Sergey Prokofiev – Complete Symphonies – Symphony n° 5, in B Flat Major, op. 100, Symphony n°7, in C Sharp minor, op. 131 – Järvi – RSNO (Links Revalidados)

Completando o ciclo das sinfonias de Prokofiev, temos aqui neste quarto CD as duas mais conhecidas e talvez as mais executadas.
A Quinta Sinfonia estreou logo após o final da Segunda Guerra, e foi dirigida pelo próprio Prokofiev, no Conservatório de Moscou e foi muito bem recebida, se tornando logo uma das mais populares e executadas sinfonias de Prokofiev.
Achei interessante a descrição dos movimentos que a Wikipedia nos oferece:
“The first movement embodies what Prokofiev envisioned as the glory of the human spirit. In a tightly argued sonata form, there is an elaborate and climactic development of the two themes – one calm and sustained, the other soaring with tremolo accompaniment from strings – after the exposition section. It represents the pinnacle in Prokofiev’s symphonic thought. The movement is wrapped up with an electrifying coda, punctuated by a roaring tam-tam and low piano tremolos.
The second movement is an insistent scherzo in Prokofiev’s typical toccata mode, framing a central country dance in triple time. The third movement is a dreamy slow movement, full of nostalgia, which nevertheless builds up to a tortured climax, before receding back to dreaminess.
The finale starts with a cello choir playing a slow introduction containing elements from the first theme of the first movement, which then launches into the movement proper, a rondo. The playful (“giocoso”) main theme is contrasted with two calmer episodes, one played by the flute, the other a chorale on strings. At the end, just as the movement is striving to end in a victorious tone, the music unexpectedly degenerates into a manic frenzy (rehearsal mark 111), which is then interrupted by a string quartet playing staccato “wrong notes” (rehearsal mark 113) with rude interjections from low trumpets, making the ultimate B-flat major chord sound all the more ironic.”

A Sinfonia n°7 foi composta como parte de um programa para crianças, e por este motivo ficou conhecida como “Sinfonia das Crianças e foi concluída em 1952, um ano antes da morte do compositor.

Completo assim mais um ciclo, mais uma caixa. O colega Carlinus ficou de nos trazer a versão destas mesmas sinfonias com o Valery Gergiev, atualmente a gravação referência destas sinfonias. Será interessante para fazermos uma comparação entre as leituras destes dois grandes regentes da atualidade.

Adoro Prokofiev, que juntamente com Stravinsky e Bártok, são meus compositores favoritos do século XX.  Pretendo logo, logo, trazer mais uma integral, desta vez, de seus concertos para piano. Quem viver, verá.

Sergey Prokofiev – Complete Symphonies – Symphony n° 5, in B Flat Major, op. 100, Symphony n°7, in C Sharp minor, op. 13

01 Op. 100 – Symphony no.5 in Bb – Andante
02 Op. 100 – Symphony no.5 in Bb – Allegro marcato
03 Op. 100 – Symphony no.5 in Bb – Adagio
04 Op. 100 – Symphony no.5 in Bb – Allegro giocoso
05 Op. 131 – Symphony no.7 in C#b Moderato
06 Op. 131 – Symphony no.7 in C#b Allegretto
07 Op. 131 – Symphony no.7 in C#b Andante espressivo
08 Op. 131 – Symphony no.7 in C#b Vivace

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FDPBach

Claude Debussy (1862-1918) – Pierre Boulez conducts Debussy – Pélleas et Mélisande – drama lírico em cinco atos (ópera) – (CDs 3, 4 e 5 de 5 – final)

Pelléas et Mélisande é como se fosse um portal que nos conduz a um novo mundo musical no século XX. Publicada em 1902, a obra é um divisor de águas. Achei muito boa a explicação da wikipédia para a obra. Por isso, segue o texto: Pelléas et Mélisande (Pelléas and Mélisande)(1902) é uma ópera em cinco actos e doze quadros, composta por Claude Debussy, com Libretto de Maurice Maeterlinck. A Acção decorre no reino imaginário de Allemonde, em tempos medievais. Pelléas et Mélisande é uma espécie de manifesto do pensamento artístico de Claude Debussy (1862 – 1918) e, por extensão, também do expressionismo musical. A corrente estética criada em França, em finais do século XIX, constituiu uma resposta à escola pictórica impressionista. O pai desta última foi Claude Monet – de quem Debussy se declarava fervoroso admirador. O seu quadro intitulado Impression: soleil levant (1874) abriu o novo caminho impressionista e ao mesmo tempo deu-lhe o nome. Auguste, Renoir, Camille Pissarro e Edgar Degas foram os representantes seguintes deste movimento artístico que sacudiu as bases da cultura parisiense nas últimas décadas de 1800. Todos estes artistas confrontaram-se com a Academia Francesa de Belas Artes e aos seus ensinamentos ao mostrar mais interesse em reflectir os efeitos da luz do que em retratar com precisão os perfis das personagens, objectos ou as paisagens.

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Esta nova técnica, na qual desempenhava um papel principal o tratamento da cor, foi a que Debussy quis aplicar na linguagem artística da qual era mestre. Na actualidade identificamos já alguns elementos impressionistas em certas obras de Chopin ou Liszt, mas foi o compositor francês quem definiu os traços fundamentais do impressionismo musical no seu celebrérrimo Preludio à sesta de um fauno (1894). Pelléas et Mélisande é também outra das obras representativas desta corrente artística que exerceu uma importante influencia na música do século XX. Maurice Ravel, o outro grande músico do impressionismo, e artistas posteriores como Béla Bartók e Olivier Messiaen aproveitaram os ensinamentos do autor de La Mer.

A criação de Pelléas et Mélisande foi complicada e longa. Debussy tinha conhecido o drama de Maeterlinck devido à sua estreia no Théatre des Bouffes-Parisiennes em 1893. Nesse mesmo ano, cativado pela peça do autor flamengo, começou a escrever a sua ópera. A 6 de Setembro escreveu ao seu amigo, ele também compositor, Ernest Chausson: ” Debussy terminou uma cena de Pelléas, ‘Uma fonte no parque’, Acto IV, cena 4″. Esta é a primeira notícia que temos da génese de Pelléas et Mélisande. Debussy foi submergindo-se pouco a pouco na composição de uma música difícil, trabalhosa e inclusivamente desencorajadora para o seu autor, que o obrigava a fabricar novos recursos para seguir adiante com a revolucionaria partitura. Numa nova missiva ao seu amigo Chausson, o compositor confessou: “servi-me de um meio expressivo muito estranho: o silêncio (não se ria), que é talvez a única maneira de atingir o sentimento de um instante”.

Quando os primeiros esboços se encontravam bastante avançados, o compositor francês preparou um encontro em Gand com o próprio Maeterlinck para diligenciar as autorizações correspondentes, o que foi possível graças a Henri de Régnier, um dos seus amigos da Libraire Indépendante. Debussy foi ao encontro acompanhado pelo poeta Pierre Louÿs. Após o encontro com dramaturgo, o músico reflectiu sobre as suas impressões, uma vez mais, na sua correspondência privada: “Passei com Maeterlinck um dia em Gand. No principio comportou-se como uma jovenzinha à qual apresentaram o seu futuro marido, mas logo se derreteu o gelo e esteve encantador. O que me disse sobre o teatro qualifica-o como um espírito verdadeiramente superior. Autorizou-me a fazer em Pelléas todos os cortes que me fossem precisos, inclusivamente indicou-me alguns realmente necessários e muito úteis. De música, segundo me disse, não percebe nada; vai ouvir uma sinfonia de Beethoven como um cego a um museu. Mas é um homem fora do normal, que diz coisas extraordinárias da maneira mais simples. Quando lhe agradeci pelo seu Pelléas, fez todo o possível para demonstrar-me que era ele quem estava agradecido por tê-lo posto em música”. Debussy utilizou como libreto o texto de Maeterlinck, o qual submeteu a algumas consideráveis modificações.

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Em 1895, Debussy deu por terminado o seu Pelléas et Mélisande. No entanto o descontentamento apoderou-se do compositor, que uma vez mais regressou às páginas da sua ópera e continuou a trabalhar nela. Depressa incorporou novidades na sua obra, enquanto prosseguiu com outros projectos diferentes, entre os quais se encontram os Nocturnos. A Ópera Cómica de Paris fixou por fim uma data – início de 1902 – para a estreia de Pelléas et Mélisande. Mas esta estava cada vez mais perto e Debussy prosseguia com as suas correcções. Iniciaram-se os ensaios e o compositor encontrou-se com numerosos problemas. Em primeiro lugar, produziram-se desagradáveis tensões com André Messager, maestro da produção em preparação. E, posteriormente, teve que enfrentar vários confrontos com os cantores e instrumentistas da orquestra, que se encontravam muito incomodados com a tão moderna música de Debussy. Entretanto, o compositor consagrava as suas noites de insónia a terminar a sua obra. A estreia produziu-se, por fim, a 27 de Abril de 1902, com a lendária soprano escocesa Mary Garden no papel de Mélisande. O acolhimento do público parisiense foi glacial; inclusivamente chegou a receber com gargalhadas algumas das dramáticas frases da infeliz protagonista feminina durante o Acto II. Ao finalizar o trabalho, o silêncio e desaprovação superou os escassos aplausos. Paul Dukas, Pierre Louÿs e Paul Valéry, que se encontravam entre a assistência, estavam enfeitiçados pela música do seu amigo, conscientes de que tinham sido espectadores de um grande momento da história. Debussy, pela sua parte, encontrava-se especialmente satisfeito com a interpretação de Mary Garden no papel principal: ” Chegou por fim o acto V – a morte de Mélisande – e foi um assombro, de cuja emoção não poderia dar conta. Era a voz secretamente ouvida, com essa doçura desvanecida, essa arte tão cativante em que não acreditava até esse momento e que desde então fez com que a admiração do público se inclinasse com um fervor cada vez maior perante o nome da menina Mary Garden”.

A reacção do público parisiense perante uma obra tão audaz e revolucionária parece lógica. Em Pelléas et Mélisande, Debussy luta contra a tradição. A sua escrita vocal foge de todo o conencionalismo, pelo que é inútil procurar entre as paginas desta ópera especial melodias no sentido tradicional, árias ou momentos de brilho para os cantores. Como o próprio compositor explicou, ” quis que a acção não se detivesse nunca, que fosse contínua, ininterrupta…quis prescindir de frases musicais parasitas. Ao escutar uma obra, o erspectador está habituado a experimentar dois tipos de emoções muito distintas: a emoção musical, por um lado, e a emoção da personagem, por outro; em geral, sente-as de modo sucessivo. Eu cuidei para que estas duas emoções estivessem perfeitamente fundidas e fossem simultâneas. A melodia, se me permite dizê-lo, é antilirica”. Pelo seu estilo particular, Pelléas et Mélisande erige-se como precendente de Bartók e do próprio Schönberg. Do ponto de vista harmónico, Debussy faz uso de um modalismo de ressonâncias medievais e mágicas, no qual se pode achar certa influência wagneriana. É sabido que o compositor francês dedicou sentimentos contraditórios à arte do genial compositor alemão. Muitas das características harmónicas e sonoras da música de Wagner impregnaram a sensibilidade de Debussy, no entanto, a controversa técnica do leimotiv com a qual o autor de o Anel do Nibelungo estruturava as suas composições produzia-lhe uma forte resistência. Debussy escreveu Pelléas et Mélisande como uma alternativa oposta a Wagner, mas em muitas passagens, como apontou o próprio Pierre Boulez, não é difícil de encontrar a influência do último Wagner, ou Parsifal.

Bom deleite!

Claude Debussy (1862-1918) – Pélleas et Mélisande – drama lírico em cinco atos (ópera)

DISCO 03

Ato I
01. 1 Une forêt
02. 2 Un appartement dans le château
03. 3 Devant le château

Ato II
04. 1 Une fontaine dans la parc
05. 2 Une appartement dans le chateau
06. 3 Devant une grotte

DISCO 04

Ato III
01. 1 Une Des Tours Du Château
02. 2 Les Souterrains Du Château
03. 3 Une Terrasse Au Sortir Des Souterrains
04. 4 Devant Le Château

DISCO 05

Ato IV
01. 1 Un appartement dans le château
02. 2 Scène 2
03. 3 Une fontaine dans le parc
04. 4 Scène 4

Ato V
05. 1 Une chambre dans le château

Orchestra of the Royal Opera House
Royal Opera House (chorus)
Pierre Boulez, regente
George Shirley, Pelléas
Elisabeth Söderström, Mélisande
Donald McIntyre, Golaud
David Ward, Arkel
Yvonne Minton, Genevière
Anthony Britten, Yniold
Dennis Wicks, Un mèdicin

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BAIXAR AQUI CD4

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Carlinus

Alexander Scriabin (1872-1915): Integral das Sonatas para Piano

Roberto Szidon é um dos maiores artistas brasileiros. Nasceu em 1941, 14 anos depois de meu pai, um de seus maiores admiradores. Lembro de Szidon tocando Rudepoema, de Villa-Lobos, na Reitoria da UFRGS. Eu devia ter uns 8 ou 9 anos e fiquei encolhido na cadeira ao lado de meu pai, com medo de que ele não conseguisse tocar aquela peça para mim impossível — eu tinha menos de dez anos e ficava achando que os executantes iam errar… Ficava nervoso, torcendo por eles, tamanha a empatia. Naquela noite, intuía merda no ar. No momento em que Szidon deu o primeiro dos três acordes finais — com a mão fechada, esmurrando o piano — uma corda se rompeu, fazendo um som mais do que estranho. Szidon, uma cara baixinho, gordinho e de voz apagada (minha lembrança), explicou timidamente: “a corda se rompeu”. Todos rimos. Foi a aplaudido de pé, não em razão da corda, mas do que tinha feito antes.

Depois, Szidon foi para a Alemanha, tornou-se pianista da Deutsche Grammophon, tocando cada vez mais. Pouco aparece em Porto Alegre, sua cidade natal. Não, nada de ressentimentos. Nossa, adoraria postar seus Villa-Lobos aqui, mas nosso maior compositor, sabemos, é assunto proibido em nosso blog.

Ontem à tarde, falava com Francisco Marshall e ele me veio com este CD de Scriabin. Disse que era um dos melhores que tinha, mas que ia dar de presente a um pianista amigo (Tiago Halewicz? NÃO. VER COMENTÁRIO DE FRANCISCO MARSHALL, FM, AO POST). Antes, porém, queria que o PQP Bach o publicasse. Bá, fiquei muito feliz. Fiz a conversão rapidamente e já já chamarei um motoboy para devolver-lhe o tesouro.

Scriabin é um romântico tardio. A sonoridade de sua primeira fase é chopiniana — outro compositor bastante visitado por Szidon. As formas são as mesmas: há noturnos, prelúdios, estudos e mazurkas. E sonatas. Posteriormente inspirado pelos impressionistas, pelo cromatismo de Liszt e Wagner, Scriabin foi personalizando e evoluindo o seu vocabulário musical, evolução que podemos seguir através das suas dez sonatas, das quais as últimas cinco revelam passagens claramente atonais. A articulação é muitas vezes substituída por “uma cortina sonora”, em que os várias vozes se cruzam e atropelam. Não é nada trivial nem esquecível.

É um privilégio poder postar assim de chofre toda a evolução de Scriabin através da interpretação de Roberto Szidon. Sim, tem que baixar.

IM-PER-DÍ-VEL !!!!

CD 1: Scriabin: Piano Sonatas Nos.1, 2 & 3

Piano Sonata No.1 in F minor, Op.6
1. Allegro con fuoco 9:56
2. 6:20
3. Presto 3:28
4. Funebre 6:23

Piano Sonata No.2, in G sharp minor op.19 “Sonata Fantasy”
5. Andante 8:04
6. Presto 3:42

Piano Sonata No.3 in F sharp minor, Op.23
7. Drammatico 7:29
8. Allegretto 2:15
9. Andante 4:58
10. Presto con fuoco 6:01

Roberto Szidon

Total Playing Time 58:36

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CD 2: Scriabin: Fantaisie Op.28; Piano Sonatas Nos.4, 5, 6 & 7 “White Mass”

1. Fantasy in B minor, Op.28 9:34

Piano Sonata No.4 in F sharp major, Op.30
2. Andante 3:27
3. Prestissimo volando 5:00

4. Piano Sonata No.5 in F sharp major, Op.53 13:05

Piano Sonata No.6, Op.62
5. Modéré 11:35

Piano Sonata No.7 (“White Mass”), Op.64
6. Allegro 13:42

Roberto Szidon

Total Playing Time 56:23

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CD 3: Scriabin: Piano Sonatas Nos.8, 9 “Black Mass” & 10; 2 Early Sonatas

1. Piano Sonata No.8, Op.66 14:30

2. Piano Sonata No.9, Op.68 “Black Mass” 9:58

3. Piano Sonata No.10, Op.70 13:44

Sonate-fantaisie in G sharp minor (1886)
4. Andante – Allegro vivace 8:16

Sonata in E flat minor (1887-89)
5. Allegro appassionato 7:50
6. (Andantino) – attacca: 6:41
7. Presto 4:27

Roberto Szidon

Total Playing Time 1:05:26

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PQP

Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Sinfonia No. 10 in E menor, Op. 93

Shostakovich compôs a Sinfonia No. 9 em 1953, após um intervalo de 8 anos. A No. 9 havia sido composta em 1945, logo após a Segunda Grande Guerra. Talvez os ressaibos com Stálin tenha feito Shosta adiar a publicação da Décima. Ela foge do modelo do realismo soviético. No ano da morte de Stálin, o compositor a divulga para o mundo. A grande questão é que esta sinfonia é tonitroante, megalomaníaca (no bom sentido), cheia de poderes, de vigor, de reflexões atordoaras, capaz de gerar em nós uma vontade terrível de correr o mundo e chutar as costelas do Universo. Há tragicidade, há fúria, há cólera, êxtase, tranquilidade bucólica. Somente Shosta para fazer algo assim. O segundo movimento é sombrio, violento, enérgico – dizem os comentaristas – que é um retrato musical de Josef Stálin e seus anos de governo obscurantista. Somente ouvindo atentamente para perceber; somente prestando atenção, poder-se-á sentir os poderes atordoadores da arte Shostakovich. Shosta provoca arrepios em mim quando o escuto”. Compositores assim valem a pena. Esta versão com Ormandy dispensa comentários. Um bom deleite!

Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Sinfonia No. 10 in E menor, Op. 93
01. Moderato
o2. Allegro
o3. Allegretto
o4. Andante – Allegro

Philadelphia Orchestra
Eugene Ormandy, regente

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Carlinus

Sergei Prokofiev – Complete Symphonies – Symphony n°3 in C Minor, op. 44, Symphony n°4 in C Major (Original 1930 version)

Senhores, fiz uma pequena confusão na postagem anterior, e acabei liberando aquele que seria o terceiro cd da série. Agora, então, estou postando o segundo CD, que tem as sinfonias n° 3 e 4.
Vamos então à terceira sinfonia. Por pura falta de tempo, peguei estas informações na wikipedia:

The music derives from Prokofiev’s opera The Fiery Angel. This opera had been accepted for performance in the 1927-28 season at the Berlin State Opera by Bruno Walter, but this production never materialised; in fact, the opera was never staged in Prokofiev’s lifetime. Prokofiev, who had been working on the opera for years, was reluctant to let the music languish unperformed, and after hearing a concert performance of its second act given by Serge Koussevitzky in June 1928, he adapted parts of the opera to make his third symphony (shortly afterwards, he drew on his ballet The Prodigal Son for his Symphony No. 4 in similar fashion).

Neste mesmo CD também temos a Sinfonia n°4, mas primeira versão, de op. 47. composta em 1930. Tirei as informações abaixo da mesma wikipedia:

As a concert pianist, Prokofiev travelled worldwide, and toured the United States during the 1925-26 season. In early 1927, he went on a two-month concert tour of the Soviet Union. He planned to return in 1928, but those plans fell through. In 1929, another planned Soviet tour was cancelled, this time because of a hand injury Prokofiev suffered in a car accident.
Throughout this time as a touring virtuoso, Prokofiev also continued to compose. (…) At the same time, Sergei Diaghilev, the ballet impresario, suggested that Prokofiev write a ballet on a Soviet subject. The resulting piece was Le pas d’acier (‘The Steel Steps’), Prokofiev’s third ballet for Diaghilev, which premiered in Paris in the summer of 1927.[2] He had also been working on an opera entitled The Fiery Angel, of which several premieres had been cancelled. He decided to salvage some of the material from the opera, and turned it into his Symphony No. 3 in C minor. In late 1928, with the aforementioned Soviet tour cancelled, Prokofiev decided to accept another ballet commission from Diaghilev. This piece, rather than being on futurist themes like Le pas d’acier, was based on a Biblical story: L’enfant Prodigue (Parable of the Prodigal Son from the Bible).The moralistic, Biblical subject matter was not an anomaly; such subjects were popular in the Parisian ballet scene in the late 1920s.[5]

As Prokofiev was composing The Prodigal Son in early 1929, he found that many of the themes he was creating would work better in a more developmental symphonic context, rather than the more episodic layout of a ballet. So, he began composing a new symphony, alongside the ballet. The two works share much of the same material, although one does not specifically borrow from the other: they were composed mostly concurrently.[6] The ballet, The Prodigal Son, premiered in Paris in the summer of 1929, to great critical acclaim.[7] It would be the last collaboration between Diaghilev and Prokofiev, because Diaghilev died just months later, in August.[8]
The symphony that resulted, Symphony No. 4 Op. 47, began from material originally written for the ballet’s fourth number. Prokofiev expanded the material into a sonata form, and the resulting music is the first movement of Symphony No. 4 Op. 47. The rest of the symphony draws on material that appears in the ballet, or that Diaghilev rejected as not fitting his vision for the ballet.
Koussevitsky had been discussing a commission for the fiftieth anniversary of the Boston Symphony Orchestra with Prokofiev in 1929. Prokofiev’s response was Symphony No. 4 Op. 47. However, because the commission fee was lower than Prokofiev was willing to accept, Prokofiev only allowed the Boston Symphony to purchase the manuscript of the work, rather than commission it. This meant that Prokofiev received less money, and the Boston Symphony did not get the prestige of a commission. Prokofiev worked on Symphony No. 4 Op. 47 on the long train rides he had to take during a tour of the United States in early 1930. However, because of disagreements with Koussevitsky, he returned to Paris in March, before the symphony’s premiere in Boston in November.

Um pouco confusa a história desta sinfonia, não acham?

Sergei Prokofiev – Complete Symphonies – Symphony n°3 in C Minor, op. 44, Symphony n°4 in C Major (Original 1930 version)

01 Symphony No.3 in C minor -I- Moderato
02 Symphony No.3 in C minor -II- Andante
03 Symphony No.3 in C minor -III- Allegro agitato
04 Symphony No.3 in C minor -IV- Andante mosso – Allegro agitato
05 Symphony No.4 in C -I- Andante assai – Allegro eroico
06 Symphony No.4 in C -II- Andante tranquillo
07 Symphony No.4 in C -III- Moderato, quasi allegretto
08 Symphony No.4 in C -IV- Allegro risoluto

Royal Scottish National Orchestra
Neeme Järvi – Conductor

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FDPBach

Armando Prazeres – O último concerto

Essa é uma preciosidade que tenho na minha discoteca: um CD institucional da Petrobras com Armando Prazeres regendo a Petrobras Sinfônica (quando ainda se chamava Orquestra Petrobras Pró-Música) em três canções de Natal e algumas obras nacionais, com destaque para a belíssima Sinfonietta Prima de Ernani Aguiar e o conhecido Batuque, da suíte Reisado do Pastoreio de Oscar Lorenzo Fernandez.

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CVL

PS.: Favor não agradecer desmesuradamente. Isto é um cavalo dado.

Marjan Mozetich (1948) – Lament in the Trampled Garden

Não sei se os canadenses o chamam de márdjan ou márdjen (prefiro márian, que não tem equívoco – já que seus pais são eslovenos), só sei que Marjan Mozetich é um dos maiores compositores canadenses vivos e esse CD traz algumas de suas melhores obras de câmara com cordas. Em certas passagens, elas pendem para o impressionismo; em outras, para o romantismo francês; e na temática, assemelham-se muito a Rautavaara, em sua admiração por anjos e paisagens e animais do ártico. A peça principal do disco, o quarteto de cordas Lamento no jardim pisoteado, tem momentos de tanta luminosidade quanto o Cartas íntimas, de Janácek, mas não a destaco em particular: recomendo a oitiva do álbum inteiro.

***

Lament in the Trampled Garden

1. Angels in Flight: I. Arrival & Dialogue Penderecki String Quartet, Erica Goodman, Nora Shulman, Shalom Bard
2. Angels in Flight: II. Song to the Eternal Penderecki String Quartet, Erica Goodman, Nora Shulman, Shalom Bard
3. Angels in Flight: III. Departure Penderecki String Quartet, Erica Goodman, Nora Shulman, Shalom Bard
4. Lament in the Trampled Garden Penderecki String Quartet
5. Hymn of Ascension Penderecki String Quartet, Christopher Dawes
6. Scales of Joy and Sorrow: I. Slow and Expressive The Gryphon Trio
7. Scales of Joy and Sorrow: II. Arabesque The Gryphon Trio
8. Scales of Joy and Sorrow: III. Slow and Expressive The Gryphon Trio

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CVL

Jan Sibelius (1865-1957) e Magnus Lindberg (1958): Concertos para Violino

Este é um CD que vale mais pela qualidade da música do que pela interpretação. Lisa Batiashvili nasceu na Georgia, ex-União Soviética, em 1979, e é um tesão. Estudou, mora na Alemanha e, bem, é linda. Boa para capas de discos. Também é excelente violinista, mas nós do PQP temos aquela mania da grande gravação, da melhor interpretação e, enfim, Heifetz nos deixou até hoje meio viciados. Pois sua interpretação do Concerto de Sibelius é absolutamente fluente, de uma forma que parece inimitável. O esplêndido Concerto do também finlandês Lindberg finaliza o CD de forma inesperada. Ah, nem preciso dizer que Lindberg escreveu seu Concerto especialmente para a beldade. Ignoramos se comeu ou apenas escreveu.

Olha, eu baixaria o CD.

Jean Sibelius (1865 – 1957)
Violin Concerto in D minor, Op. 47
1)Allegro moderato (16:17)
2) Adagio di molto (8:33)
3) Allegro, ma non tanto (7:36)

Magnus Lindberg (1958 – )
Violin Concerto
4) 1st movement (12:04)
5) 2nd movement (10:07)
6) 3rd movement (3:45)

Lisa Batiashvili, violin
Finnish Radio Smphony Orchestra
Sakari Oramo

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Robert Schumann (1810-1856): Sonata Nº 1 e Humoreske

Este CD é, provavelmente, muito bom. Mas não na minha opinião. Estas obras do compositor estão naquele grupo que considero insuportável. OK, o problema é meu e de mais ninguém. Desprezo mesmo! Estou escrevendo este post apenas porque sei que devo estar errado e essas musiquetas de Bobby são muito consideradas e ouvidas. Quem conhece bem Schummy poderia fazer um belo comentário para que eu suba para o post, não?

Agradeço antecipadamente.

Robert Schumann (1810-1856): Sonata Nº 1 e Humoreske

Piano Sonata No.1 in F sharp minor Op.11
1. I. Introduzione: Un poco … (13:51)
2. II. Aria (4:31)
3. III. Scherzo e intermezzo… (5:27)
4. IV. Allegro un poco maestoso (13:06)

Humoreske in B flat major Op.20
5. I. Einfach – Sehr rasch und leicht… (5:44)
6. II. Hastig – Nach und nach immer l… (5:24)
7. III. Einfach und zart – Intermezzo (4:33)
8. IV. Innig – Sehr lebhaft – Mit ein… (6:32)
9. Zum beschluss (6:41)

Angela Hewitt, piano

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PQP

Franz Joseph Haydn (1732-1809) – Three Favourite Concertos

Este é um daqueles CDs agradáveis que deve ser ouvido muitas e muitas vezes. O compositor é bom; a música é boa; os intérpretes são de boa qualidade. Em suma: dispensa maiores comentários. Nos três concertos aqui postados vemos um Haydn leve, poeta e compositor de grande beleza. Acredito que as peças postadas estão entre as maiores para cada um dos instrumentos para as quais foram compostas. No concerto para trompete, uma das peças mais belas conheço – principalmente o segundo movimento -, enchemo-nos de um sorriso nos olhos, como diz o Fernando Pessoa. Bom deleite!

Franz Joseph Haydn (1732-1809) – Three Favourite Concertos

Trumpet Concerto in E flat major, H. 7e/1
01. Allegro
02. Andante
03. Allegro

National Philharmonic Orchestra

Wynton Marsalis, trompete

Cello Concerto No. 2 in D major, H. 7b/2, Op. 101
04. Allegro moderato
05. Adagio
06. Allegro

English Chamber Orchestra
Yo-Yo Ma, violoncelo

Concerto in C Major for Violin and String Orchestra, Hob. VIIa, No. I
07. Allegro
08. Adagio
09. Presto

Minnesota Orchestra
Cho-Liang Lin, violino

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Carlinus

Robert Schumann (1810-1856) – Cenas infantis – e Fryderyk Szopen (1810-1849) – Sonata n° 3 e Noturno n° 2

“CD Caio Pagano, piano – Obras de Schumann e Chopin

“No 11º CD da série ‘Música de CONCERTO’, o pianista Caio Pagano interpreta Kinderszenen (Cenas Infantis) op. 15, de Schumann; e Sonata para piano nº 3 em si menor op. 58 e Noturno op. 27 nº 2 de Chopin.

“Caio Pagano é um concertista, professor e acadêmico renomado internacionalmente. Desde 1986 ele é professor de piano na Arizona State University, tendo recebido honroso título de professor regente (Regents’ Professor), uma das mais altas honrarias concedidas por universidades norte-americanas. Pagano combina um profundo conhecimento de música, literatura e outras artes, o que confere autoridade única a suas interpretações. Sua brilhante técnica está sempre acompanhada de um exuberante lirismo, inteligência e sendo de estilo. Caio Pagano é um artista Steinway.”

***

Essa é uma postagem da alçada de FDP e Carlinus, mas ocorreu-me de fazê-la em consideração a Avicenna pois recebi dele o presente CD em São Paulo. Esse disco com Caio Pagano foi o último a ser lançado pela Concerto, em 2010 (sabia dele mas, como não assino a revista, não o tinha ouvido ainda), e rende homenagem já sabida ao compositores citados – em tempo, não sei por que Hugo Wolf foi sumariamente esquecido em seu sesquicentenário de nascimento. Me agrada a interpretação de Pagano, porém como Schumann e Chopin me dão um desgosto profundo (vide posts e comentários meus por aí no blog), com certeza o destino desta gravação será a prateleira de alguma mulher refinada que eu venha a cortejar nas gafieiras da vida. Antes, compartilho-a com vocês.

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CVL

PS.: Ah, sim. Acostumem-se com a grafia do nome de Chopin em polonês.

Edward Elgar (1857-1934) – Concerto para Cello e orquestra em Si menor, Op. 85 e Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Suites No. 1 em Sol para cello solo, BWV 1007

Um baita CD. Acreditem. Das obras de Elgar, acredito que o seu concerto para violoncelo e orquestra sejam uma das mais conhecidas. É uma obra importante para o intrumento. Foi escrita em 1919, no interior da Inglaterra, na casa de campo do compositor. A obra é repleta por um sentimento de angústia e desilusão. A ênfase na tristeza é resultado das reflexões do compositor sobre o fim da I Guerra Mundial. Já a outra obra do post é de Bach – As Suítes Nos. 1 e 2. Estava há algum tempo com a intenção de postá-la. Estava a procurar uma boa interpretação. Após ouvir a interpretação com Jacqueline du Pré as minhas dúvidas foram exorcizadas. Não deixe de ouvir. A dupla Jacqueline du Pré/Barbirolli é maravilhosa. Boa apreciação!

Edward Elgar (1857-1934) – Concerto para Cello e orquestra em Si menor, Op. 85
01. I. Adagio – Moderato
02. II. Lento – Allegro molto
03. III. Adagio
04. IV. Allegro ma non troppo

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Suites No. 1 em Sol para cello solo, BWV 1007
05. I. Prélude
06. II. Allemande
07. III. Courante
08. IV. Sarabande
09. V. Menuetto I & II

Suites No. 2 em Ré menor para cello solo, BWV 1008
10. I. Prélude
11. II. Allemande
12. III. Courante
13. IV. Sarabande
14. V. Menuetto I & II
15. VI. Gigue

BBC Symphony Orchestra
Sir John Barbirolli, regente
Jacqueline du Pré, cello

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Carlinus

Música Erudita Brasilieira [link atualizado 2017]

Este post foi feito originalmente por CVL, que destacou a onbra de Henrique Oswald contida no álbum. Há, no entanto, toda uma linha cronológica com 14 faixas que mostram um caminho pelo qualç a música erudita brasileira trilhou desde o período colonial até a contemporaneidade.

Nas palavras do CVL:
Dando uma olhada no blog Música Brasileira de Concerto (onde nunca consegui achar pelo menos um álbum que eu já tivesse antes, eu que sou defensor perpétuo e repositório pretenso da música erudita brasileira), bati o olho nesse disco pelo repertório histórico amplo como poucas vezes vi em se tratando de obras nacionais – e ainda bem que é o primeiro de uma série, pois seria injusto com os compositores contemporâneos que ficaram de fora do volume um.

Fiquei mais curioso ainda porque tinha uma obra de Henrique Oswald. E, após ouvir o tal Andante, regozijei-me, pois jamais escutei algo do compositor romântico carioca para sair decepcionado.

Vejam, nossos compositores românticos, nenhum deles era incompetente: todos tinham bagagem para fazer bonito em qualquer lugar do planeta (Carlos Gomes que o diga), mas poucos (o campinense no meio) compunham coisas com tanto brilho – lembrando que sem traços nacionalistas, os quais seriam despertados com Nepomuceno.

Esse Andante do Oswald nem é a melhor obra dele (um dia postarei o encantador Concerto para violino e orquestra, mas daqui a meses ou anos), porém, se você gosta de Grieg, Tchaikovsky, Schumann ou Saint-Saëns, ponho minha reputação em jogo de como você vai concordar de que Oswald nada (i. é, CACETE NENHUM) deve aos grandes europeus, até porque foi lá que ele se formou.

Pena que ele faz parte de um país onde o espaço destinado à música erudita no imaginário do povo só tem espaço pra Villa-Lobos e a protofonia de O Guarani.

O CD, ao todo, possui 14 faixas:

Música Erudita Brasileira

01 Luís Álvares Pinto – Lições de Solfejo nos. XXII, XXIII e XIV, para cravo
02 J.J. Emerico Lobo de Mesquita – Para a benção da Cinza da Missa de 4ª feira de Cinzas
03 José Maurício Nunes Garcia – Lição nº12 em ré menor do Método de pianoforte (para cravo)
04 José Maurício Nunes Garcia – Te Deum Laudamus 1801 – I. Te Deum laudamus
05 José Maurício Nunes Garcia – Te Deum Laudamus 1801 – II. Te ergo quaesumus
06 José Maurício Nunes Garcia – Te Deum Laudamus 1801 – III. Aeterna fac
07 Anônimo brasileiro séc. XVIII (atrib. Antonio da Silva Leite) – Xula Carioca
08 Carlos Gomes – Ária de Colombo ‘Era un tramonto d’oro’
09 Henrique Oswald – Andante com variações para piano e orquestra
10 Alberto Nepomuceno – Scherzo 1897 para orquestra
11 Camargo Guarnieri – Abertura Festiva
12 Guilherme Bauer – Instantes Pianísticos – Mutações; Frequências
13 Eduardo Guimarães Álvares – A Falsa Rhumba, Estudo nº2 para marimba e vibrafone
14 Harry Crowl – Do Ciclo para Piano ‘Marinas’ – I. Guaratuba e Antonina; III. Cabo da Roca; VI. La Jolla

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CVL
Repostado por Bisnaga

Alfred Reed (1921-2005): Viva Música, First Suite for Band e Second Suite for Band ( Latinomexicana )

Isso que eu posto aqui hoje, não é um CD, e sim um fragmento de dois CD’s que eu não encontrei na Amazon. Penso que Alfred Reed tenha sido um dos mestres do século. Sempre compondo com gosto. Fazendo sempre bem feito o seu trabalho.
A orquestração para bandas sinfônicas é tida com muito preconceito. Tida como sendo um ramo da música que cresceu defeituoso. Acho que tudo isso seja ”prosopopéia flácida para acalentar bovinos.”
Vamos falar do post..
Eu já tive o prazer de tocar todas as músicas presentes neste post, e posso dizer com muita firmeza: É muito difícil. Alfred Reed. Reed ”contraponteia” toda a melodia. Ainda a melodia é toda quebrada nos instrumentos. Isso dá a impressão de união do conjunto. Como se o conjunto tocasse uma coisa só. É uma técnica muito utilizada, e tem resuldatos.

Composta em 1983, Viva Música é uma ”Abertura de Concerto” ( assim vem escrito na partitura: A Concert Overture for Winds ) ou seja, mostra toda a sonoridade que se pode extraír do conjunto. Mostra o som de todos, eu disse TODOS, os instrumentos seja como for. Desde a Clarineta até o Pandeiro. Ainda assim essa música é o terror na vida dos trompista, porque caso vocês escutem, tem um solo de trompa ( 1:16min. ) com sax alto. Os intervalos entre as notas são grandes, o que facilita muito mais as coisas para o músico. O compasso é um ”mix” de 7/8 e 8/8. Os atentos irão perceber que por mais que o compasso seja composto e sem o chamado ”tempo forte” a música flui muito bem. Os compassos 7/8 tem a concheia como principal figura rítmica. Reed agrupa as 3 primeiras colcheias no primeiro tempo, e as 4 seguidas, duas em um tempo e duas no outro tempo. Assim ficamos com 3 tempos em um compasso 7/8. Interpretando cada “I” como se fosse uma colcheira e o espaço entre eles a divisão do tempo ficaria assim ( III – II – II ). O interessante é que o compasso 8/8 funciona da mesma maneira ( III – III – II ). Eu fiquei embasbacado como esse cara conseguiu bolar isso. É uma música que eu recomendo ouvir atentamente. Cada segundo ouvindo é um aprendizado. Vale a pena tentar adivinhar qual o instrumento está tocando tal trecho.

A First Suite for Band é dividida entre uma abertura, em ritmo de marcha. esse movimento não quer expressar a música das ” bandas marciais” mas sim como um tema de aventura. Reed era trompetista. Isso faz com que ele utilize muito os naipes de metais. Principalmente trompa e trompete ( cornet, flugelhorn….. )

O segundo movimento é a coisa mais bela que eu já ouvi na vida. Me dá vontade de chorar toda vez que o ouço. É a coisa mais bela e melodiosa que eu já pude tocar. Não sei como descrever. Poderia ficar um mês inteiro atribuindo adjetivos para esse movimento mas deixo a voces a missão de dizer o que acharam deste movimento na caixa de comentário.

O terceiro movimento é um Rag. Isso nos trás às origens de da Música classica americana. Profetizada por Dvorák o Ragtimes é uma forma de compor nascida nos EUA. Aqui em baixo um trcho tirado da wikipédia sobre o Ragtimes.

”Ragtime (também ragged-time) é um gênero musical norte-americano que teve seu pico de popularidade entre os anos 1897 e 1918. Tal gênero tem tido vários períodos de renascimento, ainda hoje são produzidas composições. O ritmo foi o primeiro gênero musical autentico norte-americano, superando o jazz.[1] Começou como música de dança com cunho mais popular, anos antes de ser publicado como partitura popular para piano. Sendo *uma modificação da marcha foi primeiramente escrita na tempos 2/4 ou 4/4 com uma predominância da left hand pattern de notas graves em batidas com tempos diferentes e acordes em números de batidas pares, acompanhando uma melodia sincopada na mão direita. Uma composição nesse estilo é chamada de “rag”. Uma rag escrita em 3/4 é uma “valsa ragtime”.
Ragtime não é um “tempo” (métrica no mesmo sentido que a métrica marcial é 2/4 e a valsa com métrica 3/4). No entanto, é um gênero musical que usa um efeito que pode ser aplicado à qualquer métrica. A característica que define a música ragtime é um tipo específico de sincopação na qual os acentos melódicos ocorrem entre as batidas métricas. Isso resulta em uma melodia que parece evitar algumas batidas na métrica do acompanhamento, através da ênfase de notas que tanto antecipam ou seguem a batida. A última e (intencional) efeito no ouvinte é de fato acentuar a batida, sendo assim induzindo o ouvinte a vibrar com a música.”

Não preciso dizer mais nada né ?

Sobre o último movimento, não tenho nada a dizer. Só a escutar. É muito engraçado. Dá para rir ouvindo.

Sobre a Second Suite for Band.

Quando Alfred Reed compos essa peça, imagino que ele queria juntar rítmos presentes na América latina, Principalmente na parte colonizada por espanhóis. O Son Motuno é um rítmo proveniente da área Cubanda, Muitos estudiosos dizem que o Tango, a Salsa e outrs rímos saíram do Son Motuno. É uma peça que a pessoa que está ouvindo tem vontada de levantar e sair dançando.

Para não ficar confuso, o começo do segundo movimento ( Tango ) quer representar ondas do mar. Pode-se perceber que em toda a exucução da música tem o ”vai e vem” das ondas do mar. Isso foi uma grande sacada da parte de reed. Ainda prefiro a segundo movimento da Primeira Suíte.

Guaracha, o própio nome quer dizer sobre o que se trata este movimento. É o mais curto de todos. Cerca de 2 minutos. Ainda assim é muito divertido. Ouvir este movimento é como ouvir uma criança brincando. Não tenho como descrever este movimento. Lá para o 1:17, sempre que tive a oportunidade de tocar esse solo me dava vontade de rir. Não sei porque. Simplesmente é muito belo e muito engraçado. 😀

Ahhhh, agora eu vou falar ! O 4º Movimento quer expressar toda a emoção de uma tourada. Quem não conhece o toque de trompete presente no 0:18 deste música ? Reed cria um eco, primeiro da clarineta, depois da flauta. Daí entra o Corne ingles e a clarineta tocando como um tema fúnebre. Um solo de Clarineta. O Lamento. Depois um compasso sincopado 5/4 deixa claro a corrida, a emoção. Entra as castanholas e as flautas. Intervenções de trompete. Tudo mais.

Vai-se para o compasso 3/4, como se representa uma dança, uma valsa. Ou até mesmo um ciclo de transe que as pessoas ficam. Peço atenção ao período da 3:10 até 3:30. É fantástico. Diz tudo, expressa tudo. Toda a emoção. O solo de Xilofone ao fundo é dificílimo de ser executado. É executado junto com trompetes com surdina e fica mais difícil pois ambos tem que tocar juntos. Sem nenhuma marca de erro e atraso. Neste período volta ao compasso 5/4 que ao mesmo tempo não te dá a sensação de estabilidade musical mas ao mesmo tempo não deixa a melodia depravada. Pelo contrário deixa ainda mais rica.

Bom, espero que gostem, e digam o que acham.

Alfred Reed (1921-2005): Viva Música, First Suite for Band e Second Suite for Band ( Latinomexicana ) – Tokio Kosei Wind Orchestra

1 – Viva Música
2 – First Suite for Band – March
3 – First Suite for Band – Melody
4 – First Suite for Band – Rag
5 – First Suite for Band – Gallop
6 – Second Suite for Band (Latino Mexicana) – Son Montuno
7 – Second Suite for Band (Latino Mexicana) – Tango (“Sargasso Serenade”)
8 – Second Suite for Band (Latino Mexicana) – Guaracha
9 – Second Suite for Band (Latino Mexicana) – Paso Double (“A la Corrida!”)

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Gabriel Clarinet

Robert Schumann (1810-1856): Piano Sonata no1. in F-sharp minor, Op.11 & Carnaval, Op.9

Vocês sabem muito bem que eu não morro de amores por Bob Schumann, mas que há algumas obras que tocam meu duro coração bach-bartokiano. E o Carnaval é uma delas. Ouvi sem emoção a Sonata Nº 1. OK, deve ser uma maravilha e sou um idiota incompreensivo para com as belezas do período romântico. Mas me deixem assim, por favor. É uma questão genética, talvez. Me parece um mela-cueca sem sal, fazer o quê?

No Carnaval, Kissin dá um banho. Gostei muito. Que bom seria se ele abandonasse de vez Chopin e Schumann. Tenho esperanças de que ele canse logo.

Robert Schumann (1810-1856): Piano Sonata no1. in F-sharp minor, Op.11 & Carnaval, Op.9

Piano Sonata no1. in F-sharp minor, op.11
1. 1. Introduzione. Un poco Adagio -… (11:15)
2. 2. Aria. Senza passione, ma espre… (3:36)
3. 3. Scherzo ed Intermezzo. Allegri… (4:26)
4. 4. Finale. Allegro un poco maestoso (11:59)

Carnaval, scène mignonnes sur quatre notes (ASCH), op.9
5. 1. Préambule (2:08)
6. 2. Pierrot (1:09)
7. 3. Arlequin (1:01)
8. 4. Valse noble (2:08)
9. 5. Eusebius (2:09)
10. 6. Florestan (0:54)
11. 7. Coquette (1:33)
12. 8. Rélique (0:55)
13. 9. Papillons (0:41)
14. 10. ASCH/SCHA (Lett… (0:52)
15. 11. Chiariana (1:29)
16. 12. Chopin (1:18)
17. 13. Estrella (0:27)
18. 14. Reconnaissance (1:40)
19. 15. Pantalon et Col… (0:52)
20. 16. Valse allemande (0:55)
21. 17. Paganini (1:11)
22. 18. Aveu (1:09)
23. 19. Promenade (2:24)
24. 20. Pause (0:15)
25. 21. Marche des ‘Dav… (3:20)

Evgeny Kissin, piano

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PQP

Gustav Mahler ( 1860-1911 ) – Sinfonia Nº 6 – Trágica – R.Kubelik – Bavarian Symphonic Orchestra

Estava tentando terminar a série das sinfonias de Mahler até o final do ano. Mas pelo visto não conseguirei. Estou tendo sérios problemas com a Oi e sua péssima internet.
Aí vai mais uma….
SINFONIA No.6
Apelido: Trágica (não-oficial)
Tonalidade principal: Lá menor
Composição: 1903-1905
Revisão: 1908
Estréia: Essen, 27 de maio de 1906 (regência de Mahler)
1a.Publicação: 1906 (Leipzig, C.F. Kahnt Nachf)
Instrumentação:
Piccolo
4 Flautas (flautas 3 e 4 alt. piccolos)
4 oboés
Corne-Inglês
Clarinete em Mib (tb como 4o. clarinete)
3 clarinetes (Sib, Lá)
Clarone
4 fagotes
Contrafagote
8 trompas
6 trompetes
3 trombones
Trombone baixo
Tuba
Tímpanos
Sinos
Sinos de vaca
Glockenspiel
Xilofone
Celesta (2 ou mais se possível)
Triângulo
Tam-Tam
Pratos
Caixa Clara
Tamburim
Bombo
Martelo
2 harpas
Quinteto de cordas (violinos I, II, violas, cellos e baixos)
Duração: aprox. 80 minutos
Movimentos:
I- Allegro energico, ma non troppo. Heftig aber markig
II- Scherzo (Wuchtig)
III- Andante moderato
IV- Finale: Allegro moderato
Comentários: Considerada por muitos como a mais ‘difícil’ sinfonia de Mahler, ela é uma espécie de antítese da Quinta, pois cria uma compexa gama de tensões harmônicas, formais e dinâmicas sem resolvê-las no esperado final. É a mais ‘clássica’ de todas, com uma forma rigidamente sonata, estrutura quase beethoviana, mas, não obstante, sua mais pesada e tensa obra, e que lhe rendeu, muito propriamente, o apelido. O último movimento contém 3 estrondos monumentais, de simbologia um pouco obscura, mas de visão apocalíptica, composto estranhamente num dos períodos mais calmos e felizes de sua vida.

retirado daqui: http://repertoriosinfonico.blogspot.com/2007/06/sinfonias-informaes-tcnicas.html

Filipe Salles escreveu:
A antítese da Quinta é a Sexta, sinfonia que começa nos mesmos moldes, mas que não termina na resolução dos conflitos propostos, conservando as tensões harmônicas até o final, sendo por isso, conhecida como Sinfonia Trágica. Mahler a escreveu em 1905, quando descobriu que era portador de uma doença genética no coração, e que iria matá-lo em breve. Poucas obras musicais revelam com tamanha perfeição o conflito pessoal que o sufocava, tomando consciência de maneira bastante dura e irrevogável de sua condição humana, e, portanto, mortal. É uma sinfonia pesada, de orquestração maciça, harmonias fortes, mas também não sem encantos, sendo seu Andante uma das páginas mais apaixonadas de Mahler. De qualquer modo, não é uma sinfonia facilmente digerível; o clima angustiante de um herói às voltas com seu próprio limite permeia toda a sinfonia, incessantemente. Ao terminá-la, apesar de estar passando por um período relativamente tranqüilo de vida, viu expurgados anseios íntimos, antigas preocupações lhe afloraram.
FDP Bach escreveu:
Gosto muito desta sinfonia, principalmente de seu primeiro movimento, de caráter marcial. Nas mãos de Bernstein torna-se ainda mais incrível.
Ah, existe uma pequena controvérsia referente ao Scherzo e ao andante, melhor detalhada aqui. A opção de Bernstein será a primeira adotada por Mahler, a saber, primeiro o Scherzo, depois o andante. Outros regentes, farão a inversão dos movimentos, como Abbado.
Com relação ao tempo de duração, esta gravação tem 1h e 27 min. Ou seja, não caberia em apenas 1 cd, algo que outros regentes já conseguiram fazer, como o próprio Bernstein, em seu registro de 1967 com a Filarmônica de New York. Só para efeito de comentário, nesta versão que ora posto, o último movimento dura 33:16, enquanto que na versão anterior dura 28m:38s. É uma diferença considerável… mas, enfim, são detalhes referentes às escolhas que são feitas pelos regentes e seus produtores, e sobre isso já fiz outra comparação, que se vai encontrar nos comentários da postagem da sinfonia nº 5.

retirado daqui: http://www.sul21.com.br/blogs/pqpbach/gustav-mahler-1860-1911-sinfonia-n%C2%BA-6-e/

Gustav Mahler ( 1860-1911 ) – Sinfonia Nº 6 – Trágica – R.Kubelik – Bavarian Symphonic Orchestra

1 – Allegro energico, ma non troppo. Heftig, aber markig.
2 – Andante moderato
3 – Scherzo: Wuchtig
4 – Finale: Sostenuto – Allegro moderato – Allegro energico

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Gabriel Clarinet

Marcílio Onofre (1982) – Capricho Medonho e Eatenus

[Post publicado pela primeira vez em 10 de junho de 2010, com acréscimos atualizados em itálico.]

Esse “grande público” distinguiu-se com frequência, nos últimos três séculos, por seu conservadorismo estético: por vezes se queixa das mudanças que lhe tornam a música “incompreensível”, e sua preocupação em compreender (tão estranha diante de uma arte não significante) torna-se obsessiva. Mas não se deve ser sistemático: o artista profético à frente de seu tempo é um lugar-comum da história da música. A defasagem sempre existe, mas, de ordinário, é sempre superada: percebidas a princípio como anomalias, as novidades são integradas à tradição, servindo, por sua vez, para controlar novos progressos. A recusa categórica da música da música moderna por parte de uma maioria do público é uma singularidade de nosso tempo.

Roland de Candé, em História Universal da Música, vol. 1

Sábado passado postei o Concertino para violoncelo e cordas de Clóvis Pereira aqui no blog. Não tenho queixa quanto ao número de downloads, mas creio que se não fosse pelos figurões (Meneses e Haydn) aquele CD não seria tão acessado.

Transcrevi essa epígrafe acima para reforçar uma cantilena que expus tempos atrás. Não sei quantos pararam para ouvir Gilberto Agostinho, Eli-Eri Moura, Clóvis Pereira, Harry Crowl ou Dimitri Cervo, mas sei que o desconhecimento dos nomes espanta os menos ousados. Que alguém não goste de ouvir aquilo com que teve contato é compreensível; estranho é o arraigamento da rejeição àquilo que não se conhece. Daí fica meu convite, mais uma vez, para baixarem obras postadas por mim, CDF, Ranulfus e itadakimasu e comentarem o que quer que seja (desde que não seja para apontar erros gramaticais e de digitação, pois cachorros mortos não serão chutados: serão cremados mesmo aqui no nosso filtro da wordpress).

***

Preparei e publiquei o presente post, originalmente, na terça-feira de madrugada [antes do dia 10 de junho] e pouquíssimos puderam vê-lo. Nele, eu falava de como o Compomus (o Laboratório de Composição Musical da UFPB) tornou-se o maior celeiro de compositores nacionais durante esta última década e das parcerias entre esses compositores e grupos musicais locais, como o Brassil. [Só que aí a mudança de servidor mandou os textos do blog daquela semana pro beleléu e eu chutei o balde: reescrevi aquilo que pude recordar.]

Destaquei em particular o jovem Marcílio Onofre, que passou de aluno a professor do Compomus em poucos anos, e esta magnífica obra dele [- o Capricho medonho – ] cujo áudio descobri no YouTube, interpretada pelo próprio Onofre junto com a Sinfônica Jovem da Paraíba – orquestra que dedica um concerto por ano para estrear obras dos alunos do Laboratório (nem orquestras profissionais fazem isso no Brasil, atualmente).

[Removi o link porque recebi este arquivo e o seguinte de um colega meu que garantiu que o compositor não tem a menor bronca com downloads.]

No mais, boa audição. Vale a pena dar uma conferida.

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***

Fiquei (e continuo) muito bem impressionado com o Capricho medonho acima. Mas medonha é a presente partitura, Eatenus (algo que em latim quer dizer “longe pra caralho, nos confins das pregas do universo”), para flauta, clarineta, fagote, trompa, violino, viola, violoncelo e contrabaixo. As duas obras, lado a lado, mostram uma tendência observada entre os compositores da Paraíba: a de comporem peças experimentais um tanto áridas (como Eatenus) – ligadas às pesquisas desenvolvidas nas áreas de música, musicologia e tecnologia – e a de, consequentemente, terem cabedal para criar obras competentíssimas seguindo referências tradicionais (como o Capricho, que seria digno de ter sido escrito por aluno de Prokofiev ou Bartók caso conhecesse a música modal nordestina).

A interpretação é do grupo residente do Festival de Inverno de Campos do Jordão 2009.

BAIXE AQUI

***

Nos próximos cinco dias, fiquem com o reload dos Quartetos de Cordas do Villa (que já estavam agendados antes do “apagão”) enquanto ajeito os posts do box de música sacra da Harmonia Mundi.

[Deixei esse trecho pra todo mundo voltar a ficar puto com o veto que levamos, de privar vocês das obras do Villa.]

CVL

F. J. Haydn (1732-1809) & G. M. Monn (1717-1750): Concertos para Violoncelo

Alguns de vocês vão pensar que eu e CVL combinamos fazer isso, outros vão achar que eu resolvi encher o saco dele, metendo uma gravação muito boa só para lhe fazer concorrência. Calma, os fatos são mais simples. Eu amo estes concertos de Haydn e, quando vi que havia uma só gravação recebendo o Diapason d`Or, o Choc de Classica e o Editor`s Choice da Gramophone, fui à Amazon e encomendei a maravilha. Ela chegou em minha datcha trás-anteontem (ou seria tresanteontem?), dia 30, e passei dois dias ouvindo a coisa sem parar. Posso dizer duas coisas: (1) é DISPARADA a melhor gravação que já ouvi destes concertos e (2) não ouvi ainda a gravação do Menezes postada ontem por CVL.

Há um agravante que me fez comprar este CD rapidamente: na minha opinião a Freiburger Barockorchester é o melhor conjunto barroco da atualidade e tenho inclusive DVDs do grupo. É um melhor do que o outro. Bem, se vocês ainda desconfiam que sacaneei CVL, peço que vão tomar nos seus cus.

Pois, em verdade, vos digo: a gente passa a vida esperando a interpretação perfeita e às vezes a encontra, nem que seja apenas por alguns meses. É o caso. Vale a pena escurecer a sala e ouvir APENAS os concertos. Ah, esqueçam o simpático Monn. A grandeza aqui é toda de Haydn!

IM-PER-DÍ-VEL !!!!

Cello Concerto No. 1 in C major, H. 7b/1, de Franz Joseph Haydn
1. Moderato
2. Adagio
3. Finale, Allegro Molto

Cello Concerto No. 2 in D major, H. 7b/2 (Op. 101), de Franz Joseph Haydn
4. Allegro Moderato
5. Adagio
6. Allegro

Cello Concerto in G minor, de Georg Matthias Monn
7. Allegro
8. Adagio
9. Allegro Non Tanto

Freiburg Baroque Orchestra
Jean-Guihen Queyras, violoncelo
Petra Müllejans, regência

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PQP