Era a época de apogeu do romantismo, uma tendência que arrastava a maioria dos compositores, mas não os unia em uma mesma batalha nem no mesmo campo. É verdade que, contra Liszt e sua escola de Weimar, Brahms apoiou de maneira firme a postura de Robert Schumann, defensor do romantismo com uma clara ancoragem no clássico e menos ligado às exposições literárias que inundavam a música do húngaro e seus discípulos, assim como o teatro de Wagner e seus seguidores, mas respeitava sua criação, embora não participasse de seus excessos.
Foi então que começou a tendência a considerar Brahms, em um sentido pejorativo, “clássico”, até mesmo “conservador”, alguém que não participava da revolução que ia mudar o mundo da música e que verdadeiramente desempenhou um papel muito importante na mudança que se aproximava. Mas Johannes Brahms havia participado também desta mudança, embora sua contribuição tenha sido menos ostensiva e estivesse contida mais nas cordas que nos trompetes, tubas e percussão, na falta de medida da orquestra e do andamento do tempo empregado em declarações românticas que levaram à hipertrofia dos pós-romantismo. Esta mudança que nos legou a música de Brahms está contida em suas obras para piano, em seus quartetos, no desenvolvimento da harmonia que os sustenta, na forma muito mais concisa em que as ideias são expostas, na densidade de pensamento de suas sinfonias, de suas variações sinfônicas, de seus concertos, de seus Lieder, de suas obras corais. Diríamos que é de certa forma a postura clássica do verdadeiro pensador ante a dos líderes e agitadores políticos, que se perdem em declarações altissonantes e valorizam mais a maneira de dizer que as idéias que realmente levam à mudança. Embora participem delas, nem sempre as traduzem corretamente.
Não se pode negar a importância dos românticos revolucionários nas mudanças históricas produzidas depois da explosão romântica: seria estúpido não admitir a relevância da contribuição de Wagner, de Liszt – embora injustamente desvalorizado ao lado de seu genro -, da mesma forma que seria estúpido negar o valor musical de suas obras. O que se pretende aqui, é esclarecer que é preciso reavaliar a ação e a atitude de Brahms nessa luta, reconhecer que ele foi relegado à alcunha de conservador, ou seja, de manifestar uma atitude passiva diante da mudança, de falta de combatividade, simplesmente porque sua intervenção nessas mudanças não foi exposta aos gritos, estentoreamente proclamada, embora talvez não menos efetiva.
Texto de Eduardo Rincon
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Coleção Grandes Compositores Vol. 12: Johannes Brahms
DISCO A
Symphony Nº 4 in E Minor, Op. 98
01 Allegro non troppo (13:17)
02 Andante moderato (12:41)
03 Allegro giocoso – Poco meno presto – Tempo I (6:12)
04 Allegro energico e passionato – Più allegro (11:35)
Tragic Overture, Op. 81
05 Allegro non troppo – Molto più moderato – Tempo primo (14:16)
Vienna Philharmonic Orchestra, Leonard Berstein
DISCO B
Concerto for Violin and Orchestra in D, Op. 77
01 Allegro non troppo (23:32) [Cadenza: Joseph Joachim]
02 Adagio (9:41)
03 Allegro giocoso, ma non troppo vivace – Poco più presto (8:45)
Shlomo Mintz, violin
Berlin Philharmonic Orchestra, Claudio Abbado
Academic Festival Overture, Op. 80
04 Allegro – L’istesso tempo, un poco maestoso – Animato – Maestoso (10:03)
Berlin Philharmonic Orchestra, Claudio Abbado
Hungarian Dances
05 Nº 1: Allegro molto (2:53)
06 Nº 3: Allegretto (2:18)
07 Nº 10: Presto (1:36)
Vienna Philharmonic Orchestra, Claudio Abbado
BAIXE AQUI – DOIS DISCOS / DOWNLOAD HERE – TWO DISCS
Marcelo Stravinsky
sou fã desse aí!
Vou baixar!!!
Apesar dessa coleção ter um apelo mais para difusão da música de concerto do que para aprofundamento, são intérpretes e repertórios muito bem escolhidos!!!
ola Marcelo Stravinsky…
tudo bem?
Gostaria de saber se vc tem interesse em alguns álbuns do Philip Glass (ceca de 50 e já em mp3, com os encartes digitalizados e alguns comentários sobre os álbuns). Posso mandar também a coleção de 22 cds do Igor Stravinsky (com regencia do próprio Stravinsky e Robert Craft) junto com os do Glass…acho que as pessoas do blog gostarão…espero resposta…se possível me mande uma menssagem por e-mail…gostaria de contribuir com o blog e com vcs…
obrigado pelo trabalho de divulgação da Música.
Adolfo Emanuel
Não tenho palavras para agradecer!
Puta postagem!
Obrigado!!!
ola Marcelo, espero q tenha lido meu comentário acima sobre o assunto dos cd’s…meu email : [email protected]
abraço..
Londrina, Paraná
Adolfo Emanuel.
Adolfo, eu te mandei um e-mail logo que vi seu comentário, se não apareceu na sua caixa de entrada, talvez esteja no anti-spam.
ola Marcelo, procurei em meus e-mails e não encontrei mensagem alguma sua, nem no anti spam…poderia enviá-la novamente…obrigado…abraço..
Enviei novamente. O título é Philip Glass e Stravinsky.
Afinal, era Brahms revolucionário? Sempre achei a Musica dele mais próxima das revoluções cotidianas do que a dos outros compositores. Gosto de Wagner, mas prefiro Brahms. As Peças de Wagner que aprecio nem são tão colossais como as peças de Brahms.
Mintz é um baita violinista, aposto neste CD com o Brahms mesmo sem ouví-lo, tudo que ouvi com ele (Mintz) valeu a pena,o que mais apreciei foi esta interpretação do Sibelius com Salonen na regência, é show.
http://www.youtube.com/watch?v=WFyd6vFXd-w