Liszt e suas transcrições

Uma das coisas mais inspiradoras e motivadoras para nós do PQPBach é um “comentário” como esse abaixo do nosso leitor que assina beto toda música. Coloquei a palavra comentário entre aspas pois na verdade o que o Beto fez foi nos dar uma aula sobre Liszt. Pedi-lhe autorização então para copiar esse “comentário”, com alguns pequenos ajustes, adequando-o melhor ao texto. Espero que gostem:

“Inicialmente, é importante ter em mente que a arte da transcrição é uma recriação: uma adaptação a determinada forma de expressão musical de obras originalmente concebidas para outra.
Deve-se atentar para o fato de que os arranjos de Liszt para piano de obras de Bach para órgão são os que mais se aproximam de uma transcrição nota a nota. Na adaptação de obras orquestrais para piano, esse procedimento literal é impossível, para que a música surta o desejado efeito no novo meio de expressão. Embora se mantivesse fiel a melodias, ritmos e harmonias das sinfonias de Beethoven, por exemplo, Liszt tomava as necessárias liberdades na transposição das texturas orquestrais para o teclado.
O total do catálogo de transcrições de Liszt abrange 368 peças; mas como há vários itens subdivididos (12 canções, 9 sinfonias, etc) o total real chega a mais do dobro.
Um extraordinário empenho criativo, sem dúvida, que no entanto não raro lhe valeu mais censuras que cumprimentos. Uma lista tão grande poderia dar idéia de uma série infindável de obras sem interesse, produzidas com rapidez e mecânica facilidade. Mas não: as adaptações de obras de outros compositores são sempre cuidadosas e, vale frisar, altamente criativas em sim mesmas.
Liszt integra uma das correntes mais ilustres no terreno da transcrição. Os precedentes mais conhecidos são Mozart e Bach, com suas recriações de obras de Vivaldi. Não devemos esquecer que o próprio Beethoven, transformou seu Concerto para Violino num Concerto para Piano.
No século XV e início do XVI, eram comuns os arranjos de música vocal para alaúde, violas ou teclados. Na antologia da história da música de Arnold Schering, o madrigal para solista Amarilli, mia bella, de Caccini, publicado em Florença em 1602, é seguido de uma transcrição para virginais publicada por Peter Philips em Londres em 1603. É uma transcrição tão livre quanto qualquer uma das que saíram da pena de Liszt, e serve igualmente para ilustrar a idéia de um continuum entre a música antiga e a nova, do qual o próprio Liszt é apenas parte. Essa continuidade pode ser constatada de várias maneiras. Por exemplo: 1 – no século XIX, a Chacona para solo de violino em ré menor de Bach, transcrita para a mão esquerda no piano por Brahms; os arranjos de Bach e Paganini feitos por Schumann; o arranjo para orquestra de cordas de Mahler do Quarteto op. 95 de Beethoven; 2 – no século XX, as transcrições orquestrais de Ravel e Schoenberg.
A grande maioria das adaptações do século XIX pertencia ao gênero do pot-pourri, mas Liszt nunca desceria a este nível.
Busoni chamou atenção para a sutil utilização de seções contrastantes nas fantasias operísticas de Liszt, o gosto evidenciado na escolha de passagens e dos motivos usados na caracterização dramática, o emprego de ornamentação filigranada como elemento intrínseco das ‘fantasias’, e reconheceu a superioridade de Liszt em relação aos outros arranjadores contemporâneos.
O monumento a Beethoven em Bonn deve muito ao empenho de Liszt; e ele por sua vez criou seu próprio monumento a Beethoven com as transcrições das nove sinfonias. Em 1851 foi publicado seu arranjo da Nona para dois pianos – adaptação admirada entre outros por Brahms e Clara Schumann, que a tocaram juntos. No ano de 1864, Liszt publica a segunda versão da Nona para um piano apenas.
Como no caso da Symphonie fantastique, Liszt assinala minuciosamente a instrumentação de Beethoven, reproduzindo com exatidão ligaduras e fraseados. Sua grande habilidade está na criação de sonoridade apropriadas para as seções orquestrais que pareceriam fracas se fossem meramente transcrições nota por nota. Dentre muitos exemplos, temos a sutil redistribuição das texturas de acompanhamento no movimento lento da No. 4; os acordes arpejados no baixo profundo, evocando brilhantemente o terrível troar dos instrumentos graves na tempestade da Pastoral; e a freqüente combinação simultânea de diferentes texturas – tremolo, melodia em prolongado legato e acompanhamento em staccato, como no Adagio da Nona. A clareza de cada uma das vozes é mantida graças à cuidadosa notação das hastes das notas, para cima ou para baixo. Liszt estabelece frequentemente passagens com a indicação ossia, para soluções alternativas; e eventualmente inclui em pautas separadas certas vozes que não pôde incorporar aos dez dedos.
Como no caso de Beethoven, também com Berlioz a preservação do ‘espírito do original’ é invariavelmente o objetivo de Liszt. A audácia do arranjo da Symphonie fantastique fica evidente não só na bem-sucedida transformação da orquestração em termos pianísticos como em sua qualidade pura e simplesmente como documento pianístico, como Schumann não deixou de observar:

‘Liszt empreendeu seu arranjo com tal talento e entusiasmo que ele pode ser considerado uma obra original, um résumé de seus estudos aprofundados, uma verdadeira escola prática de execução de partes orquestrais no piano. Essa arte da reprodução, tão diferente do empenho detalhista do virtuose, os diferentes tipos de toque que exige, o uso inteligente do pedal, a clara interpenetração das diferentes vozes, a compreensão global das massas orquestrais – em suma, a captação de recursos e possibilidades até agora ocultas no piano só pode ser obra de um Mestre.’
Os parágrafos acima são citações do livro do professor Derek Watson sobre a obra lisztiana.
Finalizando: Liszt GÊNIO ABSOLUTO da música ocidental!
PS:
São imperdíveis as gravações de Glenn Gould das transcrições da Quinta Sinfonia e do primeiro movimento da Pastoral, bem como, o registro da transcrição da Symphonie fantastique pela EXTRAORDINÁRIA pianista Idil Biret, que na minha modesta opinião é um dos monstros sagrados do piano da segunda metade do século XX.”

 Beto Toda Música

Postagem restaurada – Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Symphonies Nos. 1 & 2 – Bruno Walter – Leslie Howard #BTHVN250

61+AufDLfcLPUBLICADA ORIGINALMENTE POR FDP BACH EM 19/5/2014, RESTAURADO POR VASSILY EM 29/3/2020

Sempre tive vontade de postar essas transcrições de Liszt das sinfonias de Beethoven. Porém seria um projeto longo, pois a idéia seria intercalá-las com as sinfonias originais interpretadas por uma grande orquestra, e demorei pois não me decidia entre as diversas opções que tenho. Até que lembrei da gravação que Bruno Walter fez da integral das sinfonias, já no final de sua vida, quando a Columbia lhe pediu para gravar estas mesmas sinfonias, que tantas vezes havia tocado, em som estéreo. O velho maestro, já adentrado em seus oitenta anos, mostrou a todos que continuava em forma, e realizou uma das melhores gravações já realizadas destas sinfonias.
frontCom relação às transcrições que Franz Liszt fez destas sinfonias não me cabe julgar se são boas ou ruins. Aos que ainda não conhecem, eis a oportunidade. Obviamente sentirão falta da massa orquestral, mas num ponto não podemos deixar de elogiar a loucura que Liszt fez ao encarar tal desafio: a fidelidade ao gênio de Bonn, dentro do limite do possível, é claro.
O pianista Leslie Howard é conhecido por ter gravado trocentos cds com a imensa obra pianística de Liszt. E o excelente selo Hyperion bancou o projeto. Não sei quantos volumes foram lançados, perto de cinquenta, creio, e demorou bastante tempo para ser realizado. Também não sei se já foi concluído.
Mas vamos começar pelo começo, sinfonias de nº1 e de nº2. Bruno Walter dirige a Columbia Symphony Orchestra. e Leslie Howard encara o desafio ao piano.
P.S. Nem a Sony nem a Hyperion seguem a sequência das sinfonias nos cds que estou disponibilizando. Por esse motivo, estou editando as faixas para obedecer a sequência. Assim os senhores podem mais podem entender a evolução de Beethoven enquanto compositor.

Sinfonia nº 1
01 – Symphony No.1 in C major, Op. 21 – I. Adagio molto – Allegro con brio
02 – II. Andante cantabile con moto
03 – III. Menuetto. Allegro molto e vivace
04 – IV. Finale. Adagio – Allegro molto e vivace

Piano – Leslie Howard
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Columbia Symphony Orchestra
Bruno Walter – Conductor
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Sinfonia nº2

05 – Symphony No.2 in C major, Op. 36 – I. Adagio molto – Allegro con brio
06 – II. Larghetto
07 – III. Scherzo. Allegro
08 – IV. Allegro molto

Piano – Leslie Howard
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Columbia Symphony Orchestra
Bruno Walter – Conductor
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FDPBach

bem_Bruno_Walter
Bruno Walter (1876-1962) – Um maestro lendário
Leslie Howard - Um excelente pianista
Leslie Howard – Um excelente pianista

 

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Bach Concertos – Janine Jansen – Janine Jansen & Friends

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Bach Concertos – Janine Jansen – Janine Jansen & Friends

Janine Jansen-CoverboxEstou aproveitando as minhas férias para colocar em dia as minhas audições, que estavam bem atrasadas, assim como encarar a pilha de livros que estão aguardando sua vez, e essa pilha também está grande. Então, fazendo um backup no meu computador, reencontrei esse cd delicioso com os concertos para violino  de Bach, que todos adoramos, com certeza, em uma versão bem intimista de Janine Jansen, uma das melhores violinistas da atualidade. Além dos concertos para violino Jansen também toca as belíssimas Sonatas para Violino e Cravo, de nº 3 e 4.
Jansen juntou amigos e formou um conjunto que chamou carinhosamente de Janine Jansen & Friends e gravou essas obras primas de Bach. Parece que a moça tem força entre os produtores da DECCA, sua gravadora. Sua interpretação é clara, límpida, graças ao seu Stradivarius “Barrere”, um daqueles perfeitos instrumentos que não tem preço, sua sonoridade beira a perfeição, com o perdão da redundância.
E não é só isso: os senhores levarão também um cd bônus, com a mesma Janine Jansen tocando O Trio Sonata in G maior, BWV 1039.
Me apropriando das palavras de nosso ausente colega Carlinus, espero que tenham uma boa audição. Eu vou continuar o meu hercúleo trabalho de colocar em dia minhas audições atrasadas e encarar a pilha dos livros que aguardam sua vez de serem lidos.

01 – J.S.Bach-Violin Concerto No.2 In E,BWV 1042.1.Allegro
02 – J.S.Bach-Violin Concerto No.2 In E,BWV 1042.2.Adagio
03 – J.S.Bach-Violin Concerto No.2 In E,BWV 1042.3.Allegro Assai
04 – J.S.Bach-Violin Concerto No.1 In A Minor,BWV 1041.1.(Allegro Moderato)
05 – J.S.Bach-Violin Concerto No.1 In A Minor,BWV 1041.2.Andante
06 – J.S.Bach-Violin Concerto No.1 In A Minor,BWV 1041.3.Allegro Assai
07 – J.S.Bach-Concerto In C Minor For Violin And Oboe BWV1060.1.Allegro
08 – J.S.Bach-Concerto In C Minor For Violin And Oboe BWV1060.2.Adagio
09 – J.S.Bach-Concerto In C Minor For Violin And Oboe BWV1060.3.Allegro
10 – J.S.Bach-Sonata For Violin And Harpsichord No.3 In E,BWV 1016.1.Adagio
11 – J.S.Bach-Sonata For Violin And Harpsichord No.3 In E,BWV 1016.2.Allegro
12 – J.S.Bach-Sonata For Violin And Harpsichord No.3 In E,BWV 1016.3.Adagio Ma Non Tanto
13 – J.S.Bach-Sonata For Violin And Harpsichord No.3 In E,BWV 1016.4.Allegro
14 – J.S.Bach-Sonata For Violin And Harpsichord No.4 In C Minor,BWV 1017.1.Siciliano (Largo)
15 – J.S.Bach-Sonata For Violin And Harpsichord No.4 In C Minor,BWV 1017.2.Allegro
16 – J.S.Bach-Sonata For Violin And Harpsichord No.4 In C Minor,BWV 1017.3.Adagio
17 – J.S.Bach-Sonata For Violin And Harpsichord No.4 In C Minor,BWV 1017.4.Allegro

CD Bônus

01 – J.S.Bach-Trio Sonata In G Major BWV 1039.1.Adagio
02 – J.S.Bach-Trio Sonata In G Major BWV 1039.2.Allegro Ma Non Presto
03 – J.S.Bach-Trio Sonata In G Major BWV 1039.3.Adagio E Piano
04 – J.S.Bach-Trio Sonata In G Major BWV 1039.4.Presto

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Janine-Jansen
Janine Jansen – talento e beleza a serviço da música

Antonin Dvorak (1841-1941) – Concerto for Cello and Orchestra in B Minor, op. 104 – Du Pré, Celibidache, SRSO

FrontQuando dois músicos do porte da violoncelista Jacqueline Du Pré e do mítico regente romeno Sergiu Celibidade se reúnem, o resultado só poderia ser um: Um cd IM-PER-DÍ-VEL !!!  Emocionante, para não me alongar muito em adjetivos.
Só um porém: o cd que estou postando é o da DG, não o da ERATO. A diferença entre ambos é que o da ERATO trazia também o concerto de Saint-Saens, no qual a inglesa era acompanhada pelo ex-marido, Daniel Baremboim, mas como essa coleção é em homenagem especificamente a Celibidache,  deixaram apenas o concerto de Dvorak. Tudo bem,sem problemas. A interpretação é a mesma e não deixa de ser uma das melhores que já foram realizadas desse concerto. Du Pré era uma musicista completa, extravasava emoção por todos os poros, e dominava seu Stradivarius com maestria. Uma gigante do instrumento, que infelizmente nos deixou precocemente. Celi, bem nem há necessidade de falar de Celibidache. Ele está em seu elemento.

1 Concerto for cello and orchestra in B minor, op. 54 – Allegro
2 Adagio, ma non troppo
3 Finale – allegro moderato

Jacqueline Du Pré  – Cello
Swedish Radio Symphony Orchestra
Sergiu Celibidache – Conductor

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Anton Bruckner 1824-1896) – Symphony nº3 in D minor – Celibidache, Münchner Philharmoniker

FrontMuito se discutiu sobre Celibidache nos últimos dias. Curioso que, mesmo passados tantos anos de sua morte, assim como a de Karajan, ambos regentes ainda causam discussões tão acaloradas e apaixonadas. Isso  só mostra a importância de ambos no cenário da música clássica.
Eu particularmente não nutro nenhuma paixão especial nem por um nem por outro maestro. Claro que como todos os que acompanham esse estilo musical desde a infância ou adolescência, obviamente fomos bombardeados pelo marketing poderoso da Deutsche Grammophon, que nos trazia Herbert von Karajan como a quintessência da função de maestro. Amo suas gravações de Brahms e de Beethoven realizadas na década de 60, como já declarei aqui algumas vezes. E com certeza elas irão me acompanhar até o final de minha vida, falem o que quiserem falar do maestro.
Com Bruckner minha relação é bem mais recente. E essa série com Celibidache me era totalmente desconhecida até há alguns anos atrás. Creio que devo tê-la conhecido já no PQPBach, em algum momento desses nossos oito anos nosso mentor, e bruckneriano convicto, PQPBach, deve tê-la postado, assim como nosso querido Carlinus. Mas os links já deixaram de existir há algum tempo.
Resolvi então trazer à vida novamente essa série. São apenas 7 as sinfonias que ele gravou para a EMI, da terceira até a nona.
Vamos então começar com a terceira sinfonia.

01 – I. Mehr langsam. Misterioso
02 – II. Adagio, bewegt, quasi Andante
03 – III. Ziemlich schnell
04 – IV. Allegro
05 – Applaudissements

Münchner Philharmoniker
Sergiu Celibidache – Conductor

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Concerto nº1 para Violão – Dilermando Reis – obras de Radamés Gnattali (1906-1988), Oscar Lorenzo Fernandez (1897-1948), César Guerra Peixe (1914-1993), Leopoldo Hakel Tavares da Costa (1896-1969) e Agustín Barrios Mangoré (1885-1944); [Acervo PQPBach] [link atualizado 2017]

SHOW DE BOLA !!!

Queridos, queridos!

Hoje vou voltar à música brasileira (tá, tem uma paraguaia no fim, mas de ótima qualidade) com este instrumento que se adaptou tão bem em terras ibero-americanas, ganhando inúmeras formas de execução e se adaptando tão perfeitamente aos ritmos locais.

O mais provável é que o instrumento tenha se desenvolvido da viola portuguesa, parente não muito distante da alaúde, esta última trazida ao continente europeu pelos árabes. Os árabes, sempre os árabes… Viva os árabes! Tem tanto rastro da cultura deles na nossa até os dias de hoje…

Mas não vamos nos delongar muito sobre a história (que não deixa de ser fascinante) do violão e falemos do violonista. Eis que temos aqui, hoje, nada mais, nada menos que Dilermando Reis, que muito ouvinte castiço de clássicos torce o nariz quando se fala dele, mas que divulgou este instrumento como poucos e para quem Radamés Gnattali escreveu e dedicou o presente Concerto nº1 – belíssimo, por sinal – sinal do reconhecimento e da admiração do compositor pelo violonista.

Como o concerto só preenchera um lado do LP,  Dilermando não deixou por menos: fez uma seleção (e que seleção!) de obras brasileiras para violão erudito de Hekel Tavares, Lorenzo Fernandez e Guerra-Peixe, mais uma do paraguaio Augustín Barrios Mangoré, um dos papas do instrumento. Disso resultou um álbum de grande expressividade e de uma qualidade fenomenal.

Eu, se fosse você, não perdia a oportunidade de ouví-lo!

Ouça! Ouça! Deleite-se!

Dilermando Reis
Concerto nº1 e outras peças

Radamés Gnattali (Porto Alegre, RS, 1906 – Rio de Janeiro, RJ, 1988)
01. Concerto para Violão nº1, I. primeiro movimento
02. Concerto para Violão nº1, II. segundo movimento
03. Concerto para Violão nº1, III. terceiro movimento
Oscar Lorenzo Fernandez (Rio de Janeiro, RJ, 1897 – 1948)
04. Pequena Modinha
César Guerra Peixe (Petrópolis, RJ, 1914 – Rio de Janeiro, RJ, 1993)
05. Ponteado
Leopoldo Hakel Tavares da Costa (Satuba, AL, 1896 – Rio de Janeiro, RJ, 1969)
06. Ponteio
Agustín Barrios Mangoré (San Jua Bautista de las Misiones, Paraguai, 1885 – 1944)
07. La Catedral

Dilermando Reis, violão

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MP3  (81Mb)
FLAC  (148Mb)

Partituras e outros que tais? Clique aqui

Sabe aquela coisa de fazer um comentário? Eu ainda gosto. Pode comentar, pessoal!

Bisnaga

Mediação digital e pedagógica do Museu da Música de Mariana

Mediação digital e pedagógica do Museu da Música de Mariana

(email que recebemos do musicólogo Prof. Paulo Castagna)

O Museu da Música de Mariana é uma entidade cultural de interesse público e sem fins lucrativos, fundada em 1973 e mantida pela Arquidiocese de Mariana.

Desde a Páscoa de 2014, o Museu da Música iniciou um serviço de Mediação Digital e Pedagógica (MDP) para os usuários do Facebook, na forma de postagens diárias (sete dias por semana!) de notícias, informações, imagens, filmes e música, com a função de tornar o patrimônio histórico-musical brasileiro e o próprio conhecimento musicológico interessantes, contemporâneos e atrativos para o público em geral, além dos especialistas e do meio acadêmico.

Utilizando o Facebook como Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), estamos divulgando diariamente, em nossa página (https://www.facebook.com/MuseuDaMusicaDeMariana/), aspectos interessantes do passado musical brasileiro, da atividade musical nas cidades históricas brasileiras, da relação entre a música, a sociedade, os costumes, as festas e a religião, além de aspectos marcantes da história, do acervo e dos projetos do Museu da Música. Esta ação visa promover o desenvolvimento de uma função social mais ampla do conhecimento histórico-musicológico e das instituições semelhantes ao Museu da Música, estimulando a multiplicação desse tipo de mediação no meio acadêmico-musical.

O serviço de MDP não deixa em segundo plano a pesquisa e nem a publicação acadêmica, que são preocupações do Museu da Música desde 1984, quando realizou (portanto há exatos 30 anos) o I Encontro Nacional de Pesquisa em Música e deu início aos encontros periódicos brasileiros na sub-área de musicologia histórica. A iniciativa visa apenas criar interesse pelos assuntos musicológicos no público em geral, bem como ampliar esse conhecimento e sua função no ambiente externo aos meios técnico e acadêmico, com o objetivo de aumentar as interrelações entre a instituição, o campo específico de conhecimento e a sociedade por eles beneficiada.

De um modo geral, as abordagens acadêmicas na área de música utilizam conceitos e terminologia muito específicas deste campo de estudo, sendo difícil sua compreensão por grande parte do público interessado pelas práticas musicais do presente ou do passado, caso não sejam profissionais da área de música.

Ao propor a mediação do seu conhecimento musicológico, o Museu da Música assume o desafio de estabelecer essa ponte, no espaço virtual ou presencial. Constatamos que a grande maioria dos visitantes do Museu da Música são portadores de gadgets (celulares, smartphones, leitores de MP3, etc.), geralmente percorrendo todo o trajeto do módulo expositivo, mesmo durante a visita guiada, com seus aparelhos em mãos, atitude que demonstra uma certa necessidade, por parte dos mesmos, de buscar maior interação entre sua familiaridade com o meio virtual e o conteúdo apresentado no Museu.

Para Maurice Halbwachs (A memória coletiva; trad. Beatriz Sidou. São Paulo: Centauro, 2006), a memória coletiva se refere a uma identidade propriamente coletiva, que explica uma experiência e um passado vividos por participantes de um mesmo grupo, o que envolve as memórias individuais, mas não se confunde com elas. Ao adequar à linguagem da web o conteúdo musicológico, fruto do cotidiano da pesquisa e da gestão do acervo, o Museu da Música veicula tais conteúdos de maneira a se tornarem subjetivamente reconhecíveis pelos usuários da web, o que possibilita sua ressignificação por parte dos nossos consulentes, sejam eles virtuais ou presenciais.

A proposta está fundamentada no conceito pedagógico de “mediação” e suas múltiplas vertentes e possibilidades, tais como apresentadas, entre outros, por Ana Mae Barbosa e Rejane Galvão Coutinho no livro Arte educação como mediação cultural e social (São Paulo: UNESP, 2008), por Carlos Alberto Sobrinho no artigo “Mediação digital e pedagógica” (Teias, Rio de Janeiro, ano 4, n.7-8, p.1-13, jan/dez 2003) e por Solimar Patriota Silva na comunicação “O facebook na formação continuada de mediadores de leitura” (Anais do 18º Congresso Internacional de Educação à Distância, São Luís, 23-26 set. 2012). Nossa ação está em consonância com a “Lei de Acesso à Informação” (Lei Federal nº 12.527, de 18/11/2011) e com os “Princípios de Acesso aos Arquivos”, adotados pela Assembléia Geral do Conselho Internacional de Arquivos (Brisbane, 2012), cujo terceiro item possui esta recomendação: “Os arquivistas têm a responsabilidade profissional de promover o acesso aos arquivos. Eles divulgam informação sobre os arquivos utilizando vários meios, como a internet e publicações na web, documentos impressos, programas públicos, meios comerciais e outras atividades de alcance. Eles devem estar continuamente atentos a mudanças nas tecnologias de comunicação e usam aquelas que são disponíveis e práticas para promover a divulgação dos arquivos.” Finalmente, como apoio a este tipo de ação, vale a pena transcrever a epígrafe utilizada no artigo de Carlos Alberto Sobrinho: “Não foram os educadores que criaram as novas tecnologias do final do século XX, nem são eles que as controlam, mas têm agora a oportunidade e a responsabilidade de as usar criativamente e de um modo eficiente, no sentido de fortalecer e enriquecer a educação de todos.” Malcolm Skilbeck (Educador e ex-Diretor da OCDE).

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“Curtindo” a página https://www.facebook.com/MuseuDaMusicaDeMariana/, as postagens diárias do Museu da Música aparecerão em seu feed de notícias, juntamente com as postagens de seus(suas) amigos(as) e das demais páginas que você já curtiu. Gostando da página e das postagens, sugerimos clicar em “convide seus amigos para curtirem esta página” e agradecemos indicá-la aos seus(suas) amigos(as) e familiares, pois assim este trabalho chegará a um número cada vez maior de pessoas e cumprirá com maior eficiência sua missão de difusão e desenvolvimento da função social do conhecimento musicológico e dos projetos científicos, pedagógicos e sociais do Museu da Música de Mariana. E estando na região, venha visitar gratuitamente nossa exposição permanente ou pesquisar em nosso acervo, de terça-feira a domingo, nos horários indicados em nossa página.

Obrigado, colega!

A Equipe do Museu da Música de Mariana

Pe. Enzo dos Santos
José Eduardo Liboreiro
Vítor Sérgio Gomes
Sidiône Eduardo Viana
Gislaine Padula de Morais
Paulo Castagna

Museu da Música de Mariana
Rua Cônego Amando, 161
Bairro Chácara
CEP 35420-000 – Mariana – MG
Telefone: (31) 3557-2778
Website: http://mmmariana.com.br
E-mail: [email protected]

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O Museu da Música de Mariana já produziu 9 CDs que apresentam músicas inéditas. Foram produzidos e distribuidos somente 1.000 exemplares de cada. Hoje é considerada uma coleção rara e está esgotada!. Os 9 CDs já foram postados pelo PQPBach, em arquivos FLAC e MP3 320 kbps, exclusividade essa que somente os ouvintes do PQPBach desfrutam !!!

Projeto Acervo da Música Brasileira – Vol. 1/9 – Pentecostes (Acervo PQPBach)
Projeto Acervo da Música Brasileira – Vol. 2/9 – Missa (Acervo PQPBach)
Projeto Acervo da Música Brasileira – Vol. 3/9 – Sábado Santo (Acervo PQPBach)
Projeto Acervo da Música Brasileira – Vol. 4/9 – Conceição e Assunção de Nossa Senhora (Acervo PQPBach)
Projeto Acervo da Música Brasileira – Vol. 5/9 – Natal (Acervo PQPBach)
Projeto Acervo da Música Brasileira – Vol. 6/9 – Quinta-Feira Santa (Acervo PQPBach)
Projeto Acervo da Música Brasileira – Vol. 7/9 – Devocionário Popular aos Santos (Acervo PQPBach)
Projeto Acervo da Música Brasileira – Vol. 8/9 – Ladainha de Nossa Senhora (Acervo PQPBach)
Projeto Acervo da Música Brasileira – Vol. 9/9 – Música Fúnebre (Acervo PQPBach)
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As partituras e o aparato crítico das obras acima estão disponíveis aqui, em arquivos Adobe Acrobat (.pdf). As partituras estão divididas em partes para facilitar sua transferência pela internet.

Conheça a história dos 40 anos (e vários séculos) do Museu da Música de Mariana, aqui.

Aproveitem todos estes tesouros !!

Avicenna

Robert Schumann (1810-1856): Piano Concerto, op. 54 / Pyotr Illych Tchaikosky (1840-1893): Piano Concerto nº1, op.23 – Baremboim, Celibidache, Münchner Philharmoniker

51cOcYdBQNL._SL500_AA280_Dois dos principais concertos do romantismo nas mãos de Baremboim e de Celibidache. Uma grande gravação, realizada ao vivo, para apresentar para aqueles que não conhecem o maestro Sergiu Celibidache e mostrar o quão grande ele foi. Daniel Baremboim já é figura carimbada aqui no blog, tanto enquanto pianista quanto regente. A essência do romantismo é aqui extraída com tremendo talento, tanto pela orquestra de Celi quanto pelo piano de Baremboim. Postagem realizada a toque de caixa, aproveitando o feriadão do primeiro de maio.

01 – Schumann Piano Concerto, Op.54, A minor – I. Allegro affettuoso
02 – Schumann Piano Concerto, Op.54, A minor – II. Intermezzo: andantino grazioso
03 – Schumann Piano Concerto, Op.54, A minor – III. Allegro vivace
04 – Tchaikovsky Piano Concerto No.1, Op.23, B flat – I. Allegro non troppo e molto maestoso
05 – Tchaikovsky Piano Concerto No.1, Op.23, B flat – II. Andante semplice – Prestissimo – Tempo I
06 – Tchaikovsky Piano Concerto No.1, Op.23, B flat – III. Allegro con fuoco

Daniel Baremboim – Piano
Münchner Philharmoniker
Sergiu Celibidache – Conductor

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE