No verão de 1944, Strauss começou a planejar uma longa peça para um conjunto de cordas na linha de uma oração fúnebre ou lamento. Havia décadas que ele não compunha uma grande trabalho monumental; seu último esforço realmente significativo nessa linha fora Uma Sinfonia Alpina, composta pouco depois da morte de Mahler. A nova peça se chamaria Metamorphosen – uma outra homenagem a Ovídeo. Strauss tinha em mente o processo pelo qual as almas revertiam de um estado a outro -, porém, como sugeriu o acadêmico Timothy Jackson, a transformação poderia soar negativa, as coisas poderiam retornar a seu estado primordial. O compositor se inspirou também em um pequeno poema de Goethe, cuja obra completa havia lido do começo ao fim nos últimos anos:
Ninguém pode se conhecer
Separado do seu eu
Mesmo assim todo o dia ele tenta se tornar
Aquilo que visto de fora esta claro afinal.
Aquilo que ele é e o que ele foi
Aquilo de que ele é capaz e o que é possível
Strauss esboçou um arranjo de coral baseado no texto de Goethe e, como Jackson descobriu, parte desse material foi usado por Metamorphosen. O compositor estava imerso numa reflexão profunda sobre a trajetória de sua vida, talvez questionando a filosofia individualista que havia muito o orientava.
(…)
(Extraído do livro O Resto é Ruído – Escutando o Século XX, de Alex Ross)
Richard Strauss (1864-1949) – Metamorphosen, study for 23 solo strings, Op. 142, Piano Quartet in C minor, Op. 13 (TrV 137) e Prelude to Capriccio, Op. 85
Metamorphosen, study for 23 solo strings, Op. 142
01. Metamorphosen, study for 23 solo strings, Op. 142
Piano Quartet in C minor, Op. 13 (TrV 137)
02. Allegro
03. Scherzo: Presto –
04. Andante
05. Finale: Vivace
Prelude to Capriccio, Op. 85
06. Prelude To Capriccio, Op. 85
The Nash Ensemble
Marianne Thorsen, Malin Broman. violino
Lawrence Power, Philip Dukes, viola
Paul Watkins, Pierre Doumenge, cello
Duncan McTier, bass
Ian Brown, piano
Carlinus
Vanderson, acho que você se equivocou… esse não é o Strauss, famoso por suas valsas, e pelo que me consta, não são nem parentes distantes.
FAIL total.
Nada a ver, Vanderson. Este Strauss é o Richard, alemão, pós-romântico, autor de poemas sinfônicos e óperas. Nenhuma relação com o Johann Jr, austríaco, romântico, autor de valsas e operetas, filho do compositor vienense de valsas homônimo.
Certamente Marcelo. Antes de conheçer melhor Richard Strauss, achava que era o Johann Strauss II, e notei bem as imensas diferenças entre eles, logo depois de conheçer suas histórias.
Bom. O Vanderson pode apenas errado o lugar do comentário(rsrs). É claro que dar uma lida no título da do post ajuda um pouquinho, mas….
Todo mundo aproveitando o deslize pra descontar a habitual impertinência do rapaz, eee
Passarinho que come pedra…
Ok. A intenção não foi colocar ninguém para baixo ok ?!
Mas que esse Vanderson é chato, ah, ele é!
Tá certo, Apologista… mas o rapaz pelo menos tem tentado melhorar.
Por outro lado, não conheço você, mas juro que esse seu nick me assusta PROFUNDAMENTE – pois quem pode ter pretensão de conhecer A VERDADE? Foram sempre os que pretendiam isso que criaram fogueiras de inquisição y outras cositas malas más…
Ou seja: espero sinceramente que esse seu nick seja uma piada irônica!
Pois inclusive foi por bem menos que isso que o Vanderson apanhou tanto: ele tinha se arrogado em apologista apenas da correção ortográfica – e na verdade menos que isso: da correção meramente DIGITATÓRIA… hehehe
Pessoal, alguém aí já assistou “A vingança de Carlinus”? Sem querer ele deu um perdido no nosso amigo…
Abraço a todos!
kkkkkkkkkkkkkkkkkk
Huhauahuahuhahau!
Ranulfus, acontece que o meu lema, há algum anos, é o de que a música erudita é o caminho da Verdade. Veja bem, verdade com “v” maiúsculo, um ideal, um fim inatingível, a própria Verdade em si, seja ela qual for. A Verdade está escondida nas suítes para violoncelo de Bach, nas sinfonias de Mahler, nos concertos de Brahms… Enfim, cada gênio tangenciou a “Verdade” seguindo o seu próprio caminho.
Ora é lógico que isso é filosofia de boteco. As pessoas sempre riem quando eu falo essas coisas mesmo… Sempre digo que sou um filósofo de botequim, mas que não bebe e não vai a botequins.
Um abraço a todos!
Ah, só para completar:
Sou apologista no sentido de incentivador, fomentador da apreciação da boa música. Muitos não ouvem ou por preconceito, ou pela dificuldade de se começar. Sempre me pedem indicações de obras ou me perguntam sobre o assunto mesmo.
Quando vejo alguém ouvindo axé, sertanejo, funk e outras aberrações, não reprimo nem mando o indivíduo para a fogueira. Apenas me recolho e lamento comigo mesmo o fato de a boa música ser apreciada por pouquíssimas pessoas.
Fique tranquilo, Vanderson. Todos nós erramos. O segredo do sucesso é, justamente, saber lidar com o erro, transformando-o em potencialidades. A auto-análise é positiva, sempre. A vida seria chata se não errássemos. Terrível é quando o sujeito acha que tem a última palavra. É o moralista. O dono da verdade. Aquele que gosta de silenciar a todos com o seu pretenso saber. Essas criaturas não são sociáveis. E, sinceramente, não gosto desses sujeitos. Acho-os desnecessários. Evito a conversa, a sociabilidade, a mínima disposição de convívio.
Mas que bom, Vanderson, vê-lo dessa forma. Isso demonstra um crescimento. A crise quando bem aproveitada, pode se tornar num importante instrumento pedagógico. Por isso, reitero, não estou rindo. Minha maior alegria é perceber a sua intenção de trilhar uma nova milha – sem deixar de ser quem de fato você é.
Abraços a todos!
Que é isso, gente. Não levem essas coisas tão a sério… É só uma brincadeira. Nem eu me levo tão a sério. Existe sim uma auto-ironia e faço piadas comigo mesmo também. Nesse ponto, Ranulfus, você tem razão. Só não dê importância demais a nicks completamente inofensivos como o meu.
Vanderson, você demonstrou ter muita polidez e seu pedido de desculpas me deixou até constrangido. Também não tinha intenção de te ofender, acho que fui imprudente.
Abraços, e sem mágoas.
Ei carlinus, vc se confundiu, o nome do livro do Ross é “o resto é ruído-….”, “o resto é silêncio” é a última frase do Gentil Príncipe…..rsrsrs
Rapaz, entre “ruído” e “silêncio” e abismo há um grande abismo. Rrrsss…
Obrigado e abraços!
It’s time to bring those babies back from obscurity!
Carlinus, muito bom o post, tudo bem que eu sou suspeito para falar, afinal adoro Strauss… na verdade, gostaria de saber se você tem também a obra Salomé dele.
Essa é incrível, e não a encontrei aqui no site.
Obrigado, abraços!
Paulo, tenho, sim! Na verdade, ainda não arrumei tempo para postar. Já que você tocou no assunto, vou tentar antecipar.
Abraços musicais!
Eita, muito obrigado!
Não consegui encontrar essa nem nos torrents…
Abraços.
Estimados, será que vocês poderiam repostar o link dessa idílica obra. Desde já o meu muito obrigado e parabéns pelo site!!!