Nota: esta postagem, assim como todas as demais com obras de Heitor Villa-Lobos, não contém links para arquivos de áudio, pelos motivos expostos AQUI
As Bachianas Brasileiras do grande Villa são, para muitos, a principal obra do compositor. Foram escritas entre os anos de 1930 e 1945. Estão erigidas por uma série de nove suítes ao todo. Villa fundiu material folclórico essencialmente brasileiro (em relevo a música sertaneja), às formas pré-clássicas de Bach – isso se constitui num neo-barroco. O compositor tencionava com isso criar uma versão à brasileira dos Concertos de Brandenburgo de Johann Sebastian Bach, segundo a wikipédia. Percebemos com isso dois fatores: (1) construir uma grande obra que homenageasse a alma do Brasil. Isso é notável! (2) Homenagear Bach, além de realçar a profunda influência do compositor alemão sobre a produção do Villa. Os títulos das Bachianas, curiosamente, receberam um títutlo à brasileira e outro bachiano. Esse fato apenas releva a duplicidade. Ou seja, é uma homenagem ao Brasil e à obra de Bach. A gravação ora apresentada é brasileira e tem na direção de Isaac Karabtchewsky conduzindo a Orquestra Sinfônica do Brasil. As canções são entoadas em português. Para muitos, não se trata de uma grande gravação. Ou seja, fica aquém das bachianas. Talvez “a uma” estrela que a moçada da Amazon deu, explicite bem o que estou falando. Mas como nosso esporte é postar, postamos o “necessário” e o “des-necessário” (falo por mim). É mais ou menos aquilo que Machado fala em Memórias Póstumas de Brás Cubas, numa das passagens mais belas da literatura brasileira: “Meu senhor, falou-me um longo verme gordo, nós não sabemos absolutamente nada dos textos que roemos, nem escolhemos o que roemos, tampouco amamos ou detestamos o que roemos: nós apenas roemos.” . Boa apreciação!
Heitor Villa-Lobos (1887-1959) – Bachianas Brasileiras (completas)
DISCO 1
Bachianas Brasileiras No. 1- Pour orchestre ei violoncelles
01. Introduction (Embolada)
02. Prelude (Modinha)
03. Fugue (Conversa)
Bachianas Brasileiras No. 2 – Pour orchestre symphonique
04. Prelude (Ponteio)
05. Aria (O Canto da Nossa Terra)
06. Dance (Lembrança do Sertão)
07. Toccata (O Trenzinho do Caipira)
Bachianas Brasileiras No. 3 – Pour piano et orchestre
08. Prelude (Ponteio)
09. Fantaisie (Devaneio)
10. Aria (Modinha)
11. Toccata (Picapaú)
DISCO 2
Bachianas Brasileiras No. 4 – Pour orchestre symphonique
01. Prelude (Introdução)
02. Chorale (Canto do Sertão)
03. Aria (Cantiga)
04. Dance (Miudinho)
Bachianas Brasileiras No. 5 – Pour soprano et orchestra de violoncelles
05. Aria (Cantilena)
06. Dance (Martelo)
Bachianas Brasileiras No. 6. – Pour flute et solo de basson
07. Aria
08. Fantaisie
DISCO 3
Bachinas Brasileiras No. 7 – Pour orchestre symphonique
01. Prelude (Ponteio)
02. Gigue (Quadrilha Caipira)
03. Toccata (Desafio)
04. Fugue (Conversa)
Bachinas Brasileiras No. 8 – Pour orchestre symphonique
05. Prelude
06. Aria (Modinha)
07. Toccata (Catira Batida)
08. Fugue
Bachianas Brasileiras No. 9 – Pour orchestre à cordes
9. Prelue et Fugue
Orchestre Symphonique du Bresil
Isaac Karabtchewsky, regente
BAIXAR AQUI CD 1
BAIXAR AQUI CD 2
BAIXAR AQUI CD 3
Scans
Carlinus
Esta gravação é realmente ruim. Foi a primeira vez que um Villa-lobos me irritou (pobre dele!). Tudo me dá pânico, andamentos, contrastes etc. e não há Nelson Freire que salve.
Oi, Carlinus. No primeiro semestre eu tinha até postado um CD chamado Prelúdios & Árias, com trechos dessa integral das Bachianas com Isaac Karab. E ela é ruim pra cacete mesmo – salvando-se a sexta Bachianas, que não precisa de regente pra atrapalhar. Dou meia estrela da Amazon e peço troco.
Outra coisa, caríssimo: como assim “Estão erigidas por uma série de nove canções ao todo”? As Bachianas são suítes, não canções.
É verdade, CVL. Obrigado! Tentamos arranjar as melhores expressões e acabamos nos embaraçando no cipoal das palavras. O termo será corrigido.
Em minha opinião a gravação “referência” para as Bachianas é a da Nashville Symphony; na da OSB, ao menos pelo que me lembro, as Bachianas no. 2, sobretudo n’O Trenzinho do Caipira, estava muito bem interpretada.
Só uma observação: o trecho destacado do Machadão (genial, a propósito) se refere ao “Dom Casmurro”, no capítulo “Os vermes” (http://machado.mec.gov.br/arquivos/html/romance/marm08.htm).
Fujam. Não façam o download. Fiquem longe. É o horror.
“O referido* é verdade e dou fé”.
* A declaração de Eduardo.
Vamos torcer que as gravações de todas as sinfonias do Villa com a OSESP(BIS) seja melhor sucedida.
CDF, nesse caso sou como a Regina Duarte: tenho medo.
Pôxa! Por que vocês não avisaram antes. Fiz o download no post anterior e quase não reconheci o Trenzinho; pensei que as minha caixas de som estivessem com problemas! Sorte não tê-las destruido…É muito ruim mesmo essa interpretação da OSB.
Eu duvido que as sinfonias com a Osesp sejam melhores. Fui ouvir o Mandu-Çarará há alguns meses e foi assustador como o Karabtchevsky deixou a peça arrastada. Mesmo a Bachianas 4, que tinha começado bem, foi estragada completamente do meio para o fim.
Karab também f*deu A floresta do Amazonas numa gravação disponível em DVD.
A única coisa que ele sabe reger do Villa é o prelúdio da Bac Bras 4
Conspícuos irmãos de Blog (sim, mesmo dando minha cara a tapa muito raramente nos comentários, me sinto da família) tenho a integral das Sinfonias do Villa-Lobos com a SWR Radio-Sinfonieiorchester Stuttgart sob a regência de Carl St. Clair. É a única gravação integral dessa obra, pelo que tenho ciência. Se for de interesse de alguém do blog (cvl?) posso repassar os links para que façam a postagem…
Eu tenho essa integral, Vinicius, e sei que o Ita também tem, mas estou de recesso até dezembro, pelo menos.
Caso algum companheiro queira postar seus arquivos, eles podem ficar à vontade.
Considero as gravações do Karabtchevsky muito boas e fiéis.O defeito a meu ver é a qualidade do som que é péssima.Afinal, nos acostumamos com gravações digitais onde as vezes o som é melhor do que se fosse ao vivo.
Conheço todas as gravações existentes das Bachianas, e só faltava esta, que na minha opinião é das melhores.Faço uma ressalva à gravação do 2ºmov. da numero 1, que acho que deve ser mais lânguida e as vezes mais dramatica.
Penso que Karabtchevsky tem umas relação antiga e amorosa com Villa-Lobos -coisa que o Neshling me parece não ter.Particularmente não gosto das gravações que a Osesp fez dos Choros.Em compensação, as que ele fez das sinfonias maravilhosas do Claudio Santoro e do C.Guarnieri são maravilhosas,sei lá…o regente talvez não se identifique com a obra de certos autores. A propósito, fui à Sampa só para assistir o nosso surrado maestro reger o Mandú-çarará e não gostei da interpretação que ele deu pra esta peça.Pois é…cada um ama de um jeito.Uma das sinfonias que eu mais adoro é a 4ª de Mahler.Amo a gravação de Lorin Maazel, e odeio a do Bernstein,que é praticamente um especialista e redescobridor de Mahler.
De qualquer forma,respeito muito o Karab pela antiga e até mesmo romantica dedicação à nossa música, assim como respeito o Neshling por seu belo ,corajoso e estúpido(tem que ser)trabalho.
Agradeço muito pelas postagens incríveis, e pela liberdade de expressão.