Johannes Brahms (1833-1896)- The Violin Sonatas – Mutter – Orkis

Tudo bem, reconheço que a capa é de um gosto duvidoso, mas o cd, ah, este CD é maravilhoso. A nossa eterna musa Anne-Sophie Mutter dá um tratamento tão descaradamente romântico nestas sonatas que chega às raias do absurdo, e a força de sua interpretação é impressionante. Desde as primeiras notas do op. 100 já dá para ver à que ela veio. Acompanho a carreira desta violinista desde seus primeiros LPs ao lado de “Herr Karajan” e sempre fui seu fã. Agora, no auge de sua carreira, aos 46 ou 47 anos de idade, ela demonstra maturidade e competência de sobra.
Com esta postagem estou testando mais um servidor de hospedagem, o Hotfile. Tenho usado ele já há algumas semanas e gostei de sua simplicidade, nada de itens escondidos, como o rapidshare, ou burocrático como o megaupload. Aguardo suas impressões, para ver se dou continuidade com eles.
Tenho acompanhado o blog diariamente, apesar de não estar postando já há uns dois meses. É impressionante a qualidade que o PQPBach atingiu com a entrada dos pesos pesados Ranulfus, Avicenna e Carlinus. Sinto-me um privilegiado por estar fazendo parte desta equipe.
Meu retorno ao blog será aos poucos. A falta de tempo me impede de responder às solicitações de repostagem, portanto sugiro aos senhores procurarem em outros locais os links que o rapidshare apagou.
Mas vamos ao que viemos. Sempre é bom ouvirmos Brahms, faz bem á alma.

Achei esta crítica do cd na internet:

“Never before have Mutter and Orkis seemed so joined at the hip, giving and taking, conducting dialogue, chasing each others thoughts . . . Shedplays with a new degree of maturity and depth, especially visible in the slow movements. The discs high point is the adagio from the first sonata, in G major, where Mutter´s gold thread is reduced to a dusky murmur before shifting through tones as subtle as they are various. Orkis´s contribution is equally vital, whether keeping pace with limpid filigree or, at the close, pedalling up a penumbra of resonance to balance Mutter´s whispers. Magical music-making, this. Elsewhere, Mutter shows that she is able to become passionately alive without shaking with neuroses. In the third sonata, in D minor, the finale lives up to Brahms´s instruction — “presto agitato” — but never races over the top. Throughout, speeds and dynamics are controlled with regard for the musics inner substance, not its outward show . . . The C´s delectable virtues also include Deutsche Grammophon´s clear, well-balanced recording. A masterly issue . . .
Record Review / Geoff Brown , The Times (London) / 19. March 2010″

Johannes Brahms – The Violin Sonatas – Mutter – Orkis

Sonata for Violin and Piano No.2 in A, Op.100
1. 1. Allegro amabile
2. 2. Andante tranquillo 0:006:08
3. 3. Allegretto grazioso (Quasi andante) 0:005:07
Sonata for Violin and Piano No.1 in G, Op.78
4. 1. Vivace ma non troppo
5. 2. Adagio
6. 3. Allegro molto moderato
Sonata for Violin and Piano No 3 in D minor, Op.108
7. 1. Allegro
8. 2. Adagio
9. 3. Un poco presto e con sentimento
10. 4. Presto agitato

 

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FDPBach

13 comments / Add your comment below

  1. Caramba, que felicidade vê-lo postando, FDP. E digo mais: em alto estilo. Veio com Brahms e a nossa musa em comum, Anne Sophie-Mutter. Confesso que havia separado este CD para postar, mas já que você o fez – e com propriedade – riscarei de minha agenda essa tarefa. O hotfile, de fato, é muito bom. A velocidade dele, mesmo para os não sócios, é muito boa.

    Então, volte mesmo. Sua presença é imprescíndivel. Parece que agora somente CVL continua no exílio auto-imposto nas Ilhas Seicheles.

    Abraços!

  2. Ótima postagem, mas na verdade só estou postando este comentário para dizer que o Hotfile é muito bom. Acertou em cheio. Mesmo assim, com certeza alguns vão reclamar, obviamente.

  3. Vou aproveitar aqui para exaltar a minha violinista preferida da atualidade: Julia Fischer.

    Essa moça tem uma carreira longa e de respeito (toca violino desde os 03 anos de idade). Ganhou um conhecido concurso internacional e vem demonstrando ser uma das grandes promessas deste inicio de século XXI.

    Ela gravou as Sonatas e Partitas de Bach (gravação muito elogiada pela crítica) e está para lançar os “Capricci” do Paganini.

    Isso sem contar que ela gravou brilhantemente o Concerto para Violino de Tchaikovsky.

    Mas, o que mais me impressionou foi o fato de ela resolver debutar como pianista. Não estreou tocando coisas leves não!!! Atacou com o Concerto para Piano de Grieg e tocou muito bem, por sinal.

    E isso tudo com apenas 27 aninhos. Ela vai longe!

    Além disso e respeitando aqueles que são fãs declarados da da Mutter (Carlinus e FDP) uma coisa fica clara: essa alemazinha é MUITO interessante!!!

  4. Fábio, conheço muito bem a Julia Fischer, já postei algumas coisas com ela aqui no PQP. Mas não sabia desse detalhe que ela também é pianista.

  5. Sobre Julia Fischer, realmente é uma das grandes musicistas de sua geração, porém a falta de cultura histórica e literária dessa geração me assusta.

    Em uma entrevista recente ao site emusic.com:

    “I do see the Solo Sonatas and Partitas also like the Old Testament for violinists (I love Barenboim’s expression of seeing the “Wohltemperiertes Klavier” as the Old Testament and the 32 piano sonatas by Beethoven as the New Testament) (…)”

    Ou seja, ela acha que foi Daniel Barenboim o autor da frase “o cravo bem temperado é o velho testamento, e as sonatas de Beethoven, o novo”…

    Será que ela sabe quem foi Hans von Bülow (dentre outras coisas mais importantes, o autor da famigerada frase)?

    Antes que alguém diga que meu comentário é elitista, convém lembrar que a moça é alemã, muito muito bem nutrida e criada, e teve acesso às melhores escolas e livros. Não conheço nenhum povo que valoriza mais essa espécie de cultura que os alemães, eles são obsessivos por leitura e cultuam-na ao extremo, e sinceramente esperava que a moça conhecesse um pouco mais de história da música, mesmo porque não me considero nenhum especialista.

    Se ela fosse brasileira, vietnamita, turca, ou proveniente de qualquer outra cultura mais periférica em termos de música erudita, seria bem mais fácil de relevar. Assim como não é um grande pecado um croata achar, digamos, que Dorival Caymmi compôs “Garota de Ipanema” (ou é?)…

    Enfim, sinal dos tempos… Compre o disco, mas não leia a entrevista…

    E não me peçam bom humor, pois fazem 5 graus aqui…

  6. FDP:

    Eu fiquei sabendo recentemente. Li sobre isso em algum lugar da net.

    No Youtube tem o video dessa apresentação dela tocando o Concerto para piano de Grieg. Não sei dizer se ela vai efetivamente iniciar uma carreira como pianista ou se é apenas uma apresentação isolada. Mas, achei muito interessante a iniciativa.

  7. Vou procurar, Fabio. Fiquei curioso.
    SoyGardel, meu humor também anda horrível por causa do frio do cão que faz aqui na minha região, e para piorar está chovendo sem parar desde sábado de madrugada. E estou fazendo um serviço ao ar livre, o que me deixa ainda mais irritado. Com relação a Julia Fischer, vou postar as gravações que tenho dela tocando os concertos de Mozart, e creio que esse Tchaikovsky citado acima também já foi postado aqui no PQP. A menina tem muito talento, com certeza, mas ainda precisa comer muito feijão se for compará-la com minha outra musa, Viktoria Mullova. E como lembrou SoyGardel, precisa também ler um pouco mais sobre história da música.

  8. È, fdpbach, essa juventude… tsc, tsc.

    Mas comemoro a iniciativa de postar os concertos de Mozart, fará muito bem ao blog. Também penso que as balzaquianas, no meu gosto até mais a Mütter que a Mullova, ainda dão um grande caldo nas novas promessas violinísticas de sexo feminino (leia-se: Julia Fischer, Hillary Hahn, etc.), em especial nos grandes concertos do romantismo… mas, no Mozart, que é um território diferenciado, dou a mão à palmatória e prefiro a sóbria leitura de Julia Fischer, não obstante meu comentário acima.

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