Hans Rott: Symphony in E major, etc. – Weigle [link atualizado 2017]


Hoje vou presentear o PQP com a introdução de um novo nome: Hans Rott (1858-1884).
Muitos dirão: “quem?”

Para apresentá-lo, vou utilizar as palavras de seu contemporâneo direto, colega de turma no Conservatório de Viena, Gustav Mahler: “a musician of genius … who died unrecognized and in want on the very threshold of his career. … What music has lost in him cannot be estimated. Such is the height to which his genius soars in … [his] Symphony [in E major], which he wrote as 20-year-old youth and makes him … the Founder of the New Symphony as I see it.”. (Wikipédia)

E assim como Mahler, foi também aluno de Bruckner, que o elogiou como um excelente improvisador ao órgão, coisa que devia ser mesmo, já que era a especialidade de Bruckner. Um verdadeiro talento promissor, vindo da mesma geração vienense de Mahler e Zemlinsky, mas que passou boa parte do século XX em total esquecimento. A pergunta que não quer calar: por quê?

Consta que quando escreveu sua sinfonia, submeteu-a a Brahms e Richter para que ela fosse apresentada, mas como rapadura é doce mas não é mole, a primeira impressão dos seus mestres foi negativa e muito crítica. Brahms inclusive disse que ele não tinha nenhum talento, mas na verdade estava era de saco cheio das influências que Bruckner exercia sobre os alunos do Conservatório, e por isso desdenhou-o.

O problema é que ele não soube lidar com as adversidades comuns da vida, e entrou em profunda depressão, sendo inclusive diagnosticado com neurose maniaco depressiva e vindo a morrer de tuberculose aos 25 anos. Mahler depois lamentou o quanto de música se perdeu com sua morte. Sua sinfonia em mi maior ficou esquecida e só foi feita uma première em 1989! Obra grandiosa, reúne todas as virtudes típicas da era pós-wagneriana: clima épico, grande orquestração, narrativa estendida, com direito a fuga dupla e finale apoteótico. Em muitos momentos o ouvinte desavisado pode estranhar: “ei, mas isso não é Mahler?”. Acho que as primeiras duas sinfonias do mestre Gustav devem muito a essa.

As demais obras do CD só reforçam o sentimento de perda para a música por ter morrido tão jovem. Já são realmente o apontamento para um pós-wagner sem sequelas.

Eis, portanto, uma pequena amostra deste enorme talento.

HANS ROTT: Symphony in E major, etc.

01 Symphony in E major – 1.Alla breve 09:28
02 Symphony in E major – 2.Sehr langsam 11:19
03 Symphony in E major – 3.Scherzo_ Frisch und lebhaft 12:20
04 Symphony in E major – 4.Sehr langsam 22:38
05 Orchestervorspiel in E major 03:37
06 Ein Vorspiel zu Julius Caesar 07:45

Sebastian Weigle – Münchner Rundfunkorchester

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chucruten
Repostado por Bisnaga

5 comments / Add your comment below

  1. Esse segundo movimento é simplesmente grandioso, uma pena que o compositor teve uma morte tão triste. E realmente, esta é a primeira vez que ouço falar nele, genial.
    Outro gênio é o 4shared. Download de 140mb em menos de 4 minutos! Isso também é épico.

  2. Muito rápida a baixada de arquivo por esse “baixador”. O que atrapalha, no cadastramento de usuário, é a quantidade de telinhas de propaganda aparecendo e se oferecendo.
    Mas, depois que se ultrapassa essa barreira, o trabalho, em si, é muito rápido e tranquilo. O download ficou entre 4 e 5 minutos, como o do companheiro aí de cima.
    Ótimo!
    Abraços.

  3. O neoclassismo vienense produziu um gênio chamado Brahms e uma série de satélites raivosos nos mais diferentes “ofícios” musicais, como Richter, von Bullow, Hanslick… Enfim, a inteligência orgânica do neoclassismo vienense (ou, mais precisamente, um anti-bruckerianismo descarado), que, de algum modo, estigmatizou a obra de Brahms de tal modo a ponto de Schoenberg escrever um ensaio sobre o Mestre de Hamburgo com ares de expiação post mortem.

    Já o pós-romantismo vienense produziu Mahler, Bruckner, influenciou Strauss e ainda pariu a música moderna.

    Quem estava “certo”? Francamente eu não sei e nem acho que isso é importante. Só sei que um cara que compõe uma sinfonia como esta aos 22 anos de idade só poderia ser um gênio. Um gênio muito maior do que toda a corja que balbuciava sob as barbas brancas de Brahms.

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