Ludwig van Beethoven(1770-1827) – Concertos para piano, Seis Bagatelas e Für Elise

Eis que surge o inominável Ludwig van Beethoven. Diante de nome tão celso, o que dizer, o que afirmar? É o sujeito mais refinado do Romantismo musical. Uma das minhas paixões! Outro dia conversava com um amigo sobre música. Falavámos sobre nossas preferências musicais. Afirmei quais os compositores que mais gosto, respeito, admiro. Citei Mozart, Mahler, Bach, Brahms, Shostakovich. Mas ele fez uma pergunta indelicada. A inquirição dele: “Se fossem retiradas todas as peças de música da história e restasse apenas um compositor, qual você gostaria que ficasse?” Sei que é uma pergunta medonha. Como ficar sem Mahler, sem Shostakovich, sem Bach, sem Mozart? Para aquele que se devota perante estes nomes, como alguém que se devota perante um ícone sagrado, aquela pergunta era um sacrilégio. Pensei. Ponderei. Até que respondi: “Beethoven!” Ludwig possui os matizes certos, o espírito mais avassalador no que tange à composição, à inquietude do grande homem. Nas suas peças grita o homem angustiado, cheio de valores elevados, sonhos, frustrações e utopias. Beethoven é um romântico no bom sentido do termo. Aqui temos os seus 5 concertos para piano e orquestra com Vladimir Ashkenazy ao piano, sob a regência de Georg Solti. Simplesmente um excelente registro. Não farei a menção “imperdível”, pois Beethoven não precisa de tamanho patrocínio. O bom ouvinte sabe distinguir isso. Bons momentos com Ludwig, o gênio de Bonn. Boa apreciação!

Ludwig van Beethoven(1770-1827) – Concertos para piano, Seis Bagatelas e Für Elise

CD1

Piano Concerto No.1 In C major, op. 15
1. Allegro con brio
2. Largo
3. Rondo – Allegro

Six Bagatelles, Op. 126
4. Andante con moto, cantabile e compiacevole
5. Allegro
6. Andante cantabile e grazioso
7. Presto
8. Quasi allegretto
9. Presto – Andante amabile e con moto
10. Fur Elise

Tempo total: 58:29

CD2

Piano Concerto No.3 in C minor, op.37
1. Allegro con brio
2. Largo
3. Rondo Allegro

Piano Concerto No.4 in G major, op.58
4. Allegro moderato
5. Andante con moto
6. Rondo Vivace

Tempo total: 71:03

CD3

Piano Concerto No.5 in E flat major, Op. 73
1. Allegro
2. Adagio un poco mosso
3. Rondo Allegro

Piano Concerto No.2 in B flat major, Op. 19
4. Allegro con brio
5. Adagio
6. Rondo – Molto Allegro

Tempo total: 69:37

Chicago Synphony Orchestra
Georg Solti, regente
Vladimir Ashkhenazy, piano

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Carlinus

24 comments / Add your comment below

  1. Acreditas Carlinus que dia desses também me fizeram uma pergunta parecida.
    Mas minha resposta foi Bach. Apesar de Bach não ter feito nada para Clarineta, eu ainda acho que a pessoa que revolucionou o modo de pensar música foi Bach. Ok, não pensem que seja ”puxasaquismo” do blog. Mas tudo bem. Também acho que Beethoven seja um ícone, um monumento da música Clássica.
    Abraços a Todos.

  2. Não se arrete Rafael. Eu já tinha até subido para o Megaupload um Concerto para Violino dele. Mas eu vou procurar, e vou pensar na possibilidade de algum dia, quem sabe talvez, eu fazer uma postagem com as sinfonias dele.(kkkkkkkkkkkk)
    Abraços !

  3. Curiosamente, não tenho muitas afinidades com o Beethoven de Ashkenazy, devido à algumas gravações de algumas sonatas que ouvi há muito tempo atrás. Mas fiquei curioso com estes concertos para piano. Como coleciono gravações destes concertos, mais uma não terá maiores problemas.
    Com relação à estas sinfonias de Bruch às desconheço. COm relação ao Concerto para Violino devem ter pelo menos umas quatro ou cinco versões aqui no blog, inclusive a minha gravação favorita, com o Salvatore Accardo.

  4. Meio estranhas as escalas de valores sugeridas pelos colegas comentaristas: compositores de obras para clarinete e compositores judeus.

    Posso sugerir mais algumas, tão arbitrárias quanto? Compositores narigudos, compositores com excesso de peso, compositores de ascendência cigana, compositores de peças para ukelele, compositores com problema de pele…

    Assim poderíamos enriquecer o repertório com frases lapidares como “apesar de não ter escrito nada para ukelele, o meu instrumento, mesmo assim relevo e considero Beethoven um compositor razoável” ou “como gordinho, sugiro que vocês publiquem mais obras do maior compositor obeso de todos os tempos, o grande – grande mesmo – Handel”.

    Julgar e apreciar música simplesmente porque ela é boa está, pelo jeito, fora de moda.

  5. Para você ver, Vanderson, o quanto sou íntimo do moço alemão. Rrsss… Muita pretensão, não é?! Não era sabedor dessa informação – de que Beethoven não gostava de que o chamassem de Ludwig.

  6. Olha, tô vendo afetação nos comentários aqui nos últimos tempos. Acompanho esse blog desde o seu início, e é incrível a mudança no nível dos comentários. Só tem futrica agora. A única benção é que isso não contaminou os comandantes desse barco. Macheza neles, PQP!

  7. Calma gente.
    José Eduardo. Falei isso porque as pessoas pensam que só porque sou músico que gosto apenas de músicas do meu instrumento. Eu aprecio a música seja ela qual for. Mesmo que ela seja atonal. Como falei a posts atrás, eu reconheço o trabalho de compositores o que não quer dizer que eu goste. Neste caso, gosto também de beethoven, de bach, de Brahms, de britten, de Mozart, de Tchaikovisky, e de tantos outros que agora não me recordo.
    Espero ter esclarecido a dúvida.
    Abraços!

  8. Parece que alguém cometeu um pequeno equívoco.

    Max Bruch compôs ao menos uma peça baseada em um motivo judaico (Kol Nidrei).

    Mas, ao que se sabe, não era judeu nem na crença nem na etnia. Um típico alemão protestante.

    Da mesma forma, compôs peças chamadas “fantasia escocesa” e “adagio sobre temas célticos”, e certamente isso não faz dele um escocês.

  9. Pois é. Quanto a esse erro peço perdão. No comentário acima falei que iria procurar. Hoje fui procurar, e não achei. Raphael: Tens certeza das sinfonias de Bruch ?

  10. Cvl, não interpretei seu comentário como erro, na verdade acho que você foi induzido a erro…

    Mas numa coisa o Raphael acertou: as sinfonias de Bruch existem e são bem interessantes. Nada que seja absolutamente indispensável ao blog, que mude a vida do ouvinte ou revolucione a história da música, mas são agradáveis e de muito bom gosto. Surpreendem. Em especial sob a regência de Kurt Masur (obs.: já ouvi, mas não tenho).

  11. Taí Gabriel, nosso colega respondeu a sua pergunta. Faz algum tempo que eu pesquisei muito pouco a respeito do Bruch, justamente por conta do Kol nidrei… Afinal, sou um estudante de Cello, e tudo a respeito dele me fascina… SoyGardel, muito obrigado pelos esclarecimentos! Eu não passo de um estudande (recente) de música. Muito bom aprender sempre e sempre mais aqui no blog… Aguardarei com ansiedade os próximos posts… Um abraço galera!

  12. A wikipédia de língua portuguesa diz que ele foi judeu, mas a de língua inglesa – mesmo sem citações também – explica melhor:

    “The success of this work [Kol Nidrei] has made many assume that Bruch himself had Jewish ancestry – indeed, under the National Socialist Party his music ceased to be programmed because of the possibility of his being a Jew; as a result of this, his music was completely forgotten in German speaking countries – but there is no evidence for his being Jewish. As far as can be ascertained, none of his ancestors were Jews, and Bruch himself was raised Protestant.”

    Ou seja, a obra de Bruch foi colocada em ostracismo na Alemanha Nazi, mas equivocadamente pois ele era protestante com somente ancestrais judeus.

    Pena que em outras línguas não haja uma citação bibliográfica pra avalizar essa informação.

  13. Para complementar o post do CVL:

    Além da explicação da Wikipédia, segundo a qual nenhum dos antepassados de Bruch era judeu (“as far as can be ascertained, none of his ancestors were jews”), é interessante notar que o pai de Bruch era uma autoridade policial, e essa seria uma profissão bastante incomum para um judeu na Alemanha. Os judeus alemães nessa época eram, em sua grande maioria, profissionais liberais, o que se pode comprovar pelos seus sobrenomes, que muitas vezes designavam suas ocupações (Schneider (alfaiate), Zimmermann (carpinteiro), Schreiber (escrivão), Wechsler (cambista), etc.).
    Enfim, se o Max tinha um antepassado judeu ou não, é irrelevante, pois, conforme o próprio escreveu em uma carta (em http://www.chazzanut.com/bruch.html):

    “…I became acquainted with Kol Nidre and a few other songs (among others, ‘Arabian Camel’) in Berlin through the Lichtenstein family, who befriended me. Even though I am a Protestant, as an artist I deeply felt the outstanding beauty of these melodies and therefore I gladly spread them through my arrangement.

    …As a young man I had already …studied folksongs of all nations with great enthusiasm, because the folksong is the source of all true melodics—a wellspring, at which one must repeatedly renew and refresh oneself—if one doesn’t admit to the absurd belief of a certain party: “The melody is an outdated view.” So lay the study of Jewish ethnic music on my path.” (translation kindly provided by Richard Schoeller.)”

    Ou seja, ele considerava o Kol Nidrei uma “canção folclórica” (dificilmente um judeu diria isso, pois se trata de uma melodia com forte significado religioso… ou seja, ao que parece, desconhecia o contexto litúrgico do Kol Nidrei, que é um recitativo feito em uma sinagoga para abertura da cerimônia do Yom Kippur!!!), gostou dela e decidiu fazer um arranjo.

    Um abraço a todos.

  14. Bela postagem Carlinus!
    Beethoven é um compositor que nos envolve com rigidez, não a como não ficar impressionado com seu trabalho. Sobre a pergunta acima, seria como “infringir um castigo no inquirido”, assim como você afirmou Carlinus. Fiz uma pergunta a um tempo atrás, semelhante. Qualquer admirador da música erudita teria uma hesitação, diante de perguntas referentes.

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