As grandes gravações com os grandes maestros do passado precisam sempre estar disponíveis para todos. Ao menos sou desta opinião, e creio que seja compartilhada por todos, inclusive pelos executivos das grandes gravadoras. Se assim não fosse, não teríamos acesso a esta magnífica versão de uma obra de Schubert pouco gravada atualmente, “Rosamunde”.
Schubert compôs essa obra como música incidental de uma peça de teatro chamada “Rosamunde, Fürstin von Zypern” (Rosamunde, Princesa de Chipre), escrita por Helmina von Chézy, e a estreou em 1823. Com o passar do tempo, o texto da peça se perdeu, porém uma versão alternativa da mesma foi encontrada em uma Biblioteca e publicada em 1996.
Mas o que nos interessa aqui é a música. E que música. Foi uma das últimas composições de Schubert e como não poderia deixar de ser, trata-se de uma belíssima obra, com melodias memoráveis. O que também chama a atenção é a maturidade da música, lembrando que Schubert tinha meros vinte e sete anos de idade quando a escreveu. Sua orquestração é riquíssima, com direito a uma contralto e um Coro. Para quem ainda não conhece, eis uma ótima oportunidade para confirmar a genialidade de Schubert.
A Filarmônica de Viena e o Coro Estatal da Ópera de Viena dispensam apresentações, e Karl Münchinger está perfeito. Com certeza, essa é uma das grandes gravações do passado que precisavam ser resgatadas, como comentei acima. Tenho certeza de que os senhores irão gostar muito.
1. Overture
2. No. 1 Entr’ Acte Following Act 1
3. No. 2 Ballet
4. No. 3a Entr’ Acte Following Act II
5. No. 3b Romanze Der Vollmond Strahlt Auf Bergeshoh ‘N’
6. No. 4 Geisterchor In Der Tiefe Wohnt Das Licht
7. No. 5 Entr’ Acte Following Act III
8. No. 6 Hirtenmelodien
9. No. 7 Hirtenchor Hier Auf Den Fluren’
10. No. 8 Jagerchor Wie Lebt Sich’s So Frohlich Im Grunen
11. No. 9 Ballet
12. Overture Preciosa, Op.78
13. Overture Genoveva, Op.81
Rohangiz Yachmi – Contralto
Vienna Philharmonic Orchestra
Vienna State Opera Chorus
Karl Münchinger – Conductor
Fiquei tão entretido com o debate em torno da Missa de Bach que já ia me esquecendo (falha que seria imperdoável) de destacar essa maravilhosa postagem: essa faixa 7, música que me acompanha desde pequeno, com meu saudoso pai tocando-a na sua potente vitrola, um bolachão 78rpm; essa música de uma tristeza pungente, que faz a saudade do velho bater mais forte…
Maravilha triste…