Franz Joseph Haydn nasceu em Rohrau, Baixa Áustria, a 31 de março de 1732 e morreu a 31 de maio de 1809. Haydn é o iniciador de uma nova fase na história da música. Não foi homem de grande cultura, mas de rara inteligência musical. Sua experiência em conjuntos ambulantes, nas ruas, onde era impossível o acompanhamento de baixo contínuo, levou‐o a compreender a auto‐suficiência do conjunto instrumental de cordas. Com a sua obra se desenvolve uma nova polifonia instrumental, sem o apoio harmônico do baixo contínuo.
Haydn é o primeiro nome da tríade “clássica”, seguido por Mozart e Beethoven. Mas não deve ser tomado por um iniciador primitivo de um estilo depois aperfeiçoado. Sua obra, ou pelo menos a parte válida de sua obra imensa, já é perfeita dentro de suas proposições. E o que se propôs foi justamente o aperfeiçoamento de uma nova linguagem musical. Sua origem musical foi o folclore musical da Baixa Áustria, e nesse sentido sua música é inconfundivelmente austríaca, mas seu ponto de chegada, o enriquecimento da música instrumental, foi um idioma universal falado por todos os músicos modernos, e não só pelos clássicos vienenses.
As seções mais importantes da música instrumental de Haydn são as sinfonias e quartetos. As primeiras sinfonias, que não sobreviveram no repertório, datam da década de 1760. Utiliza‐se nelas de elementos da música barroca, conjugando, em pequenas orquestras, instrumentos de sopro e cordas. Quanto à estrutura, Haydn não tardou em adotar a divisão em quatro movimentos: allegro, andante, minueto e segundo allegro.
Fonte: Enciclopédia Mirador Internacional
Uma ótima audição!
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Coleção Grandes Compositores Vol. 16: Joseph Haydn
DISCO A
String Quartet in G, Op. 76, Nº 1
01 Allegro con spirito (5:38)
02 Adagio sostenuto (8:00)
03 Menuetto: Presto (2:47)
04 Allegro ma non troppo (5:57)
String Quartet in D Minor, Op. 76, Nº 2 “Fifths”
05 Allegro (6:35)
06 Andante o più tosto allegretto (5:41)
07 Menuetto: Allegro ma non troppo (3:29)
08 Vivace assai (3:55)
String Quartet in C, Op. 76, Nº 3 “Emperor”
09 Allegro (9:27)
10 Poco adagio, cantabile (7:42)
11 Menuetto: Allegro (4:39)
12 Finale: Presto (5:22)
Takács String Quartet
DISCO B
Symphony Nº 104 in D “London”
01 Adagio – Allegro (8:06)
02 Andante (7:50)
03 Menuet and Trio: Allegro (4:36)
04 Finale: Spirituoso (6:21)
Symphony Nº 100 in G “Military”
05 Adagio – Allegro (7:31)
06 Allegretto (5:45)
07 Menuet and Trio: Moderato (5:42)
08 Finale: Presto (5:03)
Academy of Ancient Music, Christopher Hoogwood (fortepiano and director)
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Marcelo Stravinsky
Reconheço a imensa importância de Haydn para a música. Mas… sei lá, não consigo apreciar muito a sua obra, com exceção de algumas sinfonias e quartetos, e mesmo assim, raramente escuto. O que me parece é que tudo o que Haydn fez Mozart e Beethoven (em sua primeira fase) fizeram muito melhor. O próprio oratório “A Criação”,considerado por muitos uma de suas melhores obras, é amplamente superado, na minha opinião, por vários oratórios de Haendel. E a música sacra de Mozart deixa a de Haydn no chinelo. Bem, talvez seu azar tenha sido justamente este: a música de Haydn seria perfeita, se não houvesse existido Mozart.
Acho Haydn um injustiçado. Também acho Salieri, mas em escala bem menor. Porém devo concordar que ambos foram ofuscados por Mozart. Beethoven é outra história… Na minha opinião, Beethoven está em um patamar diferente. Ele esgotou as possibilidades do período conhecido como Clássico, iniciando o que viria a ser chamado de Romantismo. Quanto aos oratórios… Não parece justo comparar duas épocas tão próximas, mas tão distintas. Obrigado pelo comentário!
Gostos estéticos são digamos….gostos. Acho um porre a música moderna e contemporânea…mas e dai? Minha singela opinião retira dessa música sua beleza e qualidade? Que responsabilidade ela tem se meu ouvido não foi, digamos, esteticamente educado para ouvi-la e teima em achar que a música vai no máximo até o início do séc.XX…e olhe lá. Gostamos mais de uma esmeralda ou de um rubi? Nossa “oculta” predileção por cores pode ser decisiva como quesito de escolha desprezando outras propriedades das pedras. Adoro Haydn. Gosto muito das sinfonias e dos quartetos, aprecio os concertos…enfim…o amor começou quando aos 18 anos ouvi a sinfonia “o relógio” e ai me dei o direito de explorar outras coisas. Óbvio que fazemos comparações mas como não sou crítico e nem musicólogo, meu critério é a emoção. Haydn, Mozart e Beethoven me emocionam de maneiras diferentes mas confesso, pelo menos do meu ponto de vista, que é uma coisa meio sem sentido ficar ouvindo qualquer compositor e botar uma certa racionalidade cerebral para dizer que fulano é melhor que beltrano. Gosto mais de Haydn do que de Stravinsky…e dai? Vamos fazer um concurso de “Mister Music” para ver quem é o melhor? Ou vamos “abrir” os ouvidos junto com o coração e tornar a vida mais bonita com a ajuda da música?
Concordo inteiramente com o Erasmo Ruiz. Um paladar musical é construído em função do tempo e do esforço que gastamos em determinado estilo ou compositor, e não depende tanto das “qualidades intrínsecas” das obras. Portanto ,como eu já disse aquí antes, TODOS compositores podem teoricamente dar suas contribuições para nossa cota de felicidade diária.
Achei estranha essa atribuição de um número de Opus para os quartetos de Haydn em vez da usual numeração “Hob.” (Hoboken). Pesquisei e verifiquei que realmente a coleção dos quartetos é a única nomeada dessa forma.
Assino embaixo dos comentários do Erasmo e do Ernesto.
Adoro Haydn, e sei que sua música pode até mesmo não emocionar tanto quanto Mozart ou Beethoven, mas a qualidade de suas composições são indiscutíveis. Seus quartetos de cordas, suas sinfonias, suas missas, seus oratórios…
Quanto à música de Haydn, deixei apenas a minha opinião, a qual, obviamente, qualquer um pode contestar, o que não significa que eu a modificarei. Não é questão de comparação com outros compositores, comparei para ilustrar meu comentário. Reconheço, como já disse, todo a importância e qualidade da música de Haydn, tenho um imenso respeito por ele, mas simplesmente não consigo apreciá-la, com algumas exceções. Acho-a, apesar de sua grande originalidade, em geral, racional em demasia. É só a minha opinião. É uma questão de gosto.
Que bom ter voltado às postagens dessa coleção, Marcelo. Muito obrigado.
Extremamente válido conhecer esses trabalhos de Haydn.
E só adicionando à discussão. Muito interessante Reiffer ter dito “racional em demasia”, pois a música como Arte não contempla a esfera racional, justamente por esta última não ser capaz de totalizar as coisas, sendo Arte e Razão duas esferas em pontos diferentes, e dificilmente tangíveis entre si.
Então, quando Reiffer diz que em sua opinião a música de Haydn não lhe é muito apreciável, utilizando como argumento o fato de sentí-la demasiada racional, para mim faz todo o sentido. Não que para os outros comentaristas não faça.
Abraços.
Caros Al Reiffer e Marcelo Stravinski,
o obscurecimento da genialidade de Haydn começou já em sua vida, vilipendiado que foi o autor por seu aluno mal-agradecido Beethoven; creio que dois séculos depois não saímos desta armadilha, interpretar o mestre de Rohrau a partir de seus contemporâneos. Não creio que esse seja o caminho, caso efetivamente queiramos saborear o que Haydn tem a oferecer. “A criação” e “As estações” têm de ser ouvidos em si mesmos, não a partir de seus paralelos, bem distantes do ponto de vista estético, de Händel. Outro equívoco que muito costuma ocorrer é tomar o final da produção de Haydn como o ápice dela: a fase “Sturm und Drang” fica desconhecida, e as sinfonias (44,45,48, 52, entre outras) e quartetos (os op.20, meu Deus do céu!!!!!)da época ficam ignorados. E o que dizer da Missa Sanctae Caeciliae, o que se faz com ela????????