.:Interlúdio:. Candinho (1934) – Mergulhador [link atualizado 2017]

Postado originalmente em 1º de fevereiro de 2011 pelo CVL. Repostado por Bisnaga

Não tenho a menor ideia da origem deste disco, que é mais para o perfil do Um que tenha do que pro nosso. Foi apenas fruto de uma garimpada no arquivo de CDs de um colaborador do blog que mora em Recife.

Estava na minha casa de praia em Maceió e dei um pulinho em Pernambuco quando soube que mais de 30 gravações copiadas em CDs estavam à minha espera – pois o dono achou que ficaria melhor se fossem divulgadas no PQP Bach.

Como não se trata nem de música clássica nem especificamente de música armorial (o que era de se esperar de Cussy), é bom vocês darem uma ouvida para decidir se querem realmente baixar o disco. Me parece que se trata do único registro fonográfico comercial do Stradivarius que o violinista potiguar teve (a história picaresca desse instrumento é um caso à parte).

Em tempo, agora já sabemos alguma coisa sobre Candinho (José Candido de Mello Mattos Sobrinho – Alambari, MG, 1934).

Iniciou sua carreira profissional em 1955, atuando como violonista, ao lado de Sylvinha Telles, no espetáculo “Gente bem e champanhota”, do comediante Colé, apresentado no Teatro Follies, no Rio de Janeiro. Gravou no primeiro 78 rpm lançado pela cantora, contendo as canções “Amendoim torradinho” (Henrique Beltrão), destaque do show, e “Desejo” (Garoto). O sucesso do disco lhe valeu um contrato com a Rádio Mayrink Veiga, onde integrou, ao lado de Luiz Eça (piano) e Jambeiro (contrabaixo), o Trio Penumbra. Algum tempo depois, passou a atuar como artista solista, apresentando-se em clubes, teatros e programas de Rádio e TV.
Em 1956, casou-se com Sylvinha Telles, com quem apresentou, nesse ano, o programa “Música e romance” (TV Rio), no qual os dois artistas recebiam convidados, como Garoto, Dolores Duran, Tom Jobim, Johnny Alf e Billy Blanco, e cuja música-tema era “Tu e eu” (Altamiro Carrilho e Armando Nunes). De sua união com Sylvinha Telles nasceu uma única filha, Claudia, hoje também cantora. O casal veio a se separar ainda na década de 1950.
Em 1959, bacharelou-se em Direito pela Faculdade Brasileira de Ciências Jurídicas. Nesse mesmo ano, abandonou a carreira de músico profissional embora tenha mantido a atividade de compositor, tendo participado de duas edições do Festival Internacional da Canção (Rede Globo), com suas músicas “Mergulhador” e “Na roda do vento”, ambas em parceria com Lula Freire.
Constam da relação dos intérpretes de suas canções vários artistas, como Elizeth Cardoso, Copinha, Déo Rian, Miúcha e Tom Jobim, Alaíde Costa, Roberto Menescal, Claudette Soares, Nelson Gonçalves, Jacob do Bandolim e Altamiro Carrilho, entre outros, além de sua filha, Claudia Telles.
Exerce a função de Assistente Jurídico da União, no Ministério da Agricultura. (Dicionário CravoAlbin)


Candinho (José Candido de Mello Mattos Sobrinho – Alambari, MG, 1934)
Mergulhador

1. Dorme (parceria com Ronaldo Boscoli)
2. Arraial do Cabo
3. Mergulhador (parceria com Lula Freire)
4. Tema para Nelly
5. Canção do velho cais (parceria com Paulo César Pinheiro)
6. Farol de Olinda
7. Tema para Cussy
8. Sonhando (parceria com Lula Freire)
9. Sem mais chorar (parceria com Lula Freire)
10. Madrugada (parceria com Marino Pinto)

BAIXE AQUI 49Mb

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PS.1: Todos os áudios deste post, cópias caseiras, foram dados de presente por Cussy de Almeida ao camarada que nos repassou.
PS.2: Peço atenção aos dados complementares, valiosos para fins históricos, acrescentados nos comentários deste post.

CVL
Repostado por Bisnaga

14 comments / Add your comment below

  1. O Um Que Tenha, CVL, postou a coleção completa do “Acervo Funarte” com 66 CDs !

    Tem muita coisa boa lá, inclusive musica clássica contemporânea brasileira e até as apresentações maravilhosas da Associação de Canto Coral, regida pela saudosa Cleofe de Person Mattos.

    Vale a pena dar uma olhada: http://umquetenha.org/uqt/?cat=2153

    Um abraço,

    Avicenna

  2. Caro PQP BACH,

    Candinho, este que vc se refere, foi um violonista e advogado carioca. foi um tempo casado com a Sylvia Telles, dai, obviamente, imagino a conexao com as composicoes do Ronaldo Boscoli, e de outros letrista como o Lula Freire (parceiro do Baden Powell em diversas composicoes). Nao consegui achar qual foi a relacao dele com o maestro Cussy de Almeida, nem o prq deste trabalho, mas irei continuar a minha pesquisa e em breve, talvez possa dar a voce um relatorio completo de quem foi essa pessoa de certa importancia para o cenario musical brasileiro.

    Quero agradecer muito a vc por conceder as pessoas o seu tamanho acervo (acho que eu tenho quase todo e fico em alerta toda vez q vc atualiza).

    Muito obrigado por fazer esse trabalho.

    Ely Janoville

  3. Ely, sei que foi por descuido, mas me permita corrigir: o Candinho, cujo nome é José Candido de Mello Mattos Sobrinho, não foi, ele é, pois que ainda vivo e produzindo, um compositor mineiro, natural de Lamabari, Minas Gerais, depois que se mudou pro Rio onde conheceu Sylvia Telles e produziram muitos shows e uma filha, a Claúdia Telles, também cantora.

    A relação dele com o Cussy de Almeida se deu através do Baden Powell. Powell, na década de 70, residia em Paris e Cussy tinha seu domicílio em Genebra. Na Europa se conheceram e Powell apresentou a Cussy a Bossa Nova, com a qual apaixonou-se, e alguns compositores ligados a ela, entre eles o Candinho.

    Provavelmente daí surgiu a idéia de fazerem o disco, mas isto é conjectura e não posso afiramar.

    Abraço a todos…

  4. Ely, sei que foi por descuido, mas me permita corrigir: o Candinho, cujo nome é José Candido de Mello Mattos Sobrinho, não foi, ele é, pois que ainda vivo e produzindo, um compositor mineiro, natural de Lamabari, Minas Gerais, depois que se mudou pro Rio onde conheceu Sylvia Telles e produziram muitos shows e uma filha, a Claúdia Telles, também cantora.

    A relação dele com o Cussy de Almeida se deu através do Baden Powell. Powell, na década de 70, residia em Paris e Cussy tinha seu domicílio em Genebra. Na Europa se conheceram e Powell apresentou a Cussy a Bossa Nova, com a qual apaixonou-se, e alguns compositores ligados a ela, entre eles o Candinho.

    Provavelmente daí surgiu a idéia de fazerem o disco, mas isto é conjectura e não posso afirmar.

    Abraço a todos…

  5. Há rumores de que há Cussy de Almeida deixou gravações com Baden Powell (algumas faixas pelo menos) , que devem estar no acervo da família. A paráfrase de Cussy sobre Carinhoso foi tocada pela primeira vez por seu aluno Filipe Johnson (da mesma família da violoncelista da Orquestra Armorial Mariza Johnson,e de Juarez Johnson). Meses depois Jerzy Milewski tocou na MIMO (Mostra Internacional de Musica de Olinda). Mesmo já tendo sido tocada por Filipe algumas vezes,a imprensa divulgou que era a estréia da peça. Filipe era o primeiro violino do Grupo Orange, formado por Cussy. Gilson Cornélio tocou a peça muito tempo depois. Eu testemunhei tudo isso.

  6. Olá

    Dia 10 de março, Cussy completaria 75 anos.
    Tenho em mãos uma gravação das Quatro Estações, de Vivaldi, apresentada em 1984 no Teatro de Cultura Artística de São Paulo, com Cussy tocando um violino de Tommaso Balestrieri, de 1750; Orquestra Sinfônica de São Paulo, reg. Diogo Pacheco
    Também tenho uma gravação de uma entrevista de Cussy ao Diogo Pacheco feita uma semana depois no programa “Ligue Para um Cássico” da TV Cultura de São Paulo. Antecede a entrevista um trecho das Quatro Estações, de Vivaldi, gravado (tambem pela TV CulturA)com Cussy e a Orquestra Armorial
    Como faço para enviar para você postar em 10 de Março

  7. Oi, Fausto. É só fazer o upload e mandar os links em pvt para [email protected]. Mas prepare também um textinho (coisa de três parágrafos – se quiser mais, fique à vontade) comentando as gravações que eu não terei tempo de ouvir e avaliar até o carnaval. Naturalmente, lhe darei os créditos. Obrigado desde já.

  8. Estava buscando esse disco com participação do Candinho e o seu blog parece o único que o menciona. Infelizmente o link já não está mais ativo. Seria possível repostar?
    Desde já agradeço.

    PS: Sobre o Candinho veja o livro “Chega de Saudade” de Ruy Castro, onde se referem algumas notas que alguns comentaristas já frisaram, sobre a sua (breve e atribulada) relação com Sylvia Telles. Para além de a ter acompanhado naquela época (por volta de 1956-57 – digo de memória, pelo que as datas podem estar erradas) em programas de TV e de rádio, foi ele que gravou o violão que acompanhava Sylvia no seu primeiro êxito, “Amendoim Torradinho”, música que pode escutar no chiadofone: http://chiadofone.blogspot.com.es/2008/07/sylvia-telles-amendoim-torradinho_18.html

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