1. Oi, Ivan !

      Obrigado pelas dicas ! Realmente, nunca utilizei o torrent… Vou procurar o Backhaus por lá.

      A propósito, uma ausênsia que senti na tua lista dos “melhores” nas Sonatas foi Gilels (que adimiro muito, especialmente em Beethoven)… Suas interpretações não te agradam ? Particularmente nas últimas sonatas eu não gosto, mas nas primeiras e em algumas das intermediárias (Pastoral, Tempest por ex.) eu o acho fantástico.

      Concordo com tua opinião sobre Arrau e Barenboim (muito “devagar”), e também não compartilho o entusiasmo de alguns por Brendel e Paul Lewis (tecnicamente perfeitos, mas falta emoção e ímpeto em suas interpretações). Respeito bem mais Schnabel e Kempff e, por incrível que pareça, não gosto do Beethoven de meu pianista preferido(Sviatoslav Richter – que nos russos e em Liszt acho insuperável). Uma das integrais não muito bem quista, mas que gosto bastante, é a de Ashkenazy – na somatória geral, fico mesmo é com a do Gulda…

      Grande abraço, Eduardo

      1. Olá Eduardo!

        Para que eu pudesse escolher a melhor interpretação de cada sonata foi preciso que eu ouvisse cada uma pacientemente com todos os pianistas. Comecei do início mesmo, para ir acompanhando a evolução musical de BEETHOVEN. Algumas vezes (não muitas, é verdade) eu ficava com uma dúvida danada entre duas ou três interpretações. Desta forma, eu precisava utilizar-se de tempo, paciência e bom senso para fazer a escolha certa, a escolha final.

        Que eu me lembre agora, GILELS não disputou nenhuma daquelas finais. Pra ser sincero, eu esperava muito mais de GILELS (muito embora eu tenha ficado completamente encantado com sua interpretação das VARIAÇÕES WoO 80). Talvez, não sei, sua integral seja melhor que a de ASHKENAZY, por exemplo, mas pelo tipo de análise que utilizei para esse processo, ASHKENAZY acabou levando a melhor, com duas escolhas. Ou seja, GILELS nadou, nadou, nadou, mas sempre morria na praia. Sempre apareceu algum que o superasse.

        Inclusive, uma das escolhas de ASHKENAZY deve causar alguma polêmica: a sonata TEMPESTADE. Vou dizer uma coisa agora: não encontrei nenhuma versão dela que eu considerasse perfeita. Esta pra mim foi a que mais se aproximou do ideal. Curioso que o movimento final é mais lento que o de costume, cerca de um minuto mais devagar que a versão de POLLINI, por exemplo. Mas aí é que está: a versão de ASHKENAZY está muito mais próxima de um “allegretto” e, diga-se de passagem, está muito encantador!

        Já que você conhece a integral de GULDA terá uma idéia muito boa sobre meu gosto musical. Perceba que ele é, em geral, mais ligeiro e vibrante que GILELS. Eu gosto muito disso. De início eu tive a impressão que GULDA ia ter 90% das escolhas (veja minha lista), mas cheguei à conclusão que ele é insuperável mesmo é nas sonatas mais antigas. No geral, a integral de GULDA é muito boa.

        Melhor ainda é a de KOVACEVICH e GOODE, não sei se você conhece. O equilíbrio desses dois é impressionante.

        Sobre RICHTER, eu realmente não gostei muito dele tocando as sonatas de BEETHOVEN, mas quase que ele ganhava com a sonata Nº30. O fato é que GOODE estava mesmo inspiradíssimo. Gosto muito de RICHTER tocando as VARIAÇÕES HERÓICA, as VARIAÇÕES op.76 e o ANDANTE FAVORI. Suas VARIAÇÕES DIABELLI são ótimas, mas POLLINI e KOVACEVICH o superam.

        Eduardo, a cada dia que passa me aproximo de realizar um grande sonho: fazer uma coleção própria, com meu gosto pessoal, dos ciclos beethovenianos. Além do ciclo das SONATAS PARA PIANO, concluí também as SONATAS PARA VIOLINO E PIANO, os QUARTETOS DE CORDAS e os TRIOS PARA PIANO, VIOLINO E VIOLONCELO. Agora estou focado nos CONCERTOS PARA PIANO E ORQUESTRA.

        Vou dizer uma coisa pra você: estou cada dia mais apaixonado por BEETHOVEN. Suas sonatas para violino são maravilhosas, seus quartetos de cordas (todos eles) são perfeitos. Até mesmo seus trios, que eu não dava muito crédito, são encantadores.

        Acho muito improvável eu encontrar algum compositor melhor que BEETHOVEN. Talvez BACH, um dia, não sei, mas isso é muito difícil. O conjunto da obra de BEETHOVEN é genial demais.

  5. KEMPFF é o maior pianista em Beethoven e do SÉC XX,e Schnabel temos que deixar até de fora , é HORS-CONCOURS ”O HOMEM QUE INVENTOU BEETHOVEN” como ele ficou conhecido antigamente. Kovacevich é extraordinário e Barenboim em DVD se redimiu da primeira gravação do ciclo.Brendel é espetacular e Richter muiiito bom ,mais ainda na Hammerklavier …Gulda é secundário em Beethoven e Bach é um pouco superior a Beethoven , pouca coisa ,mas é!
    Mas,certamnete , o triunvirato da música é formado por BACH-BEETHOVEN-WAGNER,coincidentemente ou não , alemães.

  6. Creio que tenha faltado um pouco mais de ímpeto e energia a KEMPFF. Comparando suas versões das sonatas com outros intérpretes não o achei tão bom assim, como muitos falam.

    Quanto a BACH, acredito que ele alcança voos mais amplos e altos, mas BEETHOVEN permanece mais tempo nas alturas.

    BRAHMS pra mim é superior a WAGNER. É incrível como ele já surge no universo musical com extrema maturidade. Hoje em dia o interesse no mundo pela música de BRAHMS é maior.

    Na verdade, BRAHMS começou a ser gerado 20 anos antes de nascer, ali dentro do quarteto op.95 “serioso” de BEETHOVEN.

  7. (risos). Concordo com o Ivan Ricardo, tudo o que disse sobre Brahms.

    Sempre pensei no triunvirato musical composto pelos 3 B’s. Nesse sentido sou H. Von Bulow de carteirinha!

    Mas o PQP prefere um quarteto “BBBB”: Bach-Beethoven-Brahms-Bartok.

  8. Na realidade, se pararmos um pouquinho pra pensar, viveríamos tranquilamente com a música escrita até 1827 (ano da morte de BEETHOVEN) e não sentiríamos falta de nenhuma outra música. O que mais poderia ser composto depois de BEETHOVEN? Ora, é só mostrar o que foi escrito depois, ora essa.

    Ainda falta surgir alguém que pudesse explicar o “caso BRAHMS” mais satisfatoriamente. BRAHMS seguiu sua trilha paralelamente a uma infinidade de compositores, mas a sua música não se parece com a de nenhum outro.

    Tem gente que, ao se referir ao período romântico, coloca BRAHMS ao lado de CHOPIN, SCHUMANN e LISZT, por exemplo. Eu sinceramente acho que BRAHMS deveria fazer parte de uma lista que só coubesse o nome dele.

    Meu primeiro contato (consciente) com a música dele ocorreu tardiamente (como o de muita gente), no ano passado, quando eu tinha 27 anos. Tratava-se das Variações Handel, pois eu havia lido em algum lugar que elas estavam no ápice do gênero, ao lado das Goldberg e Diabelli. Se alguém disser hoje pra mim que as Variações Handel constituem o maior ciclo de variações eu direi simplesmente: “pode ser”.

    O “rondo alla zingarese” do quarteto op.25 foi a gota dágua. Pensei estar ficando esquizofrênico. Definitivamente, BRAHMS estava me deixando maluco. Às vezes eu pensava que ele era uma espécie de BEETHOVEN mais “aprumado”, veja só que maluquice.

    O fato é que BRAHMS extraía música sabe-se lá como, assim como se tira leite de pedra, e com uma maturidade inacreditável. Sua música é extremanente equilibrada, dificilmente encontramos algo excessivo ou desnecessário. Era bastante autocrítico, quantitativamente sua produção equivale à metade da de BEETHOVEN e um quarto da de MOZART.

    Não conseguiu superar nem BACH nem BEETHOVEN, é verdade, mas está muito longe do quarto colocado. Comparado aos seus contemporâneos, BRAHMS representa um universo artístico interiramente novo, com uma nova e muito expressiva linguagem musical. Eu disse e volto a repetir: BACH, BEETHOVEN e BRAHMS representam nove décimos da arte chamada música.

    1. ola ivan… ja tentei varias vezes ouvir as obras do tão admirado Brahams mas tirando o ultimo movimento da 1ª sinfonia n conseguir digerir sua obra, Claro q como n gostei muito do q ouvi n me aprofundei muito, n ouvi quase nada dele… me perguntei se eu era um inculto novato na musica erudita mas n. ja ouvi muita coisa difícil com as quais me acostumei e q hoje admiro. mas continuo esbarrando ne Brahams. então vim lhe pedir algumas dicas do q começar ouvindo dele ate ir me acostumando com sua linguagem e poder alçar suas obras mais complexas…

  9. O grande Ludwig (como o chamo) é indubitavelmente o maior compositor de todos os tempos e jamais será superado. Penso que mais que “maior compositor” é o verdadeiro “monstro sagrado da música”. Não nos esqueçamos que depois da 3ª, cada sinfonia sua, principalmente as 5, 6, 7 e a nona, são verdadeiras supersinfonias revolucionárias, grandiosas e inovadoras, mesmo em relação às anteriores suas. Cada sinfonia do monstro Ludwig equivale a muitas sinfonias dos seus colegas compositores. Sem falar em tudo o mais que muito propriamente já foi dito aqui como as sonatas, os concertos para piano, o triplice, o concerto para violino, a missa em dó, a solenis e, enfim, para mim, a genialidade dos quartetos de cordas, principalmente o de opus 133, “a grande fuga”. Acho que os mais modernos e dodecafônicos beberam nesses ultimos opus, verdadeiras atemporalidades. Mais inovações. A nona, mesmo batidona e executada à exaustão é uma obra prima tão genial que tornou-se em patrimonio da humanidade e hino oficial da comunidade européia. Seus movimentos são geniais, todos. E o adágio antecede, a meu ver (e a meu ouvir) à tecnica Wagneriana do “motivo continuado” e o movimento coral, todos sabemos, é uma verdadeira catedral gótica.
    Quanto ao outro genial alemão, gostaria de dizer que por mais que tenha sido sublime o grande J Bach, o mostro Ludwig foi mais completo e inovador. E insuperavel.
    Mesmice não era com Beethoven.
    Engraçado, não desejo o mal para ninguem, nem mesmo para os meus inimigos, mas agradeço à Providencia por ter tornado surdo este “birrento sagitariano do terceiro decanato”. Assim ele não teve opção outra senão a de “ouvir a núsica absoluta”.
    Agora, querem saber de um verdadeiro assassinato musical?. O nosso A. Moreira Lima solando o terc concerto p piano do L v B.
    Comecei a ouvir e ver, certa vez, num desses conc para juventude. Indigesto. Tive que desligar a tv.

    Gosto do W Kempf, não conheço a execução da maioria dos pianista citados aqui mas vou querer ouvir, Peço ajuda.

    1. Otto Walter, também considero BEETHOVEN o maior de todos os compositores, e se ainda não foi superado então nunca será, pois o que temos ouvido por aí neste mundo afora…

      Acho muito interessante também você conhecer seus trios para piano, se possível com o Beaux Arts (postado neste blog), ou o Trio Hongrois ou melhor ainda com Perlman, Ashkenazy & Harrell.

      Não costumo muito ouvir suas sinfonias não. São excelentes, mas BEETHOVEN é senhor absoluto mesmo é nas sonatas e quartetos de cordas. Os Quartetos Melos e Emerson são os que melhor os interpretam, por exprimir toda a pujança beethoveniana.

      Passaríamos a eternidade falando de BEETHOVEN porque o danado é bom mesmo. Dia desses me surpreendi maravilhosamente com a primeira composição dele, as Variações Dressler. BEETHOVEN tinha só 11 anos quando as escreveu, mas vou lhe contar uma coisa: não acredito que tenha havido melhor início de carreira que este. O tema de Dressler é uma das melodias mais bonitas que conheço e BEETHOVEN fez excelentes variações.

      Otto, BEETHOVEN é um verdadeiro universo musical, mas eu aconcelho que você conheça mais JOHANNES BRAHMS. Ele merece demais o título de sucessor de BEETHOVEN. Sua música de câmera está no mesmo nível da de BEETHOVEN, surpreendentemente. Mas a vantagem do gênio de Bonn é ter escrito mais quantitativamente.

      De BRAHMS, pra você se apaixonar mesmo, basta só você ouvir o último movimento do quarteto op.25 ou o scherzo do quinteto op.34, aí você verá o que o homem é capaz de fazer. Não será preciso dizer mais nada.

  10. Não irei adentar no mérito das considerações em torno de quem é o melhor, porque esse é um dominío delicado, e, certamente, perigoso. Eu mesma já exprimir afirmações desse jaez, e fui obrigada, mais tarde, a reconsiderá-las.

    Mas, sem duvida, o trio “BBB” formam uma equipe especial e muito acima dos demais compositores, em minha forma de entender.

    Contudo, minha intervenção aqui focaliza-se na menção de Otto sobre uma conexão entre a Nona Sinfonia Beethoveniana e a obra de Wagner. Isso não é apenas hipótese, mas um fato consagrado pelas proprias considerações de Wagner. A Nona sinfonia, segundo ele, foi sempre uma obsessão na sua vida, e aquela fusão entre música instrumental, vocal, e literatura, na Nona Sinfonia, sintetiza o ideal estético que regeu a vida do genro de Liszt.

    1. Bom toda essa história de Big Brother Brasil (BBB) me deixa intrigado, sei que vão me malhar mas pra mim eu tô com Hesse e a a trindade é BBM (acho que não precisa dizer o que significa o M) mas, Brahms também é espetacular!

  11. PQP: me desculpe se o q lhe perguntarei agora vc já disse em suas postagens anteriores: absolutamente não tenho tido tempo de lê-las todas…
    então:
    em SUA opinião qual o pianista q melhor interpreta as sonatas de Beethoven; qual quarteto melhor interpreta os quartetos; qual regente melhor conduz as sinfonias? qual duo melhor interpreta as sonatas para violino e piano? e a Missa Solemnis (Herreweghe?)?
    Estou começando a ouvir Beethoven agora e pretendo ouvir td o q ele fez de melhor (com o livro de Carpeaux em mãos).

    Abração!
    Guillaume L. (Ctba-PR).

  12. Infelizmente deu tendinite no nosso grande pianista…
    Estudou a vida inteira usando a técnica da força…
    As gravações dele dos concertos pra piano do Mozart tb são magistrais.

  13. Não me venham com chorumelas, quem escutou a Waldstein com a maior pianista de todos os tempos, Guiomar Novaes, sabe que a interpretação dela é imbatível. Agilidade e vivacidade na melhor combinação. Consegue ser melhor até que a do Nelson Freire, que também é excepcional. Concordo com quem acha a do Gilels fraca… ele é incrível tocando Rachmaninov, mas essa Waldstein dele deixa muito a desejar. Quanto ao Jando, ele é insuperável nos concertos pra piano do Mozart, mas em matéria de Beethoven talvez esteja no mesmo nível do Pollini.
    E os outros, bem, os outros são apenas os outros…

  14. Aliás… em diversos momentos do terceiro e primeiro movimento… era preciso ter um maestro pra dar o tempo pro rapaz, porque tá tudo errado…
    Ok, a Waldstein é a Waldstein e é mesmo assim bonita. Mas não tem nem como comparar com o Gilels e Freire, e Kempf…

    Enfim. Pelo início do texto: “a maior de todas as Waldsteins”?
    Pra mim, certamente não é esta.

  15. Bom Tarde! Sei que esse post não é tão recente para eu estar postando meu comentário, mas só conheci esse blog no dia de hoje. Ver algo como um blog desses, me deixa emotivo, é simplesmente fantástico, é uma coleção rara de coisas maravilhosas.
    Contudo, só há um pequeno probleminha, esse album disposto, está alocado no Rapidshare, local em que só permite 10 downloads do arquivo por estar separado na “ala” VIP. Gostaria de saber se tem como postá-lo no MEGAUPLOAD, 4SHARE ou me mandar por msn?!

    Abraços,

    Meus parabéns pela obra-prima que é esse blog!

  16. pois é… infelismente como o amigo falou.. o link está fora do ar (muito tempo sem ninguém baixar) se alguem puder reupar seria muito bom… seria legal tbm se o P.Q.P fizesse um Hd virtual com os arquivos lançados aqui.

    até mais. to esperando o reup.

  17. O que a turma do “BBB” acha de compositores como Mahler e Shostakovich? Se eu fosse fazer uma lista dos meus compositores favoritos provavelmente colocaria os três B’s mais Mahler e Shostakovich. Não sei bem explicar porque, seria uma escolha mais subjetiva do que qualquer outra coisa, afinal entendo pouco de teoria musical.

  18. Uma notícia: Essa não é a unica gravação do Pollini da Waldstein. Ele gravou essa – ao vivo – e uma outra no estudio. Ammbas pela Deutsche grammophon.

  19. Olá! Eu fui viajar e acabei por ficar muito tempo sem fazer downloads. Acabei perdendo este aqui. Imploro que reposte. Permita-me ouvir Pollini tocando essas maravilhas, por favor.

    Grato desde já,
    Ramon Theobald

  20. Uau! Que discussão “a maior de todas Waldstein” gerou! Tenho um CD do Pollini com as sonatas 17 e 21, mas com a 25 e 26 (Les Adieux), ao invés das 13 e 14 (Ao luar). Uma outra gravação, já que os tempos de cada movimento são diferentes. Mas a minha preferida de Pollini é a Hammerklavier.

  21. PQP, será que o blog ou os feeds estão com algum problema?
    No meu Google Reader, apareceram os posts “Ludwig van Beethoven (1770-1827) – String Quartets – CD 5, 6 e 7 de 7 – Amadeus Quartet” e “Johannes Brahms (1833-1897) – Piano Concertos, Variations on a theme of Haydn, op 56, Tragic Overture, op. 81, Academic Festival Overture, op. 80”, porém, não há nada na página incial do blog. Ao clicar no link do feed, aparece “Parece que não encontramos o que você está procurando. Talvez a busca, ou um dos links abaixo, possa ajudar.”.
    Abraços

    1. André, fui eu quem apagou as postagens. Por algum motivo inexplicável, estas postagens foram ao ar sem estarem concluídas, e sem os links e sem minha autorização. Curiosamente, o editor que usamos, WordPress, é o mesmo do tempo do Pensador Selvagem, só que esta versão mais recente aparentemente está com algum bug.

      1. Entendo, FDP. Até passou pela minha cabeça mesmo que não estava concluída, pois um post estavam sem nenhum link e o outro com apenas 1/3.

        Abraços.

  22. Quem nunca ouviu as sonatas de Beethoven interpretadas por Wilhelm Backhaus, nunca as ouviu. Ali se encontra, fidelidade absoluta à partitura e técnica invejável. O lirismo ou a força da música de Beethoven não são inseridas pelos intérpretes. Se o intérprete tocar como ele escreveu, todos os elementos da sua música vão surgir. Se o intérprete é frio ou ardente não importa, ele não deve transferir qualquer característica do seu caráter à interpretação. Backhaus, toca como foi escrito e não é preciso mais nem menos.
    Não compartilho do entusiasmo por Pollini.
    Na verdade comprei um CD onde ele interpreta “As Variações Diabelli” e outra onde ele interpreta os piano concertos nºs. 3 e 4 com a regência de Karl Böhm e não gostei, embora eu aprecie a regência de Böhm, coloquei os CDs na gavetas dos CDs que não pretendo ouvir mais.

  23. Poxa vida, Herr Rott, estou entusiasmado que haja dois seres humanos vivos (você e Backhaus) nesse mundo que saibam exatamente como a sonata soou no cérebro de Beethoven.

    Pode compartilhar conosco qual foi o método da descoberta? Vocês inventaram uma máquina do tempo para perguntar diretamente ao Ludwig Van ou fizeram a brincadeira do copo?

  24. Pqp:
    Apesar da minha fidelidade radical e convicta com a família Bach, a começar com os
    que aqui postam e escrevem, ando meio “encanado” com o mestre Ludwig. Ainda mais com o Pollini tocando. Tenho épocas de me fixar em compositor, era ou estilo e ouvir quase só isso. É normal? Ou minha loucura está saindo do controle. Apesar que me disseram esses dias que quem acha que é louco é normal, e que quem acha q é normal tá completamente louco. Um abraço.

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